domingo, 17 de março de 2019

Confusão mental na Educação

Por Almir M. Quites



Que confusão no Ministério da Educação!

Olavo de Carvalho, o guru do Presidente da República que se auto intitula Professor e Filósofo, exigiu e depois elogiou o ministro Ricardo Vélez Rodríguez por ter demitido o coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de Diretor de Programas da Secretaria Executiva do MEC, mas voltou a exigir a saída do secretário-executivo da pasta, Luiz Antônio Tozi, a quem acusa de liderar a “
infiltração de inimigos do governo".

sexta-feira, 15 de março de 2019

Mais poderes para o TSE

Por Almir M.Quites
- 14/03/2019 -  - 14h 40' -




PARA QUE AUMENTAR OS SUPER PODERES DA JUSTIÇA ELEITORAL?

Estou assistindo na TV a discussão, que se faz, neste momento, no STF. Parece-me absurda. Trata do artigo 78, IV do Código do Processo Penal (CPP), o qual determina que, quando houver conexão entre entre corrupção (da competência da justiça comum) e crime eleitoral, seria a Justiça eleitoral a competente para o processo todo. No entanto, o CPP não pode se sobrepor à Constituição Federal, da qual decorre diretamente a competência da Justiça Federal. É por isto que a interpretação do referido artigo não pode ter esta literalidade que o STF está  aplicando agora.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Presidente tropeça nas idéias

Por Almir M. Quites


O Presidente Bolsonaro falou de improviso dia 7 de março, quinta-feira passada, durante cerimônia de formatura de fuzileiros navais no Rio de Janeiro, e revelou sua visão militarista sem perceber.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Bobagens presidenciais

Por Almir M. Quites


Bolsonaro e a grande maioria de seus eleitores não têm a menor ideia do que seja ser PRESIDENTE de um país. É muito fácil constatar que Bolsonaro não passa de um outro Lula ou outra Dilma e que nenhum deles tem a mínima ideia do que seja governar um país! Basta ouvi-los falar por alguns minutos!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

De Moscou a Gotemburgo

Por Almir M. Quites


Deu pra ti, Rússia! Tchau!

Largamos a Rússia! Estamos agora na Suécia, em Göteborg (Gotemburgo). Muito diferente! Aqui falam alemão e inglês. São muito atenciosos. Até o UBER funciona. Temperatura de 3°C.

Em Moscou a temperatura era de -9°C! Muito frio. O povo só fala russo, com muito poucas exceções. Até a linguagem corporal se cala. Tudo fica muito penoso quando não se pode comunicar com ninguém. Nem a senhora que atendia no caixa da casa de câmbio do aeroporto internacional sabia dizer algo em inglês , nem os valores da operação financeira. Só repetia que não falava inglês. E nós não sabíamos falar em russo!

Além disso, o povo é muito fechado, cada um ocupado com algo seu. Claro que não são todos que são assim. Sempre há exceções. Tivemos um motorista de taxi que só falava em russo e, assim mesmo, procurava se comunicar e nos ajudou muito em uma situação bem difícil e incomum.

Mesmo assim, dá para perceber que a índole do povo russo é mais voltada para o individualismo do que eu esperava. Na verdade, trata-se de um povo com uma longa história de opressão, que ainda existe. O militarismo ainda é visível no dia a dia. A propaganda política é menor hoje, mas é ativa.

A Praça Vermelha é maravilhosa, mas é uma ilha de opulência num mar de pobreza. A cidade de Moscou é um caos! O tráfego é o mais emperrado de todos que já vi na vida. As estações do metrô moscovita (Московский метрополитен) são maravilhosas, verdadeiras  obras de arte, conhecidas pelo apelido de "palácio do povo", mas se concentram no anel interno da cidade, uma área muito pequena para uma cidade tão grande. Nelas a riqueza está de passagem nos subterrâneos, enquanto a pobreza fica a céu aberto. 

As primeiras estações foram construídas em 1935. O delírio de construir templos de luxo e glamour, nos subterrâneos da cidade, foi iniciado por Josef Stálin, o mais sanguinário dos líderes soviéticos, que comandou o país por mais de três décadas, dos anos 1920 aos 1950. As estações celebram abstrações, como o futurismo e a eletricidade, versões heroicas de gente comum, como camponeses, músicos e operários, representando o sonho de um paraíso que o comunismo nunca realizou.

As ricas estações construídas por um povo pobre, muitas vezes submetido a trabalhos forçados, são ilhas de esplendor que servem de propaganda, como o Museu dos Cosmonautas. Este fica num prédio concebido para ser uma obra de arte, mas o museu, que abriga, decepciona.

Acho que só o povo coreano (do norte e do sul) tem uma história de opressão mais dramática que a da Rússia.

Agora, estou em Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia, com 550.000 habitantes, mas super organizada, com amplas avenidas, sem engarrafamentos e sem aglomerações. Cidade tranquila e alegre, com muitas galerias de arte e arte em todos os lugares. Um povo simples, comunicativo, saudável e com alto padrão de vida.

Chegamos no aeroporto daqui depois da meia noite, tomamos um ônibus por indicação de uma pessoa a quem perguntamos como chegar ao nosso hotel. Pagamos a viagem com cartão de crédito. O motorista ficou de nos indicar onde deveríamos descer para chegar ao hotel, mas passou do ponto e nos disse que deveríamos voltar até a parada anterior. Descemos do ônibus e nos perdemos, mas umas moças que estavam numa parada de ônibus nos orientaram. Pegamos mais dinheiro em um caixa eletrônico da rua e, como estava muito frio e muito tarde, pegamos um taxi que estava parado por ali. Alegria e solidariedade mesmo na madrugada de inverno. Um motorista muito simpático nos levou até a porta do hotel que estava bem próximo. Tudo tão simples como sempre é quando todos se ajudam. 

Agora uma foto minha desfrutando o sol do meio-dia!
Eu, em Gotemburgo, desfrutando o sol.

O sol não sobe no céu daqui. No norte e no inverno é famoso o sol da meia-noite da Suécia, porque há um período do ano em que o sol não se põe. Na foto abaixo, no entanto, mostro o sol do meio-dia de hoje, aqui, quase no sul da Suécia. A foto foi batida na avenida principal da cidade de Gotemburgo, conhecida como Avenyn.

O dia está lindo! Dia claro, seco e sem neve. As calçadas têm mais de 10 metros de largura e as faixas para veículos são amplas, inclusive passam os bondes azuis típicos daqui. O sol está imponente, a cerca de 30° da linha do horizonte. Na foto abaixo, ele está logo acima do fio de luz e abaixo dos galhos da árvore. Nesta avenida, os prédios não tem mais que 4 andares.

Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia, está situada junto rio Göta Älv, na costa oeste da Suécia. Lá tem um importante porto marítimo. A cidade é conhecida por seus canais de estilo holandês e avenidas arborizadas como a Avenyn, já citada, a principal via da cidade, repleta de cafés e lojas. Sua população é de cerca de 600.000 habitantes. 

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  5. Novo Presidente: JAIR BOLSONARO! E agora?
  6. Ufanismo com o Mito
  7. O desprezível debate político nas redes sociais
  8. Nem falo da crise econômica
  9. O caso do Juiz que pretendia periciar as urnas eletrônicas
  10. Urna eletrônica: os fatos sem os boatos
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O anel fogo de espectro político

Por Almir M. Quites 



➡️ PULANDO A FOGUEIRA

Desde 1990, em meus debates com colegas, professores da UFSC (na "lista de e-mails"), tenho argumentado que a análise política que temos diariamente é muito simplória, porque se baseia no "nós contra eles" ou "direita x esquerda".

Tenho afirmado que um debate assim é próprio da idade da pedra lascada (paleolítico). É uma concepção bi-polar: nós aqui, embolados, na pedra da cá, contra eles lá, embolados, na pedra de lá. É a direita e a esquerda como halteres de pedra. É o meu bando contra o bando deles! As pessoas do bando oposto perdem a sua humanidade e passam a ser consideradas como maldosos predadores não-humanos.

Trata-se de uma visão preconceituosa, maniqueista, a qual divide, os cidadãos em poderes opostos e incompatíveis. O objetivo de cada bando é aniquilar o outro!

Um avanço consiste simplesmente em sermos capazes de conceber uma gradação entre os extremos. Então, a ideia de bando monolítico se desfaria e já se poderia ter uma visão mais evoluída do mundo político. Não seria mais uma concepção da idade da pedra lascada, mas talvez da idade da pedra polida (neolítico). 

Com esta gradação, chega-se a uma concepção linear, unidimensional. É uma direção e dois sentidos: daqui para lá e de lá para cá. Todos os pontos intermediários, entre os extremos, são reconhecidos como válidos. Uma mesma pessoa pode evoluir com o tempo mais para a direita ou mais para a esquerda. Tem-se assim, um modelo menos preconceituoso e mais próximo da real natureza humana.

Ainda assim, a concepção política continuaria precária, porque a realidade não é unidimensional, mas multidimensional. 

A matemática lida com fenômenos tão complexos quanto a política, fenômenos multidimensionais (de numerosas dimensões), mas a matemática não é aplicável à política, porque, nesta, as variáveis não são definidas de modo que possam ser quantificadas, medidas, correlacionadas em funções estabelecidas e testadas. A política que temos não aceita o rigor da lógica, só aceita modelos vagos e ingênuos, porque nela impera o interesse pessoal. A fé e a versão se desenvolvem melhor nas indefinições e nas imprecisões. Elas valem mais que os fatos reais. É por isto que, em muitos países, o campo político continua sendo imaginado como halteres de pedra lascada, ou seja, "nós contra eles".

Infelizmente, em pleno século XXI, o modelo do espectro político mais evoluído e em uso ainda é o do segmento de reta que vai da esquerda à direta. Que fazer? 

Fiquemos, então, neste nível, mas vamos, pelo menos, considerar todas as gradações da extrema esquerda até o centro do segmento e deste até a extrema direita. 

Vamos nos ater a este modelo e tratar não apenas de situar pessoas neste espectro, mas partidos e especialmente governos. 

Direita e esquerda são formadas por um mesmo fenômeno  divisionista chamado radicalização, caracterizado pela intolerância. Quando se forma uma pitadinha de direita é por segregação, isto é, forma-se uma igual pitadinha de esquerda, e vice-versa. Direita e esquerda se retroalimentam. São duas faces da mesma moeda. Quando uma cresce a outra também cresce. Enquanto uma existir existirá a outra. Se uma vencer a outra, será pela imposição da força. Então, instala-se uma ditadura. Seja de esquerda ou de direita, os militares que a sustentam serão os mesmos. Não há  outra Força num país capaz de dar um golpe e sustentá-lo que não seja a Força Militar regular. Esta não tem ideologia, tem armas e tem efetivos. 

O que muda do centro aos extremos do segmento político? Respondo: o que muda é a intensidade do radicalismo. 
                                                                O que acontece com uma sociedade quando o radicalismo aumenta? 

Numa sociedade evoluída o radicalismo não existe. Quando surge, como uma mínima forca motriz de separação entre direita e esquerda o radicalismo traz consigo a intolerância. Qualquer pequeno bando de esquerda que se forme, faz-se por segregação, portanto gerando um igual pequeno bando de direita e vice-versa. Esquerda e direita são duas faces da mesma moeda. Quando uma cresce a outra cresce junto. A radicalização de uma é a radicalização da outra. Quando a radicalização aumenta, cresce junto a intolerância, o autoritarismo, a violência e a corrupção. Ambas, esquerda e direita, só vêem defeitos no outro lado. Quem não pertence a nenhum dos dois bandos é considerado inimigo por ambos os lados e, por isso, acaba sendo forçado a se calar, ainda que todos juram que estão numa democracia. 

Quanto maior a radicalização, mais iguais esquerda e direita se tornam. 

Numa democracia, nenhum dos bandos vence definitivamente o outro, só se alternam no poder. Se um dominar o outro pela força, então chegamos à Ditadura, o inferno do ultrarradicalismo.

Quando se chega ao ultrarradicalismo, esquerda e direita são iguais. É a ditadura militar (os militares são os mesmos, seja no Golpe de direita quanto no de esquerda). A ditadura de esquerda da Venezuela é  igual, em comportamento, que a ditadura fascista ou nazista (de direita). A ditadura de esquerda da Coréia do Norte ou a de Mao na China também é igual a ditadura nazista ou fascista

Quanto mais radicalismo mais perto estamos de uma ditadura.
           
A única forma de evitar este desfecho é cuidar, com dedicação e inteligência, para que o radicalismo se reduza. 

Bem no centro, o radicalismo é nulo. Quando se passa do centro para os extremos o radicalismo se intensifica e, com isso, vem o aumento da incompreensão, da intolerância, da violência e da inclemência. Do centro para os extremos, cada vez mais a sociedade se compreende como dois bandos que competem, nós x eles! Em outras palavras, a sociedade regride, a intolerância aumenta, cresce o militarismo, a marginalização e a alienação. A sociedade se torna aristocrática e os governos se tornam autocráticos. 

A partir do centro, indo para a direita ou para a esquerda, chega-se ao ultrarradicalismo, o império da militarização e da propaganda de guerra, criadora de mitos e outras fantasias. 

Indo-se sempre para a direita ou sempre para a esquerda, chega-se no mesmo inferno.

Nos dois extremos encontra-se no inferno incandecente das ditaduras militares. O ultrarradicalismo da esquerda tem a mesma forma e o mesmo comportamento que o ultraradicalismo da direita!

Logo, o que temos não é um segmento de reta que vá da esquerda à direta!  O que, de fato, temos é um ciclo que se fecha. O que chamamos de centro, em política, na verdade é o polo superior e o que chamamos de ultrarradicalismo é o polo inferior. É um anel de blocos de comportamentos políticos.

Este anel de blocos políticos tem uma dinâmica muito peculiar.

Quando os cidadãos de um país democrático elegem um governo que não seja de centro, mas de direita ou de esquerda, automaticamente dividem os cidadãos. Ao formar um pequeno bando mais radical à esquerda, dá poder a um radicalismo cuja energia de reação nucleia um bando simétrico à direita, e vice-versa. Assim, abre-se uma fenda, uma fronteira, fronteira entre esquerda, centro e direita. Em sucessivas eleições, esta fenda pode aumentar, reduzindo o bloco do centro; ou pode se reduzir, aumentando o bloco do centro, às custas dos bandos da esquerda e da direita. À medida que a radicalização aumenta, a fenda se alarga, os bandos da direita e da esquerda crescem e o centro diminui. 

Com o aumento da radicalização, a democracia perde estabilidade. É quando o centro já não tem massa suficiente para estabilizar a democracia e o fosso do ultrarradicalismo está muito grande. Daí, em diante, cada eleição nacional só aumenta a radicalização. A passagem de um governo de esquerda para outro de direita, ou vice-versa, só pode ser feita  pelo polo inferior, pulando por cima do inferno incandescente da ultrarradicalização, sem cair nas garras de uma ditadura militar. Mas é só uma questão de tempo, mais cedo ou mais tarde a nação radicalizada cai no fosso incandescente da ditadura militar. 

Quando isto acontece, instala-se a ditadura, um governo regido por um ou mais militares ou por pessoa por eles indicada; extinguem-se os partidos e criam-se partidos falsos, apenas para simular eleições livres; extinguem-se os parlamentos ou nomeiam-se parlamentares falsos, apenas para simular uma democracia; extinguem-se as eleições ou fazem eleições falsas para simular uma democracia. Na verdade, não há participação popular no processo decisório da nação, ou essa participação é farsa ou é mantida muito restrita. 
Então, começa uma luta sofrida de um povo para se livrar da ditadura. Pode levar décadas ou séculos para que ditadura se desgaste internamente, apodreça, a ponto de não poder se reorganizar, mesmo dispondo de todos os poderes de uma sociedade escravizada. 

Uma nação que cai nesta desgraça pode não se recuperar sem um processo de reinstitucionalização do país, possibilitada por ajuda externa de outros países ou por um processo interno de desmoralização do governo (como a desobediência civil). De qualquer forma, serão  muitos anos de sofrimento do povo.

O que mostra a História do Brasil sobre nossas trajetória politica? 

A seguir veja um resumo das idas e vindas do Brasil sobre o anel de fogo do espectro político ao longo de sua história. 

Logo após a independência, foi necessário reorganizar o Brasil.  Uma Assembleia Constituinte foi instalada em maio de 1823. Porém, antes que a nova Constituição fosse aprovada, as tropas do exército cercaram o prédio da Assembleia, e, por ordens do Imperador, a mesma foi dissolvida. Logo, onde estavamos, no nosso gráfico? Estávamos no fundo do poço incandescente! A nossa primeira Constituição não foi fruto de uma Assembléia  Constituinte livremente eleita, foi outorgada pelo poderoso Imperador
 Dom Pedro I em 1824. Ela previa um Poder Moderador, exercido pelo Imperador, pelo qual, o imperador poderia fiscalizar os outros três poderes.

Dom Pedro I renunciou ao trono em beneficio de seu filho e foi para Potugal. D. Pedro II, ainda uma criança, foi educado para ser Imperador. Foi no período do Imperador D. Pedro II que o Brasil teve estabilidade e pode se desenvolver como uma democracia monárquica.

Havia um profundo temor nos políticos brasileiroscompartilhado por parte dos diversos grupos sociais quanto à possibilidade de o Brasil sofrer o mesmo destino das colônias hispano-americanas, ou seja: caos político, social e econômico, desmembramento territorial, golpes de Estado, ditaduras e caudilhos. A monarquia parlamentarista brasileira cumpriu seu papel de evitar a radicalização nacional, permitir a  liberdade e a livre reorganização do país, garantir a estabilidade, conforme o liberalismo em voga.

Somente com uma entidade neutra, completamente independente de partidos, grupos ou ideologias opostas, seria possível alcançar tal fim. E nisso, houve "sempre um poderoso elemento ideológico remanescente da independência como fruto de uma grande união nacional acima dos diversos interesses particulares". A monarquia brasileira assegurou ao Brasil a integridade territorial do antigo domínio lusitano num clima de ordem e de paz. 

O Brasil caiu no fosso incandescente da ditadura militar quando o Imperador Pedro II foi deposto por um golpe militar em 15 de novembro de 1988. Os militares assumiram o governo e declararam que o Brasil passara a ser um República. Assumiu o governo o generalíssimo Deodoro da Fonseca. Somente em 1891, foi promulgada a primeira constituição brasileira dita republicana e o próprio Deodoro foi "eleito" presidente em sufrágio indireto. Seu governo foi marcado por frequentes crises que acabaran por dividir os próprios militares. Isto abalou a sociedade civil e parte dos militares, o que levou à dissolução do Congresso Nacional e à renúncia do Presidente em novembro de 1891. Então, o vice-presidente que também era militar, assumiu o governo. Foi o Marechal Floriano Vieira Peixoto , cujo governo abrange a maior parte do período da história brasileira conhecido como República da Espada. Seu governo foi marcado por um intenso clima de rebeliões militares e diversos conflitos entre o Exército e a Marinha, além de crises da Revolução Federalista. Queria depor o governador gaúcho Júlio de Castilhos. Floriano Peixoto debelou estes conflitos violentamente, consolidando-se no poder, o que lhe fez ganhar a alcunha de "Marechal de Ferro". O culto à sua personalidade, denominado florianismo, que deu origem ao atual nome da cidade de Florianópolis, foi o primeiro fenômeno político a caracterizar a chegada do "populismo" ao Brasil. Seu governo terminou em profunda crise que levou a formação de uma assembleia constituinte e a um grande acordo politico.
Prudente José de Moraes Barros foi senador e foi também presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1891. A Constituinte serviu para elegê-lo primeiro presidente civil do Brasil com cerca de 85% dos votos em eleição direta. Prudente de Moraes representava a ascensão da oligarquia da cafeicultora.
Então, seguiu-se uma sequência de governos civis: 
1894-1898: Prudente de Morais - que conseguiu a paz no RGS; e enfrentou a Campanha de Canudos, entre 1896 e 1897;

1898-1902: Campos Sales; 
1902-1906: Rodrigues Alves; 
1906-1909: Afonso Pena;
1909-1910: Nilo Peçanha
Então, mais um militar. Desta vez eleito regularmente numa eleição na qual derrotou a Rui Barbosa. O militar eleito foi...
1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca (Sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, 1º presidente do Brasil).

Depois tivemos mais um período longo de governos civis, mas a radicalização, mais uma vez, crescia.

1914-1918: Wenceslau Brás - o Brasil teve um crescimento industrial imediato para suprir a demanda de produtos que não podiam mais ser importados da Europa. Brás promulgou o primeiro Código Civil brasileiro, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1916. 
Devido às dificuldades para importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela Primeira Guerra Mundial, Brás incentivou a industrialização. 
1918-1919: Delfim Moreira 
1919-1922: Epitácio Pessoa 
1922-1926: Arthur Bernardes - aqui a radicalização recomeçou a subir.  Arthur sofreu com uma estratégia desonesta de seus adversários. Durante a campanha para presidente, em 1922, foram divulgadas cartas falsas atribuídas a Arthur Bernardes que insultavam os militares. Depois de sua posse, em 15 de novembro de 1922, rebelaram-se a Escola Militar, o Forte de Copacabana e a Guarnição de Mato Grosso, na chamada Revolta dos Tenentes. Bernardes ordenou, então, o fechamento dos sindicatos e dos jornais de esquerda. Reformou a Constituição, em 1926, com o objetivo de restringir a exploração de recursos do subsolo. 
Assim, o Brasil voltava a cair no fosso incandecente da ditadura militar. 
1926-1930: Washington Luís - Fluminense, advogado, suspendeu o estado de sítio, estimulou a expansão rodoviária, aumentou a reserva de ouro, remodelou a área urbana do Rio de Janeiro (então a capital federal) e desenvolveu uma política de valorização do café. Na época da sucessão, a Aliança Liberal reuniu as oposições em torno da candidatura de Getúlio Vargas contra Júlio Prestes, candidato oficial de Washington Luís.
Ao perder as eleições, os rio-grandenses se rebelaram, em 3 de outubro, sob o comando do tenente-coronel Pedro Aurélio de Góes Monteiro, que marchou para São Paulo. As Forças Armadas depuseram o presidente da República na chamada Revolução Liberal, em 24 de outubro de 1930. Formaram, então, uma Junta Militar com os generais Augusto Tasso Fragoso, João de Deus Menna Barreto e o contra-almirante José Isaías de Noronha. Terminava aí a República Velha. 
A Revolução de 1930 marcou o fim da chamada República Velha, iniciando-se a Era Vargas (1930-1945). 

Os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pelo clima de tensão entre as oligarquias e os militares  principalmente no estado de São Paulo – o que provocou a Revolução Constitucionalista de 1932. Getúlio Vargas foi um populista de direita, mas também cultuado pela esquerda. Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promoveu uma tentativa de golpe contra o governo Getúlio Vargas – a "Intentona Comunista". Getúlio aproveitou o episódio para declarar estado de sítio e ampliar seus poderes políticos. Nessa época, Getúlio adotou um discurso nacionalista e começou a articular um movimento pela sua permanência no cargo. Logo, intensificou o seu populismo e tratou de copiar os métodos da direita fascista de Benito Moussolini (Itália) e Adolf Hitler (Alemanha). O Brasil se radicalizava pela direita.

Mas em 1945, o Exército derrubou o presidente. Após a queda de Getúlio, o general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente. Uma Assembléia Constituinte criou a quinta Constituição brasileira, que estabeleceu os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Este novo período Getulista ficou conhecido como República Populista (1945-1964).

Enquanto isso, a oposição também radicalizava. Em 23 de agosto de 1954, Getúlio já está envolvido em escândalos de grande repercussão, que vão de corrupção á tentativa de assassinato de seu opositor Carlos Lacerda e a morte de um militar da aeronáutica que estava com ele. Os comandos militares passaram a exigir publicamente a renúncia de Vargas. Na manhã de 24 de agosto, Vargas cometeu suicídio.

Juscelino Kubitschek assumiu a presidência em janeiro de 1955 com a promessa de realizar “cinqüenta anos em cinco” e o Brasil teve um mandato de calma e progresso. Foi o periodo hoje conhecido como "Anos Dourados", quando o Brasilteve grande desenvolvimento e todos os setores, da arte, passando pelos esportes, até aos setores econômicos e industrial. 

Depois de Juscelino, Jânio Quadros foi eleito representando a esquerda, mas renunciou ao mandato no ano seguinte. O confronto entre esquerda e direita já estava muito quente e ambos os lados se alternavam
Em 1962, a direita tentou um golpe militar, com grande movimentação de tropas, mas o Exército se dividiu. O Terceiro Exército apoiou a resistência de Leonel Brizola. O sul  do país resistiu so golpe, e houve um acordo entre entre as partes. João Goulart (da esquerda ) assumiu o Governo, mas aceitou a implantação de um regime parlamentarista, na verdade um tosco parlamentarismo, feito para não durar. Então, o Brasil voltou ao inferno de uma ditadura.

Foi a Ditadura Militar (1964-1985).

Com a radicalização crescente entre Direita e Esquerda a crise política se agravou. Em março de 1964, o Golpe Militar, que falhara em 1962, foi aplicado. No dia 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional N° 1 (AI-1), que cassou mandatos políticos e tirou a estabilidade de funcionários públicos. Na verdade, não era um ato institucional, mas um ato revolucionário.

O marechal Humberto de Alencar Castello Branco foi empossado como presidente. Em seu governo, foram promulgados outros "Atos Institucionais", que suspenderam os direitos políticos dos cidadãos.

A Ditadura Militar (1964-1985) foi um governo ultrarradical. Depois de um longo período de extrema repressão política e muita propaganda oficial, os brasileiros começaram a reagir. Quando a ditadura terminou, o Brasil estava endividado e institucionalmente desarrumado. Foi preciso que uma Assembleia Constituinte reorganizasse o país. A Direita ficou associada aos movimentos que visam apenas defender interesses de grupos específicos e que se utiliza de métodos truculentos.

Entrou-se assim na chamada Nova República (1985), período que se caracteriza por sucessivos governos socialsocialistas progressistas, pela pela democratização da política, pela promulgação de uma nova Constituição e pela difícil luta contra a inflação galopante, finalmente vencida, nos governos de Itamar Franco e de Fernando Henrique Cardoso (FHC), com a implantação do Plano Real, que finalmente estabilizou a economia. Neste período, a Esquerda brasileira começou a se alinhar cada vez mais com os movimentos socialistas e mesmo comunistas e anarquistas, criando uma identidade que permanece até os dias atuais.

Depois da estabilização econômica, consolidada no governo de FHC,  Luis Inácio Lula da Silva, foi eleito Presidente da República. Passamos então a um governo de esquerda e uma radicalização pela extrema esquerda.

Os brasileiros, ao longo de muitas décadas, têm pulado de um lado para o outro, passando da esquerda radical para a direita radical. Entre eles está o fosso incandescente do centro ultrarradical.

No momento temos um governo de ultra direita. Então, a próxima alternância será para a ultra esquerda. O grande risco é cairmos no fosso do ultrarradicalismo, onde esquerda e direita se confundem no amálgama incandescente de uma ditadura.

Para entender melhor, leia aqui:
👉 https://bit.ly/2m2VRzZ

Você pode discordar do texto indicado, mas se não apresentar os seus argumentos, então sua discordância será inútil!

Enquanto o povo continuar pulando da esquerda para a direita, mas sempre na parte inferior deste gráfico, estaremos maltrando o nosso país e todo o seu povo!

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Farsa, credulice e impunidade

Por Almir M. Quites


Há mais de 50 anos, o humorista Barão de Itararé anunciou:  
Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (29/01/1895 — 27/11/1971)
conhecido por Barão de Itararé, foi jornalista, escritor e 
pioneiro no humorismo político brasileiro.


Barão de Itararé, imagem acima, já havia acertado na mosca! As redes sociais apenas afloraram o problema!

Para Umberto Eco, as redes sociais dão voz a uma “legião de imbecis”, antes restrita a “um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. Esta declaração, bem mais recente, foi feita em junho de 2015, quando Eco recebeu o título de Doutor Honoris Causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim (
Itália).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Reveladores discursos de posse

Por Almir M. Quites 



O início de um novo mandato presidencial, assim como de um novo ano, encharca o povo com otimismo, não é mesmo? Estar otimista é bom! Dá ânimo para seguir em frente. No entanto, estes reinícios de ciclos não devem levar o otimismo ao ponto de nos impedir de ver os riscos que estão à nossa frente. No caso do atual novo mandato presidencial, não podemos esquecer que o Brasil está em gravíssima crise, que a dívida do governo é enorme e que, mesmo que o governo faça tudo corretamente, o que duvido, ainda assim, ela só começará a decrescer a partir de 2022.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Alexandre Garcia reforça a credulidade popular

Por Almir M. Quites




Até tu, Alexandre Garcia?! 

Que motivações sustentam a credulidade popular? Até o experiente Alexandre Garcia acredita que o processo eleitoral foi honesto? É difícil crer nisso, mesmo ouvindo sua voz!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Meu aniversário n° 77

Por Almir M. Quites


OBA!!!

Cheguei aos 77! 

Nasci no verão de 1942, no décimo dia daquele ano.



Se 22 são dois patinhos na logoa...

São setenta e sete anos,
como duas girafinhas
que desfrutam da lagoa
das muitas memórias minhas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Novo Presidente: Jair Bolsonaro. E agora?

Por Almir M. Quites


Hoje, dia primeiro de 2019, o presidente eleito Jair Bolsonaro tomará posse como o 38º presidente da República Federativa do Brasil, o maior país da América Latina, sob muita pompa, sob um esquema de segurança inédito para a ocasião e sob grande expectativa e ufanismo popular. 

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