segunda-feira, 11 de março de 2019

Presidente tropeça nas idéias

Por Almir M. Quites


O Presidente Bolsonaro falou de improviso dia 7 de março, quinta-feira passada, durante cerimônia de formatura de fuzileiros navais no Rio de Janeiro, e revelou sua visão militarista sem perceber.


O general Heleno (Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência), no vídeo abaixo, tenta "explicar" a frase do Presidente, mas distorce as suas palavras e, instigado pelo jornalista, sem perceber, deixa claro que ele também acredita nas lendas de caserna, pelas quais a sociedade é tutelada e dependente das Forças Armadas! Uma bobagem!


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O raciocínio do general está furado! Não existe a possibilidade das Forças Armadas quererem se sobrepor à Constituição e continuarem na legalidade! O querer das Forças Armadas tem limite! Ambos, o Presidente e o General Heleno ainda não aprenderam isso! Seguindo o mesmo raciocínio do general, o Presidente também poderia dizer que "a criminalidade só tem fim se os criminosos quiserem"; ou, que "um país só funciona se for o querer dos respectivos caminhoneiriros". Isto valeria para outras categorias! Estas são frases que podem surgir como lendas internas nas diversas categorias profissionais, mas nunca como teses num país democrático. O absurdo é perverso e intolerável quando dito pelo próprio Presidente da República em solenidade oficial! 

Um presidente precisa entender a extensão e a envergadura de sua responsabilidade e, no mínimo, entender que não governa para a sua categoria profissional, mas para todos os brasileiros. Estas lendas de caserna, que o Presidente traz à tona, são fruto de bate-papos irresponsáveis.

Quando a tutela militar da sociedade ocorre, as Forças Armadas já se transformaram numa organização fora-da-lei, porque confrontaram a Constituição Federal! Neste caso, seus comandantes devem ser severamente punidos! Foi o que ocorreu na Venezuela! A Venezuela foi vítima de um mito de caserna muito conveniente a militares corruptos. As Forças Armadas da Venezuela se transforam  numa organização criminosa, um câncer que precisa ser extirpado daquela sociedade.

A verdade é que, quando o Presidente Bolsonaro fala, diz bobagens. Neste caso, uma bobagem compartilhada com os demais militares do governo. O presidente fez um discurso completamente desconexo, com erros gritantes de português, e gerou uma monumental e desnecessária polêmica sobre o papel das Forças Armadas. As lendas de caserna, nas quais ele acredita, conflitam com a Constituição nacional. Assim, seu discurso fica confuso e desedificativo.

O povo brasileiro elege presidentes despreparados desde 2002! Pobre país! Não adianta trocar um tolo por outro!

No artigo que apresento a seguir, comento a fala presidencial de anteontem (quinta-feira):


Finalmente recordo que esta ideia de Bolsonaro tem precedentes e tem aflorado repetidas vezes. Bolsonaro defendia abertamente um Golpe Militar e o atual vice-presidente, general Mourão, chegou a citar a possibilidade de um auto-golpe a ser dado por Bolsonaro se eleito presidente, tal como fez Hugo Chávez na Venezuela. Isto aconteceu ao vivo, em entrevista na Globo News, no dia 07/09/2018.

Nossa obrigação é fiscalizar todos os governos, não defender um deles incondicionalmente, como fazem os petistas. "O preço da democracia é a eterna vigilância".

Atribuir problemas do atual governo à imprensa, que estaria "fomentando a discórdia", parece-me ser autoengano, o que sempre tem graves consequências. Na verdade, derrotar o PT era importante, mas colocar outro político despreparado na presidência e montar um ministério com gente de baixo nível foram erros muito graves. Isto pode ressuscitar o petismo.

Para mim, toda a ditadura é abominável, injustificável, porque se baseia na imposição e não no entendimento. Toda ditadura se perde nos meandros da corrupção e das iniquidades.

Os países com maior desenvolvimento humano são democracias bem consolidadas. Voltei ontem da Escandinávia, onde pude constatar o elevado grau de educação do povo e o seu elevado padrão de vida.

Um presidente não pode pensar, muito menos dizer, que a democracia depende do querer das Forças Armadas sem perceber que esta afirmação seria corolário desta outra, mais genérica: a extinção da criminalidade depende do querer dos criminosos!

Os eleitores brasileiros se deixaram iludir pelas tais pesquisas de intenção de voto e foram manipulados de forma a se submeterem ao "voto de cabresto". Perderam a chance de colocar no governo um presidente e uma equipe que pudesse fazer o país evoluir e que, assim, sepultasse o petismo de vez!

Bolsonaro não tem condições intelectuais para ser Presidente. Ele apoiava o PT (
até 2010) e se dizia admirador de Hugo Chávez e de seu "bolivarianismo". Aliás, o tenente-coronel Hugo Chávez também acreditava nas lendas de caserna que colocam o poder militar acima da sociedade à qual deveria servir.

Foi por tudo isso que não votei em Bolsonaro e, obviamente, também não votei no petista com quem ele concorria.


Para ler mais sobre isso, acesse este artigo de setembro de 2018: 
O NÓ  DA DIREITA VERSUS ESQUERDA
http://almirquites.blogspot.com/2018/09/o-no-da-direita-versus-esquerda.html

Para compreender melhor sobre o voto de cabresto, acesse este outro artigo: 
VOTO DE CABRESTO
https://almirquites.blogspot.com/2018/10/voto-de-cabresto.html


Se algum leitor discordar de mim, aguardarei por seus argumentos com todo o respeito e consideração. Se eu não concordar com eles, explicarei o motivo; se eu concordar, incorporarei seus argumentos aos meus e corrigirei o meu texto.

Confira o discurso do Presidente Jair Bolsonaro:
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POVO ILUDIDO É POVO VENCIDO! 
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼

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2 comentários:

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  2. Você nem me conhece e já me julga precipitadamente mal.
    Sim, conheço a Academia Militar de Agulhas Negras, inclusive os seus cursos. O fato de ter cursado a AMAN não transforma ninguém numa pessoa culta. Bolsonaro cursou a AMAN e é uma pessoa despreparada para a vida. Inclusive foi expulso do Exército brasileiro. A ex presidente Dilma tem diploma de curso superior e, no entanto é inculta, também -e despreparada. Lula, igualmente. Estes, que citei aqui, não servem de medida para o que se pretende para um Presidente da República Brasileira.
    Você ficou chocada com o que escrevi porque se deixou impressionar pelas propagandas das redes sociais. Estas não são fontes de informação confiáveis, estão inundadas de propagandas e de mentiras.
    Lembre-se, políticos e governantes devem ser fiscalizados, nunca idolatrados.
    "O preço da democracia é a eterna vigilância". Esta última frase é de Thomas Jefferson (13 de abril de 1743 – 4 de julho de 1826), 3º Presidente dos Estados Unidos da América. Ficou famosa e expressa algo que não devemos nunca esquecer.

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