Por Almir M. Quites
(Texto publicado no dia 05/05/2019, no Facebook)
Há anos os brasileiros fazem as mesmas coisas esperando resultados diferentes. É loucura.
Fui aluno de engenharia da UFRGS durante 5 anos, depois fui professor universitário, desde os 22 anos até me aposentar. Hoje estou com 77 anos. Durante estes 60 anos, sempre acompanhei os acontecimentos dentro das universidades brasileiras, mas especialmente na UFSC.
Posso afirmar, que a universidade brasileira se tornou insana, no final de seculo XX, a partir da influência dos partidos políticos ditos "de esquerda", na administração universitária e nas organizações de classe dos professores, dos funcionários administrativos e dos alunos. Sob esta influência, estas associações se transformaram em sindicatos pelegos, a serviço daqueles partidos e, portanto, a serviço do Governo Federal, a partir de 2003, com a eleição do Presidente Lula. Assim, professores, funcionários e alunos passaram a ser massa de manobra (grupo de pessoas manipuladas para servir aos interesses de alguém ou de grupos) dos partidos políticos de esquerda. Não há nada mais incompatível com a missão da universidade! Os reitores até fizeram manifestos escritos apoiando os candidatos Lula e Dilma à presidência da Republica. Isto era evidente crime de uso de cargo público para proselitismo político, ato doloso de improbidade administrativa. No entanto, estes reitores criminosos não foram punidos, sequer advertidos, muito pelo contrário, foram incentivados!
Desde então, os Reitores das universidades passaram a ser eleitos por voto direto de professores, funcionários e alunos, algo que nenhuma universidade do mundo faz. A universidade deve escolher para o cargo de Reitor o melhor administrador de sistemas acadêmicos que puder, não importando a sua nacionalidade, nem o país em que viva. É assim que funciona nas universidades de ponta no mundo. O governo não interfere nesta escolha!
Nas eleições presidenciais do ano passado, o povo foi iludido por meio de softwares que levaram à loucura às redes sociais. Softwares, acoplados a perfis falsos e simulando o comportamento humano, fizeram o povo pensar que todos estavam do mesmo lado e que a campanha eleitoral era uma guerra entre as duas únicas partes existentes no mundo, uma "bolsonarista" e a outra "petista". Foi uma loucura monumental, com um tsunami de "fake news", que ainda não foi sanada. O eleitorado ficou sem alternativa e elegemos um governo incompetente e radical, com um comportamento tão reprovável quanto o comportamento petista.
O novo governo assumiu sem entender a gravidade do momento político, em alto potencial explosivo, sem ter noção do significado de sua vitória eleitoral e sem compreender a crise econômica que está destruindo ao país. O ministério montado pelo Presidente Bolsonaro foi de muito baixo nível (com a exceção dos ministros Sérgio Moro, Paulo Guedes e, talvez mais um ou dois). Só se pode esperar muita confusão.
Constatei o baixo nível dos ministros (exceto as exceções citadas) quando ouvi atentamente os discursos de posse dos mesmos. Escrevi sobre isto, aqui:
A absoluta inabilidade política do novo governo, que ainda pensa que governar é se dedicar à guerra contra o PT, só pode resultar no renascimento do petismo, como uma reação a este descalabro. Assim, depois de uma guinada burra para a extrema direita, virá outra guinada burra para a extrema esquerda, ou um golpe militar.
Todos sabemos que a greve iniciada hoje foi organizada pelos partidos de esquerda, o que agravará a guerra que não deveria interessar ao governo federal. A loucura está nos dois lados e pode se agravar. A ilusão com o novo governo se derrete muito antes do esperado. Talvez voltemos a ver aquelas cenas deprimentes de "black blocs" (grupos mascarados de preto) e ônibus incendiados!
O Brasil precisaria concentrar todos os reforços na Reforma da Previdência Social, mas isto vai ser muito difícil em meio a turbulências políticas. Tomara que o Congresso assuma às rédeas deste processo. Os próprios estudantes que hoje estão se manifestando nas ruas deveriam estar exigindo a Reforma da Previdência, simplesmente porque o maior "buraco negro" a consumir recursos públicos é a própria Previdência em sua forma atual, que consome recursos que deveriam alavancar o desenvolvimento do sistema educacional e com ele a economia. Muitas outras grandes reformas devem ser feitas no menor tempo possível. Precisamos de gente realmente competente no governo ou que o Congresso assuma esta pauta!
Agora o Ministro da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, quer explicar, ao seu modo confuso, uma crise que ele mesmo começou ao anunciar para o público um corte de 30% na educação como se fosse um castigo de origem ideológica. Primeiro ele anunciou um corte de verbas linear de 30% e, agora, ele diz que não foi nada disso! Depois de perceber a reação popular, passou a dizer que não era um corte de 30%, mas sim um contingenciamento de "três e meio bombons" de 100 bombons! Ou seja, contingenciamento de 3,5%!
Na verdade, esta foi a primeira vez que o governo apresentou esse índice desde que o contingenciamento na Educação foi anunciado, no final de abril. Naquela ocasião, tanto o ministro quanto o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disseram que se tratava de um corte de 30%!
O Ministro, que neste momento está falando na Câmara Federal com transmissão para todo o Brasil, não tem cultura nem conhecimento para o cargo que ocupa. As coisas que ele diz não fazem sentido. É uma vergonha! É mais um ministro de baixo nível cultural. Em outras palavras, Weintraub, que em alemão significa "uva de fazer vinho", não é de boa cepa!
Este ministro, Weintraub, foi o segundo ministro da Educação do Presidente Jair Bolsonaro. O primeiro, indicado pelo guru da Família Presidencial, Olavo de Carvalho, foi Ricardo Vélez Rodríguez. Este, depois de três meses e oito dias no cargo, não fez nada e só disse besteiras!
O atual ministro da Educação, Weintraub, não é uma pessoa que tenha qualquer reconhecimento na universidade. Não tem experiência de administração de sistemas acadêmicos. Ele não tem um curriculum vitae que convenha à uma universidade; não tem uma carreira universitária significativa. O que sobra no ministro são ideias muito confusas sobre educação.
Ele entende simplesmente que as universidades do Nordeste não deveriam oferecer cursos de sociologia e filosofia. Trata-se de uma opinião pessoal colocada como se fosse política de governo. Não há documentos oficiais de governo sobre política educacional, mas, para o ministro, as universidades deveriam priorizar o ensino de agronomia, "em parceria com Israel"! Weintraub já se manifestava de modo similar quando integrou a equipe que elaborou o programa de governo de Jair Bolsonaro.
As frases do ministro são terríveis e, sem que ele queira, são cômicas. Ele disse, por exemplo, que o Brasil não precisa aumentar seus gastos em educação; disse que o governo deve "usar a Constituição Brasileira para sair do lamaçal"; e que o professor conservador "tem que ser mais engraçado que os comunistas" e usar "humor e inteligência" para "ganhar a juventude". Com esta última frase ele mostra que nem suspeita o que seja o processo de ensino-aprendizagem. Ele acha que se aprende muito apenas brincando! Além disso, deixa-nos antever uma aceitação da doutrinação política dentro do sistema de ensino, desde que seja de direita!
Estas são ideias que ele expressou em vídeos publicados no canal oficial do Presidente Jair Bolsonaro no Youtube. O primeiro vídeo foi transmitido ao vivo em 8 de setembro de 2018, ainda durante a campanha presidencial, antes do primeiro turno eleitoral. O segundo foi publicado em 23 de março deste ano, mas foi gravado em 8 de dezembro, quando Bolsonaro já havia sido eleito, durante um evento chamado "Cúpula Conservadora das Américas".
Como tenho repetido nos artigos do meu blogue, a absoluta incompetência do governo de Jair Bolsonaro vai trazer de volta o petismo!
O país não aguenta tudo isso! No pano de fundo de tudo está evidente uma
EPIDEMIA DE FANATISMO AGUDO
https://almirquites.blogspot.com/2019/05/epidemia-de-fanatismo-agudo.html
(Texto publicado no dia 05/05/2019, no Facebook)
Presidente crianção, Brasil choroso |
Há anos os brasileiros fazem as mesmas coisas esperando resultados diferentes. É loucura.
Fui aluno de engenharia da UFRGS durante 5 anos, depois fui professor universitário, desde os 22 anos até me aposentar. Hoje estou com 77 anos. Durante estes 60 anos, sempre acompanhei os acontecimentos dentro das universidades brasileiras, mas especialmente na UFSC.
Posso afirmar, que a universidade brasileira se tornou insana, no final de seculo XX, a partir da influência dos partidos políticos ditos "de esquerda", na administração universitária e nas organizações de classe dos professores, dos funcionários administrativos e dos alunos. Sob esta influência, estas associações se transformaram em sindicatos pelegos, a serviço daqueles partidos e, portanto, a serviço do Governo Federal, a partir de 2003, com a eleição do Presidente Lula. Assim, professores, funcionários e alunos passaram a ser massa de manobra (grupo de pessoas manipuladas para servir aos interesses de alguém ou de grupos) dos partidos políticos de esquerda. Não há nada mais incompatível com a missão da universidade! Os reitores até fizeram manifestos escritos apoiando os candidatos Lula e Dilma à presidência da Republica. Isto era evidente crime de uso de cargo público para proselitismo político, ato doloso de improbidade administrativa. No entanto, estes reitores criminosos não foram punidos, sequer advertidos, muito pelo contrário, foram incentivados!
Desde então, os Reitores das universidades passaram a ser eleitos por voto direto de professores, funcionários e alunos, algo que nenhuma universidade do mundo faz. A universidade deve escolher para o cargo de Reitor o melhor administrador de sistemas acadêmicos que puder, não importando a sua nacionalidade, nem o país em que viva. É assim que funciona nas universidades de ponta no mundo. O governo não interfere nesta escolha!
Nas eleições presidenciais do ano passado, o povo foi iludido por meio de softwares que levaram à loucura às redes sociais. Softwares, acoplados a perfis falsos e simulando o comportamento humano, fizeram o povo pensar que todos estavam do mesmo lado e que a campanha eleitoral era uma guerra entre as duas únicas partes existentes no mundo, uma "bolsonarista" e a outra "petista". Foi uma loucura monumental, com um tsunami de "fake news", que ainda não foi sanada. O eleitorado ficou sem alternativa e elegemos um governo incompetente e radical, com um comportamento tão reprovável quanto o comportamento petista.
O novo governo assumiu sem entender a gravidade do momento político, em alto potencial explosivo, sem ter noção do significado de sua vitória eleitoral e sem compreender a crise econômica que está destruindo ao país. O ministério montado pelo Presidente Bolsonaro foi de muito baixo nível (com a exceção dos ministros Sérgio Moro, Paulo Guedes e, talvez mais um ou dois). Só se pode esperar muita confusão.
Constatei o baixo nível dos ministros (exceto as exceções citadas) quando ouvi atentamente os discursos de posse dos mesmos. Escrevi sobre isto, aqui:
A absoluta inabilidade política do novo governo, que ainda pensa que governar é se dedicar à guerra contra o PT, só pode resultar no renascimento do petismo, como uma reação a este descalabro. Assim, depois de uma guinada burra para a extrema direita, virá outra guinada burra para a extrema esquerda, ou um golpe militar.
Todos sabemos que a greve iniciada hoje foi organizada pelos partidos de esquerda, o que agravará a guerra que não deveria interessar ao governo federal. A loucura está nos dois lados e pode se agravar. A ilusão com o novo governo se derrete muito antes do esperado. Talvez voltemos a ver aquelas cenas deprimentes de "black blocs" (grupos mascarados de preto) e ônibus incendiados!
O Brasil precisaria concentrar todos os reforços na Reforma da Previdência Social, mas isto vai ser muito difícil em meio a turbulências políticas. Tomara que o Congresso assuma às rédeas deste processo. Os próprios estudantes que hoje estão se manifestando nas ruas deveriam estar exigindo a Reforma da Previdência, simplesmente porque o maior "buraco negro" a consumir recursos públicos é a própria Previdência em sua forma atual, que consome recursos que deveriam alavancar o desenvolvimento do sistema educacional e com ele a economia. Muitas outras grandes reformas devem ser feitas no menor tempo possível. Precisamos de gente realmente competente no governo ou que o Congresso assuma esta pauta!
Agora o Ministro da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, quer explicar, ao seu modo confuso, uma crise que ele mesmo começou ao anunciar para o público um corte de 30% na educação como se fosse um castigo de origem ideológica. Primeiro ele anunciou um corte de verbas linear de 30% e, agora, ele diz que não foi nada disso! Depois de perceber a reação popular, passou a dizer que não era um corte de 30%, mas sim um contingenciamento de "três e meio bombons" de 100 bombons! Ou seja, contingenciamento de 3,5%!
Na verdade, esta foi a primeira vez que o governo apresentou esse índice desde que o contingenciamento na Educação foi anunciado, no final de abril. Naquela ocasião, tanto o ministro quanto o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disseram que se tratava de um corte de 30%!
O Ministro, que neste momento está falando na Câmara Federal com transmissão para todo o Brasil, não tem cultura nem conhecimento para o cargo que ocupa. As coisas que ele diz não fazem sentido. É uma vergonha! É mais um ministro de baixo nível cultural. Em outras palavras, Weintraub, que em alemão significa "uva de fazer vinho", não é de boa cepa!
Este ministro, Weintraub, foi o segundo ministro da Educação do Presidente Jair Bolsonaro. O primeiro, indicado pelo guru da Família Presidencial, Olavo de Carvalho, foi Ricardo Vélez Rodríguez. Este, depois de três meses e oito dias no cargo, não fez nada e só disse besteiras!
O atual ministro da Educação, Weintraub, não é uma pessoa que tenha qualquer reconhecimento na universidade. Não tem experiência de administração de sistemas acadêmicos. Ele não tem um curriculum vitae que convenha à uma universidade; não tem uma carreira universitária significativa. O que sobra no ministro são ideias muito confusas sobre educação.
Ele entende simplesmente que as universidades do Nordeste não deveriam oferecer cursos de sociologia e filosofia. Trata-se de uma opinião pessoal colocada como se fosse política de governo. Não há documentos oficiais de governo sobre política educacional, mas, para o ministro, as universidades deveriam priorizar o ensino de agronomia, "em parceria com Israel"! Weintraub já se manifestava de modo similar quando integrou a equipe que elaborou o programa de governo de Jair Bolsonaro.
As frases do ministro são terríveis e, sem que ele queira, são cômicas. Ele disse, por exemplo, que o Brasil não precisa aumentar seus gastos em educação; disse que o governo deve "usar a Constituição Brasileira para sair do lamaçal"; e que o professor conservador "tem que ser mais engraçado que os comunistas" e usar "humor e inteligência" para "ganhar a juventude". Com esta última frase ele mostra que nem suspeita o que seja o processo de ensino-aprendizagem. Ele acha que se aprende muito apenas brincando! Além disso, deixa-nos antever uma aceitação da doutrinação política dentro do sistema de ensino, desde que seja de direita!
Estas são ideias que ele expressou em vídeos publicados no canal oficial do Presidente Jair Bolsonaro no Youtube. O primeiro vídeo foi transmitido ao vivo em 8 de setembro de 2018, ainda durante a campanha presidencial, antes do primeiro turno eleitoral. O segundo foi publicado em 23 de março deste ano, mas foi gravado em 8 de dezembro, quando Bolsonaro já havia sido eleito, durante um evento chamado "Cúpula Conservadora das Américas".
Como tenho repetido nos artigos do meu blogue, a absoluta incompetência do governo de Jair Bolsonaro vai trazer de volta o petismo!
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EPIDEMIA DE FANATISMO AGUDO
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