Por Almir M. Quites
(Publicado ontem, às 19h no Facebook)
Hoje, 30 de abril, na Venezuela, muitos acontecimentos inesperados quase derrubaram o ditador Nicholas Maduro. Depois que o líder da oposição Juan Guaidó anunciou o levante, foi para as ruas, clamou por manifestações populares contra a ditadura e pela libertação do líder da oposição Leopoldo López.
Houve sérios confrontos entre opositores do governo e forças de segurança na Venezuela.
Na capital, Caracas, veículos blindados passaram em frente à Base da Força Aérea de La Carlota e um deles abalroou um grupo de manifestantes. Também foram disparados tiros mas não se tem notícias confiáveis sobre baixas. Sabe-se que milhares de manifestantes chegaram à base. Alguns estavam armados com paus e coquetéis Molotov, jogando pedras na Guarda Nacional. As forças de segurança dispararam cartuchos de gás lacrimogêneo contra a multidão.
Leopoldo López, foi libertado por militares dissidentes e apareceu em público. Vários membros da Guarda Nacional ficaram do lado da oposição em Caracas. Juan Guaidó continuava chamando o povo e também convocou manifestações na própria base militar. Ele garantia que havia recebido o apoio de partes do exército na luta pelo poder com o polêmico chefe de Estado Nicolás Maduro. O líder Guaidó dizia que sua "Operação Liberdade" estava entrando agora na fase crucial. Através de vídeo e Twitter, ele pediu aos militares que se afastassem de Maduro e se juntassem a ele. Surgiu o boato de que Maduro estaria pronto para se refugiar em Cuba, que um avião estava pronto esperando-o.
Começou-se a suspeitar que algo estava saindo errado quando Guaidó, que dizia que sua "Operação Liberdade" estava entrando agora na fase crucial, passou a insistir que os militares se afastassem de Maduro e se juntassem a ele.
Tudo indicava que os militares revoltados tinham "roído a corda". Por algum motivo se dispersaram e não deram o apoio militar prometido. Logo depois, soube-se que Leopoldo López buscara proteção na residência do embaixador chileno em Caracas, segundo o chanceler chileno. López, sua esposa e filha asilaram-se na missão diplomática chilena junto com outros militares, mas a maioria era de tenentes, logo todos de baixa patente.
Ainda não está claro quantos membros do exército realmente se posicionaram ao lado de Guaidó. O governo socialista de Maduro falou de um pequeno grupo que se juntou a Guaidó. "Alguns traidores das fileiras dos militares fizeram uma tentativa de golpe", disse o ministro da Informação, Jorge Rodríguez.
O secretário de Defesa, Padrino, disse que o levante estava fraco e seria dominado. Padrino prometeu fidelidade ao governo de Maduro. No Twitter, Padrino escreveu: "As forças armadas estão aderindo à defesa da constituição nacional e de suas autoridades legítimas". Em discurso ao Alto Comando das Forças Armadas, ele culpou a oposição pela "violência, morte e derramamento de sangue".
Enquanto isso, Leopoldo Lopes deixa a missão diplomática chilena e reaparece, reacendendo a esperança de que reorganizaria os revoltosos. Logo outra notícia surge: Leopoldo Lopes apenas se mudara para a embaixada da Espanha. No entanto, Guaidó desaparece e o ditador Maduro também. Fica claro que ambos os lados agiram com base em boatos, "fake news" e o movimento se caracterizou pelo caos.
Os revoltosos afirmam que Guaidó vai continuar o movimento para assumir o poder, mas Leopoldo Lopes parece ter desistido. Militares estão pedindo asilo na embaixada brasileira. Há informações de que o próprio Guaidó teria se refugiado na Embaixada da Espanha, embora não tenha desistido ainda.
Durante esta noite e amanhã, dia 1° de maio, a real situação deverá ficar mais clara ou mesmo definida.
Nos últimos 3 anos, cerca de 100.000 venezuelanos emigraram para o Brasil. Este fluxo de refugiados deve aumentar ainda mais.
Embora seja muito difícil fazer previsões agora, arrisco dizer que o levante falhou. As manifestações de amanhã deverão ser menores. O povo venezuelano já está cansado, muito debilitado!
Se não permanecerem exilados na Embaixada, Juan Guaidó e Leopoldo Lopes serão presos.
Maduro perderá poder. Ficará refém dos militares ou será afastado. No entanto, a ditadura militar venezuelana continuará. Infelizmente!
Tomara que eu esteja errado! Se estiver, então precisamos torcer para que os militares aceitem uma mediação da Espanha numa negociação internacional para uma transição à democracia na Venezuela.
Para entender como os Venezuelanos foram levados até esta tragédia humanitária, leia aqui:
(Publicado ontem, às 19h no Facebook)
ACONTECIMENTOS DE HOJE NA VENEZUELA
Hoje, 30 de abril, na Venezuela, muitos acontecimentos inesperados quase derrubaram o ditador Nicholas Maduro. Depois que o líder da oposição Juan Guaidó anunciou o levante, foi para as ruas, clamou por manifestações populares contra a ditadura e pela libertação do líder da oposição Leopoldo López.
Houve sérios confrontos entre opositores do governo e forças de segurança na Venezuela.
Na capital, Caracas, veículos blindados passaram em frente à Base da Força Aérea de La Carlota e um deles abalroou um grupo de manifestantes. Também foram disparados tiros mas não se tem notícias confiáveis sobre baixas. Sabe-se que milhares de manifestantes chegaram à base. Alguns estavam armados com paus e coquetéis Molotov, jogando pedras na Guarda Nacional. As forças de segurança dispararam cartuchos de gás lacrimogêneo contra a multidão.
Leopoldo López, foi libertado por militares dissidentes e apareceu em público. Vários membros da Guarda Nacional ficaram do lado da oposição em Caracas. Juan Guaidó continuava chamando o povo e também convocou manifestações na própria base militar. Ele garantia que havia recebido o apoio de partes do exército na luta pelo poder com o polêmico chefe de Estado Nicolás Maduro. O líder Guaidó dizia que sua "Operação Liberdade" estava entrando agora na fase crucial. Através de vídeo e Twitter, ele pediu aos militares que se afastassem de Maduro e se juntassem a ele. Surgiu o boato de que Maduro estaria pronto para se refugiar em Cuba, que um avião estava pronto esperando-o.
Começou-se a suspeitar que algo estava saindo errado quando Guaidó, que dizia que sua "Operação Liberdade" estava entrando agora na fase crucial, passou a insistir que os militares se afastassem de Maduro e se juntassem a ele.
Tudo indicava que os militares revoltados tinham "roído a corda". Por algum motivo se dispersaram e não deram o apoio militar prometido. Logo depois, soube-se que Leopoldo López buscara proteção na residência do embaixador chileno em Caracas, segundo o chanceler chileno. López, sua esposa e filha asilaram-se na missão diplomática chilena junto com outros militares, mas a maioria era de tenentes, logo todos de baixa patente.
Ainda não está claro quantos membros do exército realmente se posicionaram ao lado de Guaidó. O governo socialista de Maduro falou de um pequeno grupo que se juntou a Guaidó. "Alguns traidores das fileiras dos militares fizeram uma tentativa de golpe", disse o ministro da Informação, Jorge Rodríguez.
O secretário de Defesa, Padrino, disse que o levante estava fraco e seria dominado. Padrino prometeu fidelidade ao governo de Maduro. No Twitter, Padrino escreveu: "As forças armadas estão aderindo à defesa da constituição nacional e de suas autoridades legítimas". Em discurso ao Alto Comando das Forças Armadas, ele culpou a oposição pela "violência, morte e derramamento de sangue".
Enquanto isso, Leopoldo Lopes deixa a missão diplomática chilena e reaparece, reacendendo a esperança de que reorganizaria os revoltosos. Logo outra notícia surge: Leopoldo Lopes apenas se mudara para a embaixada da Espanha. No entanto, Guaidó desaparece e o ditador Maduro também. Fica claro que ambos os lados agiram com base em boatos, "fake news" e o movimento se caracterizou pelo caos.
Os revoltosos afirmam que Guaidó vai continuar o movimento para assumir o poder, mas Leopoldo Lopes parece ter desistido. Militares estão pedindo asilo na embaixada brasileira. Há informações de que o próprio Guaidó teria se refugiado na Embaixada da Espanha, embora não tenha desistido ainda.
Durante esta noite e amanhã, dia 1° de maio, a real situação deverá ficar mais clara ou mesmo definida.
Nos últimos 3 anos, cerca de 100.000 venezuelanos emigraram para o Brasil. Este fluxo de refugiados deve aumentar ainda mais.
Embora seja muito difícil fazer previsões agora, arrisco dizer que o levante falhou. As manifestações de amanhã deverão ser menores. O povo venezuelano já está cansado, muito debilitado!
Se não permanecerem exilados na Embaixada, Juan Guaidó e Leopoldo Lopes serão presos.
Maduro perderá poder. Ficará refém dos militares ou será afastado. No entanto, a ditadura militar venezuelana continuará. Infelizmente!
Tomara que eu esteja errado! Se estiver, então precisamos torcer para que os militares aceitem uma mediação da Espanha numa negociação internacional para uma transição à democracia na Venezuela.
Para entender como os Venezuelanos foram levados até esta tragédia humanitária, leia aqui:
Outro artigo fundamental para entender o que ocorreu na Venezuela é este (Publicado em 2015):
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
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Para mais alguns artigos deste blogue ("weblog")
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- Um lado bom desta trágica história
- Entrevista de Paulo Guedes
- Decepcionante STF
- 107 dias de governo Bolsonaro
- Relelembrando Ricúpero
- Passado recolocado na ordem do dia
- Militarismo anacrônico
- Nosso desastrado e perigoso Presidente
- Ninguém segura Bolsonaro
- Confusão mental na educação
- Reveladores discursos de posse
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