Por Almir M. Quites
A notícia da semana que passou foi a prisão de Michel Temer (MDB), ex-presidente da República (2016-2018), pela Operação Lava Jato, na manhã de quinta-feira, 21 de março, em sua residência, na zona oeste de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro.
O ex-Presidente Michel Temer devia andar amargurado nos últimos meses, sabendo que seria preso, mas sem saber quando. Desde quase 2 anos, todos nós já sabíamos que isto aconteceria. Temer não podia ser preso enquanto era Presidente, mas não tinha como evitar a acumulação de provas até o final de seu mandato presidencial. Também não podia evitar o afastamento daqueles que antes eram seus amigos e aliados.
Muitos dos amigos de Temer, desde o ministro Geddel ao deputado Eduardo Cunha, já estão presos, inclusive Rocha Loures (MDB), que ficou conhecido como o ‘homem da mala’ do Temer, após ser flagrado carregando a famosa mala de dinheiro.
O governo precisaria de tranquilidade para concentrar seus esforços no entendimento com o Congresso, mas a prisão de Temer coloca em cheque o STF e azeda as relações dentro do Judiciário, especialmente com a aproximação da reunião do STF, que volta a decidir sobre a prisão em segunda instância. Por outro lado, a cisão entre o ministro Sérgio Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está aberta, esperando concerto.
Bolsonaro não tem uma equipe de governo com autoridade moral para por ordem na política brasileira. Com exceção de 2 ministros, os demais são de muito baixo nível. Além disso, como seus ministros e colaboradores de primeiro escalão são fanáticos evangélicos ou católicos, que se atritam, acrescentam mais discórdia, inclusive porque ambos os lados têm a tendência de priorizar pautas conservadoras e típicas de esquerda, como o estatismo corporativista, assim enfraquecendo a implantação do Liberalismo Econômico defendido pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Tudo isso reduz as possibilidades de entendimento com o Congresso.
Infelizmente, as possibilidades de passar a reforma da Previdência estão minguando, especialmente depois do erro do governo ao enviar ao Congresso a reforma da aposentadoria dos militares junto com uma reforma na carreira militar. Cedem com uma mão e tiram com a outra!
O Brasil continua confuso e incapaz de se definir.
Vale a pena ler o artigo que publiquei no dia 18 de maio de 2017 sobre o Presidente Michel Temer (na época ele era Presidente). Nele eu expressava que o hoje ex-Presidente Temer deveria ser imediatamente afastado do governo e entregue à Justiça, ainda que isto prejudicasse a Reforma da Previdência. Sem isso, a Reforma da Previdência e a Reforma Política estariam sendo empurradas para um futuro mais crítico. Era melhor resolver imediatamente o problema institucional.
A prisão de Temer, embora necessária, põe lenha na fogueira e traz tudo isso àa tona.
Leia aqui:
💣💥TEMER ENCRENCADO
https://almirquites.blogspot.com/2017/05/temer-encrencado.html
Também vale a pena ler o artigo que publiquei no dia 19 de maio de 2017 sobre o Presidente Michel Temer. Nele, eu mostrava que não havia dúvidas de que Temer era corrupto e que o Brasil não merecia ter que esperar até o final de 2018 para se livrar dele!
Estes mandatos presidenciais sagrados precisam acabar!
Leia aqui:
💣💥PRESIDENTE TEMER: RENÚNCIA OU CASSAÇÃO
https://almirquites.blogspot.com/2017/05/presidente-temer-renuncia-ou-cassacao.html
A notícia da semana que passou foi a prisão de Michel Temer (MDB), ex-presidente da República (2016-2018), pela Operação Lava Jato, na manhã de quinta-feira, 21 de março, em sua residência, na zona oeste de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro.
O ex-Presidente Michel Temer devia andar amargurado nos últimos meses, sabendo que seria preso, mas sem saber quando. Desde quase 2 anos, todos nós já sabíamos que isto aconteceria. Temer não podia ser preso enquanto era Presidente, mas não tinha como evitar a acumulação de provas até o final de seu mandato presidencial. Também não podia evitar o afastamento daqueles que antes eram seus amigos e aliados.
Muitos dos amigos de Temer, desde o ministro Geddel ao deputado Eduardo Cunha, já estão presos, inclusive Rocha Loures (MDB), que ficou conhecido como o ‘homem da mala’ do Temer, após ser flagrado carregando a famosa mala de dinheiro.
Guido Mântega já é réu da Lava-Jato. O ex-presidente Lula já está na cadeia. Faltam a ex-Presidente Dilma e Aécio. Este, por enquanto, tem escapado por pouco, com auxílio do STF que deixa processos caducarem.
Quem deve se sentir agora "de alma lavada" é o ex-ministro da Cultura de Temer, Marcelo Calero, o jovem ministro que sofreu pressão do presidente da República para encontrar uma solução para um projeto imobiliário de interesse particular do ministro Geddel Vieira Lima. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional havia embargado a obra. Para não ceder à corrupção e à pressão ilegal, o jovem ministro se demitiu, enquanto Temer se posicionava ao lado do amigo Geddel, contra a Lei e a decência. Típico comportamento mafioso, que privilegia os comparsas em vez da honestidade e da competência.
Enquanto o povo discute sobre questões ultrapassadas, como esquerda versus direita e PT versus PSDB, a OrCriM fatura suprapartidariamente.
Quem deve se sentir agora "de alma lavada" é o ex-ministro da Cultura de Temer, Marcelo Calero, o jovem ministro que sofreu pressão do presidente da República para encontrar uma solução para um projeto imobiliário de interesse particular do ministro Geddel Vieira Lima. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional havia embargado a obra. Para não ceder à corrupção e à pressão ilegal, o jovem ministro se demitiu, enquanto Temer se posicionava ao lado do amigo Geddel, contra a Lei e a decência. Típico comportamento mafioso, que privilegia os comparsas em vez da honestidade e da competência.
Enquanto o povo discute sobre questões ultrapassadas, como esquerda versus direita e PT versus PSDB, a OrCriM fatura suprapartidariamente.
O governo precisaria de tranquilidade para concentrar seus esforços no entendimento com o Congresso, mas a prisão de Temer coloca em cheque o STF e azeda as relações dentro do Judiciário, especialmente com a aproximação da reunião do STF, que volta a decidir sobre a prisão em segunda instância. Por outro lado, a cisão entre o ministro Sérgio Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está aberta, esperando concerto.
Bolsonaro não tem uma equipe de governo com autoridade moral para por ordem na política brasileira. Com exceção de 2 ministros, os demais são de muito baixo nível. Além disso, como seus ministros e colaboradores de primeiro escalão são fanáticos evangélicos ou católicos, que se atritam, acrescentam mais discórdia, inclusive porque ambos os lados têm a tendência de priorizar pautas conservadoras e típicas de esquerda, como o estatismo corporativista, assim enfraquecendo a implantação do Liberalismo Econômico defendido pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Tudo isso reduz as possibilidades de entendimento com o Congresso.
Infelizmente, as possibilidades de passar a reforma da Previdência estão minguando, especialmente depois do erro do governo ao enviar ao Congresso a reforma da aposentadoria dos militares junto com uma reforma na carreira militar. Cedem com uma mão e tiram com a outra!
O Brasil continua confuso e incapaz de se definir.
Vale a pena ler o artigo que publiquei no dia 18 de maio de 2017 sobre o Presidente Michel Temer (na época ele era Presidente). Nele eu expressava que o hoje ex-Presidente Temer deveria ser imediatamente afastado do governo e entregue à Justiça, ainda que isto prejudicasse a Reforma da Previdência. Sem isso, a Reforma da Previdência e a Reforma Política estariam sendo empurradas para um futuro mais crítico. Era melhor resolver imediatamente o problema institucional.
A prisão de Temer, embora necessária, põe lenha na fogueira e traz tudo isso àa tona.
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Também vale a pena ler o artigo que publiquei no dia 19 de maio de 2017 sobre o Presidente Michel Temer. Nele, eu mostrava que não havia dúvidas de que Temer era corrupto e que o Brasil não merecia ter que esperar até o final de 2018 para se livrar dele!
Estes mandatos presidenciais sagrados precisam acabar!
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