domingo, 23 de maio de 2021

AS ONDAS DO TSUNÂMI SANITÁRIO

 Por Almir M. Quites

Dentro de 1mm cabem 10.000
vírus da CoViD-19 enfileirados
e sem espaço entre eles.
Só se pode vê-los com
microscopia eletrônica.

Ontem, 22 de maio de 2021, tivemos 1.764 novos registros de mortes devidos à CoViD-19 no Brasil. Tivemos também 70.345 novos registros de casos da doença. Assim, chegamos ao total de 448.291 mortes e 16.046.501 casos, desde que a CoViD-19 começou.

Hoje vamos fazer uma análise da situação do Brasil perante a CoVid-19 e mostrar como ela se propaga em ondas. Vamos esclarecer como se distingue matematicamente o surgimento de uma nova onda e mostrar que já estamos na quarta onda. Até hoje, cada onda foi mais grave que a anterior. 

Primeiro, esclareço que não adianta tomar decisões sanitárias com base no número diário de mortes ou no número de leitos de UTI disponíveis, porque isto já aconteceu, é passado. As decisões precisam ser tomadas com base nas previsões matemáticas para o futuro (estudo prospectivo). Para isto, é preciso determinar a equação matemática das diversas ondas da CoViD e a defasagem na qual elas se somam. Isto será melhor esclarecido a seguir. 

A evolução da CoViD pode ser prevista. Por exemplo, você verá que, daqui a 1 mês (em 22/06/2021), estaremos em 18.000.000 de casos da CoViD-19 oficialmente confirmados no Brasil e, quando chegarmos no dia 7 /7/2021, estaremos também chegando a cifra de 20.000.000.

Este artigo contém 5 partes distintas, com os seguintes títulos: 

  • 1) Salvar vidas é o mais importante
  • 2) A matemática e os gráficos da pandemia.
  • 3) As múltiplas ondas da CoViD-19.
  • 4) As ondas de mortes.
  • 5) Por que nossas expectativas não se realizam?
  • 6) O Brasil perante o mundo. 
  • 7) Dicas para enfrentar a pandemia. 

Boa Leitura! 


1. VIDAS SÃO O MAIS IMPORTANTE

Os dois tipos principais de gráficos da CoViD-19, estão aqui bem explicadinhos. Diferentemente do que se ouve nos noticiários, os gráficos mostram que já estamos na quarta onda! Será que ainda teremos uma quinta?

Enquanto isso, empedrado em sua loucura, o negacionismo promovido pelo governo brasileiro continua inabalável.

Em verdade, o Governo não governa, só faz campanha de reeleição e o povo brasileiro foi abandonado à sua sorte, em meio a uma desordem nacional nunca vista.

Com a CoViD-19, fomos obrigados a usar máscaras, mas a mesma CoViD desmascarou nosso comportamento obscurantista, nossa incultura (insciência), nossa incivilidade, nossa ingenuidade, credulidade etc. Na guerra com a CoViD, perdemos amigos e parentes 😥. Enquanto sofríamos, muitos esqueceram que vidas importam!

Infelizmente, muitas pessoas ainda estão apegadas a comportamentos facciosos, formando grupos de "rebeldes sem causa" (comportamento da "juventude transviada" das décadas de 50 e 60), sem cultura e sem inteligência. Grupos que fazem da mentira e da credulidade sua arma e seu meio de construção de um mundo imaginário, que substitui a realidade e torna seus crentes incapazes de colaborar com seus semelhantes, com sua própria comunidade. Formam seitas de combate à Ciência. Combatem até mesmo o uso de máscaras antivirais e outras restrições à vida pública, em plena pandemia. Alguns acreditam que as vacinas são desenvolvidas para "controlar as pessoas", ou que o coronavírus não existe ou que foi criado como arma biológica de uma guerra imaginária. São teorias conspiratórias inventadas, falsas, cínicas e perigosas, cruéis para com aquelas pessoas que estão de luto e para com aquelas que ficaram com graves sequelas após a penosa recuperação da CoViD-19, com a expectativa de vida reduzida.

O povo brasileiro precisa entender a pandemia e ter uma noção de como ela tem evoluído no Brasil. É lamentável que toda a população mais instruída não se envolva em atividades para ensinar aos brasileiros as questões básicas de uma pandemia, tais como o modo de propagação do vírus e os modos de se conter esta propagação. As crenças infundadas, que causam muito mal ao povo brasileiro e enfraquecem o verdadeiro combate ao vírus da CoViD-19, mostram o quanto o nosso povo está despreparado e o quanto é suscetível a assimilar bobagens como verdade

2. A MATEMÁTICA E OS GRÁFICOS DA PANDEMIA 

Para entender a situação do Brasil nesta pandemia, basta um pouquinho de matemática. Muito pouquinho! 

A matemática foi desenvolvida obedecendo a lógica natural, aquela que foi fixada em nossos neurônios durante toda a evolução da nossa espécie, enquanto buscava por regularidades no nosso universo observável para se adaptar a ele. Assim, descobrimos que, quando se consegue definir e quantificar precisamente um acontecimento observável e as variáveis das quais ele depende, então, pode-se usar a matemática, com seus símbolos e suas equações, para prever o futuro!

A matemática é a ferramenta do cientista. O cientista é o verdadeiro mago! O resto é fantasia, ilusão. 

As equações matemáticas descrevem acontecimentos por meio de números. Estas equações são representadas em gráficos por meio de retas e curvas. A evolução da CoViD também é representada por equações matemáticas, as quais podem ser visualizadas por meio de curvas, em gráficos.

Há dois tipos diferentes de gráficos:
1. Gráfico de 1° tipo (curva  forma de "S" inclinado);
2. Gráfico do 2° tipo (curva em forma de onda, algo entre um "U" ou um "V" emborcado).

2.1 Gráfico de primeiro tipo

As curvas sigmoides (em forma de "S", também conhecida por curvas logísticas) descrevem os processos de crescimento natural de qualquer sistema (crescimento sob restrições). Muitos fenômenos da natureza seguem a equação matemática da curva logística, inclusive as epidemias (e pandemias). 

Observando estes gráficos, pode-se ver que a CoviD-19 é uma doença contagiosa que assola uma região em ondas sucessivas. Em cada onda, o crescimento do número de contágios ao longo do tempo segue perfeitamente uma curva sigmoidal, quer dizer, uma curva em forma de sigma, que é a letra do alfabeto grego que corresponde ao "S".  Veja, neste gráfico, a curva roxa ("red violet") tem a forma de um "Sinclinado para a direita.

Clique na imagem para ampliá-la

Observe que a régua vertical está graduada em número total acumulado de pessoas infectadas (total de contágios). Por sua vez, a régua horizontal está graduada em unidade de tempo, por exemplo, número de dias deste o início da epidemia. Dia após dia, marca-se neste gráfico o número total de pessoas já contaminadas até este dia. Este é o primeiro modo de representação da evolução de uma onda epidêmica. Ressalto: curva sigmoide é uma curva de casos acumulados (totalizados).

Conforme o tempo passa, maior será o número total de pessoas infectadas, até que as resistências ambientais impeçam o contágio. Observe que este número começa aumentando bem devagar, mas a velocidade do contágio (número de novos casos por dia) vai aumentando exponencialmente até um ponto em que começa a diminuir. É quando as resistências ao contágio começam a prevalecer! Neste momento, estamos no ponto de inflexão. No ponto de inflexão, tem-se o maior número de novas pessoas infectadas num só dia. É a situação mais para os hospitais, que podem estar em colapso, devido ao excesso de pacientes. 

Após o ponto de inflexão, a concavidade da curva, que ficava à esquerda, passa para a direita. Daí em diante, o número diário de novos casos começa a diminuir, até que se anula. Então, a curva chegou ao seu valor máximo e aí permanece, porque o processo de contaminação terminou. Este patamar indica, na régua vertical, o número total de casos da doença (número total de pessoas que foram infectadas). No caso da CoViD-19, a maioria destas pessoas se curam, outras ficam com sequelas (inclusive graves) e outras morrem.

Assim é cada onda da CoViD-19. Em outras palavras, neste tipo de gráfico, uma onda completa aparece como uma sigmoide completa.

Quando se conhece a equação da curva de determinada onda, pode-se calcular o número total de infectados em qualquer data. A curva é como um monotrilho que a epidemia segue. Se, em algum momento ela descarrilhar para cima, então é porque uma nova onda surgiu e está se somando à primeira. Em outras palavras, se o número de casos começar a ser maior do que o previsto pela equação matemática, então é porque uma outra onda surgiu e os efeitos das duas se somam.

2.2 Gráfico do segundo tipo

Esta mesma onda pode ser retratada de um segundo modo. Basta representar na régua vertical o número diário de novas infecções. Para isso, dia após dia, marca-se neste gráfico o número de pessoas contaminadas naquele dia. Esta curva não será sigmoidal, mas terá a forma de um "U" ou "V" emborcado! Como uma onda! Esta curva tem duas partes em forma de sigmoide. A primeira é ascendente e a segunda é descendente. Cada parte tem um ponto de inflexão, que é quando a concavidade muda de lado. Entre elas fica o pico da curva. 

Este é o segundo modo de representação da evolução de uma onda epidêmica. Esta curva é uma curva de casos desacumulados (por dia).

Veja, no gráfico abaixo, como fica a curva roxa ("red violet"), neste outro modo de representação.

Clique na imagem para ampliá-la


Conforme o tempo passa, maior será o número diário de pessoas infectadas, até que as resistências ao contágio comecem a prevalecer. Observe que, no início, este número começa aumentando bem devagar, mas a velocidade do contágio (número de novos casos por dia) vai aumentando exponencialmente até o ponto no qual começa a diminuir.  Neste momento estamos no ponto máximo da curva (o pico), que corresponde ao ponto de inflexão do gráfico do primeiro tipo (de dados acumulados). Este ponto é aquele em que se tem o maior número de novas pessoas infectadas por dia, quando os hospitais recebem a maior quantidade de pacientes.

Após o ponto de máximo, o número de casos por dia começa a diminuir, até que se anula. A curva chegou ao seu valor mínimo e aí permanece, porque o processo de contaminação terminou. A área total sob a curva, representa o número acumulado de infectados nesta onda (este é o número máximo da curva de primeiro tipo, da curva de dados acumulados). 

Assim é uma onda da CoViD-19 num gráfico de dados desacumulados (gráfico do segundo tipo). Também aqui, a curva é uma espécie de monotrilho que a epidemia segue e, igualmente, se, em algum momento ela descarrilhar para cima, então é porque uma nova onda surgiu e está se somando à primeira. Em outras palavras, se o número de casos diários começar a ser maior do que o previsto pela equação matemática, então é porque uma outra onda surgiu e os efeitos das duas se somam.

3. AS MÚLTIPLAS ONDAS DA COVID

Durante uma pandemia de CoViD-19, o país é assolado por diferentes ondas que se sucedem. Cada uma tem diferentes durações e diferentes picos (onde se tem números máximos de infectados). Quando as ondas se acavalam, elas se somam.

Pelos meus cálculos, já tivemos até hoje 4 diferentes ondas, conforme o leitor pode ver nos gráficos.

Veja atentamente o gráfico do 1° tipo (casos acumulados) que fiz com os dados oficiais do Brasil, representados em forma de bolinhas. Cada bolinha representa o número total de casos oficialmente confirmados da doença até aquele dia. Por exemplo, 300 dias após o início da pandemia no Brasil, tínhamos 7.264.221 pessoas que já tinham sido infectadas pela CoViD-19.




No Brasil, a Primeira Onda da CoViD, representada pela sigmoide azul, começou no dia 26 de fevereiro de 2020 e terminou no dia 03/01/2021 (no 313° dia). No entanto, uma Segunda Onda, mais contagiosa, tinha começado em 17/09/2020 (no dia número 205).  Nesta data, a curva de bolinhas descarrilhou para cima da linha azulEsta nova onda está representada pela sigmoide verdeAté o final do ano, as duas ondas se somavam. Confira, some as curvas, no gráfico acima! No dia 300, por exemplo, 5.158.817 brasileiros já tinham sido infectados pela primeira onda (linha azul) e 1.967.225 pela segunda onda (linha verde), totalizando 7.126.042 (bolinha acima, na vertical).  Veja as 4 ondas no gráfico acima. São as quatro sigmoides.

Conforme li em documentos publicados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desde o início da pandemia, mais de 200 variantes do vírus Sars-CoV-2 já se propagaram pelo Brasil. 

Pelas datas, pude constatar que a Primeira Onda tinha sido causada por um conjunto de variantes do vírus Sars-CoV-2 (uma sopa de variantes), das quais foi predominante a mutação E484K, cujas linhagens prevalecentes foram as B.1.1.28 e B.1.1.33

A Segunda Onda teve a predominância da variante P1 (descoberta em Manaus), mas com importante contribuição da P2 (identificada no Rio de Janeiro) e B.1.1.7 (oriunda do Reino Unido). Quando a Segunda Onda terminou, bem no início de junho de 2021, uma Terceira Onda já havia começado, em 15 de dezembro  (aproximadamente). 

A sopa de vírus da Terceira Onda teve o concurso predominante das variante P1B.1.1.7 e B.1.351 (da África do Sul). Quando a Terceira Onda terminou, na metade de julho de 2021, uma Quarta Onda já havia começado, em 22 de março (aproximadamente). 

Ainda não sei dizer qual a diferença na composição da "sopa de vírus" da Quarta Onda em relação à Terceira. No entanto, e muito provável que inclua a variante delta (B.1.671.2), oriunda da Índia.

A equação da Quarta Onda mostra que ela deve acabar em na segunda semana de setembro deste ano.

Fica em aberto a pergunta: teremos uma Quinta Onda?

A figura seguinte mostra as mesmas ondas da CoViD, agora gráfico do 2° tipo (dados desacumulados).  Observe! 


Neste gráfico vê-se claramente os picos de cada onda, que são os dias de maior sobrecarga hospitalar. No pico da Terceiro Onda, correspondente ao dia 402 (2 de abril de 2021), o Brasil teve o maior colapso hospitalar e sanitário da história! Houve uma demanda enorme por leitos de UTI, quando todos os existentes já estavam ocupados. Pessoas morreram por falta de leitos para atendê-los! É impossível ampliar o número deste tipo de leito quando todo o país está em franco colapso sanitário ou à beira dele! Além do leito de UTI ser um equipamento muito especializado, necessita de pessoal qualificado e muito experiente, que não está disponível, especialmente nestes momentos de crise. Pode haver um outro grande colapso no pico da Quarta Onda. A previsão matemática (mostrada pelas linhas contínuas) mostra que, quando ocorrer o pico da quarta onda, a terceira onda ainda não terá arrefecido, portanto ambas estarão se somando.

Cada pico corresponde a uma onda diferente. Neste tipo de gráfico, conte o número de picos e você terá o número de ondas. Observe também, pela posição dos picos, que as ondas da CoViD do Brasil estão cada vez mais próximas, o que aumenta a sobreposição. Deste modo, a soma dos casos diários aumenta muito mais a sobrecarrega dos hospitais. Além das ondas estarem mais próximas, cada nova onda tem apresentado maior taxa de contágio.

Quantas ONDAS de VÍRUS ainda teremos? Quanto mais ondas surgirem mais chances há de surgirem novas mutações genéticas que possam tornar o vírus mais contagioso, ou mais agressivo, ou mesmo irreconhecível pelo nosso sistema imunológico, ainda que vacinado. Ainda bem que a ação dos anticorpos não é nossa única resposta imunológica, nem a mais importante. Vacinas como a da Pfizer, a da Moderna, e as vetorizadas, provocam uma boa resposta celular, que é outro mecanismo do sistema imunológico, menos suscetível a esse tipo de dificuldade de reconhecimento.

Sinais de abrandamento da CoViD causados pela vacinação só virão depois que a vacinação em duas doses for maior que 50% ou mais, caso a vacinação continue lenta. Se a vacinação sofrer muitas interrupções poderão nem mesmo vir. Até lá, a evolução das curvas dependerá unicamente do nosso comportamento social, o qual é lastimável. 

Há algo muito curioso neste último  gráfico: a súbita queda do número de novos casos nos dias em torno do dia 1° de julho de 2020 (entre o 120° dia e o 140°), um pouco antes do primeiro pico. Parece que cerca de 75.000 casos foram subtraídos e nada justifica esta queda abrupta neste período de pouco mais de duas semanas. Depois desta "dentada", a curva retomou seu curso normal previsto pela equação (linha azul). Isto deve ter sido manipulação indevida de dados! Observe que, algo semelhante já tinha ocorrido (entre os dias 90° e 112°). Foi quando os jornalistas suspeitaram de manipulação dos dados no "site" do Ministério da Saúde, o que motivou a criação do consórcio formado pelo O Globo, G1, Extra, Estadão, Folha e UOL com o objetivo de coletarem dados diretamente das Secretarias de Saúde para divulgação em conjunto do número de mortes e de contaminados, em razão das limitações impostas pelo Ministério da Saúde.

Uma "dentada" ainda maior ocorreu durante a Segunda Onda (entre o 300° e 320° dias). Parece que cerca de 120.000 casos foram subtraídos sem que houvesse qualquer justificativa. Novamente, depois desta outra "dentada", a curva retomou seu curso normal previsto pela equação (linha verde).

QUADRO RESUMO
Nota: a tarja amarela significa que são valores preliminares, porque a Onda 4 ainda está no seu início. Até este momento, a equação da Onda 4 ainda não foi bem confirmada.


4. AS ONDAS DE MORTES



5. POR QUE NOSSAS EXPECTATIVAS NÃO SE REALIZAM?

O assunto predominante no mundo, no fim de 2019, era a Emergência Climática. No entanto, em 2020, veio a pandemia da COVID-19, a qual pôs a humanidade de castigo, fazendo-a parar e pensarAssim,  muitos de nós pudemos perceber o egoísmo exacerbado que existe no Brasil, o conceito irrefletido de que tudo o que há pertence somente a esta geração de seres humanos, que só o presente importa e o futuro não é de nossa responsabilidade. Infelizmente este comportamento é intenso no Brasil. Isto terá que mudar! 

Com a pandemia, o planeta respirou aliviado! A Emergência Climática saiu do noticiário, exceto pelo abate das nossas florestas, pelo corte e pelos incêndios. Foi substituída pela Emergência Sanitária. Os profissionais de saúde, que enfrentaram o exército de vírus Sars-Cov-2, deram um belo exemplo de coragem, de abnegação, de sabedoria, assim como muitos outros trabalhadores de serviços essenciais. Os cientistas de todo o mundo colaboraram entre si, num enorme e penoso esforço para combater a pandemia. Em apenas um ano, desenvolveram diferentes vacinas, algumas tão inovadoras que acrescentaram um promissor avanço à Ciência. 

É certo que nossas estratégias de distanciamento social não foram suficientemente rigorosas, nem bem planejadas. Poderíamos ter amenizado as diferentes ondas, mas não fomos capazes! Não conseguimos nos coordenar para juntos enfrentarmos a adversidade. Faltou-nos altruísmo, abnegação, responsabilidade, lucidez, inteligência... Poderíamos ter tido menos mortandade e menos sequelados, cuja expectativa de vida foi reduzida. Mesmo assim, o povo cansou e ficou ávido de uma volta a antiga normalidade, mesmo com o surgimento das novas Ondas da CoViD-19, bem mais contagiosas que as anteriores. 

A própria atual expectativa com a vacinação produz uma tola mudança de comportamento no povo, no sentido do relaxamento do distanciamento e imobilização social. Porém, o fato é que, no caso de doenças infecciosas, só se volta à normalidade quando um grande número de pessoas já estão vacinadas, porque não basta imunizar indivíduos, é preciso impedir que os vírus se reproduzam, o que só se consegue se todos os caminhos de contágio estiverem bloqueados, ao redor de cada grupo de indivíduos e em todas as comunidades à nossa volta. Isto só se consegue se mais 70% da população do Brasil estiver vacinada e os pontos de entrada de estrangeiros estiverem bem fiscalizados.

Há na cultura brasileira uma exagerada incapacidade de encarar a realidade. A grande maioria das pessoas prefere acreditar no que, de alguma forma, parece ser mais confortável e de conveniência individual. Isto é consequência de um precário sistema educacional. 


6. O BRASIL PERANTE O MUNDO
 
Em relação a outros países do mundo, quanto ao total de mortes por milhão de habitantes e por dia

O Perú tem o pior desempenho do mundo!

Na América do Sul, destacam-se, pelo bom desempenhoa Guiana, o Suriname, o Uruguai e o Paraguai, nesta ordem. Os dados da Venezuela e de Cuba não podem ser verificados por agências independentes e, por isso, não são confiáveis.
 
Não esqueça que, ao comparar países apenas considerando o número de mortes diárias por milhão, não se está considerando questões importantes como a densidade demográfica, o perfil etário e o nível de testagem. Não esqueçam também que, no Brasil, quase não fazem testes de confirmação da CoViD. Logo, os números do Brasil são subestimados em relação aos demais países.

Este mapa, abaixo, vai ser automaticamente atualizado todos os dias. Ele sempre estará atualizado. 

 

Observe que, em número de novos casos por dia e por milhão e habitantes, a Índia está muito melhor que o Brasil! 


5. DICAS AOS BRASILEIROS

Use a máscara antiviral!

O jato de gotículas e micro gotículas
emitidas pela boca e nariz
pode alcançar até 6 metros.
A máscara é uma barreira
que diminui muito esta distância.
Veja no final deste artigo.
 
A seguir, apresento algumas informações que ajudam no julgamento dos riscos que se corre com e sem o uso da máscara. Veja a imagem aqui à esquerda. 

A máscara não elimina o risco de contágio, mas o reduz, como se vê no filme da nuvem de gotículas contaminantes. Logo, mesmo com máscara, mantenha distância

Agora veja as duas imagens abaixo. Na filmagem foi usada uma técnica conhecida como Schlieren (listras), a qual permite que se visualize o fluxo de ar pela concentração de gotículas invisíveis que ficam em suspensão no ar enquanto a pessoa fala, respira e tosse, com máscara e sem máscara. 

Na imagem da esquerda, sem a máscara, a nuvem de concentração de gotículas vai mais longe, enquanto que, na imagem da direita, com a máscara, a nuvem de gotículas fica mais próxima do indivíduo que as emite.

Quando a pessoa está infectada pelo vírus da CoViD (Sars-Cov-2), as micro gotículas podem conter milhares ou milhões de vírus. O número depende do tamanho da gotícula. As gotas maiores levam os virus para o chão, as pequenas ficam suspensas no ar.




Num ambiente fechado e sem ventilação adequada, a eficácia da máscara cai muito, porque a concentração das gotículas minúsculas, em suspensão no ambiente confinado, será bem maior. 

Não é surpresa para ninguém que restaurantes são ambientes propícios ao contágio da CoViD-19, uma vez que se precisa estar sem máscara para se alimentar. E para provar isso, cientistas da Universidade de Kobe, no Japão, usaram um modelo estabelecido a partir de dados experimentais para demonstrar como a simples distribuição das mesas e cadeiras nesses estabelecimentos pode fazer diferença na propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2).

A simulação mostra a emissão das partículas de aerossol em uma mesa com quatro pessoas, todas conversando e sem usar máscaras. Observem que a comida que está nos pratos também se contamina! Imagine o perigo de um "self service", onde todos se servem no mesmo balcão.

Num ambiente onde muitas pessoas se aglomeram, mesmo que estejam entrando e saindo, a eficiência da máscara antiviral também diminui muito, mesmo que as pessoas mantenham boa distância entre elas, porque o ar que exalam está sempre sendo produzido, com suas microgotículas carregadas de vírus. Fuja destes ambientes!

Na imagem abaixo, vemos o que acontece quando uma pessoa sentada fala em sua frente. As imagens mostram que cerca de 5% das gotículas vão para essa pessoa que está na frente.

<em>Reprodução: Kobe University</em>
Reprodução: Kobe University
A pessoa que está sentada na diagonal de quem está falando, tossindo ou espirrando, será atingida com um quarto da quantidade das gotículas.


<em>Reprodução: Kobe University</em>Reprodução: Kobe University


No entanto, quando a pessoa que está falando olha para o lado, a pessoa que está ali será atingida com mais de 25% das gotículas.

<em>Reprodução: Kobe University</em>
Reprodução: Kobe University

O resultado do experimento mostrou que a distribuição das mesas e cadeiras faz toda a diferença na propagação das partículas. 

Quando uma pessoa contaminada está sentada à mesa, as chances de o indivíduo que está em sua frente ser atingido por gotículas contaminadas é quatro vezes maior do que se o infectado estivesse em sua diagonal. Já a pessoa que está ao lado do contaminado é a que mais está em risco. 

Quando a pessoa com COVID-19 vira a cabeça para conversar com quem está ao lado, este está cinco vezes mais vulnerável à exposição, já que as partículas vão diretamente a ele.




Outras dicas, para pessoas que usam máscara antiviral!



Nota deste blog: o que importa não é o número de pessoas em um ambiente, mas a densidade de pessoas e a eficácia da ventilação. Por exemplo: "Ir a culto religioso com 500 ou mais fìés" pode não ser perigoso. Por exemplo, se o culto for no Estádio do Maracanã e as 500 pessoas estiverem bem distantes uma da outras, então o risco pode ser nulo!



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