domingo, 14 de março de 2021

SURGE A TERCEIRA ONDA DA COVID-19 NO BRASIL

 Por Almir M. Quites

O vírus que nos ataca


O título da minha última publicação sobre a evolução da CoViD-19 no Brasil, em 23/02/2021, foi:

Nos dias seguintes, muitos dos meus leitores me questionaram dizendo que, ao contrário, a doença estava se agravando e que o número de mortes estava aumentando! Então, tive que enfatizar que, o que estava crescendo, era o número de mortes diarias, cujo pico ocorre duas semanas depois da Segunda Onda ter passado pelo seu pico de novos casos diários confirmados (o que ocorreu em 22/02/21). O pico de novas mortes diárias seria em 04/03/2021. 

Hoje vou mostrar que, infelizmente o número de mortes diárias não vai cair ainda, porque, neste ínterim, a Terceira Onda começou!

É o que mostrarei a seguir. 

Para facilitar a compreensão do leitor, começo com uma breve explicação do que entendemos por uma onda da CoViD-19.

A CoViD, em uma determinada região, evolui em ondas, que podem ser caracterizadas pela evolução do número total de infectados ao longo do tempo. Numa primeira fase, a partir do zero, este número começa a aumentar com velocidade crescente e depois, numa segunda fase, esta velocidade começa a se reduzir até zerar, quando então o número total de infectados não cresce mais. O número total de infectados alcançou o patamar que encerra o ciclo. O ponto que divide as duas fases é chamado de ponto de inflexão. Este ciclo dá origem a uma curva típica, denominada curva sigmoide (em forma de "S"), a qual é definida por uma equação matemática. Este é o que chamamos de gráfico do primeiro tipo. Neste tipo de gráfico, coloca-se o número total de infectados (Número acumulado de infectados) na régua vertical e o tempo (em dias) na régua horizontal. 

Uma onda da CoViD é caracterizada por uma sigmoide completa. Uma sigmoide completa apresenta duas fases distintas: a primeira em que a velocidade de crescimento do número de infectados (Número de infectados por dia) é crescente e outra em que este número é decrescente. 

Estas duas fases podem ser melhor visualizadas num segundo tipo der  gráfico, no qual se coloca a velocidade de crescimento do número de infectados (Número de infectados por dia) na régua vertical e o tempo (em dias) na régua horizontal. Assim  a curva da CoVid mostra uma onda completa que cresce até um ponto máximo e depois decresce até se anular. 

Estas ondas se sucedem durante a duração da pandemia. 

No Brasil, a Primeira Onda da CoViD começou no dia 26 de fevereiro de 2020 e terminou exatamente no último dia do ano.  No entanto, uma Segunda Onda, mais contagiosa, tinha começado em 10/10/2020.

Até o final do ano, as duas ondas se somavam. 

Calculei a equação matemática da nova onda de evolução do contágio para poder identificar precocemente quaisquer desvios e assim perceber imediatamente os sinais de surgimento de uma eventual Terceira Onda. Na publicação anterior, expliquei todas as razões pelas quais era muito provável o surgimento da Terceira Onda ainda em março.

 Foi o que aconteceu! Logo após termos passado pelo pico de mortes diárias da Segunda Onda, surgiu a Terceira! É o que vou explicar agora.


1.  EVOLUÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE CASOS 
SEGUNDA ONDA - Gráfico do 1° tipo

Evolução do número total de casos já confirmados de uma onda epidêmica em função do tempo tem a forma de um "S" inclinado para a direita. Por isto, é conhecida como curva sigmoide (significa: em forma de "S").

No dia 10 de outubro de 2020, começou a Segunda Onda da CoViD-19

O gráfico seguinte mostra a curva Sigmoide da Segunda Onda, a partir de 10/10/2020. Trata-se da curva do número acumulado de casos oficialmente confirmados da doença. Observe!




A figura acima contém duas réguas graduadas, uma horizontal e outra vertical. Na régua horizontal (graduada de 0 a 300), temos o tempo, contado em dias a partir do primeiro caso da segunda onda (10 de outubro de 2020). Na régua vertical (graduada de 0 a 8 milhões), temos o número de casos da doença oficialmente confirmados. Assim, a cada dia da régua horizontal corresponde uma bolinha laranja, cuja altura, medida na régua vertical, representa o número total de casos confirmados da doença até aquele dia. 

No centésimo sexto dia (106°) após o primeiro caso da Segunda Onda (em 23 de janeiro deste ano), já tínhamos 3.066.113 casos oficialmente confirmados. Estávamos justamente no ponto de inflexão da curva sigmoidal. Este ponto corresponde àquele em que se tem o maior número de novos casos diários da onda em curso. É o dia da maior sobrecarga dos hospitais. Duas semanas mais tarde espera-se ter o pico de novas mortes diárias

Até então a curva das bolinhas laranjas seguia entre os dois trilhos calculados, ou seja, entre as linhas sigmoidais vermelha (a curva otimista) e a linha roxa (a curva pessimista). Mas a partir do dia 146° da Segunda Onda (dia 4 de março) a tendência da curva mudou. Ela descarrilhou da curva roxa para cima! Isto é sinal de uma Terceira Onda, que surgiu e agora se soma à Segunda Onda.

Ainda tenho dúvidas a serem sanadas. Por exemplo, parece-me que esta nova onda resulta da supremacia absoluta da linhagem P1 sobre as demais. A P1 foi identificada no Japão como proveniente do brasil. Ainda em janeiro, a descoberta foi comunicada às autoridades brasileiras. Descobriu-se que esta linhagem foi responsável pela tragédia de Manaus, em dezembro passado. De Manaus se espalhou pelo Brasil. No entanto, foi só em 23/02/2021 que a curva de casos confirmados acumulados descarrilhou. Pergunto a mim mesmo: será este prazo é compatível com a nova capacidade de contaminação deste vírus? Ainda não tenho respostas.
  
Daqui para frente, para podermos prever a evolução do número de casos, teremos que determinar matematicamente a equação da Terceira Onda. Será a próxima tarefa!

A equação matemática (e sua representações gráfica) é o monotrilho sobre o qual cada Onda da CoViD evolui. Escrevi em outro artigo: "quem vê o trilho sabe por onde o 'tremvai passar e onde vai chegar". Quando a CoViD sai do trilho, alguma coisa extra ocorreu. Foi assim que detectei o início da Segunda Onda, em outubro do ano passado.

Segunda Onda da CoViD brasileira continuará gerando novos casos, mas agora desacelerando. Ao mesmo tempo, a Terceira Onda estará em crescimento. Ainda não sabemos se este crescimento será mais ou menos acelerado do que foi o da Segunda Onda.    

Para quem se interessar, informo quais são as equações matemáticas das curvas calculadas para a Segunda Onda:

Curva roxa (pessimista):
n = 6800000/{1+0,69.[(245-t)/t]2}

Curva azul (intermediária):
n = 6470000
/{1+0,69.[(240,5-t)/t]2}

Curva vermelha (otimista):
n = 6140000/{1+0,69.[(236-t)/t]2}

Notas: 
a) t é o tempo em dias desde o primeiro caso confirmado da CoViD-19 no Brasil (26/02/2020).
b) n é o numero de casos confirmados da CoViD-19 no dia t


2. EVOLUÇÃO DO NÚMERO DIÁRIO DE NOVOS CASOS 
SEGUNDA ONDA - Gráfico do 2° tipo

Este é o gráfico em que as ondas aparecem melhor, porque o pico da onda é claramente visível.

Mostrarei, a seguir, a situação atual das duas ondas com dados atualizados do número diário de casos oficialmente confirmados. 

Aqui está o gráfico da Segunda Onda, devidamente separada da Primeira Onda. A curva foi obtido por derivação da curva azul do gráfico anterior. As bolinhas são os dados oficialmente confirmados subtraídos aqueles referentes à Primeira Onda.

Note que aqui, como o número de casos diários é uma ordem de grandeza abaixo do número total de casos (da curva em forma de "S", que é cumulativa), então os pontos  parecem mais dispersos e se agrupam, uns na parte abaixo da curva azul e outros na parte acima da curva azul. Isto não tem nada a ver com a CoViD, porque os pontos agrupados abaixo são os que correspondem aos domingos e às segundas-feiras (nestes dias são feitos menos registros). O que importa é a curva contínua, calculada para representar os pontos sem os solavancos de causas fortuitas.

Observe também que esta curva (de casos diários) tem uma fase crescente e outra decrescente. Entre elas fica o pico, que corresponde ao dia de maior número de casos oficialmente confirmados da doença. É quando os hospitais ficam sobrecarregados. No Brasil, analisado como um todo, este pico foi no dia 22/02/2021. Por sua vez, o pico da curva do número diário de mortes foi no dia 04/03/2021. Esperava-se que depois disto o número diários de mortes diminuísse, conforme indicava a curva matemáticamente traçada (a curva azul do gráfico seguinte). No entanto, a partir do pico da mortes (Com margem de erro para mais ou para menos de 3 dias. Os próximos dias servirão para confirmar esta estimativa), surgiu o embrião da Terceira Onda, a qual soma-se à Segunda Onda!

Nas notícias da TV isto não será imediatamente percebido, porque a TV apresenta gráficos da média móvel, que além de refletirem a semana que já passou, oscilam de modo fortuito, como já expliquei. Além disso os picos de casos e de óbitos ficaram muito próximos. No entanto, fica claro que a equação da sigmoide não pode mais representar a evolução dos dados, a menos que se considere que uma nova onda começa a se somar à Segunda.  

Esta é a curva dos novos casos diários:

Gráfico de 23/02/2021


Observe que, a partitr de 4 de março (dia 146) ou talvez um pouco antes (a confimar com os próximos dados), os novos dados descarrilham, para cima, do trilho matemáticamente determinado. Como a função sigmoide se torna incapaz de representar o fato, precisamos admitir que uma segunda onda (também representada por uma função sigmoidal) está se somando a primeira.

Continuarei coletando os novos dados  para confirmar estas observações que faço agora e para determinar a função que rege a Terceira Onda. Com isso, será possível determinar as características da Terceira Onda e verificar se pode sugerir o surgimento de novas variantes do vírus que ainda não foram detectadas por exames de genoma.

Daqui a duas semanas, mais ou menos, atualizarei estes gráficos.


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