Por Almir M. Quites
Urna eleitoral do Chile |
Hoje e amanhã (domingo) há eleições gerais no Chile. Os chilenos vão escolher os membros da Assembleia Constituinte, aqueles que vão elaborar uma nova Constituição para o Estado Chileno, com garantia de paridade de gênero e assentos para povos indígenas.
Além dos constituintes, os chilenos também elegerão vereadores, prefeitos e governadores regionais. A seguir explico como é o processo eleitoral no Chile e mostro como o nosso é deplorável!
Os resultados da apuração eleitoral começarão a ser divulgados a partir do fim da tarde de amanhã. É certo que a divulgação dos eleitos para a Assembleia Constituinte será feita amanhã mesmo.
Que tipo de urna os chilenos utilizam? Respondo: a urna de verdade, ou seja, uma caixa de plástico sem circuitos eletrônicos, onde votos de verdade são depositados pelos eleitores e lá aguardam a contagem. No Chile não tem nada de voto virtual, nem de apuração secreta! Lá a apuração eleitoral é pública, conferida voto a voto.
Quem administra o processo eleitoral é a Servel (Serviço Eleitoral), que é a mais alta autoridade administrativa em matéria eleitoral na República do Chile, independente dos três Poderes da República. Trata-se de órgão autônomo, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, encarregado da administração e fiscalização dos processos eleitorais e plebiscitários, o que inclui o cumprimento das regras de transparência, o controle dos gastos eleitorais e as demais funções que constam da respectiva Lei Orgânica Constitucional.
Pela primeira vez, no Chile, um processo eleitoral acontecerá em dois dias, para evitar aglomerações devido à COVID-19. Cada eleitor poderá decidir o dia em que irá emitir o seu voto. Os cidadãos chilenos receberão quatro cédulas (1. constituinte; 2. vereador; 3. prefeito; e 4. governador) em que apenas uma opção deve ser assinalada em cada uma.
No sábado, o processo de votação será suspenso para ser retomado no dia seguinte.
A Constituição atual, a qual será substituída, é conhecida como "Constituição de Pinochet" e é considerada como a principal base para o liberalismo desenfreado, que causa grandes desigualdades no país andino. Em outubro de 2019, o povo chileno foi às ruas em uma jornada de protestos que fez História e conseguiu sacudir o país, a ponto de forçar a convocação de um plebiscito que iria definir se o Chile deveria enterrar a constituição da ditadura do general Augusto Pinochet. Nas urnas, a população deu uma resposta contundente, com 78,28% de respaldo ao pleito dos manifestantes.
Enquanto isso, o Brasil continua sendo o único país do mundo que oficialmente realiza uma apuração eleitoral secreta, com máquinas tipo DRE, onde os votos são virtuais, contados e transmitidos por computadores do TSE programados sabe-se lá por quem! Nosso sistema é absolutamente aberto a fraudes internas, ou seja, fraudes praticadas pelo próprio pessoal que tem livre acesso aos softwares, o que nos faz legitimamente suspeitar, que haja muito dinheiro do submundo do crime banhando os pés de autoridades brasileiras, especialmente as eleitorais.
Na última quinta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que as urnas eletrônicas são seguras e transparentes. Ou o ministro é inculto, absolutamente leigo nos fundamentos mais elementares da informática, ou é desonesto!
O ministro declarou publicamente, que "a urna eletrônica tem sido parte da solução, assegurando um sistema íntegro e que tem permitido a alternância de poder" e que “nesses 25 anos, nunca se documentou uma fraude sequer”! O ministro parece fingir que não sabe que não há voto real no nosso processo eleitoral. O voto só existe na imaginação do eleitor que aperta o botão "CONFIRMA". Logo, não é possível fazer recontagem de verificação. Em outras palavras, é impossível documentar qualquer fraude que tenha sido feita!
Para entender bem este assunto e não ficar acreditando em declarações sem embasamento, convém dar uma lida cuidadosa aqui: O EMBUSTE DE TRUMP DIFERE DO EMBUSTE DO TSE https://almirquites.blogspot.com/2021/01/o-embuste-de-trump-difere-do-embuste-do.html
(artigo publicado em janeiro deste ano)
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