Por Almir M. Quites
Wlamir Marques |
O basquete brasileiro da década de 1960 era respeitadíssimo no mundo!
A seguir, um belo texto do famoso campeão mundial Wlamir Marques.
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"O temor de que os alemães chegassem de surpresa, com submarinos, e atacassem o porto de Santos fez com que muitos jovens pracinhas se arrastassem pela calçada em frente à minha casa, em São Vicente, na primeira metade dos anos 1940. Eram exercícios de guerra. Eu, ainda garoto, assistia a tudo da janela da sala, transformada em camarote. Loirinho, já era chamado de Alemão, o que me fazia ter medo de sair à rua durante o dia. Todos detestavam alemães. À noite, ficar em casa era regra. A cidade entrava em blecaute para dificultar o trabalho de eventuais invasores, que nunca se arriscaram.
Jamais imaginei que, quase oito décadas depois, eu fosse novamente me ver em uma guerra, desta vez contra a covid, novamente na minha porta. Aos 83 anos, o tempo não é meu aliado. Vejo o movimento lá fora, pela janela, e dessa vez meu olhar não é de admiração. Por que essas pessoas estão se aglomerando? No grupo de risco, só saio de casa com toda parafernália: máscara, álcool gel, álcool líquido, e tudo que for necessário. Mesmo bicampeão mundial de basquete, nunca fui bom de defesa. Mas até aqui tenho me saído bem na função de defensor de mim mesmo.
Já cheguei a uma idade em que eu não tenho futuro. O que eu posso planejar para o futuro, se eu não sei o que vai acontecer depois? Se eu não sei se eu estarei vivo amanhã? Meu futuro é hoje. E hoje eu estou trancado em casa, vendo Netflix, completando minhas palavras cruzadas, escrevendo meus textos no Facebook. Sozinho a maior parte do tempo, mas vivendo o meu futuro."
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Wlamir escreve muito bem!
Não há resposta para a sua pergunta: "por que essas pessoas estão se aglomerando?"
Se, quando atacado, o time não volta rápida e coordenadamente para a defesa, perde o jogo! No momento, o vírus está no ataque!
Wlamir sabe que não há razão alguma para comemorações antes do final da partida.
Depois de ser campeão brasileiro de basquete como juvenil, Wlamir Marques integrou a equipe brasileira Campeã Mundial de Basquete (ouro, FIBA) nos campeonatos de 1959 e 1963 e foi segundo lugar (prata) em 1954 e 1970. Além disso, Wlamir foi medalha de bronze nos jogos Olímpicos de 1960 e 1964.
Em 1963, ano do bicampeonato mundial, o grupo de 12 jogadores era formado pelos seguintes jogadores: Amaury Pasos (n° 4, Sirio - SP), Luiz Cláudio Menon (n° 11, Sirio - SP), Antonio Sucar (n° 12, Sirio - SP), Wlamir Marques (n° 5, Corinthians), Ubiratan Maciel (n° 6, Corinthians), Waldemar Blatskauskas (n° 14, XV de Piracicaba - SP), Rosa Branca (n° 9, Palmeiras), Mosquito (n° 7, Palmeiras), Jatyr Schall (n° 10, Palmeiras), Victor Mirshauswka (n° 13, Palmeiras), Fritz (n° 15, Fluminense) e Paulista (n° 8, Vasco da Gama). Treinador: Kanela.
Recordar é reviver! Leia mais sobre os craques do basquete brasileiro do tempo em que eu era juvenil da equipe do Grêmio de Porto Alegre. Toque aqui: ⬇️
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