terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Segunda onda da CoViD já abraçou o Brasil

 Por Almir M. Quites

Atualização em 15/12/2020 )   


segunda onda de contaminação da CoViD-19 já se alojou no Brasil e vai ser muito mais drástica. As festas de fim de ano precisam ser canceladas. Teremos o verão mais melancólico da nossa História, especialmente no mês de fevereiro.

Sabíamos que isto aconteceria! Poderíamos ter amenizado a segunda onda, mas não fomos capazes! Não conseguimos nos coordenar para juntos enfrentarmos a adversidade. Faltou-nos altruísmo, abnegação, responsabilidade, lucidez, inteligência... 

Confira a seguir.

Até o dia 31/10/2020os dados oficiais seguiram a equação da curva sigmoidal típica da evolução da CoViD-19. No entanto, tudo mudou, em 10/10/2020, conforme mostrei em artigo publicado em 20/11/2020. Indiquei que tinha havido "mudança de mecanismo" na evolução da CoViD-19Mudança de mecanismo é a expressão técnica usada para dizer que ocorreu uma mudança no modo como o fenômeno em estudo está se comportando. Esta mudança foi o surgimento da Segunda Onda da CoViD, que se somava à primeira. 

Mostrarei a situação atual separando as duas ondas, com dados atualizados. Para isso, observe o gráfico do 2° tipo  Gráfico do número diário de casos oficialmente confirmados.

Atenção! Trabalho com funções matemáticas, não com média móvel, mas não é preciso entender de matemática para compreender este texto. Basta ler com real interesse!



1. EVOLUÇÃO DO NÚMERO DIÁRIO DE NOVOS CASOS 

Gráfico do 2° tipo
Evolução do número diário de casos confirmados da doença


Neste tipo de gráfico, a segunda onda fica mais evidente.  Observe a figura.

Gráfico de 15/12/2020


Os triângulos vermelhos representam os números oficiais diários de novos casos, desde o primeiro caso, em 26/02/2020, até o dia de hoje, 15/12/2020.

A Primeira Onda, está pintada de verde-limão; a Segunda Onda está pintada de azul-claro. As linhas contínuas verde e azul seguem a função típica de curvas epidemias, com uma fase de crescimento, que passa por um pico e depois decai. A nossa CoViD evoluía assim, desde o início, mas, em 10/10/2020, surgiu uma Segunda Onda, que se soma à primeira, conforme se vê claramente no gráfico acima em azul forte. 

Segunda Onda só se torna evidente a partir de 01/11/2020. Ela é cerca de 80% mais contagiosa que a PrimeiraÉ muito provável que o vírus desta Segunda Onda seja de uma nova linhagem denominada B.1.1.7, a qual foi descoberta no Reino Unido. Acredita-se que esta nova linhagem tenha se originado na África do sul. Tomara que esta nova linhagem não dificulte o seu reconhecimento pelos anti-corpus humanos, o que também aumentaria a gravidade da CoViD-19. No entanto, no caso de a mutação prejudicar o reconhecimento do vírus por anticorpos, ainda temos recursos. A ação dos anticorpus não é nossa única resposta imunológica, nem a mais importante. Vacinas como a da Pfizer, da Moderna, e as vetorizadas, provocam uma boa resposta celular, que é outro mecanismo do sistema imunológico, menos suscetível a esse tipo de dificuldade de reconhecimento.

A partir do seu surgimento, cada triangulozinho vermelho representa a soma das duas ondas: a Primeira, que continua descendente, e a Segunda, que é ascendente.

Observe que a Segunda Onda é bem mais íngreme. Ainda não chegou ao ponto de inflexão da fase ascendente e já está tão drástica quanto foi o pico da Primeira Onda.  

O resultado da soma das duas ondas está representado pela curva sinuosa roxa.

Ainda não podemos prever quando será o pico desta segunda onda, mas as estimativas iniciais indicam que será no mês de fevereiro.  

2. O BRASIL PERANTE O MUNDO
 
Em relação a outros países do mundo, quanto ao total de mortes por milhão de habitantes e por dia, o Brasil está hoje (15/12/2020) em sétimo lugar neste 'ranking' malévolo. Veja os 5 primeiros colocados: 
1° - Peru 
2° - Itália
3° - Espanha
4° - Argentina
5° - Estados Unidos

Na América do Sul, destacam-se, pelo bom desempenho, o Uruguai, o Paraguai, a Guiana e o Suriname.  Os dados da Venezuela não podem ser verificados por agências indenpendente e, por isso, não são confiáveis.
 
Não esqueça que, ao comparar países apenas considerando o número de mortes diárias por milhão, não se está considerando questões importantes como o estágio da pandemia, a densidade demográfica, o perfil etário e o nível de testagem. A CoViD no Brasil, por exemplo, agora com a segunda onda, está em fase de grande crescimento e ainda acelerando.  

Não esqueçam também que, no Brasil, quase não se fazem testes de confirmação da CoViD. Logo, os números do Brasil são subestimados em relação aos demais países.

Este mapa, abaixo, vai ser automaticamente atualizado todos os dias. Ele sempre estará atualizado. 

 

Com a chegada da segunda onda da CoViD-19 teremos que mudar nosso comportamento. Ela será bem mais danosa. 

3. DICAS AOS BRASILEIROS

A seguir, apresento algumas informações que ajudam no julgamento dos riscos que se corre com e sem o uso da máscara. 

Use a máscara antiviral!

A máscara não elimina o risco de contágio, mas o reduz, como se vê no filme da nuvem de gotículas contaminantes. Logo, mesmo com máscara, mantenha distância

Uma técnica conhecida como Schlieren (listras) permite que se visualize o fluxo de ar pela concentração de gotículas invisíveis que ficam em suspensão no ar enquanto a pessoa fala, respira e tosse, com máscara e sem máscara. Na imagem da esquerda, sem a máscara, a nuvem de concentração de gotículas vai mais longe, enquanto que, na imagem da direita, com a máscara, a nuvem de gotículas fica mais próxima do indivíduo que as emite.

Quando a pessoa está infectada pelo vírus da CoViD (Sars-Cov-2), as micro gotículas podem conter milhares ou milhões de vírus. O número depende do tamanho da gotícula.




Num ambiente fechado e sem ventilação adequada, a eficácia da máscara cai muito, porque a concentração das gotículas minúsculas, em suspensão no ambiente confinado, será bem maior. 

Não é surpresa para ninguém que restaurantes são ambientes propícios ao contágio da CoViD-19, uma vez que se precisa estar sem máscara para se alimentar. E para provar isso, cientistas da Universidade de Kobe, no Japão, usaram um modelo estabelecido a partir de dados experimentais para demonstrar como a simples distribuição das mesas e cadeiras nesses estabelecimentos pode fazer diferença na propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2).

A simulação mostra a emissão das partículas de aerossol em uma mesa com quatro pessoas, todas conversando e sem usar máscaras.

Na imagem abaixo, vemos o que acontece quando uma pessoa sentada fala em sua frente. As imagens mostram que cerca de 5% das gotículas vão para essa pessoa que está na frente.
<em>Reprodução: Kobe University</em>
Reprodução: Kobe University
A pessoa que está sentada na diagonal de quem está falando, tossindo ou espirrando, será atingida com um quarto da quantidade das gotículas.


<em>Reprodução: Kobe University</em>

Reprodução: Kobe University

No entanto, quando a pessoa que está falando olha para o lado, a pessoa que está ali será atingida com mais de 25% das gotículas.

<em>Reprodução: Kobe University</em>
Reprodução: Kobe University

O resultado do experimento mostrou que a distribuição das mesas e cadeiras faz toda a diferença na propagação das partículas. 

Quando uma pessoa contaminada está sentada à mesa, as chances de o indivíduo que está em sua frente ser atingido por gotículas contaminadas é quatro vezes maior do que se o infectado estivesse em sua diagonal. Já a pessoa que está ao lado do contaminado é a que mais está em risco. 

Quando a pessoa com COVID-19 vira a cabeça para conversar com quem está ao lado, este está cinco vezes mais vulnerável à exposição, já que as partículas vão diretamente a ele.


Outras dicas, para pessoas que usam máscara antiviral!

Risco baixo
1) Abrir correspondência
2) Comprar comida para levar, abastecer carro, jogar tênis, acampar.

Risco baixo moderado
3) Ir ao supermercado; caminhar, correr ou andar de bicicleta com outras pessoas.

Risco moderado
4) Ficar hospedado em hotel por duas noites; esperar na recepção do consultório médico; ir à biblioteca ou ao museu; comer em restaurante (área externa); caminhar pelo centro da cidade; passar uma hora em parque infantil.
5) Jantar na casa de outra pessoa; ir a churrasco; ir à praia ou ao shopping; 
6) Jantar na casa de outra pessoa; ir a churrasco; ir à praia ou ao shopping; 
7) mandar as crianças à escola, ao acampamento ou à creche; trabalhar por uma semana em escritório; nadar em piscina pública; visitar idosos em casa

Risco moderado alto
8) Ir ao salão de beleza ou barbearia; comer em restaurante (área interna); ir a casamento ou funeral; viajar de avião; jogar basquete; abraçar ou apertar a mão de alguém.

Risco alto
9) Comer em bufê; ir à academia de ginástica, ir a parque de diversões ou a cinema;
10) Ir a show grande ou evento esportivo em estádio; ir a culto religioso; Ir ao bar

O risco pode variar conforme o comportamento geral de segurança da população.


Fonte: BBC News Brasil



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  1. Segunda Onda da CoViD Brasileira
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  14. O Direito entortado pelo sectarismo
  15. Formiguinhas formidáveis
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