Por Almir Quites
Não é difícil caracterizar o atual governo no espectro político mais simples, ou seja, aquele que vai da direita liberal até a ultra-direita. Claro que na realidade diferentes aspectos se misturam um pouco, mas não dificultam. A análise é simples porque pode se basear no caráter de Jair Bolsonaro, já que ele escolheu seu ministério a sua semelhança, exceto Sérgio Moro e Paulo Guedes, os quais foram escolhidos por um critério eleitoral, para serem avalistas da candidatura presidencial. Tomara que o povo eleja governadores melhores que possam reduzir os estragos que o governo federal poderá fazer.
Antes, convém deixar claro que, independentemente das ideologias, dois aspectos são inquestionáveis:
Não é difícil caracterizar o atual governo no espectro político mais simples, ou seja, aquele que vai da direita liberal até a ultra-direita. Claro que na realidade diferentes aspectos se misturam um pouco, mas não dificultam. A análise é simples porque pode se basear no caráter de Jair Bolsonaro, já que ele escolheu seu ministério a sua semelhança, exceto Sérgio Moro e Paulo Guedes, os quais foram escolhidos por um critério eleitoral, para serem avalistas da candidatura presidencial. Tomara que o povo eleja governadores melhores que possam reduzir os estragos que o governo federal poderá fazer.
Antes, convém deixar claro que, independentemente das ideologias, dois aspectos são inquestionáveis:
1) que o governo do presidente Jair Bolsonaro seja um governo “populista”;
2) que o Presidente Bolsonaro é muito precariamenre dotado de inteligência.
O “populismo” se expressa na estratégia de combate a um inimigo comum, imaginando a sociedade dividida em dois grupos: uma elite má, perversa e corrupta; e um povo puro, perfeito e bom. Este povo bom, coitado, é apresentado como sofrido e injustiçado, porque atacado por inimigos internos (do próprio país) e externos. Os líderes populistas se apresentam como líderes salvadores dessa grande maioria pura que tem sido explorada por essas elites internas e pelos inimigos externos. Não importa quem sejam os membros da elite nem quem sejam os membros do povo. São categorias imaginárias. Na prática, quem apoia o líder populista é considerado parte do povo puro e honesto; quem não o apoia é parte da elite má. Os inimigos externos são todos os que o imaginário popular aceitar como tal. Governos populistas se utilizam da demagogia para manter o povo delirando.
Isto posto, passamos agora ao aspecto ideológico.
No espectro ideológico, o governo de Bolsonaro se auto intitula democrático, liberal e de direita. Será?
É democrático?
Não é democrático, porque o atual governo se caracteriza:
Esta lista não se esgota aqui.
Foi este o Presidente da República que foi eleito, alguém que:
É liberal?
Este governo não é liberal, porque:
É de direita?
Sim, este governo é de direita!
Não é de direita liberal, porque:
O “populismo” se expressa na estratégia de combate a um inimigo comum, imaginando a sociedade dividida em dois grupos: uma elite má, perversa e corrupta; e um povo puro, perfeito e bom. Este povo bom, coitado, é apresentado como sofrido e injustiçado, porque atacado por inimigos internos (do próprio país) e externos. Os líderes populistas se apresentam como líderes salvadores dessa grande maioria pura que tem sido explorada por essas elites internas e pelos inimigos externos. Não importa quem sejam os membros da elite nem quem sejam os membros do povo. São categorias imaginárias. Na prática, quem apoia o líder populista é considerado parte do povo puro e honesto; quem não o apoia é parte da elite má. Os inimigos externos são todos os que o imaginário popular aceitar como tal. Governos populistas se utilizam da demagogia para manter o povo delirando.
Isto posto, passamos agora ao aspecto ideológico.
No espectro ideológico, o governo de Bolsonaro se auto intitula democrático, liberal e de direita. Será?
É democrático?
Não é democrático, porque o atual governo se caracteriza:
- ➠ por ser manifestamente autoritário, até mais que o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez (a quem Bolsonaro admirava), porque defende abertamente a ditadura, a tortura, execuções extra judiciais e o fechamento do Congresso.
- ➠ por ser reacionário ante as instituições da democracia representativa;
- ➠ por questionar os institutos do controle democrático;
- ➠ por desqualificar os partidos políticos e deslegitimar os atores políticos, sociais e culturais, em confrontação com o pluralismo político.
- ➠ por se sustentar na disputa política a partir da construção, pelas redes sociais, da mítica de um líder carismático, como o “primeiro e único” representante da Nação, enquanto os outros atores políticos são tratados como “inimigos do povo”.
Esta lista não se esgota aqui.
Foi este o Presidente da República que foi eleito, alguém que:
- faz apologia de ditaduras e não quer que o povo escolha seus líderes em um processo eleitoral;
- vai corroer os valores democráticos até o final de seu governo.
É liberal?
Este governo não é liberal, porque:
- ➠ interfere em costumes e apoia fortemente o conservadorismo tradicional. Aliás, a pedra fundamental da estrutura política que sustenta o atual Governo, é justamente o apoio aos grupos religiosos cristãos, com ênfase quase total nos grupos evangélicos. Estas característica do governo se expande para o plano internacional, no qual grupos e organizações autônomas em diversos setores, mesmo instituições tradicionais como a ONU ou a Unesco, são tratados como representantes de interesses supostamente escusos e seus parceiros internos qualificados como “traidores”.
- ➠ está eivado de ex-militares que, durante a campanha eleitoral e mesmo depois da posse, faziam e fazem apologia de golpe militar, principalmente o próprio Presidente Bolsonaro e o vice-presidente General Mourão. Eles insistem em pregar a ditadura militar como solução. O presidente chegou a afirmar, em pronunciamento oficial, que nunca houve ditadura militar no Brasil, mas contraditoriamente, em março deste ano, o presidente determinou ao Ministério da Defesa que fossem feitas comemorações em unidades militares em referência a 31 de março de 1964, data que marca o golpe que deu início à ditadura militar no Brasil. Para o Presidente e seu vice, "a ditadura foi legalmente implantada"!😲
- ➠ a agenda liberal, representada de maneira icônica pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, só pode prosperar enquanto não se contrapuser ao projeto político antiliberal do presidente da República. O mesmo vale fora da área econômica, como na área da segurança pública, educação e gestão. Muitos burocratas, até ministros, como Paulo Guedes e Sérgio Moro, aceitaram compor um governo com um ideário oposto ao que eles tradicionalmente defenderam e, ao fazer isso, conferiram a governabilidade necessária à implementação de um programa avesso as suas próprias ideias.
É de direita?
Sim, este governo é de direita!
Não é de direita liberal, porque:
- ➠ não apoia o liberalismo econômico, definido no século 17 e 18, como os filósofos John Locke e Adam Smith. Eles definem o livre mercado como o melhor modelo de sociedade, com uma presença mínima do Estado. Os políticos de direita vêem as desigualdades sociais não apenas como normais, mas como a força motriz da “incessante luta pelo melhoramento da sociedade”. Dentro da direita, a parte que não apoia o liberalismo econômico é a extrema-direita.
Tem muito de direita radical, porque:
Conclusão
É evidente que o governo de Bolsonaro não é democrático e não é liberal nem de direita usual, mas sim de extrema direita radical! Isto por enquanto, porque tem aspectos evidentes de ultradireita, os quais podem se intensificar. Quando a ultradireita ainda não está instalada com plenos poderes, os líderes de ultradireita evoluem para lá a partir da extrema direita radical!
Como a ultradireita e a ultraesquerda se confundem, como ultrarradical, fechando o ciclo, o governo de Jair Bolsonaro está
mais próximo da esquerda radical do que da direita liberal. Ideologicamente ele está muito mais próximo do governo de Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, do que se imagina.
Note que o governo de Nicolás Maduro é considerado aqui como ultrarradical de esquerda, tal como o atual governo da Coréia do Norte, enquanto que o de Bolsolnaro se localiza entre o ultrarradical de direita e o radical de direita. O último governo petista governo era aproximadamente simétrico a este, mas pela esquerda.
- ➠ o governo Bolsonaro, incorpora características da extrema direita radical, como o populismo exagerado, o ativismo contra a democracia, já citado, e o não reconhecimento dos direitos das minorias.
- ➠ não há dúvidas de que as pessoas que compõem o círculo do Presidente Bolsonaro, como seus apoiadores políticos, sua família e membros de movimentos sociais que o apoiam estão em contato com a extrema direita radical que emerge na Europa, nos EUA e em outras partes do mundo. Não há dúvida de que eles incorporam ideias e discursos dessa direita não-liberal e radical. Isso está presente no discurso contra o meio ambiente, contra o feminismo, contra os gays, e é muito, muito semelhante ao que acontece nos EUA e em outras partes.
Este governo tem muito de ultra-direita, porque
- ➠ o presidente é um típico populista da ultra direita, que usa elementos de propaganda fascista em seu discurso político autoritário. Os discursos de extrema direita aparecem quando Bolsonaro diz que a ditadura deveria ter matado mais brasileiros, que o país precisa de uma guerra civil, que torturadores (hoje condenados pela Justiça) merecem ser tratados como heróis etc. No entanto, o governo de Bolsonaro ainda não é perfeitamente enquadrável como de “ultra-direita”, como os grupos gregos do “Golden Dawn” (Aurora Dourada) ou o governo de Kim Jong-un, instalado na Coréia do Norte. Isto porque a ultra-direita não aceita a participação do povo na escolha de seus líderes, não admite eleições ou promovem uma grosseira farsa eleitoral que elege sempre quem o líder quer. O poder se instala numa estrutura tipicamente militar e todos os líderes são escolhidos de cima para baixo na escala hierárquica. As características marcantes da ultra-direita são: a militarização, o culto à personalidade, os campos de trabalhos forçados para pessoas consideradas opositoras ao regime, o controle estatal da vida privada, ausência de liberdade religiosa e a ocultação da miséria social pela propaganda triunfalista do Estado. A ultra-direita e a ultra-esquerda se confundem, fecham o ciclo.
Conclusão
É evidente que o governo de Bolsonaro não é democrático e não é liberal nem de direita usual, mas sim de extrema direita radical! Isto por enquanto, porque tem aspectos evidentes de ultradireita, os quais podem se intensificar. Quando a ultradireita ainda não está instalada com plenos poderes, os líderes de ultradireita evoluem para lá a partir da extrema direita radical!
Como a ultradireita e a ultraesquerda se confundem, como ultrarradical, fechando o ciclo, o governo de Jair Bolsonaro está
mais próximo da esquerda radical do que da direita liberal. Ideologicamente ele está muito mais próximo do governo de Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, do que se imagina.
Note que o governo de Nicolás Maduro é considerado aqui como ultrarradical de esquerda, tal como o atual governo da Coréia do Norte, enquanto que o de Bolsolnaro se localiza entre o ultrarradical de direita e o radical de direita. O último governo petista governo era aproximadamente simétrico a este, mas pela esquerda.
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