Por Almir Quites
O presidente Jair Bolsonaro disse, no domingo (21), que "o Brasil não pode fazer propaganda contra ele mesmo”. Então, mostrou insatisfação com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Magnus Osório Galvão, dizendo que discordava dos dados divulgados pelo Instituto sobre o aumento, neste ano, do desmatamento da floresta amazônica.
O Presidente, mais uma vez, está confuso. O INPE é um órgão técnico-científico e não uma agência de propaganda.
Em seguida, vi no Facebook, uma discussão na qual uma palestra, apresentada em vídeo da Embrapa, é considerada como contestação aos dados do INPE. O palestrante foi Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa de Campinas.
O vídeo pode ser visto aqui:
Pois bem, quero mostrar aqui, que este vídeo não pode ser entendido como contestador dos dados do IMPE.
Observem que o vídeo da Embrapa trata de áreas protegidas e não de desmatamento. Os dados apresentados neste vídeo não contradizem os dados do INPE, embora o apresentador mantenha esta confusão em meio a muitas ironias, críticas a categorias profissionais e explicitas propagandas em favor do presidente Bolsonaro, as quais considero inadequadas em uma palestra deste tipo.
As áreas protegidas do Brasil são aquelas que possuem atribuições e demarcações consubstanciadas em leis, que geram dados oficiais, cartoriais e não a realidade da proteção ao desmatamento. Esta realidade só pode ser verificada com a observação diária das fotos de satélite e não por meio de documentos ou censos, com base em perguntas a proprietários de terras.
O programa de monitoramento do INPE conta com três sistemas operacionais: o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES), o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e o TerraClass, sistema de mapeamento do uso e ocupação da terra após o desmatamento. O DETER-B, o novo sistema do INPE, com resolução espacial entre 20 e 30 metros, gera alertas em tempo real sobre o desmatamento na Amazônia.
Além disso, é óbvio que as áreas protegidas do Brasil precisam ser muito maiores que as dos demais países, especialmente os europeus, meramente porque aqui fica a maior floresta tropical do mundo, a qual é a nossa maior riqueza. Trata-se da floresta que gera a maior captura de carbono em todo o planeta. As demais florestas do mundo, além de serem menores, não ficam nos trópicos, ficam em regiões mais frias e, por isso, a captura de carbono por unidade de área é muito menor.
Não cabe comparação com os países europeus também pelo fato destes países serem muito mais antigos, super povoados e muito industrializados.
Quando começou a exploração espacial, os cientistas passaram a tratar o mundo como um sistema único e então pesquisaram, coletaram e analisaram dados globais. Estes cientistas publicaram muitos trabalhos que despertaram a consciência ecológica mundial. Antes de 1970, não havia uma consciência ambiental global.
Quando esta consciência eclodiu, os países europeus já estavam desmatados! Não tem cabimento algum, até mesmo porque seria uma enorme injustiça, acusar os europeus pelo desmatamento deles. Naquela época, ninguém no mundo tinha a consciência ecológica que hoje temos e ninguém suspeitava que o aquecimento global dos mares estivesse em curso, com as consequências hoje conhecidas.
Nós, aqui no Brasil, ainda temos um país despovoado. A densidade demográfica é de apenas de 23,8 habitantes por quilômetro quadrado. A estreita faixa litorânea é muito densamente povoada, mas o restante tem um a densidade muito mais bais baixa.As extensões de terra com densidades demográficas mais baixas (até 1 habitante/km²) se localizam principalmente nos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Áreas do interior nordestino, como o oeste baiano e o sul do Maranhão e Piauí, também são pouco habitadas.
As nossas maiores riquezas são justamente nossos aquíferos e a nossa floresta tropical. Só precisamos mantê-las. Elas são as nossas garantias para desfrutarmos de um futuro melhor. Destruindo a floresta, ainda que em pequena escala, nossos biomas se alterarão. Nossas áreas agricultáveis se deslocarão para o sul e se reduzirão em tamanho. A cada desmatamento a floresta perde um pouco de sua capacidade de se manter viva e pujante.
A seguir indico, para leitura, um artigo que publiquei recentemente:
DESTRUIR A FLORESTA TROPICAL DESTRÓI O BRASIL
https://almirquites.blogspot.com/2019/07/destruir-floresta-tropical-destroi-o.html
https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2026674:1536101475/CHARGE%20O%20TEMPO.JPG |
O presidente Jair Bolsonaro disse, no domingo (21), que "o Brasil não pode fazer propaganda contra ele mesmo”. Então, mostrou insatisfação com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Magnus Osório Galvão, dizendo que discordava dos dados divulgados pelo Instituto sobre o aumento, neste ano, do desmatamento da floresta amazônica.
O Presidente, mais uma vez, está confuso. O INPE é um órgão técnico-científico e não uma agência de propaganda.
Em seguida, vi no Facebook, uma discussão na qual uma palestra, apresentada em vídeo da Embrapa, é considerada como contestação aos dados do INPE. O palestrante foi Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa de Campinas.
O vídeo pode ser visto aqui:
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https://youtu.be/eoyoeCSizL8
Pois bem, quero mostrar aqui, que este vídeo não pode ser entendido como contestador dos dados do IMPE.
Observem que o vídeo da Embrapa trata de áreas protegidas e não de desmatamento. Os dados apresentados neste vídeo não contradizem os dados do INPE, embora o apresentador mantenha esta confusão em meio a muitas ironias, críticas a categorias profissionais e explicitas propagandas em favor do presidente Bolsonaro, as quais considero inadequadas em uma palestra deste tipo.
As áreas protegidas do Brasil são aquelas que possuem atribuições e demarcações consubstanciadas em leis, que geram dados oficiais, cartoriais e não a realidade da proteção ao desmatamento. Esta realidade só pode ser verificada com a observação diária das fotos de satélite e não por meio de documentos ou censos, com base em perguntas a proprietários de terras.
O programa de monitoramento do INPE conta com três sistemas operacionais: o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES), o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e o TerraClass, sistema de mapeamento do uso e ocupação da terra após o desmatamento. O DETER-B, o novo sistema do INPE, com resolução espacial entre 20 e 30 metros, gera alertas em tempo real sobre o desmatamento na Amazônia.
Além disso, é óbvio que as áreas protegidas do Brasil precisam ser muito maiores que as dos demais países, especialmente os europeus, meramente porque aqui fica a maior floresta tropical do mundo, a qual é a nossa maior riqueza. Trata-se da floresta que gera a maior captura de carbono em todo o planeta. As demais florestas do mundo, além de serem menores, não ficam nos trópicos, ficam em regiões mais frias e, por isso, a captura de carbono por unidade de área é muito menor.
Não cabe comparação com os países europeus também pelo fato destes países serem muito mais antigos, super povoados e muito industrializados.
Quando começou a exploração espacial, os cientistas passaram a tratar o mundo como um sistema único e então pesquisaram, coletaram e analisaram dados globais. Estes cientistas publicaram muitos trabalhos que despertaram a consciência ecológica mundial. Antes de 1970, não havia uma consciência ambiental global.
Quando esta consciência eclodiu, os países europeus já estavam desmatados! Não tem cabimento algum, até mesmo porque seria uma enorme injustiça, acusar os europeus pelo desmatamento deles. Naquela época, ninguém no mundo tinha a consciência ecológica que hoje temos e ninguém suspeitava que o aquecimento global dos mares estivesse em curso, com as consequências hoje conhecidas.
Nós, aqui no Brasil, ainda temos um país despovoado. A densidade demográfica é de apenas de 23,8 habitantes por quilômetro quadrado. A estreita faixa litorânea é muito densamente povoada, mas o restante tem um a densidade muito mais bais baixa.As extensões de terra com densidades demográficas mais baixas (até 1 habitante/km²) se localizam principalmente nos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Áreas do interior nordestino, como o oeste baiano e o sul do Maranhão e Piauí, também são pouco habitadas.
As nossas maiores riquezas são justamente nossos aquíferos e a nossa floresta tropical. Só precisamos mantê-las. Elas são as nossas garantias para desfrutarmos de um futuro melhor. Destruindo a floresta, ainda que em pequena escala, nossos biomas se alterarão. Nossas áreas agricultáveis se deslocarão para o sul e se reduzirão em tamanho. A cada desmatamento a floresta perde um pouco de sua capacidade de se manter viva e pujante.
A seguir indico, para leitura, um artigo que publiquei recentemente:
DESTRUIR A FLORESTA TROPICAL DESTRÓI O BRASIL
https://almirquites.blogspot.com/2019/07/destruir-floresta-tropical-destroi-o.html
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