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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

De ilusão a desilusão, a História se repete

Por Almir M. Quites


Eu não acreditava na vitória de Bolsonaro nestas eleições! Como ainda acredito que a Organização Criminosa Mor (OrCriM) não tinha interesse nele e que manipularia o eleitorado conforme sua conveniência, fica-me a impressão de que alguma coisa deu errado! 

Por outro lado, acho que a "lua de mel" com Bolsonaro como Presidente será curta. O PT deve estar contando com isso! 

O clima existente no Brasil é perigoso! Quando o eleitorado é manipulado, a sensação de legitimidade, que a eleição confere, é "fogo de palha"! 

O grande erro dos eleitores foi ter acreditado na falsa polarização apontada pelas pesquisas eleitorais, entre Haddad e Bolsonaro. O PT escolheu Bolsonaro para adversário e as pesquisas mentiram que Lula, já condenado pela Justiça, tinha quase 40% de intenção de votos. Se nunca teve, no primeiro turno, porque teria agora? Assim colocaram cabresto no eleitorado nacional!

Acreditando estar tomando uma decisão livre e racional, o eleitorado apavorado migrou, a maior parte para Bolsonaro e a outra para Haddad. Assim, colocaram estes dois a disputar a Presidência já no primeiro turno. Em outras palavras, o "voto apavorado" esvaziou os demais candidatos, precipitou uma polarização burra e suprimiu um turno da eleição. O segundo turno se transformou numa espera inútil, desnecessária e cara.

Parece-me que o PT não esperava uma polarização tão assimétrica, ou seja, muito mais intensa para Bolsonaro. Deve ter havido um erro de cálculo! O PT subestimou a aversão popular a si mesmo.

Agora, não tem volta!

Por outro lado, o otimismo com Bolsonaro é demasiado, extravagante. Aflora um alto grau de fanatismo. 

Parece-me que este otimismo desconsidera completamente o fato de estarmos, outra vez, elegendo um amador para a Presidência da República, aliás, pior que isto, estamos colocando lá uma pessoa imatura, irresponsável, absolutamente despreparada, militarista, que até nega ter existido uma ditadura militar entre 1964 e 1985. Uma pessoa que, entre outras barbaridades, defende a tortura como meio de se fazer "justiça"!

Por onde passa, Bolsonaro espalha cizânia. Isto continuará a acontecer em seu governo.

O novo governo começará com exageradas expectativas positivas, subestimando uma crise institucional e econômica sem precedentes. O apoio a Bolsonaro poderá desabar rapidamente, levando-nos novamente a um impasse político ou a um regime de exceção. 

O povo fanatizado, em grande parte, já esqueceu que Bolsonaro se dizia comunista, admirador de Hugo Chávez e do seu Bolivarianismo. Esta antiga admiração, agora esquecida, indica que, nos momentos de crise que virão, ele poderá recorrer ao militarismo. Suas alianças poderão ser surpreendentes. 

O fato é que o PT poderá ressurgir das cinzas. Tenho muito medo disto! Também tenho muito medo de Bolsonaro. Veja este vídeo:
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Tínhamos que afastar o PT, não deste modo que estamos tentando fazer agora, mas entregando o poder a pessoas mais capacitadas e mais inteligentes. Militares são pessoas que vivem fechadas em sistemas hierárquicos, os quais diferem da sociedade civil. Geralmente, eles se dão muito mal na administração pública. A História mostra isso! Não acredito que Bolsonaro possa ser uma exceção a esta regra, embora reconheça que houve algumas na História mundial.

A propósito, destaco nossa índole bem brasileira de abraçar causas fanaticamente, o que leva a decisões de baixa qualidade. Mais uma vez, somos vítimas disso.

Em 2012, escrevi este artigo: 
FANATISMO E POLÍTICA
http://almirquites.blogspot.com/2015/02/fanatismo-e-politica.html

Parece-me que que estamos patinando e sempre repetindo a mesma HISTÓRIA.

No seguinte endereço, você pode continuar lendo sobre a falácia do sistema eleitoral brasileiro: 
A CRISE BRASILEIRA É GRAVÍSSIMA
https://almirquites.blogspot.com/2018/10/a-crise-brasileira-e-gravissima.html

Povo iludido, povo vencido! 
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
A. Quites


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