Almir M. Quites Para compartilhar, toque aqui
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| Resposta: 550.000 |
O processo de apuração eleitoral é o mais importante ato de administração pública. É por meio dele que o povo escolhe os seus governantes e seus representantes no poder legislativo. É por causa disto que volto a este tema.
Cada "urna eletrônica brasileira" custa cerca de R$ 5.000,00. Cada uma delas é usada de dois em dois anos para contar apenas cerca de 500 votos! Na nossa próxima eleição serão usadas 550.000 urnas. É isso mesmo! A nossa "urna eletrônica" é caríssima!
A pergunta, que não é respondida e que não se calará, é: 𝐩𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐠𝐚𝐬𝐭𝐚𝐫 𝐭𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐢𝐧𝐡𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐬𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐣𝐮𝐧𝐭𝐚 𝐚𝐩𝐮𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚, 𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐚 𝐮𝐧𝐢𝐜𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐫 5 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬, 𝐟𝐚𝐳 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐭𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞 𝐠𝐫𝐚ç𝐚, 𝐩𝐫𝐚𝐭𝐢𝐜𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐧𝐨 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨, 𝐬𝐨𝐛 𝐟𝐢𝐬𝐜𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞𝐬 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐞𝐫ê𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨? Por que?
Só há uma resposta honesta: com uma tecnologia que os eleitores não entendem, a apuração eleitoral é secreta! É feita por um software secreto, o qual é feito por pessoas ligadas ao TSE. Estas pessoas constituem a real e única junta apuradora das eleições nacionais.
É por isso que as normas internacionais para máquinas de votar exigem que a contagem seja independente de software!
Sem a enorme propaganda que fazem da infalibilidade da nossa "urna" (na verdade, é um computador), os eleitores não teriam a confiança, que muitos têm, na honestidade da contagem automática. Os eleitores precisam ter fé na "urna eletrônica", o que só se consegue com muita propaganda em todo o país.
Quem exige fé são as ditaduras. As democracias exigem total transparência dos atos públicos!
Agora, o TSE está "prometendo mais transparência" sobre a urna eletrônica. Dentre as medidas anunciadas, o Ministro Barroso (atual presidente do TSE) acena com a possibilidade dos partidos políticos, técnicos e especialistas inspecionarem os códigos-fonte. Mais uma ilusão!
Código-fonte é a lista de comandos que deverá ser traduzida para linguagem de máquina (a linguagem dos computadores), para instruí-la a operar, contar e interpretar (podendo até fraudar) os toques do eleitor no teclado da máquina ("urna eletrônica"). Esta tradução, conhecida como "compilação", é feita por meio de software, elaborado por pessoas especializadas em linguagem de máquina. Quem vai conferir a traducão que será feita automaticamente de cerca de 600.000 comandos? Precisaríamos de muitos auditores independentes e de muito tempo disponível. Além disso, quem poderia conferir se o código-fonte a ser traduzido (ainda que honestamente traduzido) será o mesmo, exatamente o mesmo, que será inseminado nas quinhentas e tantas mil urnas eletrônicas? Quem faz esta conferência é outro software, também preparado por pessoas! Logo, este também precisaria ser conferido por auditores independentes!
Tudo isto é fantasia do TSE, que não encara os problemas reais.
Quais são os problemas reais? Os requisitos que a apuração eleitoral deve seguir são bem conhecidos. Já abordei isto em meu blog, em outros artigos.
O primeiro requisito, o mais importante de todos, é que cada eleitor possa conferir o registro do seu voto por seus próprios meios, sem precisar por fé em terceiros. No caso da "urna eletrônica" o eleitor precisa ser capaz de conferir o tal registro digital do voto, não algo que apareça na tela da "urna", nem mesmo a foto do candidato! Se isto não for possível, então, a mais moderna tecnologia que se possa imaginar continuará sendo inadequada para um processo eleitoral!
É por causa disto que está internacionalmente consagrado que a apuração eleitoral deve ser independente de softwares.
O uso de assinaturas digitais não resolve este problema, porque uma assinatura digital deve ter garantia de autenticidade, isto é, o receptor deve poder confirmar que a assinatura foi mesmo feita pelo emissor e isto não pode ser feito por intermediação de softwares. Isto faz com que a assinatura digital seja fundamentalmente diferente da assinatura manuscrita. Obviamente não vale que a autenticidade seja garantida pelo próprio software das "urnas eletrônicas".
Chega de malabarismos e de escudos tecnológicos. Uma eleição pode ser nacionalmente apurada de modo muito mais simples e barato, respeitando a conferência de seu voto pelo próprio eleitor e com conferência pública da contagem e das recontagens de votos reais, não virtuais!
No vídeo abaixo, você pode ver o TSE mostrando a urna eletrônica por dentro. Veja este vídeo com cuidado. Ele é revelador, embora tenha sido feito no próprio TSE!
Abrir uma "urna eletrônica" apenas permite que se veja dispositivos eletrônicos e circuitos impressos, mas não revela os softwares e firmwares que são os comandos que a máquina obedecerá.
Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=4wrMLzqgKEI
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A Alemanha fez eleições recentemente e mostrou que qualquer país pode fazer uma apuração eleitoral manual, de graça, segura e praticamente no mesmo tempo que as urnas eletrônica do Brasil fazem!
Veja, aqui, como o processo eleitoral da Alemanha é simples, eficaz e confiável:
ＥＬＥＩÇ ÕＥＳ ＮＡ ＡＬＥＭＡＮＨＡ，
ＵＭＡ ＬＩÇÃＯ ＡＯＳ ＢＲＡＳＩＬＥＩＲＯＳ
https://almirquites.blogspot.com/2021/09/Eleicoes-Alemanha-2021.html.
A seguir apresento um artigo que publiquei em 2013, há 8 anos! Naquela data, fiz uma comparação entre o sistema de apuração eleitoral alemão e o brasileiro. Você vai compreender porquê se diz que a fé cega! Cega o eleitor!
Clique neste endereço:
EXIGE-SE FÉ NA URNA ELETRÔNICA.
https://almirquites.blogspot.com/2013/12/exige-se-fe-na-urna-eletronica.html
Pense: por que os quase todos os países do mundo não usam apuração eleitoral automática e secreta? Por que a nossa "urna eletrônica" não é aceita em outros países?
Alerta: geralmente os defensores da "urna eletrônica" brasileira argumentam que os EUA usam urnas iguais as nossas (tipo DRE). A verdade é que o número destas urnas usadas nos EUA é muito pequeno e está diminuindo, por que estão sendo substituídas. Só um dos 50 Estados dos EUA usam a máquina tipo DRE (a Louisiana). Além disso, todo o sistema de apuração eleitoral é diferente. Para entender como são as eleições dos EUA, leia aqui:
APURAÇÃO ELEITORAL, QUEM FAZ MELHOR: BRASIL OU EUA?
https://almirquites.blogspot.com/2020/10/por-almir-m_26.html
Deixo aqui, um vídeo em que o Prof. Diego Aranha explica objetivamente o problema de nossas "urnas eletrônicas". Diego de Freitas Aranha é foi professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas e desde 2018 é Professor Assistente na Universidade de Aarhus, Dinamarca. E mais um cérebro privilegiado que deixou o nosso país. Ele é Doutor (2011) em Ciência da Computação e dedicado à área de Criptografia e Segurança Computacional, com ênfase em implementação eficiente de algoritmos criptográficos e análise de segurança de sistemas reais.==
- Estado de Ignorância do Estado Brasileiro
- As 600000 mortes por CoViD-19
- Lição do Senador Contarato
- Uma lição: eleições na Alemanha
- Os três confusos poderes
- Acabou o Carnaval de Sete de Setembro
- Campanha cruel contra a Lava-Jato e Sérgio Moro
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- Quem é a Constituição Federal
- A lição das menininhas
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- STF e o Indevido Processo Medieval
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