Por Almir M. Quites
A tecnologia é um escudo que impede a fiscalização da apuração eleitoral pelos eleitores. |
Temos uma urna eleitoral vazia de votos, mas carregada de circuitos eletrônicos! Um escudo de tecnologia e de fantasia!
Nesta semana, vi os comentaristas da Globo News afirmarem, todo dia e em diferentes horários, que "a urna eletrônica é auditável". Só não dizem como nem por quem!
Esquecem que uma auditoria precisa ser feita por órgãos e pessoas independentes! Esquecem que a apuração eleitoral é um ato de administração pública e, para ser constitucional, precisa ser transparente, publicamente fiscalizável! Não pode haver uma tecnologia interposta como escudo entre a apuração eleitoral e os cidadãos. Estes têm o direito e o dever de fiscalizar o processo eleitoral.
Não é possível fiscalizar o software que opera na "urna" durante uma eleição verdadeira, isto é, não simulada para teste. Este software possui mais de 10 milhões de linhas de código! Para que tanto código, se é só para somar toques no botão "CONFIRMA" e associá-los a alguns candidatos? Tem muito mais aí, muito mesmo!
Contudo, uma análise detalhada do software das urnas, não seria suficiente, porque ainda há níveis inferiores de software: firmware, BIOS, sistema operacional, drivers, etc. É por isso que internacionalmente se adota o Princípio da Independência do Software para todos os processos eleitorais!
Por que a Globo News não entrevista pessoas independentes de partidos políticos, que defendam o Voto Impresso? Por que não fazem um debate público e honesto com os melhores debatedores dos dois lados?
O argumento do TSE, para manter tudo como está, é que "nunca houve fraude comprovada" com a "urna eletrônica", o que não significa que nunca tenha havido fraude! Notem que quem aceita ou não a comprovação é o próprio TSE, o dono das urnas, o qual, como tribunal, julga os processos em que ele próprio é réu.
Quando o pessoal do TSE tenta explicar como a auditagem é possível, eles se referem a recontagem, não dos "votos" (que não existem), mas dos dados impressos a partir do RDV (Registro Digital do Voto). Trata-se de uma tabela digital, gerada pelo próprio software da "urna", que ela imprime. Ora, no momento da impressão, esta tabela já está fraudada! Logo, este argumento também é fraudulento! O mesmo vale para o QRCode, que também é impresso pela própria "urna" (entre aspas porque não é urna).
Acrescento uma pergunta para quem ainda jura que a "urna" é honesta: quem poderia coletar todos os RDVs ou os QRCodes de todas as urnas do Brasil, no fim da eleição, para conferir a totalização nacional dos votos? Mesmo sendo praticamente impossível, tentativas foram feitas! Diego Aranha (atualmente Professor Assistente na Universidade de Aarhus, Dinamarca, desde 2018) tentou, mas não conseguiu. O melhor que se poderia fazer seria uma análise estatística, a qual seria muito questionada e não seria bem entendida. Isto também já foi feito, mas, embora os estudos tenham sido corretos, não tiveram repercussão!
Parece que estes comentaristas da Globo News obedecem cegamente ao "Grande Irmão" (em tradução literal de "Big Brother", mas que significa "Irmão Mais Velho", na linguagem coloquial inglesa).
Antes de continuar, permitam-me explicar melhor este último parágrafo. Refiro-me ao personagem fictício do romance intitulado "Nineteen Eighty Four" ("1984"), escrito por George Orwell e publicado em 1949 como uma advertência aos cidadãos do mundo.
No romance, o povo do país (a Oceânia) já não tem cidadania de verdade e vive sob intensa propaganda e vigilância. Um grupo de privilegiados comanda o país sem se exporem, sem que ninguém saiba quem são eles. Operam nas sombras do submundo, como convém a uma Organização Criminosa. Esta organização é personificada no cognome de Grande Irmão, que a maioria do povo acredita ser mesmo uma pessoa, um grande líder infalível. "O Grande Irmão te vigia", dizem os cartazes espalhados por toda a parte.
Realmente, o povo está sob constante vigilância, principalmente pelas teletelas ("telescreen") que todos possuem em casa e que também estão em toda a parte. Ninguém pode se desligar das teletelas, as quais são permanentemente lembradas pelas frases de propaganda do "Partido Interno", o partido governante da Oceânia, em frases como: "o Grande Irmão zela por ti".
Ninguém mais sabe distinguir a realidade da ficção e acredita que o país trava uma guerra interminável com um inimigo externo, o que obriga todos a uma disciplina rígida, imposta por um regime severamente punitivo. Até a linguagem ganha novos termos, pela intensa repetição de novas palavras na propaganda subliminar. Até palavras antigas ganham novas acepções. É a "novilingua", a qual impõe uma semântica distorcida para criar um estado de torpor e confusão, como expresso no próprio lema do Partido único: “Guerra é paz". A "novilíngua" também cria novas palavras pela "condensação" e "remoção" de parte delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir a capacidade de raciocínio da população. Esta perversão de palavras e expressões foi muito usada pelas ditaduras do século passado, autodenominadas de Estados Socialistas, como exemplificam estas expressões: "Liberdade é escravidão" e/ou "escravidão é liberdade"; "democracia é ditadura" e/ou "ditadura é democracia"; "cooperação voluntária é coerção" e/ou "coerção é cooperação voluntária".
Os cidadãos são transformados em zumbis, que perambulam pela vida acreditando cegamente nas farsas que a tecnologia do Grande Irmão lhes apresenta.
Isto posto, voltemos ao nosso Brasil!
Tenho uma sensação bem pessoal dos fatos atuais da política brasileira. Não entendo nosso regime como democrático, porque o povo não tem influência nos rumos da política. Digo isto porque me parece, há muito tempo, que o Estado brasileiro foi capturado por uma Organização Criminosa Mor (OrCriM) em torno da qual orbitam uma grande quantidade de outras organizações criminosas satélites. Outros, como Deltan Dallagnol, preferiram denominar este complexo de quadrilhas de "Mecanismo" de exploração da sociedade brasileira.
A OrCriM tem total controle sobre o resultado eleitoral, mediante o controle da mídia e de vários outros instrumentos sociais. No entanto, as pessoas que verdadeiramente comandam o Brasil, não disputam eleições!
Esta questão de direita x esquerda, Lula x Bolsonaro, nada disto interessa!
O atual Presidente, Jair Bolsonaro, é irresponsável e desonesto, mas antes de tudo é primitivo. Ele é enganado por todos os cafajestes que conseguem se aproximar dele. Quando ainda era apenas candidato à Presidência, o cafajeste em destaque era o astrólogo Olavo de Carvalho. Atualmente são outros, como os vendedores de vacinas, de cloroquina, de armas etc.
Na minha avaliação, Bolsonaro está agora sendo usado para destruir a campanha do Voto Impresso. Ele faz isto sem perceber que está sendo manipulado. É tão trapalhão que nem a OrCriM o suporta mais. Se tudo isto que escrevi estiver certo, a reeleição de Bolsonaro já está descartada.
É óbvio que a ameaça dos chefes militares ao Poder Legislativo de cancelar as eleições do ano que vem, se não houver aprovação do Voto Impresso, é absurda e criminosa. Não poderia ser tolerada sem uma punição exemplar, mas será tolerada por este país engambelado e apático. No entanto, é uma ação eficaz para acabar com as chances de mais uma aprovação do Voto Impresso por parte do Congresso. Agora, para o povo desinformado e para os parlamentares, que precisavam de uma desculpa para votar contra o Voto Impresso, o caminho está preparado. Quem votar a favor do Voto Impresso será acusado de ser bolsonarista e/ou adversário da democracia! Obviamente o Voto Impresso visa aperfeiçoar a democracia, não o contrário. O Brasil está insano, demente!
A campanha pelo Voto Impresso é séria e muito antiga. Começou no século passado, no tempo em que Bolsonaro se declarava comunista, bolivariano e fã de Hugo Chávez. Ele dizia que o Exército Brasileiro também era comunista! O que Bolsonaro diz nunca teve valor algum.
O fato é que o Voto Impresso apavora o STF, o TSE e também grande parte dos políticos importantes do Brasil. Estes que defendem abertamente o atual sistema eleitoral brasileiro podem não pertencer à OrCriM, mas certamente estão muito próximos dela! Assim como a OrCriM precisava destruir a Lava-Jato, com a mesma intensidade quer manter o atual sistema eleitoral.
Aqui, no Brasil, o sistema eleitoral brasileiro tem tudo o que é necessário para que haja fraudes. O povo brasileiro está afogado em propagandas da infalibilidade da "urna" brasileira, a qual seria "à prova de qualquer fraude"! Bobagem! Quem tiver acesso aos softwares pode fazer megafraudes em completa segurança.
Fraudes eleitorais de alcance nacional são equivalentes a Golpes de Estado!
Agora, veja esta! Acesse aqui:
https://almirquites.blogspot.com/2021/07/a-licao-das-menininhas-apuracao.html
- O Fundo e o Processo Eleitoral pesam demais
- A lição das menininhas
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