sexta-feira, 16 de julho de 2021

O fundo e o processo eleitoral pesam demais

 Por Almir M. Quites


Foi assim: o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, o chamado Fundo Eleitoral, também conhecido como Fundão. Votaram a favor 278 deputados e 40 senadores. Assim, os recursos do Fundo Eleitoral foram triplicados, passando para R$ 5,7 bilhões. Uma vergonha! Anote os nomes dos que aprovaram e nunca mais vote neles. Os maiores problemas do país têm origem no sistema eleitoral!

Nos EUA muito raramente um candidato aceita receber recursos públicos, porque quem recebe não pode arrecadar doações privadas, as quais podem ser abatidas no Imposto de Renda. O PIB per capita deles é cerca de 10 vezes maior que o do Brasil. 

Na Alemanha os partidos recebem do Estado (pelo "matching funds") 0,38 euro por cada euro que tenha recebido em doações e 0,70 euro por cada voto conquistado em eleições nacionais ou europeias. Só os partidos que conseguem pelo menos 0,5% dos votos nacionais ou 1% em eleições estaduais podem receber. O PIB per capita da Alemanha é mais de 4 vezes maior que o nosso!

Para que os políticos brasileiros querem tanto dinheiro? Para fazer campanha eleitoral não deve ser! Eles não investiriam tanto dinheiro em propaganda numa eleição que pode ser eletrônica e impunemente fraudada! Afinal, os brasileiros nem podem conferir a lisura da apuração eleitoral. Não é só a autoria do voto que é secreta, a contagem dos votos também é. Aliás, nem mesmo existem votos reais para que recontagens de conferência sejam possíveis!

Recebi uma mensagem, pelas redes sociais, de uma pessoa que chamarei aqui simplesmente de VBr, para não a expor indevidamente.

Sobre o atual sistema de apuração eleitoral do Brasil, dirigindo-se a mim, VBr escreveu:

"Almir Monteiro Quites, o sistema é auditável, o voto não precisa ser passível de recontagem para que o sistema seja confiável. Voto impresso viola o sigilo do voto e dá munição para as milícias e os donos dos votos de cabresto."

Diante desta assertividade, respondi também de modo asseverativo, mas indiquei artigos meus que apresentam mais argumentos sobre o caso.  

Respondi assim:

"VBr, você está enganado e reproduzindo aqui a propaganda do TSE. Eu posso lhe explicar, mas não misture este tema, tão sério, com estas coisas de bolsonarismo, lulismo, direita, esquerda etc.

Pense comigo, com lógica e independência mental. Antes leia com atenção estes dois itens:

    • 1) O sistema de apuração eleitoral brasileiro não é auditável, simplesmente porque não existe voto real que possa ser recontado. O TSE mente quando diz que o PSDB fez uma auditagem e "concluiu que não havia fraude". Eu acompanhei aquela auditagem e sei que a conclusão foi outra. A conclusão foi exatamente o que lhe disse há pouco: "não é possível fazer-se auditagens porque não há votos que possam ser recontados". O resultado eleitoral depende da honestidade do software que estiver em cada urna no momento da votação". Dizer o contrário e simplesmente um ato de fé no TSE!
    • 2) A outra afirmação é uma mentira deslavada e recorrente do TSE. O Voto Impresso não viola o sigilo do voto. O eleitor confere o voto que o computador imprime (computador que os brasileiros chamam de "urna") e, quando ele aperta o botão "confirma", o voto cai numa urna indevassávelonde fica disponível (junto com todos os outros votos) para recontagens posteriores. O eleitor nem toca no voto impresso, apenas o confere! O sigilo da autoria do voto é absolutamente seguro.

Não acredite nas coisas que os donos das urnas dizem (o pessoal do TSE). Eles mentem muito, há décadas. Leia sobre o Voto Impresso para entender. Evite as propagandas e declarações de políticos interessados. Procure textos de gente independente, especialmente gente com bons conhecimentos de informática.

 

Pergunto a você: por que todos os países evoluídos do mundo continuam usando o voto de papel com apuração manual ou usando o sistema de Voto Impresso? Pense nisto! Você acredita mesmo que o Brasil detém a mais evoluída apuração eleitoral do mundo? Isto é o que afirma a propaganda do TSE. A nossa urna não é aceita nem aqui na América Latina! Por favor, leia (mas leia mesmo) a publicação (de fevereiro de 2018) que indico a seguir:
QUEM TEME O VOTO IMPRESSO 
https://almirquites.blogspot.com/2018/02/quem-teme-o-voto-impresso.html

 

Posso lhe indicar muitos outros artigos sobre este tema.

 

Na verdade, os brasileiros estão sendo enganados, iludidos, desde muitas décadas.

 

Em 1982, Brizola comprovou que a contagem eletrônica estava fraudando as eleições, favorecendo o candidato do PDS (antiga ARENA), o que ficou conhecido como "Escândalo da Proconsult". Só que, naquele tempo, havia voto para ser recontado. A fraude foi comprovada. Esta foi a primeira eleição estadual com contagem eletrônica do Brasil e já foi fraudada! Em vez de corrigirem o sistema, suprimiram o voto!

 

Hoje temos eleições em que os votos são virtuais, imaginários. Não há voto real que possa ser recontado. Logo, não é possível fazer recontagens, nem mesmo fazer qualquer tipo de prova. O próprio TSE não pode fazer prova de que não exista fraude. 

Desde o final do século passado denuncio a farsa das "urnas eletrônicas" (entre aspas porque nos ensinaram a chamar assim algo que não é urna).

 

Lembro e indico a seguir um artigo que publiquei em 2013! Foi este: 

Espero ter sido claro e ajudado!"

A resposta que dei para VBr foi esta. Agora a publico aqui para que possa ajudar a outros que acreditam na infalibilidade da "urna eletrônica", tal qual os fervorosos religiosos acreditam na "infalibilidade papal". 

Quem exige fé são as ditaduras. As democracias exigem a transparência de todos os atos públicos!

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Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, clique aqui

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