quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Ato falho do aspirante de ditador

Por Almir M. Quites

O Comandante


Em junho de 1993, Jair Bolsonaro foi a Santa Maria, minha cidade natal. Por lá, andou dizendo as bobagens de sempre, mas para surpresa geral, os vereadores de Santa Maria reagiram e, por unanimidade, aprovaram uma moção de repúdio contra Bolsonaro (
que, na época, era deputado federal) por ter defendido o fechamento do Congresso e a volta da ditadura em uma entrevista ao jornal A Razão.

A moção ainda está em vigor.

Bolsonaro voltou a Santa Maria 26 anos depois de ser considerado “persona non grata” da cidade, desta vez como Presidente da República. Participou da Festa Nacional da Artilharia (Fenart), no 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsada, que celebrava o aniversário do marechal Emílio Luiz Mallet, seu patrono.

Então, em seu discurso, Bolsonaro, talvez preocupado em desfazer "a mancada" de mais de meio século atrás, mas destrambelhado como sempre, traiu-se ao declarar: "
Nossa vida tem valor, mas tem algo muito mais valoroso do que a nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta. Temos exemplo na América Latina. Não queremos repeti-los. Confiando no povo, confiando nas Forças Armadas, esse mal cada vez mais se afasta de nós". A indústria das armas de fogo agradece!

Resumindo, o Presidente argumentou, de modo extemporâneo, que armar a população evita golpe de Estado! Logo ele, que tantas vezes defendera ditaduras! Logo ele, que há menos de 3 meses determinara ao Ministério da Defesa que fizesse as "comemorações devidas" pelos 55 anos do golpe de 1964, o qual deu início a uma ditadura militar no país que durou 22 anos. Só mesmo um mito tolamente divinizado poderia dizer tantas bobagens e continuar sendo aceito pela fé cega.

Logo depois destes fatos, em 21 de junho de 2019, fiz uma análise sobre a veracidade da afirmação do Presidente e publiquei o seguinte artigo no meu blogue:
ARMAR A POPULAÇÃO EVITA GOLPE DE ESTADO
➡️ https://almirquites.blogspot.com/2019/06/armar-populacao-evita-golpe-de-estado.html

O fato é que Bolsonaro sempre sonhou tornar-se um ditador, desde o tempo em em admirava Hugo Chávez e se declarava bolivariano. Naquela época, Bolsonaro declarou em entrevista ao Estadão que pretendia implantar o bolivarianismo no Brasil! Fantasias de uma criança grande que hoje é perigosa por estar investida de muito poder. 

Hoje, o Presidente Bolsonaro assinou um projeto de lei "para regulamentar" o art. 231 da Constituição Federal e permitir a mineração e a geração de energia elétrica em terras indígenas.  A regulamentação proposta praticamente destrói o artigo 231, logo deveria ser considerada como uma alteração na Constituição Federal e não como uma Lei. Bolsonaro pretende mudar a Constituição Federal por meio de Projeto de Lei!

Ao anunciar o tal Progeto de Lei, Bolsonaro declarou:
"Até esse projeto que regulamenta o artigo 231 da Constituição, do nosso ministro de Minas e Energia, é um grande passo. Depende do Parlamento. Vão sofrer pressão dos ambientalistas. Esse pessoal do meio ambiente, né... Se um dia eu puder, confino-os na Amazônia. Eles gostam tanto de meio ambiente..."

Aí está! Se um dia ele puder, vai confinar os ambientalistas na Amazônia! Bolsonaro sonha em tornar-se um ditador.

A frase acima foi um ato falho (parapraxia). No caso, foi um erro de linguagem causado pelo inconsciente, o que é muito frequente quando Bolsonaro fala.

Através do ato falho, o desejo do inconsciente é realizado. O ato falho emerge de um conflito entre o intuito consciente e o reprimido. O reprimido é ser um todo poderoso ditador!

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