Por Almir M. Quites (ver nota de rodapé)
O Brasil anda irritadiço, colérico. É o que se constata e o programa de ontem (03/08/2018) comprovou mais uma vez.
No programa CENTRAL DAS ELEIÇÕES, da Globo News, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, ao responder pergunta do jornalista Roberto D'avila, referente à sua simpatia pela Ditadura Militar, lembrou o editorial de 1984, no qual Roberto Marinho defendia o apoio do jornal O Globo ao regime militar. Na época, muitos órgãos de comunicação ainda se submetiam ao poder desmedido daquela ditadura.
No final do programa, Miriam Leitão, pediu silêncio a todos para ouvirem uma manifestação da emissora que solicitara "direito de resposta" e, com dificuldade de ouvir, repetiu pausadamente um texto ditado pelo ponto eletrônico. O texto dizia que Bolsonaro se esquecera que, em 2013, também em editorial, o jornal O Globo admitiu o erro de 1984 e condenou publicamente seu próprio apoio à ditadura instaurada em 1964. Foi o fecho do programa e a reabertura de um velho tema.
Observem que a resposta da TV Globo não ofende nem desmerece ninguém. Apenas acrescenta uma informação pertinente que a TV, promotora do evento, tinha o direito de apresentar, como empresa irmã do Jornal O GLOBO. No entanto, os brasileiros andam tão nervosos que algo assim, tão inofensivo, tem potencial para incendiar o ambiente político.
Antes disso, durante duas horas de sabatina, Bolsonaro revelou suas graves limitações de compreensão e de comunicação. Sempre em tom de bate-boca de botequim, mostrou-se obcecado com a ideia de destruir o Comunismo, o PT e tudo o que eles fizeram ou desfizeram enquanto estiveram no poder. Para ele, política e guerra não se distinguem. Parece que Bolsonaro se imagina como comandante de uma guerra santa contra o exército do anti-Cristo! Para ele, os militares são a casta mais importante, mais inteligente e mais abnegada da sociedade. Seu discurso político é limitadíssimo, de conteúdo obscuro e opaco, por vezes muito infantil. Nem percebe a responsabilidade inerente ao posto de Presidente da República e também não percebe sua incompetência para o cargo.
Os jornalistas que o questionavam também contribuíram para manter o debate em baixo nível. Eles tinham a prerrogativa de conduzir o debate, mas insistiram em picuinhas para encurralar o candidato. Também fizeram assim com Álvaro Dias e com Geraldo Alckmin, mas aliviaram a pressão com Ciro Gomes e Marina Silva. Os dois primeiros tiveram serenidade para responder às perguntas tratando de elevar o nível do debate, o que não aconteceu com Bolsonaro.
Parece-me também — há muito tempo — que a maioria dos jornalistas mais proeminentes da TV Globo mal disfarça um certo mal-estar diante de Bolsonaro. No entanto, isto não justifica o tom de enfrentamento e o desedificante baixo nível teletransportado para todo o Brasil.
Agora, os coléricos "bolsonaristas" vão bradar desatinadamente que "Bolsonaro venceu a Guerra", que "derrotou a GLOBO"! Vão dizer também que "Bolsonaro derrotou Miriam Leitão", com a qual, eles imaginam, Bolsonaro travou uma batalha memorável em passado recente. Miriam Leitão será crucificada como se fosse ela a autora da resposta da TV Globo e como se esta tivesse sido um acinte!
Vejam, a seguir, como foi o embate anterior, no qual Bolsoraro atacou Miriam Leitão. Clique aqui:
BOLSONARO VERSUS MÍRIAM LEITÃO
http://almirquites.blogspot.com/2017/06/bolsonaro-versus-mirian-leitao.html
Nota:
Este artigo foi escrito na sexta-feira, 03/08/2018, e publicado inicialmente no Facebook. Endereço: https://www.facebook.com/almir.monteiroquites/posts/1994262647258701
BRASIL POLITICAMENTE COLÉRICO |
O Brasil anda irritadiço, colérico. É o que se constata e o programa de ontem (03/08/2018) comprovou mais uma vez.
No programa CENTRAL DAS ELEIÇÕES, da Globo News, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, ao responder pergunta do jornalista Roberto D'avila, referente à sua simpatia pela Ditadura Militar, lembrou o editorial de 1984, no qual Roberto Marinho defendia o apoio do jornal O Globo ao regime militar. Na época, muitos órgãos de comunicação ainda se submetiam ao poder desmedido daquela ditadura.
No final do programa, Miriam Leitão, pediu silêncio a todos para ouvirem uma manifestação da emissora que solicitara "direito de resposta" e, com dificuldade de ouvir, repetiu pausadamente um texto ditado pelo ponto eletrônico. O texto dizia que Bolsonaro se esquecera que, em 2013, também em editorial, o jornal O Globo admitiu o erro de 1984 e condenou publicamente seu próprio apoio à ditadura instaurada em 1964. Foi o fecho do programa e a reabertura de um velho tema.
Observem que a resposta da TV Globo não ofende nem desmerece ninguém. Apenas acrescenta uma informação pertinente que a TV, promotora do evento, tinha o direito de apresentar, como empresa irmã do Jornal O GLOBO. No entanto, os brasileiros andam tão nervosos que algo assim, tão inofensivo, tem potencial para incendiar o ambiente político.
Antes disso, durante duas horas de sabatina, Bolsonaro revelou suas graves limitações de compreensão e de comunicação. Sempre em tom de bate-boca de botequim, mostrou-se obcecado com a ideia de destruir o Comunismo, o PT e tudo o que eles fizeram ou desfizeram enquanto estiveram no poder. Para ele, política e guerra não se distinguem. Parece que Bolsonaro se imagina como comandante de uma guerra santa contra o exército do anti-Cristo! Para ele, os militares são a casta mais importante, mais inteligente e mais abnegada da sociedade. Seu discurso político é limitadíssimo, de conteúdo obscuro e opaco, por vezes muito infantil. Nem percebe a responsabilidade inerente ao posto de Presidente da República e também não percebe sua incompetência para o cargo.
Os jornalistas que o questionavam também contribuíram para manter o debate em baixo nível. Eles tinham a prerrogativa de conduzir o debate, mas insistiram em picuinhas para encurralar o candidato. Também fizeram assim com Álvaro Dias e com Geraldo Alckmin, mas aliviaram a pressão com Ciro Gomes e Marina Silva. Os dois primeiros tiveram serenidade para responder às perguntas tratando de elevar o nível do debate, o que não aconteceu com Bolsonaro.
Parece-me também — há muito tempo — que a maioria dos jornalistas mais proeminentes da TV Globo mal disfarça um certo mal-estar diante de Bolsonaro. No entanto, isto não justifica o tom de enfrentamento e o desedificante baixo nível teletransportado para todo o Brasil.
Agora, os coléricos "bolsonaristas" vão bradar desatinadamente que "Bolsonaro venceu a Guerra", que "derrotou a GLOBO"! Vão dizer também que "Bolsonaro derrotou Miriam Leitão", com a qual, eles imaginam, Bolsonaro travou uma batalha memorável em passado recente. Miriam Leitão será crucificada como se fosse ela a autora da resposta da TV Globo e como se esta tivesse sido um acinte!
Vejam, a seguir, como foi o embate anterior, no qual Bolsoraro atacou Miriam Leitão. Clique aqui:
BOLSONARO VERSUS MÍRIAM LEITÃO
http://almirquites.blogspot.com/2017/06/bolsonaro-versus-mirian-leitao.html
Nota:
Este artigo foi escrito na sexta-feira, 03/08/2018, e publicado inicialmente no Facebook. Endereço: https://www.facebook.com/almir.monteiroquites/posts/1994262647258701
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