Por Almir M. Quites
Solicitaram-me para fazer um comentário sobre um recente vídeo do coronel Ênio Gomes Fontenelle (Coronel R1 de Comunicações do Exército Brasileiro; Membro do Estado-Maior do Exército (EME); Chefe de Telecomunicações e Eletrônica do SNI de 1980 a 1990; Sócio majoritário da FENCE Consultoria Empresarial Ltda).
Aceitei a proposta.
Primeiro, veja o vídeo. Depois leia meu comentário.
O vídeo é este:
NOVA ORDEM MUNDIAL E GOLPE DE ESQUERDA
====
https://www.youtube.com/watch?v=W2gNlOPtPAE e
https://www.youtube.com/watch?v=dwH3pcDv-0U&feature=youtu.be
Viu? Agora comento.
Antes, porém, esclareço que minha decisão de não votar já tem quase 10 anos e não tem nada a ver com o mais recente golpe do TSE&STF contra a adoção do voto impresso.
O que eu vi é que o coronel faz o diabo para promover o capitão.
O que eu vi é que o coronel faz o diabo para promover o capitão.
Está claro que o vale-tudo da campanha eleitoral é muito nocivo ao país. O povo brasileiro já tem muita dificuldade para entender a política brasileira, no entanto, ainda sofre um processo permanente de desinformação.
Parece-me fácil perceber que o coronel Fontenelle não tem bom nível intelectual e é rude. Basta observar o modo como fala e como se refere aos seus adversários.
Na visão do coronel reformado, eu — que não acredito na honestidade da urna eletrônica — seria um "infiltrado" da "Nova Ordem Mundial"! Para o Coronel quem pensa diferente é "inimigo". Ele usa estas expressões no vídeo! O Coronel pensa em política como se fosse uma guerra. Se fosse assim, brasileiros deveriam agredir e matar brasileiros de outras interpretações políticas!
Não levem a sério este vídeo. O Coronel está apenas fazendo propaganda do capitão candidato Jair Bolsonaro e confundindo os eleitores com suas próprias crendices. Isto é evidente deste o início do vídeo.
Ele está difundido uma narrativa irresponsável para induzir o eleitorado a votar em Bolsonaro a partir de premissas falsas.
O raciocínio do coronel está errado. Uma eleição presidencial só é decidida em segundo turno quando nenhum candidato obtiver mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos). Logo, se realmente o capitão Jair tivesse mais votos que os demais candidatos e se seus eleitores estivessem realmente convictos de seu voto, então, quanto mais brancos e nulos, mais fácil seria para Bolsonaro ganhar em primeiro turno. No raciocínio tolo que o coronel faz, os votos brancos e nulos teriam origem exclusiva nos eleitores de Bolsonaro. Esta premissa é inaceitável.
Ele está difundido uma narrativa irresponsável para induzir o eleitorado a votar em Bolsonaro a partir de premissas falsas.
O raciocínio do coronel está errado. Uma eleição presidencial só é decidida em segundo turno quando nenhum candidato obtiver mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos). Logo, se realmente o capitão Jair tivesse mais votos que os demais candidatos e se seus eleitores estivessem realmente convictos de seu voto, então, quanto mais brancos e nulos, mais fácil seria para Bolsonaro ganhar em primeiro turno. No raciocínio tolo que o coronel faz, os votos brancos e nulos teriam origem exclusiva nos eleitores de Bolsonaro. Esta premissa é inaceitável.
Quem pode ter certeza que o capitão da reserva seja atualmente o preferido dos eleitores? O Coronel acredita nas pesquisas de intenção de voto? Eu não! A sensação de que há um grande número de "bolsonaristas" depende do quanto foi investido em robôs de propaganda de rede social. Os internautas dessas redes não conseguem distinguir uma pessoa de um robô ou de um cyborg. As sensações que as redes sociais nos passam são carregadas de ilusões.
O Coronel parte da duvidosa premissa de que Bolsonaro já ganhou as eleições ("estamos com a vitória na mão", diz ele) e propala que isto se confirmará se não houver um golpe de esquerda.
Outra premissa duvidosa do general é a inexistência de fraude na apuração eleitoral. Ora, ele finge esquecer que a primeira assinatura do Projeto de Lei para implantar o Voto Impresso no Brasil foi justamente do candidato Bolsonaro! Se ele assinou aquele documento (o qual foi aprovado pelo Congresso), é porque acredita que há fraude eleitoral na apuração eletrônica. Caso contrário, seria outra incoerência de Bolsonaro (além da inexplicável candidatura num processo que ele considera desonesto) e também um crime, porque teria levado o Congresso a um erro!
Não é só isso! Há mais premissas absurdas. O coronel crê que a vitória do seu capitão da reserva só será ameaçada se houver um golpe da tal "NOVA ORDEM MUNDIAL" e que este golpe consiste em convencer os eleitores a não votar!
Não é só isso! Há mais premissas absurdas. O coronel crê que a vitória do seu capitão da reserva só será ameaçada se houver um golpe da tal "NOVA ORDEM MUNDIAL" e que este golpe consiste em convencer os eleitores a não votar!
O vídeo do Coronel, a meu ver, é deplorável!
Não tenho condições de julgar sua honestidade pessoal, mas eu teria, pelo menos, muita cautela. Seu passado é questionável, pelo menos para mim que não sei o desfecho daqueles escândalos de sua empresa, a Fence Consultoria Empresarial LTDA, no caso dos contratos de serviços de "inteligência" (contra intrusões eletrônicas) com a PRODESP, do governo de São Paulo (quando José Serra era o governador). O que houve com aquelas denúncias de corrupção?
Não tenho condições de julgar sua honestidade pessoal, mas eu teria, pelo menos, muita cautela. Seu passado é questionável, pelo menos para mim que não sei o desfecho daqueles escândalos de sua empresa, a Fence Consultoria Empresarial LTDA, no caso dos contratos de serviços de "inteligência" (contra intrusões eletrônicas) com a PRODESP, do governo de São Paulo (quando José Serra era o governador). O que houve com aquelas denúncias de corrupção?
É claro que a "intervenção não vai existir" (referência do coronel ao golpe militar). Há quanto tempo venho afirmando, nos meus artigos públicos, que não haveria Golpe Militar! Como eu sabia disto? Apenas pelo raciocínio! Leia aqui:
INTERVENÇÃO MILITAR, NÃO!
http://almirquites.blogspot.com/2017/04/intervencao-militar-nao.html
INTERVENÇÃO MILITAR, NÃO!
http://almirquites.blogspot.com/2017/04/intervencao-militar-nao.html
Outra questão é a fantasia do golpe de esquerda articulado pela tal de "NOVA ORDEM MUNDIAL". O Coronel acredita na existência do plano maquiavélico da Nova Ordem Mundial para o domínio de todas as nações do planeta, por meio de um governo de esquerda, único e totalitário, cujo objetivo seria "a demolição de nossa sociedade Judaico-Cristã".
Esta tal de NOVA ORDEM MUNDIAL, cuja sigla em português é NOM (em inglês: New World Order, NWO), é um mito antigo que agora é amplificado pelos fóruns de discussão na polêmica "web3.0", os quais citam os Illuminati para explicar muitos dos problemas atuais do planeta. Políticos como George W. Bush e Barack Obama, magnatas como George Soros, e outros, como o Papa Francisco e a Rainha Elizabeth 2ª, já foram apontados como pertencentes a confraria. Muitos acreditam ser possível ver a símbolos dos Illuminati em vídeos de artistas como Beyoncé, Jay-Z, Lady Gaga e Katy Perry, tais como pentagramas, pirâmides e o famoso "olho que tudo vê", que aparece nas cédulas de dólar.
Na época da Guerra Fria, este mito ganhou força. Depois foi esquecido por uns tempos e agora volta. Todos os mitos passam por ciclos. O famoso livro ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS é outro exemplo de mito que se alastrou no passado. Seu autor via provas de "astronautas extraterrestres" em toda parte e muitos acreditavam nele. Hoje já foi esquecido.
A verdadeira Ordem dos Illuminati foi fundada em 1776, na Baviera, Alemanha, pelo jurista Adam Weishaupt. O objetivo desta sociedade secreta, inspirada nos ideais do iluminismo e na estrutura da maçonaria, era acabar com o obscurantismo e com a forte influência que, na época, a Igreja exercia sobre a esfera política. No entanto, a Ordem dos Iluminati, assim como outras sociedades secretas da época, foi declarada ilegal e dissolvida, em 1785. No entanto, ficou o mito, que é muito explorado na política. Até hoje, muitos acreditam que aquela sociedade continua existindo em total segredo, na clandestinidade. Autores como o francês Agustín Barruel (1741-1820), a britânica Nesta Helen Webster (1876-1960) ou o canadense William Guy Carr (1895-1959) vincularam a ordem com eventos como a Revolução Francesa de 1789, as Revoluções em vários países europeus de 1848, a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Bolchevique, de 1917.
Atualmente o tema central no mito da Nova Ordem Mundial é que uma poderosa elite secreta, com uma agenda globalista, íntegra um governo mundial secreto, totalitário, que estaria financiando numerosos eventos orquestrados para ampliar o poder sobre o planeta inteiro. No início de 1990, o mito da NOM se limitava a duas contraculturas dos EUA, a principal era a da direita militante anti-governo, e, a outra, era a dos fundamentalistas cristãos preocupados com o aparecimento do Anticristo do fim dos tempos. No final do século XX e início do século XXI, nos EUA, muitas pessoas se preparavam obcecadamente para os cenários apocalípticos do fim do milênio. Os cientistas políticos da época até se preocupavam com a histeria coletiva, a qual poderia ter efeitos devastadores na vida política norte-americana, que iriam da alienação política generalizada à escalada do terrorismo de "lobo solitário".
Há até quem diga que os fundadores dos Estados Unidos eram membros da Ordem dos Illuminati e que o Federal Reserve, o banco central americano, foi criado para ajudar a cumprir os objetivos de dominação global daquela sociedade secreta.
Nas últimas décadas, continuaram a aparecer referências aos Illuminati em obras como a trilogia satírica de ficção científica The Illuminatus (1975), de Robert Shea e Robert Anton Wilson, ou Anjos e Demônios (2000), de Dan Brown, assim como nas letras de alguns artistas da cena "hip hop".
Nas últimas décadas, continuaram a aparecer referências aos Illuminati em obras como a trilogia satírica de ficção científica The Illuminatus (1975), de Robert Shea e Robert Anton Wilson, ou Anjos e Demônios (2000), de Dan Brown, assim como nas letras de alguns artistas da cena "hip hop".
Há uns 10 anos, diziam que a AIDS era uma doença produzida pela NOM para promover a venda do AZT, produzido pela organização Wellcome, dos Rockefellers, que seriam a principal família no comando da Nova Ordem Mundial (NWO). Isto também já foi esquecido!
Na verdade, os eleitores mais inteligentes são aqueles que não querem votar em nenhum dos atuais candidatos. Cerca de 40% do eleitorado ainda não tem candidato. Estes não veem clareza nas propostas e estão cansado dos embates furiosos e fantasiosos. Pelo outro lado, os eleitores mais convictos de seus candidatos parecem ser aqueles mais suscetíveis a aceitar a submissão a gurus, cujos interesses não são bem explicitados.
Na verdade, os eleitores mais inteligentes são aqueles que não querem votar em nenhum dos atuais candidatos. Cerca de 40% do eleitorado ainda não tem candidato. Estes não veem clareza nas propostas e estão cansado dos embates furiosos e fantasiosos. Pelo outro lado, os eleitores mais convictos de seus candidatos parecem ser aqueles mais suscetíveis a aceitar a submissão a gurus, cujos interesses não são bem explicitados.
Encerro aqui, reafirmando que considero a campanha política de Bolsonaro de tão baixo nível quanto as campanhas petistas desde os tempos do candidato Lula a presidente.
Esta é a minha opinião.
POVO ILUDIDO É POVO VENCIDO, EMPOBRECIDO!
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
A. Quites
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