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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Abuso da fé pública no TSE e na sua filha

 Por Almir M. Quites

Super TSE

Foto não é voto! 

Depois de ver a foto de seu candidato na tela, você apertou o botão CONFIRMA. Então, apareceu a palavra FIM, na tela, e você se perguntou: Cadê o voto? Cadê a urna? Você foi embora com aquela sensação de que algo não estava certo. 

O que, de fato, aconteceu?

Ilusionismo é a arte de criar ilusão por meio de artifícios e truques. O mágico é um ilusionista. 

Quem pratica o ilusionismo sabe que o segredo está em chamar a atenção para algo ("misdirection" que pareça significativo (uma isca) enquanto algo importante passa despercebido. É o que fazem com o eleitor em cada eleição brasileira. 

Existe uma entidade intermediária, não percebida, entre o eleitor e o voto. É a entidade que registra a intenção de voto logo depois que o eleitor aperta o botão CONFIRMA. Quem é este intermediário? Quem é? É o pessoal do "Super TSE", que comanda o computador, que chamamos de "urna", por meio do software. O eleitor não sabe se este pessoal intermediário é honesto! O eleitor nem sabe quem são eles e não tem como conferir o voto que foi registrado! 

Como que o eleitor dispensa seu direito de conferir seu próprio voto? Como pode por fé no Super TSE? 

Nossa apuração eleitoral é muito rápida, não porque tenhamos a mais avançada tecnologia, mas sim porque nos foi roubado o mais importante da apuração eleitoral: a transparência e a possibilidade de recontagem

Como ninguém pode conferir o que o software da "urna" faz, então, fica muito fácil fazer uma apuração eleitoral super rápida, eleger quem bem entender e contar com a absoluta certeza de que ninguém provará a existência de fraude! Afinal, o voto é virtual! Ele não tem existência real. Não pode ser recontado. Logo, não é possível fazer prova de fraude.

Como que um povo inteiro aceita isso? Quanta ingenuidade! A mágica pode ser feita impunemente!

A forma mais fácil de provar a veracidade do que afirmo aqui, é usar a prova por absurdo, um método muito usado em ciência, inclusive na matemática. Consiste em assumir a mentira como se fosse verdade e dela tirar conclusões lógicas. Se disto resultar contradições ou absurdos, então, a suposta mentira era mesmo mentira

Assim, convido o eleitor e leitor, a acreditar provisoriamente no que diz o TSE: "os brasileiros têm a melhor tecnologia de apuração automática dos votos, o TSE é infalível, é absolutamente honesto e tem fé pública".

Se fosse válido admitir que o "Super TSE" (Tribunal Superior Eleitoral) e sua filha, a "Urna Eletrônica" tenham enorme fé pública" e que, só por isso, "os brasileiros não precisariam conferir a lisura da apuração eleitoral", então, decorreria logicamente que tanto a comodidade do eleitor como a velocidade da apuração eleitoral poderiam ser muitíssimo maior do que é hoje!

O "Super TSE" nem precisaria do seu supercomputador! Aliás, nem precisaria comprar as "urnas eletrônicas" da Diebold Proconsult, nem transportá-las para todas as cidades e depois levá-las de volta para o esconderijo! Então, por que o "Super TSE" se dá a todo este trabalho? Pense nisso!

As eleições poderiam ser assim: 
1) O eleitor votaria de seu próprio celular, não precisaria sair de casa no dia da eleição.
2) O eleitor baixaria o honestíssimo aplicativo do TSE. Ao abrí-lo, seu celular seria desconectado temporariamente da internet e conectado à rede do TSE. Assim, seria transformado momentaneamente numa "respeitável Urna Virtual".
3) O eleitor se identificaria colocando o dedo indicador na tela para leitura de sua digital.
4) Em seguida digitaria o número do candidato, cuja foto apareceria na tela. O eleitor conferiria a foto e tocaria no botão CONFIRMA. Claro, repetiria esta sequência 5 vezes (para Deputado Estadual, para Governador, para Deputado Federal, para Senador e para Presidente da República).
5) Pela rede do TSE, o aplicativo enviaria cada "voto" virtual diretamente para o computador do TSE, o qual já iria somando os votos à medida que chegassem (poderia até inventar o resultado, mas não o faria porque estamos supondo que tudo seja absolutamente honesto).
6) No final da tarde, no momento em que a eleição se encerrasse, o computador já enviaria o resultado final (o BUN, Boletim das Urnas Nacionais) para o "site" do TSE e também para todas as agências de notícias nacionais e internacionais.

O TSE garantiria que não há interferência humana na apuração eleitoral, como faz atualmente, e o povo acreditaria, como sempre.

No entanto, continuaríamos ingenuamente nos perguntando 🤔: por que os países que têm muito mais tecnologia do que nós continuam votando com votos de papel e apuração manual? 

Repito a pergunta: se o Brasil tem tecnologia para isso, então, por que ainda não fez?

Podemos ir além mudando um pouquinho esta lógica: admitindo-se que possa haver fraude, mas mantendo como verdade as falsas premissas de que "se o TSE e a Urna Eletrônica, têm fé pública", então, só por isso, "os brasileiros não precisam conferir a lisura da apuração eleitoral". Neste caso, a velocidade da apuração poderia ser infinitamente maior do que acabo de sugerir acima! Sabem por que? Porque a própria apuração eleitoral poderia ser suprimida. Com a aceitação destas premissas, poderíamos até delegar nossos votos ao TSE! Assim, nem precisaríamos votar! 

Conclusão: como tudo isso é absurdo, a premissa da infalibilidade, da honestidade e da credibilidade absolutas é falsa!  

Há duas décadas denunciamos estes fatos, mas os brasileiros acreditam só no TSE! Que fazer? 

O seguinte artigo foi publicado em 23 de junho de 2012. Confira:




Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, 
Para mais alguns artigos deste blog ("weblog")
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  1. Urna eletrônica: ilusão! 
  2. O retrocesso de 1996: o voto sumiu!
  3. Notícias falsas de verificadores de fatos e "fakes"
  4. Dia de eleição ou de ilusão
  5. Exemplar eleição presidencial nos EUA
  6. Guerra cibernética global e eleições
  7. Apuração eleitoral. Quem faz melhor? Brasil ou EUA?
  8. O escândalo da semana
  9. A farra do Boi Bombeiro
  10. Ministro x População
  11. Acabei com a Lava-Jato
  12. Os pinóquios do Brasil estão em alta
  13. A negação da CoViD-19
  14. O Direito entortado pelo sectarismo
  15. Formiguinhas formidáveis
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4) Pela rede do TSE, o aplicativo enviaria cada voto diretamente para o computador do TSE, o qual já iria somando os votos à medida que chegassem (poderia até inventar o resultado).
5) No final da tarde, no momento que a eleição se encerrasse, o computador já enviaria o BUN (Boletim das urnas nacionais) para o "site" do TSE e também para todas as agências de notícias nacionais e internacionais.

O TSE garantiria que não há interferência humana na apuração eleitoral, como faz atualmente, e o povo acreditaria como sempre.

Que tal? O Brasil já tem tecnologia para isso!!! Por que ainda não fez?

Observação final: admitindo-se as premissas iniciais de que o TSE e a "Urna Eletrônica", têm fé pública" e que, por isso, "os brasileiros não precisam conferir a lisura da apuração eleitoral", então, a velocidade da apuração poderia ser ainda bem maior do que sugeri acima! Sabem por que? Porque, com a aceitação destas premissas, poderíamos até delegar nossos votos ao TSE! Assim, nem precisaríamos votar!

No entanto, continuaríamos ingenuamente nos perguntando 🤔: por que os países que têm muito mais tecnologia do que nós continuam votando com votos de papel e apuração manual? 

Leia agora este artigo publicado em 2012:




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