terça-feira, 30 de junho de 2020

O péssimo estado moral do Estado brasileiro

Por Almir M. Quites



Carlos Decotelli, ainda que tenha sido nomeado, não pode assumir o Ministério de Educação! Falsificar o Curriculum Vitae é CRIME de falsidade ideológica. Ele deve ser julgado e justamente punido! No entanto, o Presidente Bolsonaro manifestou seu desejo de empossá-lo mesmo assim! Que país é este?! Até a urna eletrônica é falsa!

Bolsonaro foi eleito pela força do sentimento anti petista. Ele se apresentou como o apóstolo da probidade administrativa, mas nem sabia o que isto significa. Prometia uma postura implacável, com punição a quem quer que seja que saísse da linha. No entanto, sua conduta sempre foi incompatível com suas promessas. O PT também se apresentava como arauto da moralidade e, no governo, nadava feliz na improbidade. Como sempre, só os fanáticos não percebiam isso!

Além do seu falso doutorado na Argentina, contestado pelo próprio reitor da Universidade Nacional de Rosario, o novo ministro da Educação (ainda não empossado) é agora acusado também de plágio em sua dissertação de mestrado. Seu trabalho de Mestrado na FGV, sobre o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), contém trechos inteiros copiados de um relatório feito pela Comissão de Valores Mobiliários sem qualquer citação ou referência bibliográfica. A FGV promete reavaliar seu trabalho.

Como se não bastasse, agora surge outra notícia agravante. O seu pós-doutorado na Alemanha, também é falso. A Universidade de Wuppertal (a pronúncia é "vúpertal") desmentiu que Carlos Decotelli tenha frequentado a universidade no período que ele próprio informou. Esta Universidade é muito conceituada nas áreas de tecnologia e de formação de professores.

Assim, o Mestrado de Carlos Docatelli, seu Doutorado e também seu Pós-Doutorado são falsos! Falta verificar a graduação.

Há atitudes imorais e, entre elas, há as que, além de imorais, são criminosas! A conduta de Decotelli foi criminosa. As desculpas que ele apresenta são infantis! 

Há outros ministros do governo Bolsonaro que também forjaram seu currículo-vitae e, continuaram como ministros. Foram estes: a ministra Damares Alves (da Mulher e da Família e dos Direitos Humanos) e o Ministro Ricardo Salles (do Meio Ambiente).

A lei brasileira exige que, para assumir um cargo público, o cidadão seja probo, idôneo e ilibado. Exige ainda, de qualquer servidor público, um padrão de comportamento moralmente adequado, mesmo fora do âmbito do exercício das funções correspondentes ao cargo, porque a vida privada do funcionário público têm repercussões e desdobramentos públicos. Portanto, o servidor público não pode afrontar, nem na vida privada, aqueles valores com os quais está comprometido no exercício do cargo público.

Docatelli demonstrou não ter caráter, ética, honestidade. Não tem EDUCAÇÃO para ser funcionário público, muito menos para ser professor e não pode ser ministro da Educação do Brasil.

No entanto, Bolsonaro também não tem e é Presidente da República!

Tem algo de muito podre na República Federativa do Brasil!

Em novembro de 2016, publiquei um artigo onde eu apontava, indignado, o processo de banalização da improbidade administrativa. 
Este artigo, começava assim: 
 "Vivi alguns anos num país em que as profissões de maior prestígio eram as de professor e de servidor público, em ambos os casos, em todos os seus níveis. Acostumado com a banalização da improbidade administrativa do Brasil, isto me surpreendia!"

 O título foi: BANALIZAÇÃO DA IMPROBIDADE NA REPÚBLICA DAS BANANAS (👈 Clique aqui para lê-lo!). 

Ao reler este texto, percebe-se claramente que o estado de malandragem que temos hoje foi construído durante muitos anos. Claro, o pobre povo brasileiro foi deseducado ao longo do tempo e passou a tolerar crimes graves praticados por políticos. As instituições brasileiras se fragilizaram muito!

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