Mostrando postagens com marcador Educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Educação. Mostrar todas as postagens

domingo, 10 de novembro de 2024

Democracia, Ordem e Progresso

 ✓ Para compartilhar, toque aqui

PEQUENO TEXTO PARA MEUS CONTERRÂNEOS BRASILEIROS.

Segundo estabelece a nossa Carta Magna (a Constituição do Brasil), no artigo 5º, parágrafo IV,  “é 
livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Isto significa que todo o cidadão tem o direito de dizer o que pensa. Em outras palavras, a liberdade de expressão é garantida, é absoluta. Ninguém pode ser impedido ou cerceado. Somente se alguém alegar judicialmente que a manifestação feriu a legislação existente, então sim, isto será apurado posteriormente, mediante um processo legal que deve começar pela Primeira Instância do Judiciário, como manda a Constituição, não na última (o STF), quando já não há possibilidade de recurso.

Não existe democracia sem a plena liberdade de expressão.

É muito fácil compreender que esta liberdade é fundamental numa democracia. Ela promove a participação no debate livre e aberto a diferentes pontos de vista, o que enriquece o conhecimento do povo e a crítica ao governo. Assim se fortalece a democracia, o que conduz a uma sociedade mais justa e igualitária.

A liberdade de expressão é um direito humano consagrado em diversas declarações internacionais como fundamental.

O cerceamento à liberdade de expressão destrói a democracia e aliena o povo de um país!

O STF (Supremo Tribunal Federal), é o órgão máximo do Poder Judiciário. A função constitucional mais importante do STF, definida no artigo 102 da Constituição Federal, é a defesa da própria Constituição Nacional. Em outras palavras, cumpre ao STF garantir que ela seja cumprida. Contudo, o STF não faz! isto. Ele mesmo costuma atropelar a Constituição. 

O STF também tem a missão constitucional de ser o tribunal de última instância, mas ele não tem o direito de desconsiderar ou de suprimir instâncias inferiores, as quais também são constitucionais. 

O STF, também não tem o direito de se entrometer em questões políticas. Estas pertencem aos outros dois poderes da República, o Legislativo e o Executivo. No entanto, o que ele mais faz é se imiscuir nas questões políticas.

A própria Constituição estabelece que o órgão máximo decisório do Brasil é o Congresso Nacional, órgão do Poder Legislativo. É exatamente por isto que o fez constituído por membros eleitos diretamente pelo povo, o que visa garantir que os interesses da população sejam primordiais nas decisões políticas. No poder legislativos encontram-se mais do que situação e oposição, lá estão todos os espectros da política.

Os membros do STF são apenas 11 e não são eleitos diretamente pelo povo! Já o Senado Federal tem 81 senadores e a Câmara Federal tem 513 deputados, todos eleitos diretamente pelo povo brasileiro.

O Congresso tem a função de criar as leis do país, ou seja, as normas que regulamentam a Constituição Federal e que todos os brasileiros, inclusive os membros do STF, devem obedecer. Além disso, compete ao Congresso o controle sobre todos outros poderes da República, incluindo os Poderes Executivo e Judiciário.

Repito: o Congresso Nacional é o órgão mais importante do poder político no Brasil. Ele representa a voz do povo e tem o poder de criar as leis do país.

Enquanto a Constituição continuar sendo desrespeitada, tanto pelo Poder Judiciário como pelo Poder Executivo, o Brasil ficará cada vez mais anarquizado, subvertido e mais injusto!

Fazem quase 6 anos que o então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, usou o Regimento Interno para abrir investigações generalizadas e designou, de ofício, sem sorteio, o ministro Alexandre de Moraes para ser o condutor do processo. Desde então, algo horroroso ocorre no judiciário brasileiro. É o infindavel inquérito das "fake news", onde uma só pessoa manda investigar, acusa, julga e condena sem apelação!

Em junho de 2020, o ex ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, criticou este inquérito quando votou contra a sua instauração dizendo "é o inquérito do fim do mundo, sem limites". Recentemente o jurista Ives Gandra Martins o chamou de "buraco negro do judiciário"! 
Ambos têm razão! 

No Brasil os cidadãos não têm o direito de dizer que o sistema eleitoral do seu país é inconstitucional, porque não respeita o princípio constitucional da transparência do ato público. Quem expressa isto publicamente é censurado e corre o risco de ser punido! 

É melhor encerrar este desabafo por aqui!

Não permita que nossa República seja de bananas! 


Para mais
⇩ toque aqui ⇩ 

Para ler artigos sobre as 
"urnas eletrônicas brasileiras", 

Este blog não contém anúncios

_______________________________________________________________
Aviso sobre comentários 

Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor. Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos! Por favor, evite o anonimato! Escreva o seu nome no final do seu comentário.
Não use CAIXA ALTA, isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente.
Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!

________________________________________________________________

 

___________________________________________________________________

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

HISTÓRIA DO LABSOLDA-UFSC

 

Depoimento de Almir M. Quites – 25/09/2024

 ✓ Para compartilhar, toque aqui


Sinto agora aquela sensação inquietante, quando se precisa falar, mas não se quer.  Preciso superá-la!

Li no sítio de internet do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC que "o Prof. Jair Dutra foi o fundador do LABSOLDA" (Laboratório de Soldagem do Departamento de Engenharia Mecânica). Não é verdade! Trata-se de um erro que precisa ser corrigido.

Lá, na página do Departamento, está escrito literalmente o seguinte: "JAIR CARLOS DUTRA: É o fundador do Instituto de Mecatrônica-LABSOLDA em 1974 e desde então seu supervisor". Confira aqui: (https://emc.ufsc.br/portal/staff/jair-carlos-dutra/?lang=en).

Esta mesma afirmação se encontra no Curriculum Lattes do Prof. Jair. Confira aqui:

(http://lattes.cnpq.br/1570789033995989; ID Lattes: 1570789033995989).

Pergunto: a UFSC possui um "Instituto" de Mecatrônica dentro do Departamento de Engenharia Mecânica? 

Não pode ser! O Labsolda não pode ser Instituto! Os Institutos Federais de Educação possuem natureza jurídica de autarquia, detentora de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar. Os Institutos são criados por Lei.

O Labsolda também não pode ser Instituto de Mecatrônica! A Mecatrônica trata dos sistemas de  controles eletromecânicos automatizados. Portanto, é uma área multidisciplinar da Engenharia. Ela é usada na soldagem como em qualquer outro ramo do conhecimento. Ela pode ser muito útil no Labsolda, assim como são a Matemática, a Metalurgia, a Química, a Estatística e muitos outros ramos do conhecimento, mas não é o objeto, não é a temática de laboratórios de soldagem!

Pergunto ainda: este “Instituto de Mecatrônica-LABSOLDA” foi fundado pelo prof. Jair Dutra, em 1974? Não pode ser! Este foi o ano em que Jair Dutra foi contratado pela UFSC. Eu próprio era o Coordenador do Labsolda nessa época. O próprio "site" do Labsolda confirma que Jair Dutra foi contratado pela UFSC em 1974 (https://labsolda.ufsc.br/sobre-o-labsolda/historico). 

Tudo isso precisa ser revisado e corrigido.

Recentemente, por acaso, eu soube que o Labsolda/UFSC comemorou, com um almoço, 50 anos de existência. Eu não fui convidado, apesar ter sido quem começou tudo! 

Cinquenta (50) anos é o tempo transcorrido desde a contratação de Jair Dutra pela UFSC. Na verdade, o Labsolda tem mais de 50 anos! O que o prof. Jair fez, foi mudar o nome do Labsolda, conforme seus interesses pessoais e isto não aconteceu em 1974, mas já na década de 90, portanto depois de ele (Jair) ter retornado da Alemanha (onde fizemos nossa tese de doutorado). Até então eu próprio era o Coordenador do Labsolda.

Isto é constrangedor para todos nós. Causou uma grande decepção em mim, porque não me parece ser um simples erro, mas sim uma adulteração da História, porque é o que consta do Curriculum Lattes do Prof. Jair.

Como o Labsolda faz parte de minha história pessoal, propus-me a solicitar ao Departamento de Engenharia Mecânica que faça as devidas correções. A história contada no "site" do departamento não apenas contém erros, mas também está incompleta, omite o contexto histórico e a parte anterior à chegada dos modernos (na época) equipamentos doados pela Alemanha Ocidental, como se o Labsolda não existisse antes disso. No entanto, este período existiu e também foi de muito trabalho e de muitas conquistas. É o que passo a esclarecer a seguir, conforme a minha visão dos fatos.

Passemos, então, aos fatos reais da nossa História! 

As histórias do Labsolda, do Centro Tecnológico e da própria Universidade Federal de Santa Catarina estão sistemicamente ligadas. Foi uma transformação enorme na cidade de Florianópolis, com repercussão em todo Estado de Santa Catarina! Foram necessários muito empenho e sacrifícios de muita gente para que tudo isso que temos hoje se tornasse realidade.

Vamos começar contando abreviadamente a história do nascimento da Universidade de Santa Catarina e da Escola de Engenharia Industrial.

A criação da Universidade de Santa Catarina foi formalizada por ato do então presidente da República Juscelino Kubitschek ao sancionar a Lei nº 3.849, de 18 de dezembro de 1960. Em seguida, em outubro de 1961, João Davi Ferreira Lima, advogado e professor universitário, foi escolhido e nomeado o seu primeiro reitor.

Conta-se que, no ato de criação da Universidade de Santa Catarina, Ferreira Lima convenceu o Diretor de Ensino Superior do MEC, Jurandir Lodi, a acrescentar, ao lado da nominata das seis faculdades já existentes, que uma Escola de Engenharia Industrial deveria ser criada. Neste ato, Jurandir Lodi teria declarado: "Ferreira, quero que vocês façam uma grande escola e que sua fama corra de tal forma que, quando um pai no Amazonas disser que seu filho vai estudar engenharia, as circunstâncias aconselhem: mande-o para Florianópolis, porque lá está a melhor”. Não sei dizer se este episódio foi exatamente assim, mas, de fato, este era o ânimo que nos movia naquela época.

Para criar a melhor Escola de Engenharia em Florianópolis, Ferreira Lima logo firmou um convênio com a Universidade do Rio Grande do Sul (URGS).

A Escola de Engenharia Industrial (EEI) da Universidade de Santa Catarina (USC) foi formalmente criada em 1962, ainda no contexto desenvolvimentista dos chamados "Anos Dourados" e do Governo do Presidente Juscelino Kubitschek, que se caracterizou pelo Plano de Metas, o qual se concentrava no desenvolvimento de setores fundamentais como energia, estradas, transportes, indústria de base, substituição de importações, educação e interiorização do Brasil. O foco principal foi a construção de Brasília, a nova capital.

As metas eram audaciosas. O Plano de Metas tinha sido inteligentemente detalhado e muito bem executado. O Brasil se superava na indústria, nas artes, nos esportes, na educação etc. O endividamento externo era coerentemente transformado em desenvolvimento econômico e social com estabilidade política. Isto criou confiança no povo brasileiro. O subdesenvolvimento era superável e o Brasil comprovava isso!

Naquela época, a administração da nascente universidade catarinense estava fazendo algo até hoje surpreendente: selecionava os novos professores da Escola de Engenharia Industrial (EEI) na cidade de Porto Alegre! Os novos docentes eram escolhidos entre os formandos da URGS (hoje UFRGS). Portanto, eram jovens sem qualquer experiência profissional! Eles deveriam ser bem orientados e capazes de criar uma Escola de Engenharia que superasse todos os paradigmas da universidade brasileira na área tecnológica. Jovens recém formados poderiam enfrentar e superar tal desafio? 

Por quais razões a Universidade de Santa Catarina decidiu contratar jovens professores, recém-formados, sem qualquer experiência profissional?

Se o objetivo era criar uma Escola de Engenharia Mecânica que se tornasse conhecida como a melhor do Brasil e se este objetivo devia ser alcançado em menos de uma década, então é compreensível que se deveria considerar o fato de o jovem ter mais disposição para aprender, para se adaptar, incorporar novas ideias e abraçar as velhas por novas perspectivas. O treinamento interno permitiria a moldagem da mentalidade conforme os interesses da universidade. Além disso, como subproduto, toda a universidade se beneficiaria com o rejuvenescimento do corpo docente, com a injeção de entusiasmo na instituição. 

No entanto, também  havia ônus, como a necessidade de investimentos em treinamento de alto nível, a possibilidade de existirem falhas graves devidas a falta de experiência dos jovens e a necessidade de políticas capazes de reter os novos talentos a aptidões após o treinamento. 

Cada vantagem e cada desvantagem deve ter sido avaliada e bem considerada pela administração da universidade. 

A primeira turma do Curso de Engenharia Mecânica iniciou o curso no dia 2 de maio de 1962, com 28 alunos aprovados no concurso vestibular. Os alunos tinham aulas, no início, nas dependências de faculdade de Direito e, logo depois, numa pequena casa de madeira, apelidada pelos estudantes de “Casa do Tarzan”, construída no terreno dos fundos da Reitoria, na rua Bocaiúva, n°60. Não havia nada mais além dos inexperientes jovens professores, selecionados em Porto Alegre, e os professores gaúchos que deveriam orientá-los. Estes vinham de Porto Alegre de 15 em 15 dias, de avião, mediante convênio de cooperação assinado com a Universidade do Rio Grande do Sul (URGS). Eles ficavam três dias em Florianópolis, a cada 15 dias, hospedados no Oscar Palace Hotel.

Os dois primeiros diretores da Escola também foram selecionados na URGS, ambos já bem experientes. O primeiro foi o Prof. Ernesto Bruno Cossi, cuja gestão foi de 05/02/1962 a 28/02/1965. O Professor Cossi um era  engenheiro civil marcadamente dedicado à matemática. Foi escolhido para administrar os dois anos básicos do curso da EEI. O segundo foi o Prof. Caspar Erich Stemmer, escolhido para administrar o curso na fase final da implantação, com a difícil tarefa de gerir os anos mais especializados do curso de engenharia.

Em dezembro de 1964, quando a primeira turma estava no penúltimo ano do curso, eu era um jovem, recém formado no Curso de Engenharia de Mecânica e Elétrica da URGS, no chamado regime de "curso duplo" (dois cursos simultâneos)! A existência da simultaneidade era uma antevisão da absoluta indissociação entre as engenharias Mecânica e Elétrica. Este curso incluía todas as cadeiras previstas para a Engenharia Mecânica e todas as previstas para a Engenharia Elétrica, portanto era um curso mais longo e de maior carga horária anual.

Tendo sido selecionado pela UFSC, recebi uma passagem de avião para vir conhecer a cidade de Florianópolis e sua jovem Universidade. Voltei a Porto Alegre e decidi aceitar o desafio, o qual, para mim, era realmente muito grande! No início de março de 1965, ainda solteiro, mudei-me para Florianópolis e assinei contrato com a USC.

Eu tinha apenas 22 anos quando fui designado para ser o futuro titular da "Cadeira" de Tecnologia Metalúrgica, cujas atividades se iniciariam em março de 1965. Naquela época, "Cadeira" (ou Cátedra) era o nome dado a cada unidade curricular, que hoje denominamos de disciplina ou matéria. Cada cadeira tinha um Catedrático e varios assistentes. Catedrático era o responsável pela "Cadeira". 

Minha responsabilidade era mesmo grande e assustadora, porque, no meu curso de graduação, não se estudava a Metalurgia, a qual era apenas um apêndice, um pequeno acréscimo na formação do Engenheiro Mecânico. No entanto, a Tecnologia Metalúrgica do curso da Universidade de Santa Catarina (USC) consistia de um ano com cinco horas de aula por semana, abrangendo as técnicas de Fundição (no primeiro semestre) e de Soldagem (no segundo semestre). Nos primeiros anos, tive que estudar muito para aprender e preparar cada aula, além de preparar material didático para os alunos, reproduzidos em mimeógrafo a álcool. Além disso, tive que assumir também a disciplina de Sistemas e Máquinas Hidráulicas, em substituição ao professor J. J. de Espíndola, que se afastara para fazer seu doutorado. Assim, como era praxe entre meus colegas, eu colaborava com a política da Escola de Engenharia Industrial, a qual era a de mandar todos os jovens docentes para se formarem em cursos de mestrado e depois em cursos de doutorado. Cada colega professor que se afastava dobrava a carga de trabalho de outro que permanecia na retaguarda.

Uma das primeiras providências do novo diretor, Prof. Stemmer, foi criar condições para que os jovens professores trabalhassem na Escola de Engenharia Industrial (EEI) além da duração das aulas. Era preciso que cada professor pudesse estudar, preparar material didático, atender aos alunos e também organizar laboratórios, tanto para aulas práticas como para o futuro desenvolvimento de pesquisas. Então, foi introduzido o regime de dedicação exclusiva. Nesta época, também foi implantado um regime probatório para os novos professores, o qual exigia a aprovação em uma prova de recondução que incluía conhecimentos técnicos e didáticos.

Em dezembro de 1966, dos vinte e nove (29) candidatos aprovados no vestibular de 1962, doze (12) concluíram o curso de Engenharia Mecânica, na Escola de Engenharia Industrial. Foram estes: Adalberto José Ramos Campelli, Antônio Luiz Pereira, Cesar Seara Junior, Fanor Carlos Espíndola, Fausto Moreno de Mira, Gerson Wanderley Leal, Hyppolito do Valle Pereira Filho, Ivo Raul d'Aquino Silveira, Mário Vieira Filho, Otávio Ferrari Filho, Pedro Isaú Conti e Vera Lúcia Duarte do Valle Pereira

Do quase nada havia sido criada uma Escola de Engenharia, mas era só o começo. A meta era ser a melhor Escola de Engenharia do Brasil!

O desafio era um enorme salto para nós, jovens e inexperientes professores, que tinham que fazer tudo a partir do quase nada. 

O Prof. Stemmer sempre incentivou os jovens docentes da Engenharia a desenvolver seus conhecimentos através da busca de titulação acadêmica em cursos de mestrado e de doutorado. Logo que foram criados os programas de mestrado da COPPE e da PUC, em 1966, ambas no Rio de Janeiro, imediatamente dois jovens docentes da Engenharia Mecânica foram enviados para o curso de mestrado: Paulo Antônio Corsetti foi para COPPE e José João de Espíndola foi para a PUC-RJ. No ano seguinte, 1967, os jovens Arno Blass, Carlos Alfredo Clezar e Nelson Back foram para a COPPE, Raul Valentim da Silva foi para a PUC-RJ e Rodi Hickel para a Escola Nacional de Química. Em 1969, foi a minha vez (Almir M. Quites) e a do jovem Berend Snoeijer, ambos na COPPE (UFRJ). Berend, tinha se formado em 1967, na própria EEI de Florianópolis. 

O objetivo seguinte de todos estes docentes era a titulação no nível de doutorado. O professores Espíndola e Berend foram os primeiros professores da EEI a serem enviados para fazer o doutorado no exterior. O primeiro foi para a Inglaterra e o segundo para a Alemanha.

Com a Reforma universitária de 1968, o nome da Universidade de Santa Catarina (USC) passou a incluir a designação "Federal" e a sigla ganhou um F (UFSC). A antiga Escola de Engenharia Industrial mudou de nome. Passou a ser chamada de Centro Tecnológico. Neste ano, o Centro Tecnológico, já tinha o curso de Engenharia Elétrica, criado em 1966.

Com a Reforma Universitária, cada curso foi transformado num departamento, aliás contrariando as diretrizes da Reforma Universitária Nacional, que preconizava que todos os departamentos fossem matério-cêntricos (centrados em uma matéria) e não carreiro-cêntricos (centrados em um curso). Todas as disciplinas foram semestralizadas (organizadas em semestres). A Tecnologia Metalúrgica, que eu ministrava, foi dividida em duas: uma disciplina de Tecnologia da Fundição e outra de Tecnologia da Soldagem. Eu ficava muito dividido entre estas duas tecnologias! Teria que organizar dois laboratórios! Aos poucos comecei a me dedicar cada vez mais à Soldagem, a qual envolvia tanto conhecimentos de mecânica, como de eletrotécnica e de metalurgia. Foi por isso que fiz meu mestrado na COPPE na área da Metalurgia. Meu trabalho de mestrado foi totalmente experimental e teve o seguinte título:  "Deformação Plástica Termicamente Ativada de Titânio Policristalino” (Trabalho financiado pela National Aeronautics and Space Administration — NASA). Foram testadas e analisadas as propriedades mecânicas de diferentes composições químicas de titânio brasileiro e norte-americano desde as temperaturas de 77°K (-196°C) até 1073°K (800°C).

Com o início do Mestrado em Engenharia Mecânica no próprio Centro Tecnológico da UFSC, em 1969, os demais jovens docentes deste Centro se matricularam no mestrado local. Poucos se afastaram para a pós-graduação em outras universidades brasileiras.

O Centro Tecnológico da UFSC foi o primeiro no Brasil a introduzir a Soldagem como uma disciplina autônoma no curso de Engenharia. Nosso curso, dedicava um semestre inteiro só ao estudo da Soldagem, com 4 horas de aula por semana.

O Prof. Stemmer, diretor do Centro Tecnológico, incentivava à criação de laboratórios. Estes permitiriam que aulas práticas pudessem ser ministradas regularmente nas dependências do Centro Tecnológico e proporcionariam a realização de trabalhos de pesquisa. Cada laboratório teria um nome, um coordenador e uma administração própria, empenhada em servir ao ensino, a pesquisa e a extensão (serviços à comunidade), além de buscar recursos para a evolução de seus trabalhos. Todos nós, jovens docentes, sabíamos da importância disso!

Em 1969, eu já tinha o meu mestrado. Agora precisaria começar a organizar um laboratório de soldagem. É óbvio que isto começou por meio de atividades informais. Não dá para precisar exatamente quando o Laboratório de Soldagem começou a existir, mas o primeiro evento importante foi quando recebemos a doação de equipamentos, da White Martins, em 1969. Foi quando passamos a ocupar um pequeno espaço onde depois foi instalado o Laboratório de Máquinas e Sistemas Hidráulicos e ali começamos a ministrar algumas aulas práticas.

Depois, no início de 1970, solicitei ao Departamento de Engenharia Mecânica (EMC) a reunião no nosso "laboratório" de todos os equipamentos relacionados à união e corte metalúrgico de metais existentes na universidade, em especial no Centro Tecnológico. Depois, já no segundo semestre, com a ajuda de alguns estudantes, eu e o técnico Biase Faraco Neto (in memoriam), um funcionário muito prestativo e inteligente, mudamos o laboratório para um novo local indicado pela Chefia do Departamento. Era o espaço localizado no fundo da sala da frente do pavilhão do Departamento de Engenharia Mecânica (onde o Labsolda está até hoje), embora, naquela época, ainda dividíssemos a sala com outros setores do Centro Tecnológico, com atividades diferentes, inclusive com o embrião de outro laboratório, que viria a ser o laboratório de motores a combustão.

Nesta ocasião, o Prof. Stemmer se encontrava fora do país, mas eu já tinha conversado com ele, não apenas sobre a mudança, mas também sobre a necessidade de um engenheiro para me ajudar na organização do laboratório. Também tratamos do necessário apoio na compra de mais equipamentos. Já chamávamos o local de Laboratório e estávamos intensificando as aulas práticas. 

Cerca de dois anos depois, motivados pelas notícias de sucesso nas negociações do prof. Stemmer com a sociedade da Alemanha Ocidental conhecida pela sigla GTZ ("Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit") e com a alta possibilidade de contarmos com grandes recursos para o nosso laboratório, tratamos de ampliar o seu espaco físico. Também fizemos uma reorganização do mesmo, ainda contando com o técnico Faraco e já contando com outro funcionário, o Sr. Adilto Agenor Teixeira. Assim incorporamos mais área, mais ferramentas, inclusive mais equipamentos de proteção individual (EPI's), e reorganizamos o "layout",  adicionando duas escrivaninhas. Era um final de tarde de sexta-feira, primeiro dia de setembro

Neste dia, esperávamos mostrar o novo "layout" para o Diretor do Centro, mas, por algum motivo, não foi possível. Então, fizemos uma simples comemoração no “Bar da Nina”, que ficava ali ao lado, no mesmo pavilhão.

Pelo que me lembro, neste lento crescimento embrionário, já estávamos acostumados a chamar o nosso espaço de Labsolda. Tínhamos três máquinas de soldagem elétrica (dois transformadores e um gerador de soldagem), um equipamento soldagem oxiacetilênica e um conjunto de oxicorte, um gerador de acetileno em corte didático, para dar visualização as partes internas (todos pela White Martins, já citada), além de arames de soldagem (material de adição), eletrodos, garrafas de oxigênio e de acetileno, chapas de aço, equipamentos de proteção individual e muitas outras ferramentas. Ainda era muito pouco, mas já era útil. As aulas práticas de soldagem no próprio Centro Tecnológico já eram comuns. 

A nucleação e crescimento do laboratório já era real desde antes de 1969, mas, por alguma razão, esta data, 1° de setembro de 1972, foi tacitamente tomada como a data da fundação do novo Laboratório de Soldagem da UFSC, talvez pelas auspiciosas notícias do apoio do GTZ (da Alemanha Ocidental) que o Prof. Stemmer conseguira.  Estávamos ante uma importante perspectiva de crescimento.

No entanto, eu continuava reivindicando a contratação de um novo professor especificamente para me ajudar na organização e desenvolvimento das atividades do Labsolda.

Nesta época, o Laboratório de Metrologia, criado pelo Professor Dr. Jaroslav Kosel, já existia, mas há pouco tempo. 

O antigo embrião de laboratório de soldagem já estava bem conhecido como Labsolda, um nome simples que guardava simetria com o nome de outros laboratórios, como o Labmetro (Laboratório de Metrologia), mais desenvolvido e vizinho ao nosso. 

Nesta oportunidade já existiam também o Labmat (Laboratório de Materiais) e o Labmaq (Laboratório de Máquinas operatrizes). Este último foi o primeiro laboratório criado no Centro Tecnológico.

Nesta ocasião, Jair Dutra, que muitos anos depois me substituiu na coordenação do Labsolda, ainda era aluno do curso de graduação de Engenharia Mecânica e nem imaginava que trabalharia comigo na área da soldagemComo acreditar na versão dele, que o aponta como fundador do Labsolda?

Nos últimos meses de 1972, o Prof. Stemmer viajou novamente para a cidade de Aachen, Alemanha, onde se encontraria com seu antigo amigo, Prof. Paul Drews, da Universidade de Aachen, para tratar de um possível apoio do “Internationales Büro” (órgão do antigo "Kernforshungsanlage" - KFA, hoje denominado "Forschungszentrum Jülich") ao departamento de Engenharia Mecânica da UFSC. Uma década e um ano depois, o Prof. Paul Drews viria a ser meu orientador na minha tese de doutorado.

No início de 1973 eu continuava assoberbado de tarefas. Então, voltei a insistir, desta vez junto ao chefe do departamento (EMC), que fosse contratado um novo professor para me ajudar na organização do laboratório. Outros laboratórios do CTC já tinham mais de um professor como ajudantes do coordenador. Em seguida, foi contratado um engenheiro, chamado Ivan Vieira de Melo, o qual era aluno da pós-graduação em Engenharia de Produção. Este trabalhou comigo por pouco tempo, cerca de 1 ano, e se demitiu. Alguns anos depois, soube que ele tinha sido contratado pela UFPE.

De fato, os contatos do Prof. Stemmer na Alemanha foram muito bem sucedidos! Como resultado, importantes equipamentos bem modernos foram doados ao EMC pelo governo alemão: 

  1. soldagem TIG e por Eletrodo Revestido, da Oerlikon (França); 
  2. soldagem MIG/MAG, da Cloos (Alemanha); 
  3. soldagem por pontos da empresa ARO (França); e 
  4. brasagem à chama de hidrogênio, da Alexander Binzel (Alemanha)

Estes equipamentos chegaram no Labsolda no segundo semestre de 1973. Eles permitiram que os trabalhos de pesquisa do Labsolda alcançassem patamares mais elevados.

O professor Jair Dutra foi meu aluno no seu curso de graduação. Ele se formou como Engenheiro Mecânico em de dezembro de 1972. Cerca de um ano depois, num encontro casual, eu o incentivei a participar do concurso para a docência na UFSC, o qual tinha sido aberto para a área da soldagem. O concurso tinha sido aprovado por insistência minha, justamente porque eu precisava de mais alguém que trabalhasse comigo na área da soldagem junto e que ajudasse na expansão e amadurecimento do laboratório! 

Na época, eu era membro do Conselho de Ensino e Pesquisa da UFSC e tive que fazer uma boa argumentação para convencer a os demais conselheiros a abrir mais uma contratação de professor, desta vez especificamente para a área da soldagem, porque o Centro Tecnológico não havia incluído esta necessidade em sua lista de novas contratações.

O prof. Jair Dutra foi contratado pela UFSC em março de 1974. Imediatamente, conforme a política do CTC, nós o encaminhamos para o curso de Mestrado do Departamento de Engenharia Mecânica (EMC). Simultaneamente o jovem professor Jair precisaria aprender o máximo possível com Eng. Egon Sigsmund, excelente técnico de soldagem do KFA ("Kernforshungsanlage" ), que com muita dedicação e paciência trabalhou no Labsolda no treinamento de pessoal para usar os equipamentos que tinham chegado da Alemanha. 

Eu fui professor do prof. Jair Dutra no seu curso de Mestrado. Também fui seu orientador na elaboração da dissertação de mestrado, a qual foi aprovada em 1976. Toda a parte experimental desta dissertação foi feita no Labsolda. Esta foi a primeira dissertação de mestrado do Brasil focalizada na soldagem.

A história da Criação do Labsolda (com este título) está resumida e corretamente contada na página n° 40 do livro DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA, HISTÓRIA E CONTRIBUIÇÕES 2062-2008 - CDU: 378.4(091), produzido pelo Departamento de Jornalismo da UFSC, e com Comissão Editorial formada por docentes do EMC e presidida pelo Prof. Lourival Boehs.

De 1975 a 1980 muitos novos professores foram contratados para o EMC.

Nesta época também passamos a contar com o Prof. Dr. Augusto Buschinelli e um secretário do Labsolda, o senhor Aldo Di Bernardi (in memoriam).

Em 1983, a Engenheira Cleide Marqueze foi contratada. Pojuco depois o Prof. Niño passou a fazer parte da equipe do Labsolda, que estava em espontâneo crescimento.

Para que os leitores de hoje entendam melhor o contexto da época, esclareço que a soldagem estava em acelerado desenvolvimento no mundo. 

A soldagem MAG (GMAW), surgiu na União Soviética em 1953. Foi só a partir de 1963 que as variações do processo MIG/MAG começaram a ser usadas na indústria, conferindo grande versatilidade a este processo de soldagem, principalmente para chapas finas. Estas versões (MIG e MAG) só chegaram ao Brasil em 1966 (ano em que a UFSC formou sua primeira turma de Engenharia Mecânica), apenas 10 anos antes da aprovação da dissertação de mestrado do prof. Jair Dutra.

Foi só na década de 1980 que surgiram as fontes de energia inversoras, extremamente compactas, com baixo consumo de energia e controle completo dos parâmetros de soldagem. Foi quando se passou a usar corrente pulsada no processo MIG-MAG ("pulsed spray-arc"). Foi a partir daí que o processo MIG/MAG passou a ser o mais popular, utilizado intensamente nas indústrias do mundo, inclusive no Brasil, tanto para grandes como para pequenas produções, especialmente devido à sua versatilidade.

A Soldagem a “laser” (LBW), só foi inventada em 1970 e chegou ao Brasil em 1976. 

Foi somente no final da década de 70 que os primeiros robôs foram utilizados em operações de soldagem, exigindo a automação dos processos. Minha tese de doutorado foi na área da automação adaptativa da soldagem MIG-MAG.

A Associação Brasileira de Soldagem (ABS) foi criada em 1979; a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS) foi criada em 1982. 

Hoje sabemos que, naquela época, estava em curso uma revolução tecnológica, que desenvolvia novos processos, aprimorava os existentes, incluía novos controles eletrônicos e desenvolvia a automação adaptativa.

O Labsolda foi o primeiro laboratório de soldagem da universidade brasileira. Talvez seja o mais antigo do Brasil.

Nunca tratei o professor Jair Dutra como meu subalterno, mas como colega e amigo.

Em 1975, fomos juntos a um Congresso no Rio de Janeiro. Ao apresentar nosso trabalho aos participantes, referi-me ao LABSOLDA como "um laboratório bebê que será muito importante quando crescer". Esta afirmação despertou risos de simpatia e foi muito comentada pelos participantes.

O trabalho que apresentei neste conclave foi o seguinte: Influência das Variáveis do Processo de Soldagem MIG Sobre as Características da Solda. I Congresso Latino-Americano e II Encontro Nacional da Tecnologia da Soldagem, 1975, Rio de Janeiro - Evento da Associação Brasileira de Soldagem.

Em 1976, fomos juntos num outro Congresso, também no Rio de Janeiro. Apresentei lá nosso trabalho intitulado: Influência dos Gases de Proteção nas Características do Processo de Soldagem a Arco. II Encontro Nacional da Tecnologia da Soldagem, 1976, Rio de Janeiro-RJ - Evento da Associação Brasileira de Soldagem.

Neste evento, propus ao plenário que o II Congresso Latino Americano, previsto para ser feito no Brasil, fosse realizado em Santa Catarina, pela UFSC. Antes de fazer esta proposta telefonei para o professor Stemmer, Diretor do Centro Tecnológico, que me autorizou a fazê-la. Eu me propunha a ser o coordenador do evento. 

No congresso, como haviam mais propostas colocadas, a decisão foi por votação. A minha foi aprovada pela grande maioria do plenário.

No ano seguinte, com muito trabalho de nossa parte, eu e o professor Jair, sem qualquer outra  ajuda, realizamos com grande sucesso o II Congresso Latino Americano de soldagem, o qual foi realizado no Município de Itapema, no Hotel Plaza de Santa Catarina! Houve inclusive uma grande exposição de equipamentos produzidos pelas empresas. Até colocamos ônibus à disposição dos congressistas para viajarem ao sul, à Florianópolis, para visitarem o Departamento de Mecânica e o Labsolda, e ao norte, para também conhecerem Camboriú.

Tudo isso foi feito com recursos da OEA, que consegui com a intermediação do Prof. Cabral, da Metalurgia da COPPE, da UFRJ.

Neste Congresso, eu e meu colega Jair Carlos Dutra apresentamos os seguintes trabalhos:

1) Distribuição do Calor pelo Material Base em Soldagem a Arco Voltaico com Proteção Gasosa em Função dos Parâmetros de Soldagem. II Congresso Latino-Americano e III Encontro Nacional da Tecnologia da Soldagem, 1977, Itapema-SC.

2) Contribuição ao Estudo do Comportamento do Arco Voltaico Aplicado à Soldagem TIG e MIG/MAG Pulsativo. II Congresso Latino-Americano e III Encontro Nacional da Tecnologia da Soldagem, 1977, Itapema-SC.

Em 1979, eu e meu colega Jair, publicamos o livro: Tecnologia da Soldagem a Arco Voltaico, 248 páginas, Florianópolis, Editora Edeme. A publicação deste livro foi financiada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Em 1980, viajamos juntos para a cidade de Aachen, Alemanha. Fomos conhecer a cidade e a universidade onde nós dois faríamos o nosso trabalho doutorado. Ficamos muito bem impressionados com a Alemanha e com a cidade de Aachen. Na volta desta viagem, começamos a estudar alemão. Além disso eu tinha que ministrar as aulas de soldagem, coordenar os trabalhos do Labsolda e fazer um determinado número de disciplinas do nosso próprio curso de doutorado na UFSC.

Nesta época, o Labsolda passou a oferecer um curso de Tecnologia da Soldagem no nível de especialização, financeiramente apoiado pela CNEN. Estes cursos, nos anos de 1980, 1981 e 1982, atraíram profissionais de grandes empresas de todo o Brasil, especialmente das áreas da exploração de petróleo e das centrais nucleares. As empresas mandavam seus engenheiros passarem 6 meses estudando conosco! Nesta época também tivemos apoio financeiro da CNEN para o desenvolvimento dos primeiros protótipos de fontes de energia de soldagem no Labsolda.

Eu administrava estes cursos. No primeiro ano contei com a prestimosa ajuda do Prof. Jair Dutra, até a sua viagem para a Alemanha, onde iniciaria a sua tese de doutorado. Eu tive que permanecer na UFSC, assoberbado de trabalho, porque, além da atividade docente nos cursos regulares da universidade e da coordenacao do  Labsolda, eu administrava, dava aulas e supervisionava os trabalhos de conclusão no Curso de Especialização em Soldagem. 

O colega Jair Dutra foi para a Alemanha em 1981 e eu fui dois anos depois, em 1983. Jair Dutra regressou ao Brasil em 1984.

Em abril de 1986, ocorreu o castratofico acidente no reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, perto da cidade de Pripiate, no norte da Ucrânia Soviética. A radioatividade tinha chegado a Aachen, que estava a mais de 2000 Km do acidente. Até os alimentos que comprávamos nos supermercados de Aachen estavam contaminados. Os jornais publicavam diariamente os níveis de radiação de os institutos especializados mediam. Minha familia teve que voltar ao Brasil e eu permaneci na Alemanha porque precisava organizar todos os resultados de minhas pesquisas, que estavam gravados em disquetes, para poder trazê-los para o Brasil, onde eu redigiria minha tese. 

Antes disso, publicamos os resultados mais importantes numa revista técnica alemã, tendo como autores o Prof. Drews (meu orientador) e eu. 

Sai do apartamento que eu alugava e fui parar "casa do estudante". Quando meus colegas do Instituto de Soldagem souberam que eu havia me mudado para Casa do Estudante imediatamente fizeram um movimento entre eles e conseguiram me colocar na Casa de hHóspedes da Universidade (Gästehäuser der RWTH Aachen). Uma casa enorme, com apartamentos duplos, servicos de hotel e até area de esportes. Bem diante de minha porta, havia uma quadra de tenis. E... o melhor: tudo de graça! 

O Instituto de Soldagem de Aachen, além de me permitir regressar antecipadamente ao Brasil, doou-me  um computador novo e de última geração, com "ecran" a cores (do francês: écran = tela), para que eu pudesse terminar meu trabalho de tese em Florianópolis, porque, naquela época, no Brasil, só havia computadores Itautec, de péssima qualidade, com "ecran" em preto e branco. Estes computadores brasileiros não eram capazes de ler meus dados experimentais gravados em disquete pelos computadores que usei em Aachen. 

Fui orientado a regularizar a doação junto a Embaixada do Brasil para evitar problemas com a aduana brasileira. A universidade de Aachen me forneceu um documento formalizando a doação e a Embaixada brasileira também me forneceu um documento reconhecendo e atestando a legalidade da doação. 

Mesmo assim, quando cheguei na aduana de São Paulo, meu computador foi apreendido. Só o recebi 4 meses depois, graças ao Reitor da UfSC, Rodolfo Pinto da Luz, que se empenhou pessoalmente junto às autoridades do MEC em Brasília, para conseguir a liberação.

Ao chegar ao Brasil, informal e tacitamente aceitei que o Prof. Jair Dutra continuasse na coordenação do Labsolda, que ele havia assumido ao regressar da Alemanha, antes de mim. Eu estava muito preocupado com o trabalho necessário para concluir minha tese em Florianópolis.

Tudo deu certo! Nossas teses, a minha e a do meu colega Jair, foram aprovadas ainda em 1986. 

Em 1992, completei 30 anos de serviço. Então, decidi me aposentar. 

Espero que os leitores possam ter entendido melhor tudo o que aconteceu desde a criação da UFSC até a criação do Labsolda e seu desenvolvimento.

O professor Jair Dutra foi uma grande personagem desta história, reconheço, mas certamente não foi o único a tecer a história do nosso LABSOLDA e não foi ele o seu fundador. Espero ter comprovado este fato.

O Labsolda já existia antes do advento destes convênios de cooperação internacionais! Fui coordenador do Labsolda durante 12 anos, de 1971 até 1983! A partir daí, com um ano de interregno, o Professor Jair Carlos Dutra assumiu a efetiva coordenação. 

É óbvio que ele ficou na referida coordenação muito mais tempo do que eu. Também é obvio que o laboratório cresceu muito mais neste período, que hoje tem muito mais pessoal trabalhando lá e que conta com muito mais recursos.  

Depois da minha aposentadoria, aos poucos perdi todo o contato com o Labsolda, mas continuei trabalhando com soldagem.  

Eu fui consultor de soldagem da Petrobrás e de muitas de suas empresas satélites por muitos anos, mesmo depois da minha aposentadoria, já que, quando me aposentei, criei a empresa de consultoria chamada de Soldasoft. A Soldasoft manteve um curso de soldagem "on line" (com 250 alunos simultaneamente) até ser formalmente encerrada, em 2015.

Publiquei muitos outros trabalhos de soldagem depois de minha aposentadoria, como estes: 

  • Em 1995: Farias J. P., Quites A. M., Surian E. S.: The Effect of Coating Mg Content on the Arc Stability of SMAW E7016-C2L/8016-C2 Manual Electrode. 76th AWS Annual Convention and The 1995 AWS International Welding and Fabricating Exposition. Cleveland, Ohio, USA. April, 1995Este trabalho foi posterormente publicado no periódico internacional Welding Journal, 76(6): pg 245 - 250. June 1997 
  • Em 2002 publiquei o livro Introdução a Soldagem a Arco Voltaico. Em 2013, depois de 3500 exemplares vendidos, publiquei a segunda edição revisada, ampliada e com prefácio do Prof. Stephen Liu (Golden, Colorado, USA, 2013).
  • Em 2008, publiquei o livro Metalurgia da Soldagem dos Aços (ISBN 8589445054, 9788589445054), editora Soldasoft.

Também ministrei cursos em diversas empresas do Brasil e em diferentes países da América do Sul.

Minhas atividades na UFSC não se restringiram ao ensino de disciplinas e ao Labsolda. Ao longo de minha carreira como docente da UFSC, tive muitas outras responsabilidades, como as seguintes:

  • 1 - Idealizador e primeiro titular da Coordenadoria Técnica de Ensino da Pró-Reitoria de Ensino e Pesquisa.
  • 2 - Coordenador Geral de Pós-Graduação da UFSC, em 1972.
  • 3 - Assessor da CAPES, do CNPq e do MEC, de 1972 a 1980.
  • 4 - Vice Chefe do EMC (Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC).
  • 5 - Membro do Conselho de Ensino e Pesquisa da UFSC por três mandatos.
  • 6 - Membro do Conselho Universitário da UFSC, por dois mandatos, eleito como representante dos professores do Centro Tecnológico (CTC/UFSC).
  • 7 - Membro do Colegiado de Curso de Engenharia Mecânica por dois mandatos.
  • 8 - Membro do Conselho Departamental por seis mandatos (uma vez como representante dos professores titulares do CTC e as demais por representar o Centro Tecnológico no Conselho Universitário ou no Conselho de Ensino e Pesquisa).

 Depois de estar aposentado pela UFSC, fui membro do Comitê de Pares da Área de Ciências Básicas e Engenharia do "Fondo para el Mejoramiento de la Calidad Universitaria do Ministerio de Cultura y Educación de Argentina" de 2000 a 2002.

Toda a minha vida profissional foi envolvida pelo trabalho na UFSC, especialmente no Centro Tecnológico. 

A UFSC conta hoje (2024) com 5 campus universitários (em Florianópolis, Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville), com 82 cursos, mais de 35.000 estudantes, mais de 2.000 docentes e uma biblioteca com aproximadamente 600.000 publicações. 

O Centro Tecnológico do Campus de Florianópolis é hoje formado por 10 departamentos, oferecendo 104 cursos de graduação presencial e 5 em EaD, 14 programas de mestrado e 12 programas de doutorado, cerca de 400 professores e 110 técnicos administrativos, cerca de 6500 alunos de graduação e 2300 alunos de pós-graduação.

A universidade Federal de Santa Catarina surgiu de um quase nada dotado de uma força de vontade monumental. De um quase nada denso de perseverança e dedicação, fez-se também o seu Centro Tecnológico, com jovens docentes inexperientes que estudaram e trabalharam incansavelmente! 

Esta história foi bonita demais para ser irresponsavelmente adulterada. 

Para mais
⇩ toque aqui ⇩ 

Para ler artigos sobre as 
"urnas eletrônicas brasileiras", 

Este blog não contém anúncios

_______________________________________________________________
Aviso sobre comentários 

Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor. Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos! Por favor, evite o anonimato! Escreva o seu nome no final do seu comentário.
Não use CAIXA ALTA, isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente.
Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!

________________________________________________________________

 

___________________________________________________________________

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Antissemitismo e ataque do grupo Hamas contra o Estado de Israel

 Por Almir M. Quites          Para compartilhar, toque aqui


Caros leitores e leitoras!

Neste texto, você encontrará considerações que explicam as razões do conflito entre o grupo terrorista Hamás, sediado na Faixa de Gaza, e o Estado de Israel.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O que é um computador?

VOCÊ SABE O QUE É UM COMPUTADOR? 

Por Almir M. Quites          

Para compartilhar, toque aqui



Talvez você seja usuário de um computador, mas isto não significa que você saiba o que ele de fato é! Eles são úteis, mas também embutem riscos aos usuários. Podem até mesmo manipular você, não apenas para induzí-lo a comprar o que você não precisa ou a votar em quem você não quer.

Não se preocupe, vou explicar-lhe de modo bem simples. 

Computador é uma máquina eletrônica que processa dados conforme instruções recebidas. O conjunto destas instruções é chamada de 𝐬𝐨𝐟𝐭𝐰𝐚𝐫𝐞. 

O software comanda o 𝐡𝐚𝐫𝐝𝐰𝐚𝐫𝐞. Este é o nome genérico que se dá a parte física do computador, que engloba a unidade central de processamento, a memória e os dispositivos de entrada e saída. 

Quem faz o software são os programadores, pessoas capazes de traduzir corretamente a linguagem humana para linguagem de máquina (linguagem que as máquinas entendem). Trata-se de uma linguagem objetiva de instruções e de lógica. É esta linguagem que a máquina entende e obedece aos seus comandos. 

Os programadores escrevem os comandos diretamente em uma linguagem intermediária, entre a de humanos e a de máquinas. Algumas destas linguagens intermediárias são: C++, Python, Java, JavaScript, Swift, Perl. Esses programas incluem de algumas linhas a milhões ou bilhões de linhas de texto, chamadas de "código fonte". 

Depois um software especializado traduz o texto para a linguagem de máquina. Esta tradução se chama "compilação". 

A linguagem de máquina (ou código de máquina) é binária, isto é, tem apenas duas letras (bit= "binary digit"), representadas por 2 números: o zero (0) e o um (1). Apenas com estes dois dígitos, pode-se escrever não só textos, mas áudios, imagens e vídeos! 

A letra "A" do alfabeto humano, por exemplo, no código da máquina é escrito assim "01000001". Uma imagem pode ter milhares ou até milhões de valores binários que determinam a cor de cada pixel. Um pixel é a unidade de informação de cor. Portanto, quanto mais pixels uma imagem tiver, melhor definição ela terá.

Impressionante, não é?  

Qualquer máquina que obedeça a um software é um computador, por exemplo: o computador pessoal do seu escritório ou de sua casa, ou os portáteis (notebook, laptop), o seu aparelho celular, seu tablet, console de videogame, conversor, decodificador ou receptor de televisão, "smart TV" e etc. 

A parte material, física, de um computador é composta de uma série de circuitos elétricos integrados e outros componentes que se relacionam com eles e possibilitam a execução de uma variedade de sequências de instruções constantes no software. Estas sequências são sistematizadas em função de uma grande variedade de aplicações práticas.

O software permite que você, como usuário do computador, diga a ele o que você quer fazer.

Para isto ele recebe sinais provenientes de teclado, de "mouse", de microfone, de toques na própria tela sensitiva, de campos eletromagnéticos do ambiente ou de vários outros tipos de sensores. 

No entanto, quem comanda o computador é o software. Em outras palavras, o software permite que o usuário lhe dê ordens, mas ele o obedece ou não conforme as instruções de quem o fez, ou seja, do programador. Se o programador colocar no software algo louco, assim como isto "neste caso, 2+2 = 11", ele obedece, mesmo que a matemática esteja errada. 

O software que comanda o computador também é comumente referido como "sistema operacional" ou simplesmente o "sistema", para diferenciá-lo dos softwares que o usuário insere, comumente chamados de "aplicativos". 

O simples processo de você mandar o software abrir determinado aplicativo requer a entrada de dados, por exemplo, pelo teclado, e requer que o software comande um processamento específico e, em seguida, envie informações para a tela do computador, abrindo o aplicativo. Este aplicativo interage com o computador através do software (o sistema).

Quem de fato manda no seu computador não é você.

É fácil entender que as pessoas que não conhecem a fundo a tecnologia digital fantasiem e sejam facilmente enganadas.

É bom saber bem o que é um computador, para entender quais os riscos que o usuário tem ao usá-los.

Lembre-se: seu computador (celular, tablet, etc.) pode enviar textos e qualquer tipo de informação (senhas bancárias, por exemplo) para qualquer lugar do mundo através de campos magnéticas que você não percebe e nem sabe que existem. 

É que mostro a seguir.  

Continue lendo aqui: 

SUA MAJESTADE O SOFTWARE

https://almirquites.blogspot.com/2022/12/majestade-digital.html


Para ler mais sobre temas correlatos a este, 

Para mais
⇩ toque aqui ⇩


Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, clique aqui

Este blog não contém anúncios

_______________________________________________________________
Aviso sobre comentários 

Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor.

Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos! Por favor, evite o anonimato! 

Escreva o seu nome no final do seu comentário.

Não use CAIXA ALTA, isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente.

Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!

________________________________________________________________


Para ler mais sobre temas correlatos a este, 

Para mais
⇩ toque aqui ⇩


Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, clique aqui

Este blog não contém anúncios

_______________________________________________________________
Aviso sobre comentários 

Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor.

Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos! Por favor, evite o anonimato! 

Escreva o seu nome no final do seu comentário.

Não use CAIXA ALTA, isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente.

Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!

________________________________________________________________


Pobre povo brasileiro

 

Por Almir M. Quites          

Para compartilhar, toque aqui


Pobre povo, iludido, cindido, empobrecido.  

Pobre povo, vítima de uma pesadíssima propaganda de guerra por todos os canais de TV e grandes jornais.

Pobre povo, que até hoje não entendeu que quem vota não é o eleitor, mas sim o software, o qual comanda o computador, conhecido pelos brasileiros como urna eletrônica.

Pobre povo, que até hoje não entendeu que não há democracia quando os votos dos eleitores são contados unicamente por computador. Computador obedece cegamente ao software que lhe foi inseminado em linguagem de máquina. Software é o conjunto de comandos humanos que a máquina obedece cegamente. Como confiar cegamente na honestidade de um software do qual nem se sabe quem foram as pessoas que o fizeram?

O computador só pode ser usado para imprimir o voto que o eleitor vai conferir antes de colocar numa urna de verdade, lacrada, para os votos serem contados por uma junta apuradora, em ato público, aberto a quem quiser conferir a contagem. O pobre povo não entende algo assim tão simples. Por isto, a campanha do VOTO IMPRESSO fracassou.

Quando apenas computadores contam os votos, o processo de apuração eleitoral é secreto, porque seres humanos não podem ver votos registrados em bits. Logo, seres humanos não podem conferir a lisura da contagem. Além disso, o próprio eleitor não sabe para quem seu voto foi registrado. Isto caracteriza fraude eleitoral.

Logo, o т'e Еsse É pode anunciar qualquer resultado que lhe interesse, porque o povo terá que "engolir o resultado", ou terá que fazer ato de fé. Democracia não exige fé, exige transparência do ato de administração pública. Quem exige fé são as ditaduras!

O processo brasileiro de apuração eleitoral apresenta flagrante desrespeito a conquistas democráticas mundialmente consagradas, como o VOTO SECRETO é o PRINCIPIO DA INDEOENDÊNCIA DE SOFTWARE. Veja mais aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Software_em_Sistemas_Eleitorais

Só três países do mundo fazem eleições em total desrespeito ao PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DE SOFTWARE, o Brasil e mais dois países da Ásia Oriental.

É fácil entender o que foi exposto acima. Se você ainda tiver alguma dúvida, continue lendo aqui:
https://almirquites.blogspot.com/2023/10/Computador-eleicoes-Brasil.html?m=1


Para ler mais sobre temas correlatos a este, 

Para mais
⇩ toque aqui ⇩


Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, clique aqui

Este blog não contém anúncios

_______________________________________________________________
Aviso sobre comentários 

Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor.

Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos! Por favor, evite o anonimato! 

Escreva o seu nome no final do seu comentário.

Não use CAIXA ALTA, isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente.

Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!

________________________________________________________________

sábado, 20 de maio de 2023

Ser ateu é ser livre

  Por Almir M. Quites     Para compartilhar, toque aqui

Deus ao criar o universo

É comum as pessoas se surpreenderem ao saber que sou ateu. Eu até entendo, porque a maioria dos religiosos trazem consigo o estereótipo de que ateus são imorais. 

sábado, 13 de maio de 2023

Libertem as crianças!

 Por Almir M. Quites     Para compartilhar, toque aqui


Já vi, muitas vezes, esta mística afirmação: Deus é!

Pergunto: E daí? Eu também sou! Tu também és! Ele é! Todos nós somos! Tudo é!

Busca pelo mês

Almir Quites

Wikipedia

Resultados da pesquisa