Por Almir M. Quites
Minha breve passagem pela política partidária teve a ver com Roberto Freire. Fora disso, só participei da política interna da Universidade, sempre abominando a indevida interferência dos partidos políticos.
Conheci pessoalmente o então deputado federal Roberto Freire num evento, no início de 1988 (se não me engano), em Balneário Camboriu-SC, do qual fomos debatedores (entre outros). Ambos, eu e ele, defendíamos a implantação do parlamentarismo no Brasil.
A princípio fiquei surpreso por nossa afinidade ao defendermos as mesmas teses, por que eu o conhecia (pelo noticiário) como comunista. No entanto, tínhamos muito em comum, inclusive o fato dele também ter sido jogador de basquete.
A princípio eu não entendia como um comunista defendia a democracia tão ardorosamente, mas ele não era como eu imaginava, pois reconhecia os erros do chamado "socialismo real". Não estava preso ao partido pelo fanatismo como outros comunistas que conheci. Roberto Freire vinha do MDB de Ulysses Guimarães e não aceitava que comunismo fosse incompatível com democracia. Não sei como conseguiu chegar à presidência do PCB.
Suponho que ele se filiou ao PCB, quando a ditadura militar já se desmanchava e já com o firme propósito de modernizar o partido. Elegeu-se Deputado Federal pelo PCB, o que não era de se esperar.
O tempo passou e eu, de longe, segui acompanhando a carreira política de Roberto Freire e a evolução doutrinária de seu partido. Assim foi a metamorfose: o PCB virou PPS e agora é CIDADANIA. Lembro muito bem de como ele trabalhava duro pela transformação do seu partido para o que chamava de "uma esquerda moderna", ou seja, um partido progressista - no sentido civilizatório - e radicalmente democrático, respeitador intransigente dos direitos dos cidadãos. De fato, é o que Roberto Freire tem feito ao longo de sua vida. Contudo, seu partido é atualmente muito pequeno.
Votei em Roberto Freire para Presidente da República no primeiro turno da eleição de 1989, a qual foi a primeira eleição direta para a presidência do país após a ditadura militar. Ele teve apenas 1% dos votos.
Por influência de Roberto Freire entrei no PPS em 1992, logo após sua primeira redenominação. Fui vice-presidente do PPS de Santa Catarina por uns 4 ou 5 meses, mas logo me desiludi e me afastei completamente e para sempre da política partidária.
Os partidos mudam com o tempo, mas eu continuo sempre igual, ou seja, livre! Nunca apoiei incondicionalmente político ou partido político algum. Não dou a eles a fidelidade que eles exigem de mim. Minha fidelidade é para os princípios civilizatórios, com a compreensão mais inteligente de nós e da natureza. Uma compreensão mais precavida, preventiva, fundada no raciocínio, na capacidade de duvidar e de buscar evidências factuais. É isto que nos constrói como pessoas livres e não como seres domesticados.
Há mais de 20 anos não vejo Roberto Freire pessoalmente, ao vivo, mas percebo pelo noticiário, que ele continua o mesmo, com a mesma coerência.
Lembrei-me de tudo isso ao ler hoje, o manifesto do Partido Cidadania (novo nome do PPS), presidido por Roberto Freire, denunciando os abusos de poder do Presidente Jair Bolsonaro, notadamente contra a liberdade de imprensa.
Deste manifesto destaco a seguinte frase:
— "Que não nos iludamos com a marcha ultradireitista do governo. Seu objetivo maior é suprimir o regime democrático, as liberdades".
Em minha opinião, Bolsonaro não tem experiência alguma de administração e nem tem a mínima capacidade para aprender. Ele acha que administrar é ser como um comandante de quartel que ande para lá e para cá dizendo o que pensa e crendo que seus subordinados devem entender suas falas como ordens a serem cumpridas. Quem não as cumpre ele pune! O resto é pose e demagogia.
Não creio que ele seja capaz de articular um Golpe Militar, mas pode criar o clima para que outros abusem ou mesmo o façam em seu nome. Se acontecer, o mais provável é que Bolsonaro seja afastado pelos próprios golpistas.
De tudo o que já ouvi das falas do Presidente Jair Bolsonaro, concluí que ele não entende o que seja República, nem Estado Democrático de Direito. Ele não sabe o que é socialismo, liberalismo, soberania nacional, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho, livre iniciativa, pluralismo político, direito de expressão, laicidade, democracia representativa, igualdade perante a lei, direitos (exceto os dele), deveres (exceto os dos outros), direito de petição (para reparação de injustiças sociais), devido processo legal, liberdades civis, direitos humanos etc.
Não duvido que o Presidente Bolsonaro ache que não precisa saber destas "bobagens", porque, afinal, ele é o comandante.
Para entender melhor minha opinião sobre o nosso Presidente, leia aqui:
Minha breve passagem pela política partidária teve a ver com Roberto Freire. Fora disso, só participei da política interna da Universidade, sempre abominando a indevida interferência dos partidos políticos.
Conheci pessoalmente o então deputado federal Roberto Freire num evento, no início de 1988 (se não me engano), em Balneário Camboriu-SC, do qual fomos debatedores (entre outros). Ambos, eu e ele, defendíamos a implantação do parlamentarismo no Brasil.
A princípio fiquei surpreso por nossa afinidade ao defendermos as mesmas teses, por que eu o conhecia (pelo noticiário) como comunista. No entanto, tínhamos muito em comum, inclusive o fato dele também ter sido jogador de basquete.
A princípio eu não entendia como um comunista defendia a democracia tão ardorosamente, mas ele não era como eu imaginava, pois reconhecia os erros do chamado "socialismo real". Não estava preso ao partido pelo fanatismo como outros comunistas que conheci. Roberto Freire vinha do MDB de Ulysses Guimarães e não aceitava que comunismo fosse incompatível com democracia. Não sei como conseguiu chegar à presidência do PCB.
Suponho que ele se filiou ao PCB, quando a ditadura militar já se desmanchava e já com o firme propósito de modernizar o partido. Elegeu-se Deputado Federal pelo PCB, o que não era de se esperar.
O tempo passou e eu, de longe, segui acompanhando a carreira política de Roberto Freire e a evolução doutrinária de seu partido. Assim foi a metamorfose: o PCB virou PPS e agora é CIDADANIA. Lembro muito bem de como ele trabalhava duro pela transformação do seu partido para o que chamava de "uma esquerda moderna", ou seja, um partido progressista - no sentido civilizatório - e radicalmente democrático, respeitador intransigente dos direitos dos cidadãos. De fato, é o que Roberto Freire tem feito ao longo de sua vida. Contudo, seu partido é atualmente muito pequeno.
Votei em Roberto Freire para Presidente da República no primeiro turno da eleição de 1989, a qual foi a primeira eleição direta para a presidência do país após a ditadura militar. Ele teve apenas 1% dos votos.
Por influência de Roberto Freire entrei no PPS em 1992, logo após sua primeira redenominação. Fui vice-presidente do PPS de Santa Catarina por uns 4 ou 5 meses, mas logo me desiludi e me afastei completamente e para sempre da política partidária.
Os partidos mudam com o tempo, mas eu continuo sempre igual, ou seja, livre! Nunca apoiei incondicionalmente político ou partido político algum. Não dou a eles a fidelidade que eles exigem de mim. Minha fidelidade é para os princípios civilizatórios, com a compreensão mais inteligente de nós e da natureza. Uma compreensão mais precavida, preventiva, fundada no raciocínio, na capacidade de duvidar e de buscar evidências factuais. É isto que nos constrói como pessoas livres e não como seres domesticados.
Há mais de 20 anos não vejo Roberto Freire pessoalmente, ao vivo, mas percebo pelo noticiário, que ele continua o mesmo, com a mesma coerência.
Lembrei-me de tudo isso ao ler hoje, o manifesto do Partido Cidadania (novo nome do PPS), presidido por Roberto Freire, denunciando os abusos de poder do Presidente Jair Bolsonaro, notadamente contra a liberdade de imprensa.
Deste manifesto destaco a seguinte frase:
— "Que não nos iludamos com a marcha ultradireitista do governo. Seu objetivo maior é suprimir o regime democrático, as liberdades".
Em minha opinião, Bolsonaro não tem experiência alguma de administração e nem tem a mínima capacidade para aprender. Ele acha que administrar é ser como um comandante de quartel que ande para lá e para cá dizendo o que pensa e crendo que seus subordinados devem entender suas falas como ordens a serem cumpridas. Quem não as cumpre ele pune! O resto é pose e demagogia.
Não creio que ele seja capaz de articular um Golpe Militar, mas pode criar o clima para que outros abusem ou mesmo o façam em seu nome. Se acontecer, o mais provável é que Bolsonaro seja afastado pelos próprios golpistas.
De tudo o que já ouvi das falas do Presidente Jair Bolsonaro, concluí que ele não entende o que seja República, nem Estado Democrático de Direito. Ele não sabe o que é socialismo, liberalismo, soberania nacional, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho, livre iniciativa, pluralismo político, direito de expressão, laicidade, democracia representativa, igualdade perante a lei, direitos (exceto os dele), deveres (exceto os dos outros), direito de petição (para reparação de injustiças sociais), devido processo legal, liberdades civis, direitos humanos etc.
Não duvido que o Presidente Bolsonaro ache que não precisa saber destas "bobagens", porque, afinal, ele é o comandante.
Para entender melhor minha opinião sobre o nosso Presidente, leia aqui:
Segundo o presidente do Cidadania, Roberto Freire, o presidente da República “passou dos limites” com a ação e seu ato representa uma clara violação à Constituição.
Para ler o manifesto do partido Cidadania na íntegra, leia aqui:
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
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