Por Almir M. Quites
Já mataram a Lava-Jato? |
1) No último dia de outubro, o filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, defendeu a utilização de um novo AI-5 para barrar uma eventual radicalização da esquerda no país. O AI-5 de 1968, foi o ato revolucionário (eufemisticamente chamado de ato institucional) que deu início ao período de maior repressão da ditadura militar, com a intensificação da censura, práticas de tortura e até mesmo a morte de opositores, especialmente de jornalistas, caso de Vladimir Herzog.
2) No mesmo dia, Bolsonaro determinou o cancelamento de todas as assinaturas do jornal Folha de S.Paulo no governo federal, além de ameaçar anunciantes.
2) No mesmo dia, Bolsonaro determinou o cancelamento de todas as assinaturas do jornal Folha de S.Paulo no governo federal, além de ameaçar anunciantes.
3) No dia 7 deste mês, por 6 x 5, o STF decidiu que o início do cumprimento de pena de condenados deve ocorrer apenas depois do trânsito em julgado de seus processos, ou seja, após esgotados todos os recursos. O poderoso aliado do Presidente Bolsonaro, o presidente da Corte Antonio Dias Toffoli, deu o voto decisivo que abriu o caminho para a liberdade de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de mais de 4.800 presos. Porém, o mais importante, é que isto fere gravemente a Lava-Jato, que assim ficará andando penosamente, como num atoleiro, por não poder contar com a delação premiada dos investigados, que poderão procrastinar seus processos indefinidamente. Com a Lava-Jato em alto risco de extinção, quem também fica muito enfraquecido é o Ministro Sérgio Moro, o qual é considerado, pelo Presidente, um inimigo a ser abatido.
4) Nesta primeira semana de novembro, o presidente Bolsonaro ameaçou não renovar a concessão da TV Globo e ofendeu jornalistas do grupo após a reportagem na qual o presidente havia sido citado por uma testemunha na investigação do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco. A hostilidade de Bolsonaro contra a imprensa começou antes da posse e se intensificou depois dela, mas foi benevolente com emissoras que o apoiam, como a TV Record, da holding do bispo Edir Macedo, e o SBT, de Sílvio Santos.
5) Foi intensificada também nas redes sociais uma campanha contra a Rede Globo, inclusive induzindo consumidores a não comprarem produtos anunciados pelas emissoras da rede. O próprio chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do Presidente Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, usou suas redes sociais para criticar a cobertura da imprensa sobre a denúncia de "caixa dois" na campanha eleitoral do presidente e sugerir um boicote publicitário aos jornais (Veja abaixo os detalhes sobre o grande acordo dos bastidores).
Tudo isso parece um conjunto de fatos cujo objetivo é tornar muito tenso o ambiente político do Brasil. O fato é que Bolsonaro é contra a Operação Lava-Jato e pretende exonerar Sérgio Moro. Também é fato que, como se fosse uma ditadura, o governo hostiliza a imprensa para justificar seu amordaçamento. Assim como não existe ditadura sem censura, também não existe democracia sem imprensa livre e sem um Ministério Público realmente independente do governo.
Bolsonaro pode não gostar do que os jornais O Globo, Valor Econômico, Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo publicam, mas propor boicote a emissoras de rádio e TV e a jornais que publicam o que lhe desagrada é abuso de poder. É crime.
Amigos leitores, não se deixem confundir.
Um governo não tem o direito de punir um cidadão por razões ideológicas. Isto é coisa de ditaduras fascistas ou comunistas, de direita ou de esquerda.
Um governo democrático também não tem o direito de boicotar uma empresa privada por razões ideológicas. Não tem o direito de exigir que uma notícia de jornalismo seja dada do jeito que mais lhe convenha. Isto é próprio de ditaduras, sejam de direita ou de esquerda.
Se aceitarmos propostas como estas, as vítimas do futuro seremos nós. A Alemanha pecou justamente porque foi tolerante com o militarismo de Hitler e, quando quis reagir, o governo estava muito poderoso e os cidadãos já não tinham direitos. A maioria era vítima dos fanáticos do partido.
O presidente Bolsonaro atacou e destruiu seu próprio partido. Isto mostra que pode fazer pior com os demais.
Agora, o presidente anunciou que vai se desfilhar do PSL e criar um outro partido para si. Seria o partido "Aliança pelo Brasil". Pelo Brasil não é. Isto só mostra quão alto é o personalismo do presidente. O que o Brasil precisa é reduzir o número de partidos, não aumentá-lo. O Brasil já tem 32 partidos políticos!
5) Foi intensificada também nas redes sociais uma campanha contra a Rede Globo, inclusive induzindo consumidores a não comprarem produtos anunciados pelas emissoras da rede. O próprio chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do Presidente Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, usou suas redes sociais para criticar a cobertura da imprensa sobre a denúncia de "caixa dois" na campanha eleitoral do presidente e sugerir um boicote publicitário aos jornais (Veja abaixo os detalhes sobre o grande acordo dos bastidores).
Tudo isso parece um conjunto de fatos cujo objetivo é tornar muito tenso o ambiente político do Brasil. O fato é que Bolsonaro é contra a Operação Lava-Jato e pretende exonerar Sérgio Moro. Também é fato que, como se fosse uma ditadura, o governo hostiliza a imprensa para justificar seu amordaçamento. Assim como não existe ditadura sem censura, também não existe democracia sem imprensa livre e sem um Ministério Público realmente independente do governo.
Bolsonaro pode não gostar do que os jornais O Globo, Valor Econômico, Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo publicam, mas propor boicote a emissoras de rádio e TV e a jornais que publicam o que lhe desagrada é abuso de poder. É crime.
Amigos leitores, não se deixem confundir.
Um governo não tem o direito de punir um cidadão por razões ideológicas. Isto é coisa de ditaduras fascistas ou comunistas, de direita ou de esquerda.
Um governo democrático também não tem o direito de boicotar uma empresa privada por razões ideológicas. Não tem o direito de exigir que uma notícia de jornalismo seja dada do jeito que mais lhe convenha. Isto é próprio de ditaduras, sejam de direita ou de esquerda.
Se aceitarmos propostas como estas, as vítimas do futuro seremos nós. A Alemanha pecou justamente porque foi tolerante com o militarismo de Hitler e, quando quis reagir, o governo estava muito poderoso e os cidadãos já não tinham direitos. A maioria era vítima dos fanáticos do partido.
O presidente Bolsonaro atacou e destruiu seu próprio partido. Isto mostra que pode fazer pior com os demais.
Agora, o presidente anunciou que vai se desfilhar do PSL e criar um outro partido para si. Seria o partido "Aliança pelo Brasil". Pelo Brasil não é. Isto só mostra quão alto é o personalismo do presidente. O que o Brasil precisa é reduzir o número de partidos, não aumentá-lo. O Brasil já tem 32 partidos políticos!
O BRASIL ESTÁ EM RISCO E MUITOS NÃO ESTÃO PERCEBENDO.
O seguinte artigo, publicado há cerca de duas semanas, apresenta mais detalhadamente...
https://almirquites.blogspot.com/2019/10/o-grande-acordo-dos-bastidores.html
Ditadura nunca mais!
Esclareço aos desavisados (que sempre existem) que não sou petista e nunca votei em petista. Sou contra o radicalismo e a desonestidade. Sou contra ditaduras!
Quem não apoia Bolsonaro não é necessariamente petista ou comunista! Isto é um erro de lógica que os fanáticos cometem com facilidade.
Não esqueçam que a maioria dos que votaram em Bolsonaro nas eleições de 2018 não eram bolsonaristas, mas sim antipetistas que se sentiram sem opção.
Pensem nisso!
A grande maioria dos meus amigos, que hoje são bolsonaristas, são inteligentes. No entanto, mesmo assim, deixaram-se levar pela propaganda e se transformaram em vítimas do fanatismo.
Ditadura nunca mais!
Esclareço aos desavisados (que sempre existem) que não sou petista e nunca votei em petista. Sou contra o radicalismo e a desonestidade. Sou contra ditaduras!
Quem não apoia Bolsonaro não é necessariamente petista ou comunista! Isto é um erro de lógica que os fanáticos cometem com facilidade.
Não esqueçam que a maioria dos que votaram em Bolsonaro nas eleições de 2018 não eram bolsonaristas, mas sim antipetistas que se sentiram sem opção.
Pensem nisso!
A grande maioria dos meus amigos, que hoje são bolsonaristas, são inteligentes. No entanto, mesmo assim, deixaram-se levar pela propaganda e se transformaram em vítimas do fanatismo.
A propaganda é o vírus do fanatismo. As propagandas políticas das redes sociais não devem ser repassadas, não importa se de direita ou de esquerda.
Propaganda não é fonte de informação!
POVO ILUDIDO É POVO VENCIDO!
Veja a seguir:
PSICOPATIA E POLÍTICA
https://almirquites.blogspot.com/2019/11/psicopatia-e-politica.html
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
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Clique sobre o título.
- As milícias e a família presidencial
- Tal presidente, tal ministro
- O Grande acordo de bastidores
- Golpe militar não é solução
- A queda do "Bolsonaro de saias"
- O pequeno planeta
- Corrigindo celeumas climáticas
- Caça as bruxas do século XXI
- A menina adulta e os adultos infantis
- A floresta e os discursos patrióticos
- A cobiça e a Floresta
- Exorbitância nepótica
- Planeta febril e aflito
- Nossas riquezas e nossa inconsciência
- Destruir a nossa floresta tropical destrói e Brasil
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Oi aprendo muito com suas publicações, algumas não concordo, mas vejo com um olhar mais atento sobre o assunto. Parabéns
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