segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Psicopatia e política

Por Almir M. Quites



Fico matutando sobre o nosso Presidente e nosso sistema político sob a ótica da psicopatologia. 

Numa rápida pesquisa, descobri que, do ponto de vista do afeto e das relações interpessoais, os psicopatas apresentam: 
  • insensibilidade; 
  • falta de empatia, de remorso ou culpa; 
  • emoções superficiais; 
  • irresponsabilidade por seus atos; 
  • um charme superficial; 
  • um sentimento de grandiosidade em relação a si; 
  • a mentira patológica; 
  • o impulso de manipulação das pessoas; 
  • a mania persecutória por inimigos implacáveis.
Já no aspecto comportamental e quanto ao estilo de vida, há uma impulsividade marcante, relacionada à necessidade de estímulos para evitar o tédio.

Os psicopatas políticos (uma subclasse dos psicopatas gerais), no entanto, sabem parecer amigáveis, simpáticos ou charmosos. Sabem vestir a máscara da sanidade.

O nosso presidente, Jair Bolsonaro, parece-me ter as características de um psicopata comum, mas aparenta ter muita dificuldade para vestir a máscara da sanidade que caracteriza o psicopata político.

Eu gostaria de conhecer outras opiniões sobre isso, mas somente as vindas de pessoas não fanatizadas pela atual polarização política.

Os fanáticos bolsonaristas são como os fanáticos petistas, que preferem acreditar no ufanismo das propagandas impulsionadas pelas redes sociais. Estes não fazem análises isentas.

A obsessividade do Presidente Bolsonaro insufla este comportamento antissocial, que se caracteriza pela baixa empatia e pelo baixo controle comportamental. Assim espraia este comportamento para todo o país, o que dá a medida dos efeitos nocivos de uma má escolha presidencial.

O Presidente Bolsonaro não administra, ao invés disso, passa o dia andando por aí dizendo o que lhe vem à cabeça, anunciando o que deseja que aconteça e espalhando cizânias. 

Recentemente, por exemplo, ele voltou a elogiar a ditadura de Pinochet (Chile). Disse que a crise atual do Chile "decorre do fim do regime militar, com interferências de Cuba e governos de esquerda". Uma bobagem que inclui mais uma apologia a ditaduras! Isto é crime.

O que o Presidente está afrontando é a própria Constituição brasileira. A Constituição de 1988 rejeita instrumentos de exceção e destaca, em seu primeiro artigo, como um de seus princípios fundamentais, que a República Federativa do Brasil se constitui em Estado Democrático de Direito. No art. 5°, inciso XLIV, consta: "constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático".

O Presidente, no entanto, avesso a democracias, acrescentou: “
O problema do Chile foi gravíssimo. Aquilo não é manifestação nem reivindicação. São atos terroristas”. O nosso insano presidente deseja ver terrorismo nos movimentos de reivindicação social! 

Disse ainda o que deseja que aconteça aqui no Brasil: "É preciso, em vista de protestos semelhantes, além do monitoramento, ter as tropas preparadas para reprimir". Acrescentou que já conversou com o Ministério da Defesa, pois “a tropa tem que estar preparada porque, ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142 [da Constituição], deve ter condição de fazer a manutenção da lei e da ordem”.

Inconscientemente ou não, nosso presidente só pensa em golpe militar, ditadura e reeleição. O resto é substituído por um ufanismo fantasioso.

O atual otimismo não tem sustentação lógica nas séries históricas dos indicadores econômicos. 

Desde a queda do PT do governo, o estado da economia vem se agravando e isto só amainou um pouquinho no último trimestre, conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. No terceiro trimestre deste ano, a desigualdade social alcançou seu máximo histórico. A desigualdade, entre o 1% mais rico e os 50% mais pobres, cresceu 41,7% desde o fim de 2014 até o presente momento. 

O desemprego no Brasil fechou o terceiro trimestre em 11,8%, uma leve queda em relação ao trimestre anterior, quando 12% da população estavam sem trabalho.

Se houver manifestação de insatisfação popular, há razões para isto! No entanto, o presidente Bolsonaro vai entender que se trata de terrorismo a ser enfrentado pelas Forças Armadas!

É claro que a crise econômica teve origem no governo petista, mas isto não desobriga o atual governo de suas responsabilidades. Este governo se omitiu ao priorizar a reeleição em 2022 e deixar o "abacaxi" inteiro para o Ministério da Economia "descascar". Paulo Guedes que se vire! 

Agora, o Ministério da Economia corre atrás de medidas que já deveriam ter sido implementadas, porque o momento mais propício seria bem no início do mandato presidencial.

Há dois anos, em novembro de 2017, portanto ainda no início da campanha presidencial, escrevi no meu blogue o seguinte: "
Há uma intoxicação tão grande de mentiras nas redes sociais que o povo delira desnorteado. Lula, Bolsonaro e "intervenção militar" são os temas que atualmente seduzem o pobre povo brasileiro pelas redes sociais. Por que estes temas entre tantos outros?". Para ler este artigo na íntegra acesse aqui: 
https://almirquites.blogspot.com/2017/11/a-ordem-e-marchar.html

Obviamente a obsessão pela polarização com o PT e pela intervenção militar vem desde o início da campanha eleitoral. O que Bolsonaro e seus filhos não conseguem encarar, devido a uma espécie de bloqueio cerebral, é que, em caso de Golpe Militar, o ex capitão Jair Bolsonaro será muito provavelmente o primeiro a ser afastado pelos generais golpistas. Somente numa democracia im capitão pode comandar generais!

Bolsonaro era admirador do ditador Hugo Chávez da Venezuela e se dizia "bolivariano". Era apoiador da tortura para obter confissões.

Bolsonaro sempre adorou o confronto. Foi expulso do Exército brasileiro porque o confrontou com ameaças de bombas. 

Ele sempre inventa inimigos. Mesmo agora que é Presidente, vê inimigos nas próprias instituições brasileiras e estrangeiras, como a ONU, a CNBB, o STF, as quais ele representa como hienas que querem devorá-lo. 

Além disso, usa "fake news" e o poder em favor do seu clã; ameaça não renovar a concessão à TV Globo por notícias que lhe desagradam. 

Como Presidente ele se sente como um ditador com pouco poder, indevidamente controlado por uma democracia!

O nosso Presidente sonha acordado com a trilha antidemocrática!

No entanto, a História pode se repetir. Não do jeito que Bolsonaro sonha, mas do jeito que aconteceu com o PT. 

Em 05/04/2016, ainda na era petista, publiquei no meu blogue o seguinte parágrafo: "Assim, a​ ​economia brasileira se desmancha. Tudo que era sólido se​ ​evapora, míngua! A farsa foi desnudada. O Rei está nu! Há um impulso psíquico de acionamento de mecanismos de defesa, para negar a realidade. É uma negação coletiva,​ ​atiçada por um delirante surto persecutório, como sempre ocorre nos movimentos​ ​'revolucionários' ".

Se quiser, você pode ler a íntegra deste artigo aqui: 
DESTRUIR O BRASIL NÃO É IMPORTANTE!
https://almirquites.blogspot.com/2016/04/destruir-o-brasil-nao-e-importante.html

Quase quatro meses depois desta publicação, no de 31 de agosto de 2016, o PT foi afastado da Presidência da República por um processo de "impeachment"! 


Embora a duras penas, a Constituição foi mais forte!


𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼

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  1. As milícias e a família presidencial
  2. Tal presidente, tal ministro
  3. O Grande acordo de bastidores
  4. Golpe militar não é solução
  5. A queda do "Bolsonaro de saias"
  6. O pequeno planeta
  7. Corrigindo celeumas climáticas
  8. Caça as bruxas do século XXI
  9. A menina adulta e os adultos infantis
  10. A floresta e os discursos patrióticos
  11. A cobiça e a Floresta
  12. Exorbitância nepótica
  13. Planeta febril e aflito
  14. Nossas riquezas e nossa inconsciência
  15. Destruir a nossa floresta tropical destrói e Brasil
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