Por Almir M. Quites
Nosso Presidente, que não governa, mas atrapalha, continua mostrando que realmente é um "terrível cristão". Diz bobagens, espalha ódio e despreza o conhecimento. Para ele, da religião à ciência, tudo é uma diferente faceta de uma mesma guerra da qual ele é o comandante geral. E ainda me dizem que tenho que aceitá-lo porque Lula era pior! Estes não pensam no que dizem, caso contrário, perceberiam a tolice.
Bolsonaro não tem a menor ideia do que seja ser Presidente da República Federativa do Brasil! Não tem experiência de vida e vive no mundo de suas próprias fantasias. Ele parece pensar que é o comandante de uma guerra e que seu exército é formado principalmente por olavistas, evangélicos, pecuaristas e o pessoal da indústria da bala. Todos os outros são inimigos! Foi assim que escolheu os seus incompetentes ministros, exceto Sérgio Moro e Paulo Guedes, os quais foram escolhidos apenas para serem avalistas do futuro governo do então candidato Bolsonaro. Tenho pena deles!
Agora, nosso Presidente disse que os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sobre o desmatamento no Brasil, estão errados; que o diretor do INPE deve estar a serviço do inimigo, no caso alguma ONG (organização não governamental). O Presidente quer que o INPE só divulgue o que ele permitir. Ele prefere a mentira da propaganda de guerra. Bem triste isso!
Quando eu dizia que o ministro astronauta, Marcos Cesar Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, não tinha conhecimento nem competência para o cargo, muitos discordavam de mim. Agora, o ministro Pontes mostrou o quanto é pequeno para o cargo que ocupa ao defender a censura presidencial aos dados do INPE sobre o desmatamento quando estes forem negativos.
Na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o ministro Pontes disse ser importante esconder a informação e argumentou com esta tolice: “Durante o período em que o IBAMA está em ação, esse dado não deveria ficar exposto porque a gente estaria dando a chave para o bandido. Eu quero é pegar quem está cortando [árvores] de forma irregular.” Aí está bem exposto o baixo nível intelectual do nosso astronauta! Ele tem um entendimento tosco das funções do INPE.
Além disso, o astronauta-ministro, Pontes, comparou os dados do desmatamento com uma conta d’água: “Imagina que a média de gasto é de R$ 50 e de repente aparece um gasto R$ 100. Você vai ligar para a companhia, vai querer entender ou descobrir se tem algum cano vazando.” Esta comparação é absurda. Até mesmo porque a conta d'água é particular, mas a medida do desmatamento é de interesse público. Esta não deve e não pode ser censurada pelo Presidente. Além disso, o ministro demonstra não saber que o crescimento do desmatamento não aconteceu de um mês para outro, assim, “de repente”. A taxa de desmatamento começou a acelerar ainda no governo de Dilma Rousseff e se exarcebou desde o final do ano passado, quando os desmatadores foram incentivados pelos discursos do atual presidente.
É uma vergonha!
O Presidente Bolsonaro criou esta polêmica absurda e demitiu o Presidente do IMPE, Ricardo Galvão (físico e engenheiro brasileiro, professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Membro da Academia Brasileira de Ciências). Agora diz que o próximo Presidente do IMPE será alguém "terrivelmente evangélico"! Num país constitucionalmente laico, o Presidente usa a religião como critério de seleção para cargos desta importância!😫
O Presidente Bolsonaro e seu Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (advogado, administrador e político brasileiro), avaliam equivocadamente os dados do INPE e apresentam argumentos errados, como os seguintes: "o Brasil tem que ensinar eles [os países europeus] a preservar as florestas porque o Brasil utiliza só 7,8% de sua área total para plantios. A Alemanha, por exemplo, utiliza 57% de seu território com plantio. A Dinamarca cultiva 76,8%, a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%." O nosso Presidente acrescenta: "a Alemanha tem muito a aprender com o Brasil"! [na área da preservação do meio ambiente]. Disse também "eles já destruíram as florestas deles e agora querem as nossas em pé porque a floresta amazônica é o pulmão do mundo". Ricardo Salles, disse à BBC News: "É uma maneira de nós dizermos ao mundo: 'Estamos preservando, mas precisamos ser remunerados por isso' "!
O fato é que esta comparação entre países não é o importante e não justifica as atitudes do governo brasileiro. Não se trata de uma competição entre países sobre quem dispõe hoje de maior percentagem de áreas verdes. É óbvio que os países tropicais do novo mundo têm maior percentagem de áreas verdes, ainda que pouco tenham feito para isso.
Esta competição, além de desnecessária, é equivocada devido à defasagem no tempo. Quando as florestas europeias foram destruídas, não havia a consciência ecológica. O desmatamento europeu aconteceu no tempo da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.
A consciência ecológica só foi desenvolvida a partir de 1970, ou seja, no final do século XX, com o início das pesquisas climáticas globais (de todo o planeta) e das pesquisas espaciais. A partir daí ficou claro que o risco do nosso pequeno planeta é global e só será contido se o esforço de preservação for urgente e também global, envolvendo atitudes positivas desde os indivíduos até os governos.
Nos últimos 50 anos, desenvolveu-se uma ética climática, que consiste em preservar nosso planeta para as gerações futuras. Todos os países e todos os seres humanos têm a mesma responsabilidade neste esforço e têm que entender que o problema já está muito grave!
A agropecuária brasileira será uma das mais prejudicadas se as águas dos mares continuarem aquecendo.
O mundo todo será afetado por vários motivos: degelo das calotas polares; aumento do nível dos mares; desertificação; alteração do regime das chuvas; redução das áreas agricultáveis nos países tropicais e o deslocamento delas em direção aos pólos do planeta; redução da biodiversidade; migrações, seca, escassez de água potável, excesso de chuvas, de tempestades, furacões, inundações, alterações de ecossistemas, em determinadas regiões; etc.
Cada 0,5°C de aumento na temperatura global corresponde ao aumento de 20% nos conflitos armados mundiais.
O importante é o que vai acontecer no mundo, inclusive no Brasil, se continuarmos desmatando e poluindo nossa água doce. Estamos no mesmo barco, aliás, na mesma nave cósmica.
Para entender melhor esta questão, indico um texto que publiquei no mês passado. Aqui:
PLANETA FEBRIL E AFLITO
https://almirquites.blogspot.com/2019/07/planeta-febril-e-aflito.html
Vale a pena ler. Procurei explicar detalhada e didaticamente os nossos equívocos de interpretação dos dados do meio ambiente, difundidos pelo próprio governo federal.
Por favor, em nome de nosso pequeno planeta, COMPARTILHEM este texto!
Nosso Presidente, que não governa, mas atrapalha, continua mostrando que realmente é um "terrível cristão". Diz bobagens, espalha ódio e despreza o conhecimento. Para ele, da religião à ciência, tudo é uma diferente faceta de uma mesma guerra da qual ele é o comandante geral. E ainda me dizem que tenho que aceitá-lo porque Lula era pior! Estes não pensam no que dizem, caso contrário, perceberiam a tolice.
Bolsonaro não tem a menor ideia do que seja ser Presidente da República Federativa do Brasil! Não tem experiência de vida e vive no mundo de suas próprias fantasias. Ele parece pensar que é o comandante de uma guerra e que seu exército é formado principalmente por olavistas, evangélicos, pecuaristas e o pessoal da indústria da bala. Todos os outros são inimigos! Foi assim que escolheu os seus incompetentes ministros, exceto Sérgio Moro e Paulo Guedes, os quais foram escolhidos apenas para serem avalistas do futuro governo do então candidato Bolsonaro. Tenho pena deles!
Agora, nosso Presidente disse que os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sobre o desmatamento no Brasil, estão errados; que o diretor do INPE deve estar a serviço do inimigo, no caso alguma ONG (organização não governamental). O Presidente quer que o INPE só divulgue o que ele permitir. Ele prefere a mentira da propaganda de guerra. Bem triste isso!
Quando eu dizia que o ministro astronauta, Marcos Cesar Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, não tinha conhecimento nem competência para o cargo, muitos discordavam de mim. Agora, o ministro Pontes mostrou o quanto é pequeno para o cargo que ocupa ao defender a censura presidencial aos dados do INPE sobre o desmatamento quando estes forem negativos.
Na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o ministro Pontes disse ser importante esconder a informação e argumentou com esta tolice: “Durante o período em que o IBAMA está em ação, esse dado não deveria ficar exposto porque a gente estaria dando a chave para o bandido. Eu quero é pegar quem está cortando [árvores] de forma irregular.” Aí está bem exposto o baixo nível intelectual do nosso astronauta! Ele tem um entendimento tosco das funções do INPE.
Além disso, o astronauta-ministro, Pontes, comparou os dados do desmatamento com uma conta d’água: “Imagina que a média de gasto é de R$ 50 e de repente aparece um gasto R$ 100. Você vai ligar para a companhia, vai querer entender ou descobrir se tem algum cano vazando.” Esta comparação é absurda. Até mesmo porque a conta d'água é particular, mas a medida do desmatamento é de interesse público. Esta não deve e não pode ser censurada pelo Presidente. Além disso, o ministro demonstra não saber que o crescimento do desmatamento não aconteceu de um mês para outro, assim, “de repente”. A taxa de desmatamento começou a acelerar ainda no governo de Dilma Rousseff e se exarcebou desde o final do ano passado, quando os desmatadores foram incentivados pelos discursos do atual presidente.
É uma vergonha!
O Presidente Bolsonaro criou esta polêmica absurda e demitiu o Presidente do IMPE, Ricardo Galvão (físico e engenheiro brasileiro, professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Membro da Academia Brasileira de Ciências). Agora diz que o próximo Presidente do IMPE será alguém "terrivelmente evangélico"! Num país constitucionalmente laico, o Presidente usa a religião como critério de seleção para cargos desta importância!😫
O Presidente Bolsonaro e seu Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (advogado, administrador e político brasileiro), avaliam equivocadamente os dados do INPE e apresentam argumentos errados, como os seguintes: "o Brasil tem que ensinar eles [os países europeus] a preservar as florestas porque o Brasil utiliza só 7,8% de sua área total para plantios. A Alemanha, por exemplo, utiliza 57% de seu território com plantio. A Dinamarca cultiva 76,8%, a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%." O nosso Presidente acrescenta: "a Alemanha tem muito a aprender com o Brasil"! [na área da preservação do meio ambiente]. Disse também "eles já destruíram as florestas deles e agora querem as nossas em pé porque a floresta amazônica é o pulmão do mundo". Ricardo Salles, disse à BBC News: "É uma maneira de nós dizermos ao mundo: 'Estamos preservando, mas precisamos ser remunerados por isso' "!
O fato é que esta comparação entre países não é o importante e não justifica as atitudes do governo brasileiro. Não se trata de uma competição entre países sobre quem dispõe hoje de maior percentagem de áreas verdes. É óbvio que os países tropicais do novo mundo têm maior percentagem de áreas verdes, ainda que pouco tenham feito para isso.
Esta competição, além de desnecessária, é equivocada devido à defasagem no tempo. Quando as florestas europeias foram destruídas, não havia a consciência ecológica. O desmatamento europeu aconteceu no tempo da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX.
A consciência ecológica só foi desenvolvida a partir de 1970, ou seja, no final do século XX, com o início das pesquisas climáticas globais (de todo o planeta) e das pesquisas espaciais. A partir daí ficou claro que o risco do nosso pequeno planeta é global e só será contido se o esforço de preservação for urgente e também global, envolvendo atitudes positivas desde os indivíduos até os governos.
Nos últimos 50 anos, desenvolveu-se uma ética climática, que consiste em preservar nosso planeta para as gerações futuras. Todos os países e todos os seres humanos têm a mesma responsabilidade neste esforço e têm que entender que o problema já está muito grave!
A agropecuária brasileira será uma das mais prejudicadas se as águas dos mares continuarem aquecendo.
O mundo todo será afetado por vários motivos: degelo das calotas polares; aumento do nível dos mares; desertificação; alteração do regime das chuvas; redução das áreas agricultáveis nos países tropicais e o deslocamento delas em direção aos pólos do planeta; redução da biodiversidade; migrações, seca, escassez de água potável, excesso de chuvas, de tempestades, furacões, inundações, alterações de ecossistemas, em determinadas regiões; etc.
Cada 0,5°C de aumento na temperatura global corresponde ao aumento de 20% nos conflitos armados mundiais.
O importante é o que vai acontecer no mundo, inclusive no Brasil, se continuarmos desmatando e poluindo nossa água doce. Estamos no mesmo barco, aliás, na mesma nave cósmica.
Para entender melhor esta questão, indico um texto que publiquei no mês passado. Aqui:
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