terça-feira, 4 de outubro de 2022

Pesquisas eleitorais falham

 Por Almir M. Quites     Para compartilhar, toque aqui


Há alguns anos, tenho pensado que, com algumas simples equações restritivas e informações de eleições anteriores, seria possível prever o resultado eleitoral do Brasil com uma margem de erro de apenas duas a três vezes maior do que aquela com a qual os Institutos de pesquisa trabalham, mas com uma grande vantagem: sem precisar de Instituto de Pesquisa Eleitoral e sem gastar um único centavo de Real. 

Se for mesmo possível, então o custo/benefício das atuais pesquisas deveria ser considerado muito alto, a menos que elas tenham outros objetivos, diferentes de apenas prever o resultado eleitoral.

Finalmente, no dia 29 de maio deste ano (2022), fiz uma primeira tentativa de por à prova esta tese. Estudei o caso, fiz a minha previsão, publiquei o resultado no meu blogue (https://almirquites.blogspot.com/) e exortei os leitores: "Vamos conferir em outubro! Faltam apenas 4 meses". Também publiquei no Facebook em diferentes oportunidades. E esperei...

O tempo passou, chegamos ao dia das eleições e o resultado foi surpreendente: os Institutos erraram mais do que eu! Parece-me que, para que isto não ocorra novamente, os Institutos precisam trabalhar com amostras bem maiores, porque muitas fontes de erros operacionais não estão considerados no cálculo matemático.

Segundo a pesquisa do Datafolha
, um dia antes do primeiro turno (no dia 01/10/2022), Lula teria 50% das intenções de votos válidos, enquanto Bolsonaro aparecia com 36%,  No mesmo dia, a pesquisa Globo/Ipec mostrou o petista com 51%, e o Presidente, com 37%. Ambos os levantamentos tinham margem de erro de dois por cento. Ambos erraram para além da margem de erro por eles mesmos anunciada! O mesmo aconteceu com outros Institutos.

O quadro abaixo mostra, na primeira linha, o resultado da apuração eleitoral, segundo o TSE, e nas linhas seguintes, os resultados previstos nas últimas pesquisas por nove diferentes institutos! Na última linha, acrescentei a estimativa que eu mesmo fiz em maio deste ano, a qual publiquei em meu blogue.

Veja o quadro.
Clique na tabela para ampliá-la 
e visualizá-la melhor.

A pesquisa Ipespe, divulgada no sábado, trazia Lula com 49%, e Bolsonaro, com 35%. A Genial/Quaest da mesma data indicava, respectivamente, 49% e 38%. O primeiro levantamento tinha margem de erro de três por cento; o segundo, de dois.

Os institutos erraram, mesmo considerando a margem de erro, especialmente em relação aos votos para Bolsonaro. Todos os Institutos, exceto um, erraram mais do que eu, que não fiz pesquisa alguma e que fiz minha estimativa com mais de 4 meses de antecedência em relação ao pleito!

O meu erro foi na estimativa dos votos nulos e brancos, que foram muito menores do que nas eleições anteriores, desde 1994, em cuja média me embasei. Nas eleições anteriores, os votos nulos e brancos ficavam em torno de 10% e nesta eleição foram surpreendentemente de apenas 4,4%!

Todos os institutos afirmam que erraram devido ao voto útil de última hora. Não acredito nisto! O voto útil ocorreria a partir das intenções de voto dos demais candidatos em direção a ambos, Bolsonaro e Lula. Logo, não afetaria tanto a diferença entre Lula e Bolsonaro. Acredito mais na influência da TV Globo, que entrou nas casas das famílias brasileiras abusando da propaganda pró Lula, o que pode ter beneficiado Bolsonaro ao irritar eleitores indecisos. Isto poderia explicar o
 voto útil vindo dos eleitores que pretendiam votar em branco ou anular seus votos, causando a drástica redução deste tipo de voto. Este foi o fenômeno estranho deste ano. Não era assim no passado, nem na eleição de 2018, que foi tão polarizada quanto esta! 

Pergunto-me: além do possível efeito da TV Globo, o que mais pode ter causado esta súbita transformação de votos brancos e nulos em votos válidos? Não sei. É claro que há mais fatores que não foram detectados pelas pesquisas, o que abre um enorme espaço para especulações, o qual pode ir desde erros metodológicos dos Institutos de Pesquisa até a fraude na apuração eletrônica.

O Datafolha argumenta que "as pesquisas não podem ser lidas como uma previsão do resultado da votação, mas sim retratar as preferências eleitorais no momento em que são feitas". Esta frase é verdadeira para uma pesquisa isolada, mas não para o conjunto das pesquisas de um mesmo Instituto. Este deve ser capaz de prever o resultado eleitoral, especialmente após a última pesquisa, um dia antes do pleito!

O Instituto que chegou mais perto de acertar o resultado e, principalmente a diferença de votação entre Lula e Bolsonaro foi o Paraná Pesquisas. O segundo lugar foi o "Instituto Pessoa Física", Almir M. Quites, cujo resultado está na última linha da tabela.

Veja aqui a íntegra do artigo que publiquei em maio deste ano:

Observe que o resultado que publiquei no blogue é o mesmo constante na última linha do quadro acima, mas neste quadro ele está expresso em percentagem dos votos válidos, enquanto que, no meu blogue, está expresso percentagem dos votos totais. A conversão matemática é simples.

Naquela época, quando publiquei no blogue, ainda afirmei que Bolsonaro não tinha a menor chance de ganhar estas eleições, porque mesmo considerando a possibilidade de fraude na apuração eleitoral, esta seria no sentido de evitar a eleição de Bolsonaro, considerado um estorvo, pelos presumíveis fraudadores internos do TSE, se houver. Suponho que, as organizações que capturaram o Estado brasileiro preferem Lula como presidente, um fantoche mais confiável, do que o fantoche que temos na Presidência do Brasil. Nosso país, rico por natureza e pobre por omissão! 

Estas suposições não estão na publicação de maio passado, mas confesso que foi o que eu pensei.

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Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, clique aqui

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