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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

REI MIDAS BRASILEIRO

 Por Almir M. Quites




Tal como o Midas da mitologia grega, o Rei Midas brasileiro tem filhos que servem a ele como protetores (na mitologia, o codinome do filho era “ceifador de homens”, pela fama de decapitar os inimigos)

O principal mito atribuído a Midas, era o de transformar tudo o que tocava em fortuna, em "ouro". No caso do Midas brasileiro é o inverso. O nosso transforma tudo o que toca em infortúnio.

A última coisa em que o Presidente Jair Bolsonaro "tocou" foi na Petrobrás.

Conforme artigo recente de Merval Pereira (blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira), este toque de Midas-ao-avesso não teve o objetivo de beneficiar os caminhoneiros do Brasil, nem mesmo de controlar o preço dos combustíveis. A jogada foi outra!

O Governo Federal pediu a Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, R$ 100.000.000,00 em publicidade para as TVs SBT e Record e algo para a Band, que também estaria no pacote. Roberto Castello Branco recusou-se a fazer este gasto. Então, Bolsonaro teria retaliado! Bolsonaro resolveu trocar o presidente da Petrobrás, por um general. O valor das ações da Petrobras despencou. A perda da Petrobrás em valor de mercado, acumuladas até hoje, chegaram a cerca R$100 bilhões.

Consta que Fábio Faria, ministro da Propaganda de Jair Bolsonaro, é genro de Sílvio Santos. Fábio Wajgarten, chefe da Secom era contratado do SBT.

Bolsonaro infortunou o Brasil ao escolher ministros absolutamente incompetentes e irresponsáveis. Os poucos membros do alto escalão do governo que foram bem escolhidos decidiram deixar o governo, como Sérgio Moro, Mandetta, Levi, Mansuetto, Teich, Osmar Terra, etc. Nove outros foram demitidos. Hoje, os sistemas de saúde, do meio ambiente, da economia, da educação, da energia, da Justiça, Segurança Pública, da Defesa, das Relações Exteriores, da Cidadania etc. estão avariados. A rigor, o Brasil está em profunda crise que só pode se agravar. 

Enquanto isso, o Presidente Bolsonaro só pensa em sua reeleição em 2022 e em acumular os poderes de um ditador, como Hugo Chavez!

Bolsonaro, no final do século passado, era "bolivariano" e alardeava ser admirador de Hugo Chávez. Hoje, o Presidente Bolsonaro, tal como fez Hugo Chávez na Venezuela, inunda o governo brasileiro de militares. 

Os generais brasileiros de hoje foram contemporâneos de Jair Bolsonaro na Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN). Naquela época, os militares recém tinham perdido o poder que tinham durante a Ditadura Militar. Eles estavam muito ressentidos. É muito provável que os aspirantes da AMAN tenham sido doutrinados no militarismo por oficiais amargurados.

Os fracassos dos sucessivos governos petistas pavimentaram o caminho para a população brasileira se tornar presa fácil de mais um populista. A recaída autoritária veio pela via do "bolsonarismo". O sonho de Bolsonaro sempre foi fazer do Brasil o mesmo que Chávez fez na Venezuela.

Ainda é comum ouvirmos dizerem que estamos livres dessa sina porque "no Brasil as instituições funcionam". Quem acredita nisso está completamente enganado! A Venezuela tinha uma democracia mais sólida que a brasileira e, mesmo assim, sucumbiu nas mãos de um populista.

Entre 1969 e 1991, a força da antiga democracia venezuelana tinha alcançado um patamar que o Brasil nunca teve. Em 1969, o poder de compra dos venezuelanos era quase igual ao dos cidadãos dos EUA. Por 22 anos, os venezuelanos experimentaram um período democrático equivalente às melhores democracias europeias.

Em 1990, os venezuelanos sequer poderiam imaginar a degradação que teriam com o tal "socialismo do século 21", um horrendo pesadelo. No início, o declínio resultou exatamente de escolhas livres dos cidadãos. Depois, a corrupção e a desinformação comprometeram a democracia. O povo foi dominado e iludido.

De 1992 a 1998, com o tal bolivarianismo, a democracia da Venezuela foi destruída.

Midas é um mito, uma mentira, mas os Midas-ao-avesso existem. A Venezuela foi destruída por um Midas-ao-avesso.

E o Brasil? O Brasil está no mau caminho.

O bolsonarismo e o petismo se uniram aos ministros do STF Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, contra a operação Lava-Jato. O objetivo é destruir a reputação de suas figuras mais importantes, especialmente Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Os militares se aboletaram no Poder Executivo e este se aconchegou ao Centrão, aquele conjunto amorfo de partidos políticos, sem orientação ideológica, mas organizado em redes clientelistas com o claro objetivo de extorquir o Estado. Refiro-me ao denominado "toma-lá-dá-cá", que persiste e que já envolveu um grande número de investigados tanto do Mensalão como da Operação Lava-Jato.

Governar o Brasil, hoje, se resume a comprar apoios no Congresso e pagar com cargos públicos. No entanto, o povo elegeu parlamentares para serem seus representantes no poder legislativo e não para pular a cerca e se aboletarem no Poder Executivo.

Quando era candidato, Bolsonaro fazia discursos em "linguagem de twitter" abominando o Centrão e o "toma-lá-dá-cá", mas hoje já esqueceu suas promessas completa e descaradamente.

Convido o leitor a ver este vídeo de 2018. 

https://www.facebook.com/watch/?v=640878873179611
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A paródia cantada pelo general Heleno "🎼 Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão 🎶", na convenção do PSL, em 2018, visava convencer os eleitores de que Jair Bolsonaro jamais praticaria o "toma-lá-dá-cá"! No entanto, Bolsonaro sempre foi um irresponsável. Hoje ele já negociou com partidos do Centrão pastas que somam mais de R$ 80 bilhões do orçamento, além de cargos de direção em empresas públicas, como DNOCS e BNB (para o PL), o Conselho Itaipu Binacional (para o MDB), a Secretaria Nacional de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional (para o Republicanos), a Superintendência de Trens Urbanos do Recife (para o PSC) e Fundo de Desenvolvimento da Educação (ao PP).

O Brasil vai de mal a pior!


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Um comentário:

  1. Boa noite Almir Quites, fiz campanha eleitoral contra esse INCOMPETENTE, pois havia sido expulso do quartel, dormia no Plenário da Câmara, esperar o que? Deu no que deu. Concordo plenamente com você. Abraço

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