quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O mais descarado toma-lá-dá-cá

 Por Almir M. Quites




Apesar das crises da pandemia, do meio ambiente, da economia, do desemprego, da governança etc. estarem se agravando, estas questões não importam! Os Poderes Executivo e Legislativo estão em campanha eleitoral, não têm tempo para essas crises!

A campanha eleitoral para as Presidências da Câmara e do Senado mostra ao Brasil que Deputados Federais e Senadores não têm qualquer preocupação com os atuais problemas brasileiros, nem com o futuro do Brasil. Tudo o que fazem é negociar o voto conforme seus interesses pessoais. O povo brasileiro está sendo traído!

Os parlamentares das duas Casas do Congresso são eleitos para, em nome do povo, fiscalizar o Governo Federal e votar as Leis. No entanto, depois de eleitos, o que eles fazem é negociar seus votos (delegados pelo povo) em troca de cargos importantes no Poder Executivo e nas empresas estatais. Assim, eles abandonam o Poder Legislativo e passam para o Poder Executivo. Abandonam a função para a qual foram eleitos, e são substituídos por suplentes, que não foram escolhidos pelo povo, mas escolhidos por eles mesmos entre seus parentes (geralmente filhos) ou amigos. Logo, a suplência é um meio de chegar ao Poder Legislativo, sem precisar disputar uma eleição. Por sua vez, Câmara e Senado são degraus para chegar ao Poder Executivo.

Com tudo isso acontecendo diariamente no governo do Brasil, o povo chega a esquecer que se trata de crime a céu aberto. É evidente que não há independência entre os Poderes Executivo e Legislativo, como estipula o artigo 2° da desmoralizada Constituição de 1988. Esta negociação espúrea entre o Poderes Executivo e Legislativo impede que o Legislativo fiscalize o Executivo em nome do povo, como mandam os artigos 44 e 49 da Constituição Federal. Com o conlúio dos dois Poderes, a corrupção prospera! 😥

O Presidente Jair Bolsonaro, que fingia ser contra o toma-lá-dá-cá (a negociação de votos por poderes ou recursos públicos) mantém reuniões diárias com congressistas em busca de mais votos para os seus dois candidatos: o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Há dois meses Bolsonaro mentia que não tentaria interferir nas eleições do Legislativo!

Os parlamentares e seus partidos têm interesse em assumir funções no governo. Por sua vez, o Presidente, ambiciona a sua reeleição no ano que vem e, para isso, precisa aprovar a sua agenda de costumes, evitar um processo de "impeachment" contra si e também evitar processos judiciais contra seus filhos.

Os cofres públicos estão abertos, escancarados, convidativos. As negociações também envolvem cargos em ministérios e órgãos de segundo e terceiro escalões a serem preenchidos por indicação de parlamentares. Os pagamentos também podem ser na forma de verbas para uma determinada região ou para um projeto em um município que seja base eleitoral de um deputado.

O governo também usa cargos públicos para fazer retaliações. Por exemplo, a retaliação ao deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) foi imediatamente após a legenda anunciar que votará em Rossi. O parlamentar foi comunicado, pelo presidente nacional do seu partido, que o Presidente vai exonerar três pessoas indicadas por ele para cargos na administração federal: duas para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e uma para a Superintendência do Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro.

O povo está sendo roubado! Em dezembro último, já com o Planalto envolvido nas eleições do Senado e da Câmara, o Tesouro Nacional liberou R$ 550 milhões em emendas parlamentares. Com isso, o total de emendas pagas passou de R$ 4,2 bilhões, em 2019, para R$ 6,7 bilhões, neste ano.

Para se defender de um "impeachment", Jair Bolsonaro continuará tendo que pagar cada vez mais caro. Novas contas serão apresentadas, mesmo depois das eleições nas duas Casas do Congresso. O atual Presidente só pode ganhar apoios por meio de compra com recursos públicos. Este apoio comprado agora, pode ser perdido logo depois!

É uma vergonha! Pobre país! Pobre povo, iludido, vencido, empobrecido!

Precisamos reinstalar o Brasil por meio de uma Constituinte realmente exclusiva! 


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