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sexta-feira, 6 de março de 2020

Ofenda para não precisar de inteligência

Por Almir M. Quites


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Acabo de ler um comentário de meu amigo Milton Luiz Valente no Facebook, que diz simplesmente o seguinte: "Quando não tiver razão e ficar sem argumentos para contestar... simplesmente ofenda!". De fato, é o que acontece!


O Facebook me permite observar o comportamento humano, porque as pessoas se liberam de um modo que não fariam se estivessem frente a frente com o interlocutor.

Existem pessoas que, quando leem um texto publicado (uma postagem) comentam reforçando ou contrariando os argumentos daquele texto, sem grosserias ou agressões verbais, mas estas boas exceções são pouquíssimas, o que mostra bem o grau de radicalização que temos hoje e a quase inexistência de debate político de verdade.

Não é sobre estas boas exceções que vou tratar a seguir, mas do que é rotineiro.

Vou tratar aqui apenas daqueles que desconsideram totalmente o conteúdo publicado e reagem contra ele impensadamente. Estes apresentam respostas ácidas ou ofensivas, contra o autor da publicação.

Vou contar alguns "causos" recentes que ocorreram comigo.

Em artigos que publiquei em grupos de discussão do Facebook, observei três tipos de comentários ácidos e/ou ofensivos:
  • Comentário de robô;
  • Xingamentos de baixo calão, de pessoas reais;
  • Comentários de pessoas reais desprovidos de argumentos.

A seguir comento cada um deles.


1) Comentário de robô (automático).

Alguns comentários eram clichês, isto é, bordões curtíssimos que serviam para ofender rudemente quem quer que desmistificasse o Mito da vez (o Presidente Bolsonaro), independentemente do conteúdo da publicação. Verifiquei também que, no perfil dos remetentes, não constava informação alguma que permitisse identificá-lo.

Para estes comentários automáticos apresentei também uma resposta padrão, assim: "Este seu xingamento padronizado e repugnante, mostra claramente que você não existe, é apenas um perfil falso usado por um robô programado para xingar pessoas que critiquem Bolsonaro. Desafio você a publicar aqui uma resposta inteligente que comprove que estou errado!"

Outros cliches simplesmente tratavam de irritar os supostos inimigos com figurinhas ou imprimindo "hashtags", como #B38. Para estes não dediquei qualquer resposta.

Dois dias depois, nenhuma destas supostas pessoas me respondeu! Muito provavelmente eram mesmo robôs, utilizando perfis falsos, programados para inibir manifestações políticas contrárias ao atual governante federal.


2) Comentários de pessoas reais que se limitam a xingamentos de baixo calão.

Frequentemente estes comentários são de uma baixeza impressionante. Estes..., nem os comento aqui. Deveriam ser excluídos. Vamos adiante.


3) Comentários de pessoas reais, mas desprovidos de argumentos.

São comentários de pessoas que tentam argumentar, mas não conseguem, apenas escrevem o que sentem e não vão além de uma desqualificação do autor do texto, ou seja, limitaram-se a me desqualificar.

Seus comentários são como estes que apresento a seguir, como exemplos:
  1. "Vc apoia bandidos, sua argumentação é cheia de factoides, mal sabe a diferença entre nazismo e fascismo".
  2. "Vai procurar sua turma nos sindicatos, nas ruas onde se reúnem aqueles que não têm o que fazer".
  3. "Vc apoia a corrupção, o crime dos bandidos de colarinho branco e outros. Pensa na sua família. Petralhas são fanáticos e inconsequentes".

Nenhum dos autores destes comentários me conhecia. Parece-me que nem leram o artigo que escrevi, mas me acusaram de divulgar factoides, de ser petista, de ser apoiador de bandido de colarinho branco, de não saber a diferença de fascismo e nazismo, etc. Citei apenas alguns exemplos. A variedade de acusações deste tipo surpreende.

Respondi a estes comentários com paciência e curiosidade e procurei mostrar que eles me ofendiam sem considerar meus argumentos.

De todos eles, apenas um reconheceu que cometeu desatinos e me respondeu assim: "Almir Monteiro Quites, talvez, na indignação com os desmandos da mídia esquerdista, e pelos ataques de políticos corruptos ao presidente Bolsonaro, eu tenha respondido dessa forma. Gostaria de conhecer melhor suas ideias, considerando o panorama atual da política brasileira. Tomando a liberdade de entrar no seu site, verifiquei uma agressividade exagerada, de sua parte, ao Presidente da República".

A este dei uma resposta bem longa. Foi assim:

"Fico contente que tenhas reconhecido isto. Vou te dar uma explicação, embora sucinta, sobre meu modo de ser e pensar.

Em primeiro lugar, para me entender, você precisa aceitar que os brasileiros não são necessariamente bolsonaristas ou petistas. Há outras incontáveis formas diferentes de encarar os fatos da política. Você sabe, por exemplo, que nem todo eleitor de Bolsonaro teria votado nele se tivesse outra possibilidade além do candidato petista. A polarização, já no primeiro turno eleitoral, foi induzida pela propaganda e pela pesquisa de intenção de votos. Na época em que isto acontecia, publiquei artigos denunciando isso!

Eu, por exemplo, nunca me incluo em qualquer partido ou dou apoio incondicional a qualquer político. Eu tenho consciência de que "o preço da democracia é a eterna vigilância", ou seja, todo o político deve ser fiscalizado, nunca idolatrado.

A idolatria a Lula e, agora, a Bolsonaro é a mesma que a de um torcedor a seu time de futebol. Isto não é política. Política é um processo decisório muito sério. A idolatria é fabricada pela propaganda. Propaganda é a manipulação do pensamento alheio feita por marqueteiros bem pagos, em geral com recursos roubados do povo. Propaganda é o vírus do fanatismo. Fanatismo é doença mental que impede o raciocínio livre e lógico. O fanático reage emocionalmente antes de tentar entender aquilo que lhe parece contrariar as suas próprias crenças.

Sobre o tema em foco, aqui nesta postagem, peço-te que não confundas instituições com pessoas! As instituições nacionais devem ser respeitadas. Por exemplo, eu não tenho respeito à pessoa que é o ministro Tóffoli (do STF) como também não respeito Lula e Bolsonaro, pelo despreparo e pelo mau caráter deles. No entanto, respeito o STF e a Presidência da República. Estes devem ser respeitados como instituições nacionais. No caso dos três políticos que citei, são eles mesmos que desrespeitam respectivamente o STF e a Presidência da República. Eu os critico e também aponto os erros e incompetências, porque são políticos que ocupam cargos públicos e que devem ser fiscalizados por todos os cidadãos brasileiros.

Eu não ofendo estes políticos, inclusive nunca uso palavras de baixo calão, mas não recuo do meu dever de cidadão, nem do meu direito, de avaliá-los e expressar a minha opinião. Não sou agressivo com eles, mas enfático com meus leitores.

Quem bota gente errada nestes cargos são os eleitores e, no caso do ministro do STF, são aqueles que os eleitores elegeram, como o que foi colocado lá por Lula, o qual foi Presidente por escolha dos eleitores, que aceitaram as urnas eletrônicas não-auditáveis e também as pesquisas de intenção de voto feitas sob regulamentação do TSE por apenas duas empresas sem qualquer fiscalização.

Espalhar ódio pelas redes sociais e não enfrentar o problema real só vai afundar mais o nosso país. Todos nós, inclusive petistas e bolsonaristas, estamos no mesmo barco, somos todos brasileiros.

Enquanto isso, os fanáticos continuarão acreditando no "Milagre Brasileiro", criado pela propaganda da ditadura militar, ou no "Espetáculo do Crescimento", criado pela propaganda do PT, ou noutra fantasia qualquer criadas pelo Mito da vez!

Desde o início deste século, o povo só elegeu Presidentes quase analfabetos! Nenhum país aguenta isso, mas nosso povo nem sabe reconhecer um analfabeto funcional.

Analfabeto funcional, num país de analfabetos ou quase analfabetos, por vezes, até tem diploma de curso superior, como Dilma tem (da UFRGS) e Bolsonaro também tem (da AMAN). Isto é uma vergonha para todas as universidades brasileiras!

Não há solução mágica para o Brasil. Logo não há solução de curto prazo. O que há são ilusões e mitos, os quais precisamos abandonar para poder encarar nossos problemas reais. Antes da ditadura militar, o Brasil era o país mais adiantado da América do Sul. Hoje, só ganhamos da Venezuela!

Não sou agressivo com Presidentes (seja Lula ou Bolsonaro, nem com qualquer outra pessoa que ocupe a Presidência), mas devo não ser tolhido no meu direito de expressar os meus pensamentos. Por exemplo, se eu disser que Bolsonaro mentiu (o que ele faz compulsivamente, publicamente e impunemente), tenho certeza que logo me chamarão de "idiota"! Ou seja, vão me agredir como fanáticos que são e assim evitarão ter que verificar a verdade e também evitarão o risco de ter que admitir que Bolsonaro mente! Não posso deixar que me amordacem.

Povo iludido é povo vencido!

A verdade dói, mas não deve ser escondida.

Para contestar o que eu digo, é preciso ter argumentos e não ofensas contra a minha pessoa. As pessoas que me ofendem nem me conhecem e nem procuram se informar sobre mim pela "internet", nem mesmo pelo Facebook ou pelo meu blogue.

Estas pessoas não servem a uma boa causa! São apenas militantes, ou seja, pessoas comandadas por outros, como na marchinha de Carnaval: 
🎼 "Marcha soldado🎶 ,
cabeça da papel 🎶 ,
se não marchar direito ,
vai preso pro quartel 🎶 " !
Precisamos ser livres para sermos inteligentes e para saber fazer boas escolhas na vida!"
Esta minha resposta ainda não mereceu retorno! 
Sobre este tema, continue lendo aqui:
𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼

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Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras, 

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Um comentário:

  1. Boa noite Almir Quittes : foi um alento ler seu texto publicado acima . Como vc , sou apontada como petista por criticar Bolsonaro . A polarização burra , estimulada pelos dois extremos , só leva a uma cegueira que não deixa de me espantar . Esta manipulação de informação está incomodando muito , e tomei meio como missão mostrar desmentidos . Pena que muitos rejeitem a verdade , levados pela idolatria que cada vez mais prejudica o país .
    Foi bom ver alguém que pensa como eu .
    Vamos juntar forças , porque os tempos estão muito difíceis .

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