Por Almir M. Quites
Microconto:
A JOGADA DE JOÃO NO BARQUINHO CÓSMICO
Existem organizações científicas independentes entre si que monitoram o Aquecimento Global no mundo, como o Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, a Agência Meteorológica do Japão e o Copernicus Climate Change Service da Europa, entre muitas outras. Todas elas confirmam, por diversos métodos, a existência de um aquecimento global na Terra. Tanto as temperaturas mínimas como as máximas estão aumentando. Todas estas organizações confirmaram também o calorão surpreendente neste último mês de junho na Terra e previram que a manta térmica se estenderia para julho.
O último mês de junho foi quente demais para esta época do ano no nosso planeta. Considerando todos os continentes e oceanos, junho de 2019 foi 0,95ºC mais quente que a média global do mês em todo o século XX. Considerando só as superfícies continentais, a média global foi de 1,34°C acima da média.
Se considerarmos apenas os oceanos, nos últimos 140 anos de registro, este junho foi o mais quente de todos, conforme a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA).
A primeira metade deste ano foi a mais quente já registrada em diversos lugares do globo, como América do Sul, Nova Zelândia, Alasca, México, leste da Ásia e oceanos Atlântico e Índico. Esse é o 414º mês consecutivo em que as temperaturas ficaram acima da média global do século XX.
No hemisfério norte, o aumento do calor foi visível.
Na Europa Ocidental, por exemplo, uma forte onda de calor fez com que treze locais na França registrassem suas temperaturas mais altas da história, incluindo a comuna Gallargues-le-Monstrueux, no litoral sul francês, que fritou seus moradores e turistas com a máxima de 45,9ºC. Outros recordes no Velho Mundo foram registrados na Áustria, em junho, com uma temperatura média de 4,7°C acima do normal, e na Alemanha (quem diria!), que marcou um pico de 39,6°C.
O Alasca teve seu segundo mês mais quente desde que o estado começou a manter registros, em 1925. No dia 4/7, pela primeira vez na história, registrou-se 32ºC em Anchorage, a maior cidade do Alasca, a qual fica na parte centro-sul do estado, na Enseada de Cook.
No hemisfério sul, não foi diferente.
No Brasil, tivemos o ano mais quente registrado pela maioria das estações meteorológicas do Sul. No dia 2 de janeiro tivemos 39,7°C aqui em Florianópolis. São Paulo marcou uma média de temperaturas mínimas de 15,3 °C, a segunda maior desde 1943. O mesmo ocorreu com as temperaturas máximas, cuja média também bateu recorde, chegando a 24,3°C, ou seja, 1,2°C acima da média histórica de junho, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
No Brasil, a média mensal de junho aumentou 1,4 °C. Na Argentina, ficou 1,5°C acima do habitual.
A manta térmica do mês passado foi notória também nos pólos do planeta.
No Ártico, junho de 2019 foi o vigésimo mês consecutivo com cobertura de gelo abaixo da média e o quarto mês consecutivo com gelo abaixo da média na Antártida, a qual teve a menor cobertura de gelo já registrada em junho nos últimos 41 anos.
No início deste mês, 2 bilhões de toneladas de gelo da Groenlândia derreteram em um único dia. Em 2019, o derretimento começou 3 semanas antes do dia-médio dos registros históricos. Esta perda prematura pode aumentar ainda mais as perdas dos próximos meses.
Os fenômenos que ocorrem na inter-relação das diversas variáveis intervenientes no aquecimento global são complexos e não podem ser discutidos levianamente, especialmente por políticos, como Donald Trump (USA) e Jair Bolsonaro (Brasil), que não entendem nada do assunto e contaminam o debate com suas ideologias e interesses pessoais. Estes desinformam o povo através das redes sociais que eles mobilizam. Estes dois presidentes encaram a política como um jogo de guerra, no caso, uma guerra comercial!
Pensemos no mundo como sendo o nosso barco espacial, nossa astronave.
Desde a revolução industrial, a população começou a usar intensivamente o carbono em forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, nos veículos e para gerar energia para aquecimento e para as indústrias. As florestas, grandes depósitos de carbono, começaram a ser destruídas e queimadas cada vez mais rápido. Com isso, imensas quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases passaram a ser despejados na atmosfera, tornando a camada que retém o calor por efeito estufa mais espessa. Nosso planeta, não consegue se refrescar. Já está febril. Por isso, o aquecimento do planeta é o maior desafio ambiental do século 21.
A taxa de expansão e a extensão geográfica de exploração da terra nas últimas décadas não têm precedentes na história humana. Os cientistas do mundo já constataram que a agricultura, da forma como é praticada hoje, não é sustentável e aumenta a agressão às florestas e aumenta febre planetária. A saída deste impasse é técnica e não política. Os governantes apenas precisam colaborar e, para isto, precisam pensar no nosso pequeno planeta e não apenas no seu país. Sem acordo planetário todos serão tragicamente afetados!
Nós, brasileiros, precisamos nos conscientizar que, o serviço de captar carbono e regular o regime de chuvas, que a nossa Floresta Amazônica presta, beneficia o mundo todo e, se ela se tornar incapaz de prestá-lo, o mundo todo sofrerá, inclusive e principalmente o próprio Brasil. Estamos todos no mesmo barco! Nosso barco é o nosso planeta.
O Brasil ainda tem muita terra agricultável e áreas florestais, mas perderá tudo, ainda que não as use, com a mudança do clima. Da mesma forma, se os brasileiros preservarem absolutamente as suas florestas, mas os demais países não conseguirem replantar o equivalente a quatro Florestas Amazônicas, também assim, perderemos nossas florestas e nossas áreas agricultáveis. Em ambos os casos, nosso clima se tornará árido.
A Paleoclimatologia é a ciência que estuda as mudanças climáticas que ocorreram no planeta desde milhares ou milhões de anos atrás até hoje. Para isso, analisa pistas gravadas em diferentes materiais e circunstâncias, como as que ficam marcadas nos sedimentos marinhos, em núcleos de gelo das calotas polares, em corais, nos anéis das árvores, nas rochas de cavernas, nos fósseis de plantas e animais, além de muitos outros elementos encontrados na superfície terrestre, cuja idade pode ser cientificamente determinada.
Ao reunir e combinar essas informações, é possível reconstruir a evolução do sistema climático da Terra ao longo do tempo.
Existem gráficos que trazem a reconstrução do sistema climático nos últimos 400 milhões de anos e correlacionam o tempo e a extensão de calotas polares, a partir de diferentes fontes, com a concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases causadores do efeito estufa, como o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os perfluorcarbonetos (PFC's) e também o vapor de água.
O CO2 é o mais gás perigoso porque está aumentando o teor de carbono na alta atmosfera da Terra. O carbono provém da extração e oxidação de combustíveis fósseis como, por exemplo, madeira, carvão, petróleo, xisto e hidrocarbonetos gasosos, que saem da crosta e entram na atmosfera.
Está bem claro que, de modo geral, os períodos em que o sistema climático armazena uma quantidade maior de energia (calor sensível e latente) são acompanhados de concentrações mais altas de gases de efeito estufa. Também fica evidente que, há milhões de anos atrás, os níveis atmosféricos de CO2 eram bem superiores aos registrados nos últimos ciclos interglaciais e no período pré-industrial. Logo, o planeta não teve calotas polares na maior parte de sua história geológica. Isto ocorreu muito tempo antes do surgimento do primata bípede do gênero Homo da espécie Sapiens (nosso antepassado), o que aconteceu há cerca de 500 mil anos. Nós, Homo Sapiens de hoje, não podemos viver naquele clima no qual as calotas polares não existem.
Os registros paleoclimatológicos mostram que, por volta de 300 milhões de anos atrás, tivemos "eras de gelo". Essa fase coincidiu com uma queda nas concentrações de CO2 e desapareceu quando as concentrações subiram novamente.
O último pico na concentração de CO2 ocorreu aproximadamente 50 milhões de anos atrás, durante a era denominada de Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno. A partir daí, as concentrações diminuíram. Iniciou-se, entre 40 e 35 milhões de anos atrás, a expansão das glaciações na Antártica.
Atualmente a humanidade está sob gravíssimo risco e, mesmo assim, os governantes ainda não conseguem se unir para defender a humanidade, a fauna e a flora. A temperatura global está crescendo muito, o que prejudica drasticamente a produção agrícola global e espalha a fome numa população humana que nunca foi tão grande no nosso pequeno planeta. Atualmente, a população é de 7,7 bilhões (em abril de 2019) e chegará a 10 bilhões na década de 2050.
As migrações vão se intensificar e com ela os conflitos e a xenofobia. O calor intenso aumenta os riscos de diversas doenças, como alergias, infecções, estresse térmico e doenças cardiorrespiratórias. Isso acontece porque o aumento da temperatura causa mudanças na flora e, consequentemente, uma produção maior de pólen, além de favorecer a propagação de parasitas e vetores de doenças, como mosquitos que transmitem a dengue e a malária.
A elevação da temperatura provocada pela alta concentração de gases de efeito estufa deve causar um impacto negativo na agricultura de quase todo o planeta.
O Brasil será o mais prejudicado. Mesmo assim, o setor agropecuário (incluídos produção, transporte e processamento) é responsavel por 69% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, segundo balanço divulgado pelo Observatório do Clima (rede que reúne 40 organizações da sociedade civil). O setor de transportes é o segundo maior emissor destes gases, com 11% do total.
A própria agricultura é uma das responsáveis pelo aumento da temperatura da Terra devido às emissões do setor e ao desmatamento para a conversão de terras para o cultivo. As emissões causadas pela própria agricultura, no mundo, representam algo entre 17% e 32% de todas as emissões de gases do efeito estufa provocadas por atividades humanas. Assim, a agricultura é vítima dela própria (“feitiço volta-se contra o feiticeiro”). Este problema só se tornou popular há cerca de 30 anos.
O aquecimento só trará alguma vantagem para o cultivo nas regiões mais próximas aos pólos norte e sul, porque se tornarão menos geladas do que são atualmente. Essas áreas poderão, no futuro, abrigar plantas que não resistem ao frio. No entanto, os danos previstos para o mundo, especialmente para os países tropicais, serão drásticos.
Atenção, brasileiros! As áreas agricultáveis se reduzem e se deslocam em direção aos pólos norte e sul. Os países tropicais são os que mais sofrerão com a perda destas áreas.
Continue lendo aqui:
DESTRUIR A FLORESTA TROPICAL DESTRÓI O BRASIL
https://almirquites.blogspot.com/2019/07/destruir-floresta-tropical-destroi-o.html
E depois aqui:
NOSSAS RIQUESAS E NOSSA INCONSCIÊNCIA
https://almirquites.blogspot.com/2019/07/nossas-riquezas-e-nossas-inconsciencias.html
Não participo deste mar revolto. Não posso acalmá-lo, mas observo, admiro, aprendo e pesco nele! |
Microconto:
A JOGADA DE JOÃO NO BARQUINHO CÓSMICO
(apenas 2 parágrafos curtos)
O barco navega num vastíssimo oceano. Os tripulantes são: o brasileiro João e outros cidadãos do mundo, como John, Juan, Hans, Johannes, Johan, Jovan, Juhani, Jean, Gean, Giovanni, Ivan, Iven, Jack, Jan e muitos outros.No lugar de João, o barco tem um dano que faz água. É urgente drenar a água e concertar o defeito para não afundar o barco! Quase todos se preocupam e se mobilizam, mas João diz: - "Este lugar é meu! Se quiserem concertar este defeito vocês têm que me pagar!"
😱😲
➡️ Nota 1: Este barco é como o nosso pequeno planeta que está fazendo CO2 (gás carbônico) e a drenagem é insuficiente. CO2 em excesso causa AQUECIMENTO GLOBAL, com terríveis consequências para todos, mas João não acredita nisso!➡️ Nota 2: Este microconto é ração para pintinhos das redes sociais. Se você for ou quer ser águia, para voar bem alto, ver o mundo de cima, com visão aguçada, sem ilusões, então você precisa de ração de águia. Você precisa de textos mais longos, bem explicados, fundamentados em estudos verdadeiramente científicos. Neste caso, continue lendo aqui.
Daqui em diante é só para águias (ração de águia)
Leia muito atentamente! ⬇
⬋
Nas redes sociais vejo pessoas negando a existência do Aquecimento Global a partir de exemplos tomados isoladamente. Dizem, por exemplo, assim: "nevou em tal lugar onde nunca tinha nevado, logo..."! Porém, deste fato não decorre esta conclusão. É preciso analisar o Planeta Terra como um organismo. Ventos e correntes marítimas podem provocar grandes mudanças em temperaturas locais, mas o que importa são as médias dos registros históricos.
Existem organizações científicas independentes entre si que monitoram o Aquecimento Global no mundo, como o Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, a Agência Meteorológica do Japão e o Copernicus Climate Change Service da Europa, entre muitas outras. Todas elas confirmam, por diversos métodos, a existência de um aquecimento global na Terra. Tanto as temperaturas mínimas como as máximas estão aumentando. Todas estas organizações confirmaram também o calorão surpreendente neste último mês de junho na Terra e previram que a manta térmica se estenderia para julho.
O último mês de junho foi quente demais para esta época do ano no nosso planeta. Considerando todos os continentes e oceanos, junho de 2019 foi 0,95ºC mais quente que a média global do mês em todo o século XX. Considerando só as superfícies continentais, a média global foi de 1,34°C acima da média.
Se considerarmos apenas os oceanos, nos últimos 140 anos de registro, este junho foi o mais quente de todos, conforme a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA).
A primeira metade deste ano foi a mais quente já registrada em diversos lugares do globo, como América do Sul, Nova Zelândia, Alasca, México, leste da Ásia e oceanos Atlântico e Índico. Esse é o 414º mês consecutivo em que as temperaturas ficaram acima da média global do século XX.
No hemisfério norte, o aumento do calor foi visível.
Na Europa Ocidental, por exemplo, uma forte onda de calor fez com que treze locais na França registrassem suas temperaturas mais altas da história, incluindo a comuna Gallargues-le-Monstrueux, no litoral sul francês, que fritou seus moradores e turistas com a máxima de 45,9ºC. Outros recordes no Velho Mundo foram registrados na Áustria, em junho, com uma temperatura média de 4,7°C acima do normal, e na Alemanha (quem diria!), que marcou um pico de 39,6°C.
O Alasca teve seu segundo mês mais quente desde que o estado começou a manter registros, em 1925. No dia 4/7, pela primeira vez na história, registrou-se 32ºC em Anchorage, a maior cidade do Alasca, a qual fica na parte centro-sul do estado, na Enseada de Cook.
No hemisfério sul, não foi diferente.
No Brasil, tivemos o ano mais quente registrado pela maioria das estações meteorológicas do Sul. No dia 2 de janeiro tivemos 39,7°C aqui em Florianópolis. São Paulo marcou uma média de temperaturas mínimas de 15,3 °C, a segunda maior desde 1943. O mesmo ocorreu com as temperaturas máximas, cuja média também bateu recorde, chegando a 24,3°C, ou seja, 1,2°C acima da média histórica de junho, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
No Brasil, a média mensal de junho aumentou 1,4 °C. Na Argentina, ficou 1,5°C acima do habitual.
A manta térmica do mês passado foi notória também nos pólos do planeta.
No Ártico, junho de 2019 foi o vigésimo mês consecutivo com cobertura de gelo abaixo da média e o quarto mês consecutivo com gelo abaixo da média na Antártida, a qual teve a menor cobertura de gelo já registrada em junho nos últimos 41 anos.
No início deste mês, 2 bilhões de toneladas de gelo da Groenlândia derreteram em um único dia. Em 2019, o derretimento começou 3 semanas antes do dia-médio dos registros históricos. Esta perda prematura pode aumentar ainda mais as perdas dos próximos meses.
Os fenômenos que ocorrem na inter-relação das diversas variáveis intervenientes no aquecimento global são complexos e não podem ser discutidos levianamente, especialmente por políticos, como Donald Trump (USA) e Jair Bolsonaro (Brasil), que não entendem nada do assunto e contaminam o debate com suas ideologias e interesses pessoais. Estes desinformam o povo através das redes sociais que eles mobilizam. Estes dois presidentes encaram a política como um jogo de guerra, no caso, uma guerra comercial!
Pensemos no mundo como sendo o nosso barco espacial, nossa astronave.
Desde a revolução industrial, a população começou a usar intensivamente o carbono em forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, nos veículos e para gerar energia para aquecimento e para as indústrias. As florestas, grandes depósitos de carbono, começaram a ser destruídas e queimadas cada vez mais rápido. Com isso, imensas quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases passaram a ser despejados na atmosfera, tornando a camada que retém o calor por efeito estufa mais espessa. Nosso planeta, não consegue se refrescar. Já está febril. Por isso, o aquecimento do planeta é o maior desafio ambiental do século 21.
A taxa de expansão e a extensão geográfica de exploração da terra nas últimas décadas não têm precedentes na história humana. Os cientistas do mundo já constataram que a agricultura, da forma como é praticada hoje, não é sustentável e aumenta a agressão às florestas e aumenta febre planetária. A saída deste impasse é técnica e não política. Os governantes apenas precisam colaborar e, para isto, precisam pensar no nosso pequeno planeta e não apenas no seu país. Sem acordo planetário todos serão tragicamente afetados!
Nós, brasileiros, precisamos nos conscientizar que, o serviço de captar carbono e regular o regime de chuvas, que a nossa Floresta Amazônica presta, beneficia o mundo todo e, se ela se tornar incapaz de prestá-lo, o mundo todo sofrerá, inclusive e principalmente o próprio Brasil. Estamos todos no mesmo barco! Nosso barco é o nosso planeta.
O Brasil ainda tem muita terra agricultável e áreas florestais, mas perderá tudo, ainda que não as use, com a mudança do clima. Da mesma forma, se os brasileiros preservarem absolutamente as suas florestas, mas os demais países não conseguirem replantar o equivalente a quatro Florestas Amazônicas, também assim, perderemos nossas florestas e nossas áreas agricultáveis. Em ambos os casos, nosso clima se tornará árido.
A Paleoclimatologia é a ciência que estuda as mudanças climáticas que ocorreram no planeta desde milhares ou milhões de anos atrás até hoje. Para isso, analisa pistas gravadas em diferentes materiais e circunstâncias, como as que ficam marcadas nos sedimentos marinhos, em núcleos de gelo das calotas polares, em corais, nos anéis das árvores, nas rochas de cavernas, nos fósseis de plantas e animais, além de muitos outros elementos encontrados na superfície terrestre, cuja idade pode ser cientificamente determinada.
Ao reunir e combinar essas informações, é possível reconstruir a evolução do sistema climático da Terra ao longo do tempo.
Existem gráficos que trazem a reconstrução do sistema climático nos últimos 400 milhões de anos e correlacionam o tempo e a extensão de calotas polares, a partir de diferentes fontes, com a concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases causadores do efeito estufa, como o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os perfluorcarbonetos (PFC's) e também o vapor de água.
O CO2 é o mais gás perigoso porque está aumentando o teor de carbono na alta atmosfera da Terra. O carbono provém da extração e oxidação de combustíveis fósseis como, por exemplo, madeira, carvão, petróleo, xisto e hidrocarbonetos gasosos, que saem da crosta e entram na atmosfera.
Está bem claro que, de modo geral, os períodos em que o sistema climático armazena uma quantidade maior de energia (calor sensível e latente) são acompanhados de concentrações mais altas de gases de efeito estufa. Também fica evidente que, há milhões de anos atrás, os níveis atmosféricos de CO2 eram bem superiores aos registrados nos últimos ciclos interglaciais e no período pré-industrial. Logo, o planeta não teve calotas polares na maior parte de sua história geológica. Isto ocorreu muito tempo antes do surgimento do primata bípede do gênero Homo da espécie Sapiens (nosso antepassado), o que aconteceu há cerca de 500 mil anos. Nós, Homo Sapiens de hoje, não podemos viver naquele clima no qual as calotas polares não existem.
Os registros paleoclimatológicos mostram que, por volta de 300 milhões de anos atrás, tivemos "eras de gelo". Essa fase coincidiu com uma queda nas concentrações de CO2 e desapareceu quando as concentrações subiram novamente.
O último pico na concentração de CO2 ocorreu aproximadamente 50 milhões de anos atrás, durante a era denominada de Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno. A partir daí, as concentrações diminuíram. Iniciou-se, entre 40 e 35 milhões de anos atrás, a expansão das glaciações na Antártica.
Atualmente a humanidade está sob gravíssimo risco e, mesmo assim, os governantes ainda não conseguem se unir para defender a humanidade, a fauna e a flora. A temperatura global está crescendo muito, o que prejudica drasticamente a produção agrícola global e espalha a fome numa população humana que nunca foi tão grande no nosso pequeno planeta. Atualmente, a população é de 7,7 bilhões (em abril de 2019) e chegará a 10 bilhões na década de 2050.
As migrações vão se intensificar e com ela os conflitos e a xenofobia. O calor intenso aumenta os riscos de diversas doenças, como alergias, infecções, estresse térmico e doenças cardiorrespiratórias. Isso acontece porque o aumento da temperatura causa mudanças na flora e, consequentemente, uma produção maior de pólen, além de favorecer a propagação de parasitas e vetores de doenças, como mosquitos que transmitem a dengue e a malária.
A elevação da temperatura provocada pela alta concentração de gases de efeito estufa deve causar um impacto negativo na agricultura de quase todo o planeta.
O Brasil será o mais prejudicado. Mesmo assim, o setor agropecuário (incluídos produção, transporte e processamento) é responsavel por 69% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, segundo balanço divulgado pelo Observatório do Clima (rede que reúne 40 organizações da sociedade civil). O setor de transportes é o segundo maior emissor destes gases, com 11% do total.
A própria agricultura é uma das responsáveis pelo aumento da temperatura da Terra devido às emissões do setor e ao desmatamento para a conversão de terras para o cultivo. As emissões causadas pela própria agricultura, no mundo, representam algo entre 17% e 32% de todas as emissões de gases do efeito estufa provocadas por atividades humanas. Assim, a agricultura é vítima dela própria (“feitiço volta-se contra o feiticeiro”). Este problema só se tornou popular há cerca de 30 anos.
O aquecimento só trará alguma vantagem para o cultivo nas regiões mais próximas aos pólos norte e sul, porque se tornarão menos geladas do que são atualmente. Essas áreas poderão, no futuro, abrigar plantas que não resistem ao frio. No entanto, os danos previstos para o mundo, especialmente para os países tropicais, serão drásticos.
Atenção, brasileiros! As áreas agricultáveis se reduzem e se deslocam em direção aos pólos norte e sul. Os países tropicais são os que mais sofrerão com a perda destas áreas.
Continue lendo aqui:
DESTRUIR A FLORESTA TROPICAL DESTRÓI O BRASIL
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NOSSAS RIQUESAS E NOSSA INCONSCIÊNCIA
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