Omissão do STF

Por Almir M. Quites

Segundo 'A Tribuna' do RJ, de 27/01, o juiz federal William Douglas dos Santos, da 4º Vara Federal de Niterói, está cotado para ser indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que em julho vai se aposentar compulsoriamente por chegar aos 75 anos. 

William Douglas dos Santos é o candidato preferido de lideranças evangélicas. Cabe lembrar que o Presidente Bolsonaro prometeu entregar uma das vagas do STF para alguém que fosse "terrivelmente evangélico" e recentemente acrescentou que seria um pastor. De fato, por ora, os dois principais candidatos, William Douglas e o ministro André Mendonça, são pastores evangélicos.
Observem que nossa pobre Constituição (nossa Carta Magna, já bem apequenada) continua sendo impunemente pisoteada! Ela estabelece que o Brasil é um Estado Laico. Claro que, para ser um Estado democrático, é necessário que também seja laico. Só assim "todos os cidadãos serão iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza”. Logo, nosso Presidente, ao decidir que o novo ministro do STF será um evangélico, desrespeita o art. 5º da Constituição Federal! O mesmo vale para qualquer outra religião. O próprio STF se cala diante disso!

Para finalizar, acrescento que, há um mês, desavergonhadamente William D. dos Santos fez uma visita ao senador Flávio Bolsonaro para lubrificar o seu caminho para a nomeação, apesar de que qualquer ingerência que Flávio tenha sobre o Presidente do Brasil seja ilegal!

Pois é, neste país é bem assim: um magistrado visita o filho do presidente para pedir sua nomeação ao STF! Além de ser uma ingerência ilegal, há o agravante de Flávio Bolsonaro ser uma pessoa enrolada com a Justiça na questão das "rachadurinhas" na ALERJ, nas ligações com milicianos e com o presidiário Fabrício Queiroz, além de estar envolvido em jogadinhas mal explicadas no mercado imobiliário.

Que país é este?

Quando o povo brasileiro vai aprender a não aceitar candidatos de baixo nível moral e intelectual? Os brasileiros precisam aprender a reconhecer este tipo nocivo de político. Eles já são a maioria no Brasil. 

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