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sábado, 9 de maio de 2020

Tragédia brasileira: CoViD-19

Por Almir M. Quites



O virus Sars-CoV-2 tem 100 nanômetros de diâmetro,
ou seja, 1 mm dividido por 10.000. 
Logo, este virus é 30.000 vezes menor que uma pulga!

O gráfico abaixo foi atualizado no dia 06/05/2020. Apresento a curva completa de evolução da pandemia no Brasil.

Antes de analisá-lo, chamo a atenção do leitor para um fato importante. As previsões que se pode fazer estão sujeitas a uma dificuldade que a matemática não pode contornar: é a subnotificação da doença. O Brasil testou cerca de 0,16% da população, muito abaixo dos 2,0% realizados nos EUA até agora. Logo, os números precisam ser entendidos apenas como uma tendência embaciada pelas circunstâncias. 

Todavia, melhor que não tê-las! 

Veja o gráfico! 



Para que não confundam o pico da curva com o pico da sobrecarga sobre o sistema de saúde, vou chamar o primeiro de patamar. Este último continua sendo chamado de ponto de inflexão da curva

Pelos dados atuais, o ponto de inflexão vai ser atingido na próximo semana. Isto significa que, este dia, será teoricamente o dia de maior sobrecarga para os hospitais e para os profissionais da saúde. Esta sobrecarga começou a ser sentida a partir de meados de abril e vai continuar sendo sentida até o final deste mês ou um pouco mais. Depois, lentamente será sentido um alívio. 

Não é nada para se comemorar, ao contrário! Seria bom se tivéssemos passado pelo ponto de inflexão bem mais tarde, porque o ápice da curva seria menor. Teríamos achatado a curva. Agora, o mal já está feito, só podemos amenizá-lo e reduzir a probabilidade de termos, no final do ano ou no ano que vem, uma segunda onda da CoViD-19. Também para isso, o povo precisaria estar muito mais consciente do que está acontecendo. 

Precisávamos abaixar o pico da curva derivada, ou seja da curva do número de casos confirmados em cada dia versus ο tempo. O que queríamos era fazer a montanha diária de coronavirus passar por baixo da nossa capacidade limite de atendimento no Sistema Nacional de Saúde. 

Grande parte da população não compreende o problema enquanto não o vê bem perto de si. 

Os brasileiros não souberam trabalhar unidos para achatar suficientemente a curva da pandemia. Agora, o Sistema de Saúde nacional já está sobrecarregado. 

O entorno do ponto de inflexão é aquele que mais congestiona os hospitais com a chegada de pacientes graves. 

O gráfico indica que, no ápice da curva (no patamar), o número total de infectados no Brasil deve ser de 330.000. Tudo indica que vamos ultrapassar a Itália, O Reino Unido e também a Espanha. 

O ápice da curva talvez seja muito mais alto do que podemos prever hoje. Pode ser que estejamos ainda muito no início da ascensão. Brasil e Rússia têm uma taxa de crescimento da curva muito alta, as maiores do mundo. Nos próximos dias, os dados podem surpreender e nossas previsões terão que ser revistas.  

Depois do ápice, com o aumento do número de recuperados, a curva deve descer, mas não dá para prever o quanto. Tomara que não tenhamos uma nova onda da CoViD-19. Possível é! 

Para entender melhor como a CoViD-19 se alastra e os outros significados desta curva, clique aqui: 
👉 Qual país será o epicentro da CoViD-19

Depois, não deixe de ver estes dois vídeos: 

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