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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

General Mourão fala das urnas eletrônicas

Por Almir M. Quites

Circuitos integrados.
Desmonte a urna eletrônica e procure por votos!
Não imprimiu, o voto sumiu!

Está circulando nas redes sociais mais uma mentira, mais uma "fake news", divulgada pelo general Mourão, candidato a vice-presidente da República na chapa do capitão da reserva Jair Bolsonaro. 

A notícia começa com esta frase: "A palavra final sobre a utilização das urnas eletrônicas deve vir do Exército Brasileiro"; e continua assim: "Em palestra, o General Hamilton Mourão, um dos mais respeitados Generais do Exército Brasileiro, afirmou (a partir do 00:50 ) que o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército está inspecionando as urnas eletrônicas". O vídeo está abaixo.

Em primeiro lugar, não acredito que o general Antônio Hamilton Martins Mourão seja "um dos mais respeitados Generais do Exército Brasileiro". 

Em segundo lugar, se o Exército não divulgou isto, o que o General da reserva está fazendo é outra indisciplina grave, entre tantas que ele já cometeu.

Em terceiro lugar, a tal inspeção é uma grande bobagem! É disso que tratarei a seguir.

Não tem nada para ser inspecionado na urna eletrônica! Os técnicos do Exército abririam a urna, que na realidade é um pequeno computador, e apenas veriam circuitos impressos. O TSE não cederia, para inspeção de ninguém, urna alguma que tivesse algum firmware secreto. O mesmo vale para o software. 

O que tem que ser inspecionado é o software que estiver em operação na "urna eletrônica" no dia e horário do processo eleitoral, não antes, nem depois. Tal inspeção não deveria ser feita apenas por militares!

Além disso, não bastaria inspecionar uma única urna, porque teria que ser feita uma amostragem. As urnas a serem inspecionadas teriam que ser sorteadas, entre todas do Brasil, e retiradas de operação para que o software fosse analisado por especialistas independentes do TSE, preferentemente por especialistas de diferentes países junto com os brasileiros. Esta análise seria demorada, para cada urna, porque são mais de 600 mil linhas de comandos humanos em linguagem de máquina, só no software de uma urna. 

Como se vê, o problema é muito mais complexo do que o povo imagina. 

O meio mais fácil de garantir uma apuração eleitoral honesta é o uso do voto impresso, com auditagem (contagem posterior dos votos) por junta apuradora formal, diante de fiscais dos partidos e de outros interessados.

Uma alternativa muito mais barata seria usar o velho processo de voto de papel, urna de lona e apuração manual auditável. 

Estas duas soluções são usadas por todos os países do mundo, exceto o Brasil (que só usa voto eletrônico virtual e contagem secreta). Uma vergonha! 

A notícia acima, do General Mourão, é desonesta e talvez tenha o objetivo de confundir os eleitores, fazendo-os acreditar que não há fraude. 

Não me venham com o tolo argumento do ministro Luis Roberto Barroso, do STF, que disse no plenário que "não se pode ser contra o avanço da tecnologia", é que a população precisa se acostumar, como se acostumou com os "bancos, que fazem transações de milhões de dólares e tudo é por via eletrônica"!!! Ora, isto é tolice! Os bancos permitem o rastreamento de todas as transações, mas no processo eleitoral não há rastreabilidade. Não existe possibilidade deste rastreamento porque, já na partida, a autoria do voto deve ser sigilosa, em outras palavras, o principio universal do sigilo do voto deve ser respeitado. No sistema bancário, se houver algum erro, o valor pode ser estornado, mas na urna eletrônica, não é possível comprovar a fraude e, se fosse possível, não daria para estornar o voto, porque não se saberia quem é o seu autor.

A verdade é que, se não há fiscalização da apuração eleitoral, então há fraude, com certeza! 

A própria impossibilidade de auditagem da apuração eleitoral já é, por si mesma, uma grande fraude, que torna inconstitucional todo o processo.

Agora, veja o vídeo do General Mourão. O General da reserva começa atacando Lula e, depois de 50 segundos de vídeo, o General faz as declarações acima expostas.  


GENERAL É VICE DO CAPITÃO
https://youtu.be/Hl-oBLv5PWY


Não se faz mais candidatos e nem debates políticos como antigamente. Continue lendo aqui:

𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
A. Quites

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