domingo, 22 de julho de 2018

Proibida a entrada

Por José J. de Espíndola

Orla do Rio Guaíba


Aqui reproduzo e comento artigo de Percival Puggina, de 17/07/2018 (http://www.puggina.org/artigo/puggina/proibida-a-entrada-da-turma-do-contra/13220) Meus comentários estão nas três notinhas de rodapé após o texto em azul.
J. J. de Espíndola

Proibida a entrada da turma do contra

Percival Puggina, 17/07/2018


Sei que nada é mais livre do que a burrice. A inteligência tem limites e a sabedoria exige imenso autocontrole. Mas a burrice não conhece obstáculos.* Quando contrai matrimônio com uma ideologia, qualquer dessas que por serem também burras se opõem a tudo que delas não provier, surge uma energia destrutiva na sociedade.

Porto Alegre, a bela capital gaúcha que escolhi para viver, lá pelas tantas de sua história mais recente se tornou conhecida como Havana do Sul. Tudo começou no final dos anos 80 do século passado, quando parte expressiva da população encantou-se e se deixou conduzir pelos ditames da esquerda mais retrógrada do país. A cidade elegeu, consecutivamente, quatro prefeitos – fato inédito na história universal – tão esquerdistas quanto Olívio Dutra, Tarso Genro (duas vezes!) e Raul Pont. Com essa sequência ainda em curso, Porto Alegre se credenciou a ser a cidade símbolo do Fórum Social Mundial, aquele convescote do comunismo internacional que aqui começou e levou anos dando cria. Valendo-se do mecanismo de recíproco reconhecimento e mútua promoção, característico dos aparelhos esquerdistas mundo afora, a capital gaúcha era exibida como “referência mundial” em democracia popular. Democracia popular, você sabe, era a trademark daquelas infelizes repúblicas dominadas pelo comunismo no Leste Europeu e na Ásia, cuja principal característica consistia em serem não democráticas e impopulares.

Essa esquerda, com o passar dos anos, perdeu o prestígio, mas continuou seu proselitismo, atuando coletivamente como efetiva vanguarda do atraso, título, aliás, de um bom livro do jornalista Diego Casagrande. Os espaços dessa atuação são os usuais e é desnecessário repeti-los aqui. Entre suas pautas estava a ferrenha oposição a toda forma de progresso *, desenvolvimento econômico, oportunidade de negócios (para quem não lembra, foi durante o período em que Olívio Dutra governou o Estado que a mais nova planta industrial da Ford, que já produziu 3 milhões de veículos, foi despachada para a Bahia). Pelo viés oposto, mesmo fora do poder, seguiu alimentando o corporativismo e promovendo o aparelhamento da administração pública e das instituições do Estado.*** 

Entre as consequências desse infeliz pacote esteve a resistência à modernização da orla do esplêndido Guaíba e o aproveitamento das antigas instalações portuárias do Cais Mauá e do Estaleiro Só, relegadas ao abandono e à degradação. Qualquer projeto de melhoria para essas áreas passou a ser combatido como desrespeito à natureza, ao Guaíba e à cidade. Atos de repúdio, abraços públicos de proteção, plebiscitos, acaloradas audiências e quanto mais estivesse disponibilizado no arsenal do mais tacanho retrocesso foram usados ao longo dos anos para impedir a integração desses locais à vida urbana.

Finalmente, há poucos dias, fez-se visível o resultado da primeira vitória da população da cidade contra tais absurdos: aproveitando-se do primeiro domingo de sol após a inauguração da nova orla do Guaíba, verdadeira multidão estimada em 40 mil pessoas tomou posse do local. Só faltou um cartaz advertindo que quem foi contra deveria manter-se afastado dali. Essas pessoas deveriam dirigir-se ao trecho seguinte, onde tudo ainda está como lhes agrada – a terra é nua, propriedade privada das macegas, ratos, rãs, tuco-tucos e lixo.

Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

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Comentários


* Sei que nada é mais livre do que a burrice. A inteligência tem limites e a sabedoria exige imenso autocontrole. Mas a burrice não conhece obstáculos.

Esta frase contém uma constatação antiga. Quando eu era um jovem professor e engenheiro da CEEE, fui convidado para uma janta com o Prof. Ernesto Bruno Cossi, então diretor da EEI da UFSC, e o professor/historiador Oswaldo Rodrigues Cabral. Fiquei encantado com a cultura e inteligência arguta do Prof. Cabral. (Naquela época os docentes da área de humanas eram assim, cultos e inteligentes. Bons tempos, aqueles)
De repente a conversa passou a abordar as manobras do General Costa e Silva para suceder a Castelo Branco. Foi aí que Oswaldo Cabral lascou: “A burrice, enquanto estática, é inofensiva, bíblica mesmo. A desgraça é sempre a burrice dinâmica. Esta pode destruir uma nação. ”

Palavras proféticas!

Pois não é que a burrice dinâmica, encarnada na esquerda Gramscista, já conseguiu destruir a educação nacional? Não é claro que a esquerda burra (desculpem o pleonasmo), porém muito dinâmica, conseguiu eleger (por duas vezes) um analfabeto funcional de péssimo caráter e pior prontuário, duas vezes presidente da República? Também não é evidente que a esquerda burra (desculpem, de novo) e dinâmica, já não bastasse o estrago já feito com o analfabeto funcional, veio a eleger Dilma – e por duas vezes! -, burra como...um poste de Lula, incapaz de articular uma frase com sujeito predicado e complemento? E que este poste burríssimo, porém muito dinâmico, que fala uma língua exclusiva (o Dilmês), levou em frente a obra do seu criador e acabou por destruir a economia do País?

Palavras proféticas, Prof. Cabral!

**Entre suas pautas estava a ferrenha oposição a toda forma de progresso, desenvolvimento econômico, oportunidade de negócios (para quem não lembra, foi durante o período em que Olívio Dutra governou o Estado que a mais nova planta industrial da Ford, que já produziu 3 milhões de veículos, foi despachada para a Bahia)

Deve ser por causa dessa “ferrenha oposição a toda forma de progresso” que as esquerdas chamam a si mesmas de “progressistas”.

*** “[A esquerda] ...seguiu alimentando o corporativismo e promovendo o aparelhamento da administração pública e das instituições do Estado.

Este aparelhamento é geral. Casos emblemáticos (dentre inúmeros outros) de aparelhamento são:

1. Correios. Outrora o mais confiável e eficiente do mundo. Hoje um cabide de empregos de sindicalistas (foi lá que começou o Mensalão, em 2005), inconfiável e ineficiente.

2. Petrobrás. Outrora uma empresa de alta tecnologia e orgulho dos brasileiros. Sua diretoria era técnica até o lulopetismo subir ao poder. Seus altos cargos foram ocupados por petistas e associados. Dilma, ministra de Lula, ocupou a presidência do Conselho de Administração. Ela, que levara à falência sua loja de 1,99 em Porto Alegre, agora mandava na Petrobras. O medíocre Mântega também tirou sua casquinha por lá. Era inevitável: o germe do Petrolão, lá injetado pelo lulopetismo, haveria de crescer e criar o maior escândalo de corrupção de governo na História das democracias ocidentais. A Petrobras teve seu valor de mercado, na era lulopetista, reduzido em 70% e se tornou a petroleira mais endividada do mundo. E esta praga esquerdopetista ainda quer voltar. As esquerdas não têm vergonha mesmo.

3. Eletrobras. De tão aparelhada e ineficiente, acabou expulsa da bolsa de New York por inadimplência. Hoje permanece um elefante branco e está em vias de ser privatizada por um preço simbólico. Já vai muito tarde.

4. Itaipú Binacional. Sempre me perguntei o que bacharéis em Direito e outros tinham o que fazer no Conselho de Administração de uma hidroelétrica. Esses caras que não sabem que tipo de turbina move Itaipú: Pelton, Kaplan, Francis rápida, Francis média ou Francis lenta? Uma empresa absolutamente técnica é lugar de bacharel? Lá é lugar para engenheiros, majoritariamente, e economistas em quantidade mínima. Bacharel em Direito só um ou outro, em departamento jurídico, jamais não no Conselho de Administração. Por obra e (des)graça do lulopetismo, lá já sentaram praça Maurício Requião de Mello e Silva, cujo único mérito é ser irmão do senador comunista Roberto Requião, Roberto Amaral, bacharel em Direito, político de esquerda, antigo militante do PCB, fundador do PSB e apoiador de Dilma em 2014, João Vaccari Neto (hoje hospede da PF em Curitiba) e Jorge Samek, agrônomo, político e petista histórico, que lá está desde 2003 como Diretor Geral (!), só recentemente demitido. Perdeu agora o presentão de Lula. Sua presença como Diretor Geral sempre foi motivo de constrangimento, vergonha e humilhação do corpo técnico daquela grande usina!

5. Judiciário. Não poderia me esquecer de citar o aparelhamento dos tribunais de Justiça, através do quinto constitucional (esta quinta essência da safadeza jurídica) e boa parte das Cortes Superiores. Emblemáticos deste aparelhamento, por estarem seus ocupante nas páginas policias frequentemente, são as nomeações dos petistas Toffoli e Lewandowski, para o STF, bem como as de Gilmar Mendes por seu amigo e correligionário FHC e de Marco Aurélio Mello pelo seu primo, o presidente cassado Collor de Mello. Sem esquecer, por ser muito atual, a desavergonhada nomeação por Dilma de um serviçal petista para o TRF4, Rogério Favreto. Foi este desembargador de araque, sem vergonha nem escrúpulos, que, aproveitando seu plantão dominical, tentou libertar o Princeps Corruptorum, numa decisão canhestra, safada, incompetente e indecente. Um escândalo de dimensão lulopetista.

# José J. de Espíndola é Engenheiro Mecânico pela UFRGS -- Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio -- Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra -- Doutor Honoris Causa da UFPR -- Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM -- Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM -- Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação -- Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis -- Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica -- Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC – Agraciado com uma Honorary Session, por suas contribuições ao campo da Dinâmica, pelo Comité de Dinâmica da ABCM no XII International Symposium DINAME, 2007-- Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado. (48) 3207 4573 – (48) 99901 7257

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