Por Almir Quites - 18/01/2017
O Brasil está em profunda crise política, econômica, social e moral (a mais grave). O Estado é gigante e o governo é acanhado. Não entende ou não quer entender o tamanho da crise.
O Governo pensa apenas em melhorar a economia, porque entende que assim o povo se acalmará. Parece-me que é só isto que de fato importa: acalmar o povo e deixar tudo como está, sob o comando dos mesmos caciques políticos, os quais nosso sistema perpetua, cheios de mordomia e protegidos pelo abominável "foro privilegiado".
Pelos mesmos motivos, os órgãos de cúpula do Judiciário permanecem apenas "enxugando gelo", para parecer que trabalham, quando, na verdade, cometem a injustiça de agrilhoar a Justiça.
Com a crise no sistema carcerário brasileiro acontece a mesma coisa. Ela atrapalha os planos do governo, porque enfurece o povo. Então, o governo se empenha em nos convencer que as causas se restringem apenas à superlotação, à reincidência e principalmente ao descumprimento dos direitos humanos e das garantias fundamentais inerentes à pessoa do preso. Como se estas não fossem apenas as causas aparentes. As de fundo querem manter despercebidas!
Para resolver a crise carcerária o mais rápido possível e do modo mais fácil, o governo parece decidido simplesmente não prender mais ninguém e absolver os já presos. Pronto, isto é bom para o governo e para as facções criminosas! Acaba a crise dos presídios!
Soube que o Presidente Michel Temer vai procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que ambos encaminhem projeto de lei para descriminalizar o uso de drogas para uso pessoal. Esta é uma solução tão fácil quanto desonesta: em vez de combater o crime, faz-se uma lei para legalizá-lo. A absolvição do uso de drogas é o primeiro passo para descriminalizar o comércio generalizado. O consumidor também é responsável pela manutenção do comércio de drogas, assim como o governo. Assim, os criminosos de hoje, responsáveis por todas as barbaridades cotidianas, serão transformados, num passe de mágica (a simples assinatura de uma lei) em magnatas respeitáveis! Teremos mais uma farsa. Nada mais que uma rendição disfarçada e ornada de honrarias! O "lobby" em favor da descriminalização das drogas vai festejar. Quem sofrerá e pagará por isso será a vítima de sempre: o Brasil e seu povo, sempre iludido e tolo.
Descriminalizar o uso de drogas é bom para os narcotraficantes e bom para o governo, que se tornará sócio deles, dividindo os lucros pela via dos impostos, sem contrapartida social. Isto já acontece em relação ao fumo e às bebidas alcoólicas. O cigarro, por exemplo, envelhece o fumante precocemente e causa cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação, cânceres de vários tipos e doenças respiratórias. Mesmo assim o governo fatura com a venda de cigarros e nem reaplica este recurso para ajudar as vitimas (apenas faz a contrapropaganda do cigarro, a qual é ineficaz para o viciado).
Povo iludido sempre será sofrido.
Além de uma medida fácil e desonesta, a proposta do Presidente é reveladora da sua incapacidade de perceber (ou capacidade de negar!) os problemas brasileiros em toda a sua amplitude e gravidade. A desorganização do Estado brasileiro é de pasmar, pois nem o poder judiciário, que condenou os presos, sabe quantos estão nos presídios com condenação provisória!
Medidas como a proposta nem beliscam o monstro que o Brasil teria que enfrentar.
A solução dos nossos atuais problemas não virão de uma única pessoa, ainda que seja o atual presidente do país de braço dado com um ex-presidente. O monstro que temos que enfrentar é tão grande que só mesmo uma mobilização social de grande porte poderá recolocar o Brasil num caminho mais seguro e mais promissor.
Ao invés destas medidas fáceis e populistas, precisamos urgentemente planejar, para reorganizar o sistema educacional e investir fortemente nisso. Um processo de planejamento verdadeiro nunca estará confinado em gabinetes de governo!
A gravidade da atual situação brasileira não se resume à superlotação carcerária. Isto é apenas a pontinha emergente de um gigantesco problema. Nosso problema também não se resume às 27 facções criminosas que disputam mercados no Brasil, nem aos 30 partidos políticos que já nascem criminosos e que disputam nacos do orçamento público. Nosso problema é institucional.
Como resolver um problema sistêmico, deste porte? Não tenho resposta, mas posso afirmar que antes de tudo temos que reorganizar o sistema educacional e iniciar um grande programa de planejamento muito sério que reorganize o sistema político. Teremos que refazer o Brasil e, para isso não há outro meio que não seja uma CONSTITUINTE EXCLUSIVA, sem a participação de partidos políticos e com a proibição aos constituintes de se candidatarem a qualquer cargo público nos próximos dez anos após a promulgação da mesma. Só assim a nova Constituição poderá ser realmente uma "Constituição Cidadã". A atual foi feita por políticos profissionais e sob medida para eles próprios!
Para sair desta crise, nossos líderes não podem ser os que hoje estão em Brasília pensando que lideram um povo negligente e indolente.
Repito, para enfatizar mais, que o mais urgente é resolver a questão educacional. A mudança de paradigma passa pela educação. Vejam os exemplos da China e da Coréia do Sul nas últimas décadas.
Precisamos buscar, no Brasil e no mundo, as melhores cabeças, as mais brilhantes, para reorganizar nosso sistema educacional. Isto não é tarefa para qualquer um, muito menos para nossos atuais políticos. Para isto, precisaremos de líderes extremamente competentes, não importa a nacionalidade, e devemos buscá-los onde estiverem, em qualquer parte do mundo.
Nossos políticos e mesmo os nossos educadores nunca tiveram planos para a educação nacional. Houve algum planejamento quando da Reforma Universitária, no final da década de 60, mas que se resumia às universidades e que não foi corretamente implantada, por que sofreu boicotes de toda espécie. Hoje, a crise e a urgência se tornaram muito maiores.
Estamos criando uma monstruosa tragédia para as futuras gerações. Meu maior temor é que já tenhamos destruído até a nossa capacidade de reação.
Como começar este processo? Como acender um movimento patriótico e defendê-lo da intromissão de partidos políticos?
Temos que achar um modo de discutir estes assuntos seriamente, pelas redes sociais, visando criar um grande movimento! Temos que reaprender a debater, a inovar e começar inovando um processo de planejamento permanente e ininterrupto de um grande e crescente Movimento Social. Precisamos mostrar aos políticos profissionais que os líderes somos nós!
Precisaremos organizar um processo político inovador.
Política sem os nossos atuais e inautênticos políticos!
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O Brasil está em profunda crise política, econômica, social e moral (a mais grave). O Estado é gigante e o governo é acanhado. Não entende ou não quer entender o tamanho da crise.
O Governo pensa apenas em melhorar a economia, porque entende que assim o povo se acalmará. Parece-me que é só isto que de fato importa: acalmar o povo e deixar tudo como está, sob o comando dos mesmos caciques políticos, os quais nosso sistema perpetua, cheios de mordomia e protegidos pelo abominável "foro privilegiado".
Pelos mesmos motivos, os órgãos de cúpula do Judiciário permanecem apenas "enxugando gelo", para parecer que trabalham, quando, na verdade, cometem a injustiça de agrilhoar a Justiça.
Com a crise no sistema carcerário brasileiro acontece a mesma coisa. Ela atrapalha os planos do governo, porque enfurece o povo. Então, o governo se empenha em nos convencer que as causas se restringem apenas à superlotação, à reincidência e principalmente ao descumprimento dos direitos humanos e das garantias fundamentais inerentes à pessoa do preso. Como se estas não fossem apenas as causas aparentes. As de fundo querem manter despercebidas!
Para resolver a crise carcerária o mais rápido possível e do modo mais fácil, o governo parece decidido simplesmente não prender mais ninguém e absolver os já presos. Pronto, isto é bom para o governo e para as facções criminosas! Acaba a crise dos presídios!
Soube que o Presidente Michel Temer vai procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que ambos encaminhem projeto de lei para descriminalizar o uso de drogas para uso pessoal. Esta é uma solução tão fácil quanto desonesta: em vez de combater o crime, faz-se uma lei para legalizá-lo. A absolvição do uso de drogas é o primeiro passo para descriminalizar o comércio generalizado. O consumidor também é responsável pela manutenção do comércio de drogas, assim como o governo. Assim, os criminosos de hoje, responsáveis por todas as barbaridades cotidianas, serão transformados, num passe de mágica (a simples assinatura de uma lei) em magnatas respeitáveis! Teremos mais uma farsa. Nada mais que uma rendição disfarçada e ornada de honrarias! O "lobby" em favor da descriminalização das drogas vai festejar. Quem sofrerá e pagará por isso será a vítima de sempre: o Brasil e seu povo, sempre iludido e tolo.
Descriminalizar o uso de drogas é bom para os narcotraficantes e bom para o governo, que se tornará sócio deles, dividindo os lucros pela via dos impostos, sem contrapartida social. Isto já acontece em relação ao fumo e às bebidas alcoólicas. O cigarro, por exemplo, envelhece o fumante precocemente e causa cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação, cânceres de vários tipos e doenças respiratórias. Mesmo assim o governo fatura com a venda de cigarros e nem reaplica este recurso para ajudar as vitimas (apenas faz a contrapropaganda do cigarro, a qual é ineficaz para o viciado).
Povo iludido sempre será sofrido.
Além de uma medida fácil e desonesta, a proposta do Presidente é reveladora da sua incapacidade de perceber (ou capacidade de negar!) os problemas brasileiros em toda a sua amplitude e gravidade. A desorganização do Estado brasileiro é de pasmar, pois nem o poder judiciário, que condenou os presos, sabe quantos estão nos presídios com condenação provisória!
Medidas como a proposta nem beliscam o monstro que o Brasil teria que enfrentar.
A solução dos nossos atuais problemas não virão de uma única pessoa, ainda que seja o atual presidente do país de braço dado com um ex-presidente. O monstro que temos que enfrentar é tão grande que só mesmo uma mobilização social de grande porte poderá recolocar o Brasil num caminho mais seguro e mais promissor.
Ao invés destas medidas fáceis e populistas, precisamos urgentemente planejar, para reorganizar o sistema educacional e investir fortemente nisso. Um processo de planejamento verdadeiro nunca estará confinado em gabinetes de governo!
A gravidade da atual situação brasileira não se resume à superlotação carcerária. Isto é apenas a pontinha emergente de um gigantesco problema. Nosso problema também não se resume às 27 facções criminosas que disputam mercados no Brasil, nem aos 30 partidos políticos que já nascem criminosos e que disputam nacos do orçamento público. Nosso problema é institucional.
Como resolver um problema sistêmico, deste porte? Não tenho resposta, mas posso afirmar que antes de tudo temos que reorganizar o sistema educacional e iniciar um grande programa de planejamento muito sério que reorganize o sistema político. Teremos que refazer o Brasil e, para isso não há outro meio que não seja uma CONSTITUINTE EXCLUSIVA, sem a participação de partidos políticos e com a proibição aos constituintes de se candidatarem a qualquer cargo público nos próximos dez anos após a promulgação da mesma. Só assim a nova Constituição poderá ser realmente uma "Constituição Cidadã". A atual foi feita por políticos profissionais e sob medida para eles próprios!
Para sair desta crise, nossos líderes não podem ser os que hoje estão em Brasília pensando que lideram um povo negligente e indolente.
Repito, para enfatizar mais, que o mais urgente é resolver a questão educacional. A mudança de paradigma passa pela educação. Vejam os exemplos da China e da Coréia do Sul nas últimas décadas.
Precisamos buscar, no Brasil e no mundo, as melhores cabeças, as mais brilhantes, para reorganizar nosso sistema educacional. Isto não é tarefa para qualquer um, muito menos para nossos atuais políticos. Para isto, precisaremos de líderes extremamente competentes, não importa a nacionalidade, e devemos buscá-los onde estiverem, em qualquer parte do mundo.
Nossos políticos e mesmo os nossos educadores nunca tiveram planos para a educação nacional. Houve algum planejamento quando da Reforma Universitária, no final da década de 60, mas que se resumia às universidades e que não foi corretamente implantada, por que sofreu boicotes de toda espécie. Hoje, a crise e a urgência se tornaram muito maiores.
Estamos criando uma monstruosa tragédia para as futuras gerações. Meu maior temor é que já tenhamos destruído até a nossa capacidade de reação.
Como começar este processo? Como acender um movimento patriótico e defendê-lo da intromissão de partidos políticos?
Temos que achar um modo de discutir estes assuntos seriamente, pelas redes sociais, visando criar um grande movimento! Temos que reaprender a debater, a inovar e começar inovando um processo de planejamento permanente e ininterrupto de um grande e crescente Movimento Social. Precisamos mostrar aos políticos profissionais que os líderes somos nós!
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Alexandre Garcia ironiza a proposta de Cármen Lúcia
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