ou
O BELO EXEMPLO DE FRANCENILDO
Por Almir Quites - 27/09/2016
Dia vai, dia vem e os trapaceiros continuam os mesmos, fazendo as mesmas trapaças.
Antônio Palocci foi ministro da Fazenda (2003-2006) do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil (2011) do governo Dilma Rousseff, de quem foi o coordenador de campanha, em 2010.
Ontem, o ex-ministro foi preso, em São Paulo, durante a 35ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de "Omertà", por propiciar vantagens ilícitas para a empreiteira Odebrecht, quando estava no governo federal, por receber propina da mesma. A força-tarefa também investiga a compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. A prisão de Palocci é temporária e tem duração inicial de cinco dias. Dois ex-assessores de Palocci também foram presos (Juscelino Dourado e Branislav Kontic).
De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro e outros personagens de seu grupo político foram beneficiados com vultosos valores ilícitos. Segundo o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), a atuação ilegal de Palocci ocorreu tanto quando ele detinha cargo de ministro como depois de afastado oficialmente do governo.
Francenildo Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", nasceu na capital do Piauí. Aos dez anos de idade, tinha a vaga impressão de que seu pai era o dono de uma pequena empresa de ônibus de Teresina. Anos depois, adoeceu e não tinha dinheiro para comprar remédio. Então, pediu a um amigo que o levasse até o homem que diziam ser seu pai. Entrou na garagem, pôs-se diante do proprietário Eurípedes Soares da Silva e explicou o que fazia ali, mas ele negou sua paternidade. Apesar da insistência, deu-lhe 80 reais e o mandou sair dali.
Em Brasília, arranjou serviço num bar-mercearia. Tinha 15 anos, trabalhava das seis da manhã às onze da noite. Ao sair do emprego, em 1998, deixou 800 reais com o patrão, por não ter onde guardá-los. Tempos depois, foi para uma chácara, para trabalhar na roça e lá conheceu Noelma, com quem se casou. Depois tiveram um filho de nome Thiago. Nesse período, seu tio lhe pediu emprestada a poupança da mercearia para comprar um terreno na cidade de Luziânia, em Goiás, e ele emprestou. Francenildo também tinha dívida com o irmão de sua mãe, que pagara a passagem de Teresina até Brasília.
Anos depois, Francenildo ficou famoso! Foi quando afirmou publicamente que o então Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, frequentava habitualmente uma determinada mansão em Brasília, coisa que o ministro negava com veemência perante a opinião pública e a imprensa. No local, conforme narrou Francenildo, teriam ocorrido reuniões, churrascos e festas com a presença de garotas de programa, das quais participavam o ministro (que, segundo o caseiro, tinha o apelido de "Chefe") e os seus ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto, com o objetivo de fecharem negócios suspeitos e procederem à divisão do dinheiro relativo a tais negócios.
Logo após os depoimentos de Francenildo, perante a imprensa e a Polícia Federal, seguiu-se um ataque impirdoso contra ele, cujo ápice foi o polêmico indiciamento por lavagem de dinheiro (o qual já foi arquivado). Era uma tentativa do governo do PT de atemorizar Francenildo. Houve também a quebra do sigilo bancário do rapaz, com o mesmo objetivo, e o vazamento da Caixa Econômica Federal para a Revista Época dos extratos bancários sigilosos nos quais constavam certos depósitos em dinheiro. A movimentação financeira de Francenildo fora exposta pelo próprio banco estatal! O PT passou a usar a quantia de R$ 24.990,00, que estava na conta do caseiro, para acusá-lo de ter recebido dinheiro da oposição ao governo federal para acusar Palocci. Poucos dias depois, ficou esclarecido que o dinheiro viera do pai biológico de Francenildo. Para veicular as acusações na mídia, Palocci contou com o apoio dos jornalistas petistas Helena Chagas e Marcelo Netto. A vingança de Palocci ainda contou com a colaboração do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, que foi indiciado pela Polícia Federal pela quebra do sigilo bancário. O escândalo tomou proporções ainda maiores após a revista Veja denunciar publicamente que haviam pessoas do governo oferecendo R$ 1 milhão para que algum funcionário do banco público assumisse a culpa pelo crime.
Os testemunhos de Francenildo e o escândalo que trouxe à tona, atingiram diretamente Antonio Palocci, que caiu de seu cargo no governo petista, no dia 29 de Março de 2006. Um simples caseiro, honrado e corajoso, havia derrubado o poderoso Ministro da Fazenda e também o presidente da Caixa Econômica Federal.
Obrigado, Francenildo! Seu exemplo não deveria ser esquecido tão facilmente!
Vergonhosamente, para todos nós brasileiros, ninguém foi criminalmente responsabilizado pelo vazamento e pelo que fizeram a Francenildo e ao país. Menos de um ano depois destes fatos, a jornalista Helena Chagas foi convidada para participar da equipe da recém criada EBC (Empresa Brasil de Comunicação, que presta serviços para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República produzindo o canal TV NBR), emissora pública criada por Lula. Como se não bastasse, ainda foi nomeada Secretária da Comunicação Social no governo Dilma Rousseff em 2010. Palocci também voltou ao governo em 2010, como Ministro da Casa Civil de Dilma.
O caseiro Francenildo Santos Costa foi mais um belo exemplo de pessoas de condição social e cultural baixa que colaboraram decisivamente para investigações importantes no Brasil, com coragem e apoiados apenas na verdade, tal como fizera o motorista Eriberto França, nos anos 90, durante a investigação que resultou no impeachment de Fernando Collor.
O Estado é o STF
A república dos mentirosos
Bandeiras vermelhas
A lambança de Lewandowski
Escândalo no Senado da República
Dia da libertação
Nada além... Nada além de uma linda ilusão!
Caiu como um patinho
Houve fraude eleitoral ou idiotia dos eleitores?
Não esqueçam da apuração eleitoral eletrônica!
Passado difícil de engolir
TSE e sua rebeldia reprovável
O sistema secreto de apuração eleitoral
Eleitor, você é tolo!
Inconstitucionalidade eleitoral
A Ministra e o Coronel
Comentários contra e a favor são bem vindos, mesmo que ácidos, desde que não contenham agressões gratuitas, meros xingamentos, racismos e outras variantes que desqualificam qualquer debatedor. Fundamentem suas opiniões e sejam bem-vindos.
O BELO EXEMPLO DE FRANCENILDO
Por Almir Quites - 27/09/2016
Dia vai, dia vem e os trapaceiros continuam os mesmos, fazendo as mesmas trapaças.
Antônio Palocci foi ministro da Fazenda (2003-2006) do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil (2011) do governo Dilma Rousseff, de quem foi o coordenador de campanha, em 2010.
Ontem, o ex-ministro foi preso, em São Paulo, durante a 35ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de "Omertà", por propiciar vantagens ilícitas para a empreiteira Odebrecht, quando estava no governo federal, por receber propina da mesma. A força-tarefa também investiga a compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. A prisão de Palocci é temporária e tem duração inicial de cinco dias. Dois ex-assessores de Palocci também foram presos (Juscelino Dourado e Branislav Kontic).
De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro e outros personagens de seu grupo político foram beneficiados com vultosos valores ilícitos. Segundo o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), a atuação ilegal de Palocci ocorreu tanto quando ele detinha cargo de ministro como depois de afastado oficialmente do governo.
Sobre este assunto recebi o seguinte texto do colega Espíndola:
A vingança de Francenildo
José J. de Espíndola*Francenildo Costa, antigo caseiro da Casa dos Horrores, frequentada por Palocci e outros bandidos, tem tudo para estar exultante. Seu antigo algoz, aquele canalha que mandou quebrar seu sigilo bancário na Caixa, acaba de ser preso, a mando do Juiz Sérgio Moro.Antigo braço direito (e esquerdo) de Lula (o que nunca soube de nada) e de Dilma - que de tudo, principalmente Economia, sabe - era um consultor de empresas fantástico: nos quatro anos de deputado, após ter saído, mais uma vez, pela porta dos fundos do Planalto, teve sua fortuna multiplicada 20 (vinte!) vezes. Sua área de consultoria? Ora, todas! A equipe de sua fantástica empresa de consultoria? Ora, só ele. Só ele fazendo consultorias em todas as áreas e multiplicando sua fortuna por vinte em quatro anos. Vejam no que dá um curso de medicina bem feito!Não sei se veremos alguém destas listas alegando que a prisão foi ilegal e que Palocci, a exemplo de Lula, é perseguido pelo Juiz Sérgio Moro.Perseguido por Moro só porque ele, Palocci, tanto quanto Lula, é um herói nacional e porque o impeachment “foi golpe”.========* José J. de Espíndola é Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.
Continuo.
É preciso que não esqueçamos a história de Francenildo.
Francenildo Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", nasceu na capital do Piauí. Aos dez anos de idade, tinha a vaga impressão de que seu pai era o dono de uma pequena empresa de ônibus de Teresina. Anos depois, adoeceu e não tinha dinheiro para comprar remédio. Então, pediu a um amigo que o levasse até o homem que diziam ser seu pai. Entrou na garagem, pôs-se diante do proprietário Eurípedes Soares da Silva e explicou o que fazia ali, mas ele negou sua paternidade. Apesar da insistência, deu-lhe 80 reais e o mandou sair dali.
Em Brasília, arranjou serviço num bar-mercearia. Tinha 15 anos, trabalhava das seis da manhã às onze da noite. Ao sair do emprego, em 1998, deixou 800 reais com o patrão, por não ter onde guardá-los. Tempos depois, foi para uma chácara, para trabalhar na roça e lá conheceu Noelma, com quem se casou. Depois tiveram um filho de nome Thiago. Nesse período, seu tio lhe pediu emprestada a poupança da mercearia para comprar um terreno na cidade de Luziânia, em Goiás, e ele emprestou. Francenildo também tinha dívida com o irmão de sua mãe, que pagara a passagem de Teresina até Brasília.
Anos depois, Francenildo ficou famoso! Foi quando afirmou publicamente que o então Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, frequentava habitualmente uma determinada mansão em Brasília, coisa que o ministro negava com veemência perante a opinião pública e a imprensa. No local, conforme narrou Francenildo, teriam ocorrido reuniões, churrascos e festas com a presença de garotas de programa, das quais participavam o ministro (que, segundo o caseiro, tinha o apelido de "Chefe") e os seus ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto, com o objetivo de fecharem negócios suspeitos e procederem à divisão do dinheiro relativo a tais negócios.
Logo após os depoimentos de Francenildo, perante a imprensa e a Polícia Federal, seguiu-se um ataque impirdoso contra ele, cujo ápice foi o polêmico indiciamento por lavagem de dinheiro (o qual já foi arquivado). Era uma tentativa do governo do PT de atemorizar Francenildo. Houve também a quebra do sigilo bancário do rapaz, com o mesmo objetivo, e o vazamento da Caixa Econômica Federal para a Revista Época dos extratos bancários sigilosos nos quais constavam certos depósitos em dinheiro. A movimentação financeira de Francenildo fora exposta pelo próprio banco estatal! O PT passou a usar a quantia de R$ 24.990,00, que estava na conta do caseiro, para acusá-lo de ter recebido dinheiro da oposição ao governo federal para acusar Palocci. Poucos dias depois, ficou esclarecido que o dinheiro viera do pai biológico de Francenildo. Para veicular as acusações na mídia, Palocci contou com o apoio dos jornalistas petistas Helena Chagas e Marcelo Netto. A vingança de Palocci ainda contou com a colaboração do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, que foi indiciado pela Polícia Federal pela quebra do sigilo bancário. O escândalo tomou proporções ainda maiores após a revista Veja denunciar publicamente que haviam pessoas do governo oferecendo R$ 1 milhão para que algum funcionário do banco público assumisse a culpa pelo crime.
Os testemunhos de Francenildo e o escândalo que trouxe à tona, atingiram diretamente Antonio Palocci, que caiu de seu cargo no governo petista, no dia 29 de Março de 2006. Um simples caseiro, honrado e corajoso, havia derrubado o poderoso Ministro da Fazenda e também o presidente da Caixa Econômica Federal.
Obrigado, Francenildo! Seu exemplo não deveria ser esquecido tão facilmente!
Vergonhosamente, para todos nós brasileiros, ninguém foi criminalmente responsabilizado pelo vazamento e pelo que fizeram a Francenildo e ao país. Menos de um ano depois destes fatos, a jornalista Helena Chagas foi convidada para participar da equipe da recém criada EBC (Empresa Brasil de Comunicação, que presta serviços para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República produzindo o canal TV NBR), emissora pública criada por Lula. Como se não bastasse, ainda foi nomeada Secretária da Comunicação Social no governo Dilma Rousseff em 2010. Palocci também voltou ao governo em 2010, como Ministro da Casa Civil de Dilma.
Só em 2015, cerca de uma década depois, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região condenou a Caixa Econômica a indenizar o caseiro em R$ 400 mil, depois de várias manobras protelatórias do departamento jurídico do banco.
O caseiro Francenildo Santos Costa foi mais um belo exemplo de pessoas de condição social e cultural baixa que colaboraram decisivamente para investigações importantes no Brasil, com coragem e apoiados apenas na verdade, tal como fizera o motorista Eriberto França, nos anos 90, durante a investigação que resultou no impeachment de Fernando Collor.
A sociedade brasileira acostumou-se com a corrupção! A investigação, naquela época deveria ter sido mais profunda e mais séria. Um caso como este deveria ter sido suficiente para banir Palocci e todos os demais implicados tanto da vida pública como de contatos com o alto escalão do governo.
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