terça-feira, 17 de maio de 2016

Que é isso! Cotas para o Poder Executivo do Brasil?

Por Almir Quites - 17/05/2016


Quatro peculiaridades do ministério do governo Michel Temer foram debatidas na imprensa nesta última semana. São elas:
  1. Não tem nenhuma mulher. 
  2. Não tem nenhum negro.
  3. Dos 23 ministros, 19 são políticos com mandatos ou que já exerceram mandato eletivo.
  4. Dos 23 ministros, 7 estão denunciados na Operação Lava Jato.


Os dois primeiros itens não passam de bobagens, porque não interessam quando se trata de questões de Estado. Coisas como sexo, raça e preferência sexual não garantem eficácia na condução destas questões. Portanto, estes dois primeiros itens não merecem qualquer consideração aqui. 

Destes, só os dois últimos me escandalizam. O terceiro apenas parcialmente (ter exercido mandato eletivo não é demérito) e o quarto inteiramente (quem está denunciado não é condenado, nem réu, mas pode vir a ser).

Quero tratar aqui de questões muito mais importantes que essas, as quais não constam dos quatro itens acima.

Posso parecer radical, mas há questões que precisam mesmo de um tratamento ousado, desafiador! Sou contra o loteamento dos cargos do governo federal entre partidos políticos. O governo deve ser capaz de se compor com pessoas de alto nível moral e intelectual, de alta competência e sem loteamento de cargos em troca de votos. Só assim, terá o respeito e o apoio de todos, inclusive daqueles maus políticos acostumados a extorquir o Estado brasileiro. Mostre fraqueza e eles abusam!

Já tratei disto no artigo chamado "E agora, Senhor Presidente?(http://almirquites.blogspot.com.br/2016/05/e-agora-senhor-presidente.html)

Insisto! Nesta fase, em que todos esperam por novos comportamentos, mais responsáveis, o governo Temer deveria escolher seus ministros sem se subordinar às indicações de partidos, sem submissão a briga política por cargos. Se não fizer isto, não conseguirá reduzir o tamanho do Estado e não poderá governar.

Acho também que não deveria escolher parlamentares, porque eles foram eleitos para o poder legislativo e não para o executivo. Retirá-los da função para a qual foram eleitos é trair o povo, desrespeitar o voto dos cidadãos. Por outro lado, um parlamentar sério cumpriria seu mandato até o final e 
rejeitaria qualquer convite para ocupar um cargo no poder executivo! Retirar parlamentares do poder legislativo para colocá-los no poder executivo compromete o princípio constitucional de independência entre os poderes.

No entanto, a discussão que se viu no mundo político brasileiro, foi... Como qualificar? Foi tansa. Limitou-se a discutir gênero (
no caso, identidade social referente a sexo) e etnia (no caso, identidade social referente à cor da pele). Em outras palavras, querem que haja cotas de gênero e raças para a composição ministerial! Para mim, isto não passa de mais um destes absurdos que só eclodem em tempos de profunda decadência.

Sobre isso, passo a palavra para o Prof. José Espíndola ao reproduzir aqui um e-mail dele. Aqui está:


 VIVA AS MULHERES!
Eis uma opinião com a qual comungo integralmente (ver artigo abaixo).
Nada de cotas para isso ou para aquilo. Cotas representam confissão de incompetência, são ofensivas por quem oferece e aviltantes para quem as recebe.
Prestigiemos as mulheres: chamemo-las pela competência, não pelo sexo.
É o que sempre deveríamos ter feito em relação aos pretos e outras etnias. Só que estivemos, até recentemente, sob a batuta demagógica de um governo populista. Populismo é falsidade, demagogia, hipocrisia e atraso.
Pelo fim de todas as cotas!
Já!

José J. de Espíndola
(José J. de Espíndola é Doutor (Ph.D.) pelo ISVR da Universidade de Southampton, Inglaterra, Doutor Honoris Causa pela UFPR, Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado. É filho de operário, nascido no sul da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis. Calçou sapato pela primeira vez aos sete anos de idade, sempre estudou em escolas públicas, acha cotas e outras linhas de clivagem sociais ofensivas ao ser humano e lesivas aos interesses coletivos públicos.)



Maria Silvia Marques no BNDES. Porque é competente, não porque é mulher

Todos os veículos de comunicação começaram seus textos noticiosos praticamente do mesmo jeito: “Após críticas por não contar com uma mulher no ministério, o presidente Michel Temer escolheu Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES…”.

Acho que beira o desrespeito. Maria Silvia é inequivocamente mulher, como é Dilma. Uma não serve para governar o Brasil; a outra é um ótimo nome para tocar o maior banco de fomento do mundo, do qual foi diretora. Ela também já presidiu a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Em todas essas funções, foi pioneira.

Não, senhores! Eu não vou ceder de modo nenhum a essa agenda cretina. Estou pouco me importando se Maria Silvia é mulher ou não. Ela pode comandar o BNDES não porque tem progesterona, mas porque é dotada da devida massa cinzenta.
O Executivo ou o Judiciário — aonde as cotas já chegaram — não são nem podem ser palco desse tipo de representatividade. A ser assim, todos os grupos sociais deveriam ter o seu “exemplar” no governo, como se o país fosse uma imensa guilda.

Aplaudo, sim, o nome de Maria Silvia porque acho que ela entende do riscado. Ah, sim, claro: também é mulher. Ocorre que eu não quero casar com ela. Espero que ela realize um bom trabalho.

Mais mulheres. Aguardam-se novos nome de mulheres para as secretarias de Cultura, Ciência e Tecnologia e Cidadania. E as coisas estão colocadas mesmo nesses termos.

Não vou repisar argumentos. Assim como não acho que Dilma quebrou o país porque mulher, entendo que a exigência é completamente despropositada. Não considero válido esse tipo de demanda no serviço executivo, nas universidades e em outros lugares em que apenas a competência deve definir a pessoa vitoriosa.

Mas os tempos são agora sensíveis a essa tolice.


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