Por Almir Quites - 08/08/2015
O segundo mandato da presidente Dilma acabou sem ter começado. Restaram apenas algumas lembranças de mentiras e incompetências. Só o PT e seus aliados fanáticos ou interesseiros não sabem disso. Uma das características mais típicas de casos terminais é a legítima recusa do paciente em aceitar o iminente fim.
Estamos sem governo e atolados num "mar de lama", expressão tipicamente brasileira;amplamente utilizada como sinônimo de enormes redes de corrupção existentes em um governo.
A esperança que resta é que a ação conjunta do juiz Sérgio Moro, com os Juízes Federais, o Ministério Público e a Polícia Federal, seja agora suficientemente contundente para estancar a corrupção sistêmica vigente no nosso pobre país. Aliás, o preço da democracia é a vigilância permanente. Que juízes e procuradores consigam transformar a Lava-Jato em algo permanente!
Quem são os culpados? Muitos, há muitíssimos culpados, muito mais do que normalmente podemos supor!
Toda esta tragédia começou quando o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu montou (de 2003 até 16 de junho de 2005), em nível federal, a mesma organização criminosa que já fora operacional em municípios e estados governados pelo PT. Santo André foi um exemplo notório, devido ao assassinato, ainda impune, do prefeito Celso Daniel. Depois de montada e operacionalizada, Dirceu e o PT se beneficiaram desta organização criminosa. Dirceu tornou-se o líder de uma quadrilha que roubava recursos públicos para beneficiar políticos, partidos, funcionários e empresas amigas.
Estes são os fatos que o STF não teve coragem para reconhecer, em toda a devida extensão, no julgamento do Mensalão. Dirceu era o chefão. O não reconhecimento disto reforçou a impunidade e debilitou ainda mais as instituições brasileiras. Assim, a organização criminosa continuou operando. O STF não cumpriu com o seu dever e isto não deveria passar em branco.
Embora seja óbvio, repito, que há muito mais responsáveis pela apodrecimento do Brasil. Além de Lula, de Dilma e do PT, há muitos outros responsáveis pelas crises moral, política, financeira, econômica etc. do Brasil. Temos que contar também todos aqueles que, por omissão, mesmo sem notoriedade, deixaram de cumprir com as suas obrigações de zelar pela aplicação correta da legislação brasileira, preferindo tolerar os crimes pelas mais diversas razões, muitas vezes inconfessáveis.
Retomo para enfatizar, que o próprio Superior Tribunal Federal (STF) deixou de cumprir com o seu dever no processo do Mensalão. A instância superior a José Dirceu, a Presidência da República, à época ocupada por Lula, detinha o domínio daqueles fatos. Isto era tão óbvio e não requeria prova concreta. Mesmo que ele alegasse que "não sabia de nada", mesmo assim, a responsabilidade era dele, pois era o Presidente. Quem ocupa a Presidência do país deve assumir as suas responsabilidades sobre seus subalternos.
A justiça brasileira poupou Lula, que nem foi réu no julgamento do Mensalão. Deu no que deu: veio o Petrolão, Eletrolão e outros escândalos ainda maiores. O Brasil não suportou e a economia sossobrou. É isso que acontece quando a LEI não é cumprida.
Sim, há muito mais culpados, principalmente aqueles que ajudaram para que a Lei não fosse aplicada em sua plenitude, com o devido rigor, e trataram de abrandar as penas dos réus no julgamento do Mensalão. Era muito constrangedor ver o ministro Lewandowski, revisor da Ação Penal 470 (Mensalão) se comportando como advogado de defesa dos réus-políticos. Também era demasiadamente constrangedor ver o ministro Dias Toffoli não se considerar impedido de atuar como juiz e também ver que ninguém requereu que ele fosse declarado impedido em razão de seus laços com o PT. Esclareço: antes de ingressar na Suprema Corte, o magistrado atuou como advogado do PT, foi advogado-geral da União e assessor do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o principal réu da ação penal. O procurador-geral da República teria a prerrogativa de pedir o impedimento do ministro antes do julgamento, mas optou por não requisitar o afastamento.
O Juiz Joaquim Barbosa tinha razão e foi levianamente injustiçado. Hoje ficou claro que ele merece uma estátua! O certo é que o tempo, que desinfetará o país dos fanatismos ideológicos e dos interesses escusos, é quem vai levá-lo ao panteão da história do judiciário.
A oposição ao governo petista também é culpada por nunca ter refletido adequadamente a indignação do povo brasileiro que se opunha ao governo federal, por sua docilidade ante as desonestidades dos governistas. A oposição fez concessões demasiadas e indevidas ao PT, inclusive ao presidente Lula e à presidente Dilma.
É hora de refletir e, todos nós, fazermos o clássico Mea culpa, mea maxima culpa (minha culpa, minha mais grave culpa).
É claro que alguns são mais culpados que outros, mas todos nós temos uma parcela de culpa, ainda que em menor grau. Por exemplo, também têm culpa todos os que tiveram medo de agir, de questionar a concentração de poderes que aos poucos sugava as energias dos cidadãos, por mais humildes que fossem. Somos culpados por imitarmos toscamente os modelos de vida que midiaticamente nos chegavam dos eldorados do consumo; somos culpados por aceitarmos como inevitável a irresponsabilidade das elites políticas que nos governaram desde 2003; culpados por nos tornarmos ideologicamente fanáticos e desprezar os valores universais; culpados pelo vazio de ideais e de projetos coletivos, pela destruição de nosso sistema educacional e de nosso sistema produtivo; culpados pelo voto irresponsável, pela iliteracia de muitos dos nossos políticos, mormente os dois últimos presidentes; culpados por aceitarmos passivamente uma justiça que pune os criminosos de baixo poder social enquanto deixa à "boa vida" os de "colarinho branco", ainda que maculados de sangue; culpados por aceitarmos taxas de juros escorchantes; culpados... por outras inumeráveis barbaridades que aceitamos como "cordeirinhos", dóceis por falta de valores morais.
Brasileiros, vamos reagir! A TOLERÂNCIA COM O CRIME ENFRAQUECE AS INSTITUIÇÕES NACIONAIS. É o que o seguinte artigo explica de modo didático:
http://almirquites.blogspot.com.br/2015/08/a-tolerancia-com-o-crime-enfraquece-as.html
Basta de conchavos de bastidores, os chamados "acordões". Deve-se cumprir estritamente a Constituição, doa a quem doer.
O povo brasileiro deve assumir seu papel: defender os valores universais e pressionar os governos corruptos para que deixem o governo e libertem o Brasil. Sem o povo nas ruas, exigindo a renúncia os corruptos cinicamente se fazem de desentendidos.
As manifestações marcadas para o próximo dia 16 de agosto prometem pressionar ainda mais o governo petista e o legislativo contra a bandalheira da política atual. Com este projeto criminoso de poder em vigor, o Brasil não sobreviverá, como a Venezuela não sobreviveu.
O segundo mandato da presidente Dilma acabou sem ter começado. Restaram apenas algumas lembranças de mentiras e incompetências. Só o PT e seus aliados fanáticos ou interesseiros não sabem disso. Uma das características mais típicas de casos terminais é a legítima recusa do paciente em aceitar o iminente fim.
Estamos sem governo e atolados num "mar de lama", expressão tipicamente brasileira;amplamente utilizada como sinônimo de enormes redes de corrupção existentes em um governo.
A esperança que resta é que a ação conjunta do juiz Sérgio Moro, com os Juízes Federais, o Ministério Público e a Polícia Federal, seja agora suficientemente contundente para estancar a corrupção sistêmica vigente no nosso pobre país. Aliás, o preço da democracia é a vigilância permanente. Que juízes e procuradores consigam transformar a Lava-Jato em algo permanente!
Quem são os culpados? Muitos, há muitíssimos culpados, muito mais do que normalmente podemos supor!
Toda esta tragédia começou quando o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu montou (de 2003 até 16 de junho de 2005), em nível federal, a mesma organização criminosa que já fora operacional em municípios e estados governados pelo PT. Santo André foi um exemplo notório, devido ao assassinato, ainda impune, do prefeito Celso Daniel. Depois de montada e operacionalizada, Dirceu e o PT se beneficiaram desta organização criminosa. Dirceu tornou-se o líder de uma quadrilha que roubava recursos públicos para beneficiar políticos, partidos, funcionários e empresas amigas.
Estes são os fatos que o STF não teve coragem para reconhecer, em toda a devida extensão, no julgamento do Mensalão. Dirceu era o chefão. O não reconhecimento disto reforçou a impunidade e debilitou ainda mais as instituições brasileiras. Assim, a organização criminosa continuou operando. O STF não cumpriu com o seu dever e isto não deveria passar em branco.
Embora seja óbvio, repito, que há muito mais responsáveis pela apodrecimento do Brasil. Além de Lula, de Dilma e do PT, há muitos outros responsáveis pelas crises moral, política, financeira, econômica etc. do Brasil. Temos que contar também todos aqueles que, por omissão, mesmo sem notoriedade, deixaram de cumprir com as suas obrigações de zelar pela aplicação correta da legislação brasileira, preferindo tolerar os crimes pelas mais diversas razões, muitas vezes inconfessáveis.
Retomo para enfatizar, que o próprio Superior Tribunal Federal (STF) deixou de cumprir com o seu dever no processo do Mensalão. A instância superior a José Dirceu, a Presidência da República, à época ocupada por Lula, detinha o domínio daqueles fatos. Isto era tão óbvio e não requeria prova concreta. Mesmo que ele alegasse que "não sabia de nada", mesmo assim, a responsabilidade era dele, pois era o Presidente. Quem ocupa a Presidência do país deve assumir as suas responsabilidades sobre seus subalternos.
A justiça brasileira poupou Lula, que nem foi réu no julgamento do Mensalão. Deu no que deu: veio o Petrolão, Eletrolão e outros escândalos ainda maiores. O Brasil não suportou e a economia sossobrou. É isso que acontece quando a LEI não é cumprida.
Sim, há muito mais culpados, principalmente aqueles que ajudaram para que a Lei não fosse aplicada em sua plenitude, com o devido rigor, e trataram de abrandar as penas dos réus no julgamento do Mensalão. Era muito constrangedor ver o ministro Lewandowski, revisor da Ação Penal 470 (Mensalão) se comportando como advogado de defesa dos réus-políticos. Também era demasiadamente constrangedor ver o ministro Dias Toffoli não se considerar impedido de atuar como juiz e também ver que ninguém requereu que ele fosse declarado impedido em razão de seus laços com o PT. Esclareço: antes de ingressar na Suprema Corte, o magistrado atuou como advogado do PT, foi advogado-geral da União e assessor do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o principal réu da ação penal. O procurador-geral da República teria a prerrogativa de pedir o impedimento do ministro antes do julgamento, mas optou por não requisitar o afastamento.
O Juiz Joaquim Barbosa tinha razão e foi levianamente injustiçado. Hoje ficou claro que ele merece uma estátua! O certo é que o tempo, que desinfetará o país dos fanatismos ideológicos e dos interesses escusos, é quem vai levá-lo ao panteão da história do judiciário.
A oposição ao governo petista também é culpada por nunca ter refletido adequadamente a indignação do povo brasileiro que se opunha ao governo federal, por sua docilidade ante as desonestidades dos governistas. A oposição fez concessões demasiadas e indevidas ao PT, inclusive ao presidente Lula e à presidente Dilma.
É hora de refletir e, todos nós, fazermos o clássico Mea culpa, mea maxima culpa (minha culpa, minha mais grave culpa).
É claro que alguns são mais culpados que outros, mas todos nós temos uma parcela de culpa, ainda que em menor grau. Por exemplo, também têm culpa todos os que tiveram medo de agir, de questionar a concentração de poderes que aos poucos sugava as energias dos cidadãos, por mais humildes que fossem. Somos culpados por imitarmos toscamente os modelos de vida que midiaticamente nos chegavam dos eldorados do consumo; somos culpados por aceitarmos como inevitável a irresponsabilidade das elites políticas que nos governaram desde 2003; culpados por nos tornarmos ideologicamente fanáticos e desprezar os valores universais; culpados pelo vazio de ideais e de projetos coletivos, pela destruição de nosso sistema educacional e de nosso sistema produtivo; culpados pelo voto irresponsável, pela iliteracia de muitos dos nossos políticos, mormente os dois últimos presidentes; culpados por aceitarmos passivamente uma justiça que pune os criminosos de baixo poder social enquanto deixa à "boa vida" os de "colarinho branco", ainda que maculados de sangue; culpados por aceitarmos taxas de juros escorchantes; culpados... por outras inumeráveis barbaridades que aceitamos como "cordeirinhos", dóceis por falta de valores morais.
Brasileiros, vamos reagir! A TOLERÂNCIA COM O CRIME ENFRAQUECE AS INSTITUIÇÕES NACIONAIS. É o que o seguinte artigo explica de modo didático:
http://almirquites.blogspot.com.br/2015/08/a-tolerancia-com-o-crime-enfraquece-as.html
Basta de conchavos de bastidores, os chamados "acordões". Deve-se cumprir estritamente a Constituição, doa a quem doer.
O povo brasileiro deve assumir seu papel: defender os valores universais e pressionar os governos corruptos para que deixem o governo e libertem o Brasil. Sem o povo nas ruas, exigindo a renúncia os corruptos cinicamente se fazem de desentendidos.
As manifestações marcadas para o próximo dia 16 de agosto prometem pressionar ainda mais o governo petista e o legislativo contra a bandalheira da política atual. Com este projeto criminoso de poder em vigor, o Brasil não sobreviverá, como a Venezuela não sobreviveu.
O PREÇO DA DEMOCRACIA É A ETERNA VIGILÂNCIA
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DESTAQUE
Incluo aqui a análise de Rodrigo Constantino em seu blog para mostrar que FHC (Fernando Henrique Cardoso) também precisa rever seus conceitos e fazer um mea culpa, mea maxima culpa.
Almir Quites
DESTAQUE
Incluo aqui a análise de Rodrigo Constantino em seu blog para mostrar que FHC (Fernando Henrique Cardoso) também precisa rever seus conceitos e fazer um mea culpa, mea maxima culpa.
Almir Quites
FHC
Quem sabe superaremos o primitivismo político de considerar como “neoliberal” tudo o que é necessário fazer para que as finanças públicas e a administração funcionem bem, respeitando suas possibilidades reais, mais ou menos elásticas conforme as circunstâncias, mas nunca infinitas, propiciando um clima favorável para que as pessoas, as organizações e as empresas possam expandir suas potencialidades. Tomara que, ao mesmo tempo, superemos o primitivismo de considerar como “de esquerda” quem for contrário a essas práticas.
Rodrigo Constantino
Quando a nossa esquerda condena o “neoliberalismo”, que só existe em sua mitologia canhota, pois passou mais longe do Brasil do que Plutão da Terra, sabemos estar diante de um primitivismo tosco mesmo. É preciso superá-lo, sem dúvida. Só não entendi bem a última frase, pois sabemos que quem costuma condenar esse simples bom senso na gestão da coisa pública, chamado aqui de “neoliberalismo”, é sim de esquerda.
FHC
Claro que se pode e deve distinguir entre “esquerda” e “direita”, com suas variantes intermediárias. Mas a oposição correta é outra: sempre foram considerados de esquerda os que querem mudar estruturas para beneficiar a maioria, pela via da “revolução” ou das reformas (a esquerda democrática é reformista). A direita clássica costuma se opor às mudanças, em particular a “reacionária”, pronta para impor sua lei e ordem a qualquer preço.
Rodrigo Constantino
Aqui FHC já deixa transparecer seu preconceito contra a direita. Para ele, a direita clássica é reacionária e contra mudanças. Ora, Thatcher era contra mudanças? E não era claramente de direita? E Reagan? FHC, com esse trecho, aproveita para vender a ideia tão disseminada no Brasil de que direita é sinônimo de atraso, de autoritarismo. Nada mais falso.
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