Almir Quites - 31/12/2014
INÍCIO DE UM NOVO ANO!
O nosso caminho deveria ser feito pelos nossos próprios passos, mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco! Infelizmente não podemos escolhe-los, só escolhemos nossos amigos. Todos os outros, inclusive os que tem poder na nossa sociedade, nos são impostos. Porém, temos que ir em frente assim mesmo, até mesmo com Dilma e o PT.
A situação política no Brasil parece estar ficando cada vez mais tensa desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Há um forte sentimento de que as eleições foram fraudadas e uma certeza de que os recursos nossos, que são coletados como impostos, são usados para enriquecimento ilícito de políticos desonestos. Amanhã Dilma inicia um novo e carcomido mandato. Ela "fez o Diabo" para continuar sobre a carniça devorada por asseclas seus e do ex-presidente Lula. Dilma está desmoralizada.
Grande parte da população brasileira pede francamente seu “impeachment”. Outra parte, mais afoita, exorta os militares a uma intervenção. Até mesmo muitos militares se manifestam pelas redes sociais e isto começou em 2013, após aquelas manifestações de junho, com o General Azevedo em 18 de junho (ver aqui).
Atualmente duas manifestações de militares me chamaram à atenção: a primeira foi a do General Etchegoyen, por ser oficial da ativa e do alto escalão administrativo das forças armadas; a outra foi a do Capitão Zorovich, por seu arrojo. Manifesto do General Etchegoyen
Comecemos pelo manifesto do General Etchegoyen que se rebela contra a Comissão Nacional da Verdade (veja aqui).O general de Exército, da ativa, chefe do Departamento Geral do Pessoal, divulgou uma nota, em conjunto com a sua família, repudiando o relatório divulgado pela Comissão Nacional da Verdade.Para não criar um mártir, governo decidiu botar "panos quentes" sobre as críticas do General Etchegoyen ao relatório da “Comissão Nacional da Verdade” (CNV).
O descontentamento com a atribuição de responsabilidades por violação de direitos humanos, sem apontar os fatos que levariam a isso, irritaram não só militares do Exército, mas também às duas outras Forças. Na Aeronáutica, as maiores queixas foram relativas à inclusão do nome do ex-ministro Eduardo Gomes, o patrono da Força Aérea, no relatório. Até o Marechal-do-ar e ministro da Aeronáutica de abril de 1965 a março de 1967, Eduardo Gomes, foi apontado como um dos responsáveis por violação dos direitos humanos durante o governo militar.
Desde o início da crise, a decisão do Exército era de que não havia motivo para enquadrar o General Etchegoyen no Regulamento Disciplinar do Exército, que proíbe militares da ativa de fazerem "manifestação de caráter político". O entendimento era que ele falava "em caráter familiar", sem entrar na área institucional. O próprio ministro da Defesa entendeu que a declaração do general teve "forte conotação emocional" e que "o melhor é deixar a poeira baixar".
O Planalto deve estar percebendo o sentimento de revolta nos quartéis, pois até nas redes sociais isto já é bem visível.
Leia também: General quatro estrelas da ativa diz que relatório da Comissão da Verdade é 'leviano'.
Ao descontentamento com a “Comissão da Verdade”, que ignorou as suas finalidades e a própria Lei da Anistia, incorporada à Constituição da República, soma-se a enorme frustração com a corrupção generalizada no país e especialmente com ruína da Petrobras.
Manifesto do Capitão Sérgio Zorovich
Passemos agora ao manifesto do Capitão reformado.
O Capitão de Mar e Guerra SERGIO LUIZ DA MOTTA ZOROVICH segue na mesma linha e divulga seu descontentamento declarando que "ASSUMIU A PRESIDÊNCIA DE UM GOVERNO PARALELO NO BRASIL".
Não sei quais os membros deste governo paralelo e nem sei qual a sua estrutura. O que me chama a atenção é o fato do Capitão Zorovich repetir a tática de Lula. Com a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1989, foi instalado um "governo paralelo". Os líderes do "governo paralelo" de então eram Lula, José Dirceu e Aloizio Mercadante.
É possível que a declaração do Capitão Zorovich seja oca, vazia e incapaz de produzir qualquer efeito mensurável, mas deve ter razões não declaradas. Não entendo quais são os reais objetivos, mas posso suspeitar que um deles seja criar um clima mais propício para uma intervenção militar. Em minha opinião, esta intervenção só pode ser ilegal.
Volto a este ponto mais adiante. No momento, é interessante ver a íntegra do manifesto:
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Santos , SP em 30 de dezembro de 2014
Boa tarde, meu amigos e colegas oficiais generais das 3 Forças Armada do Brasil
O tempo passou e as lembranças da caserna remontam ao ano de 1966.
Como é bom recordar dos nossos bancos nas escolas militares, que fizeram perpetuar a partir dali amizades de irmãos que foram repassadas com a integração das nossas famílias, dos nossos filhos e hoje dos nossos netos.
A vida operacional de cada um de nós nos afastou muitas vezes, porém a nossa integração social deu vazão a uma única família.
Hoje todos nós que somos da mesma turma, por termos atingido a idade de 64 anos. Podemos nos orgulhar do juramento que fizemos com o braço direito esticado ao nos formarmos oficiais à nossa Bandeira Nacional: DEFENDER A PÁTRIA COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA !
Como somos felizes e reconhecidos pelos hoje 200 milhões de brasileiros, pois eles clamam por nós nos mais distantes rincões do nosso país.
Infelizmente hoje estamos atingindo o ápice de uma situação por demais grave que, não só sangra os nossos corações patriotas, mas também os dos nossos filhos, netos e familiares.
Desta forma, não aceitamos que a Bandeira Nacional seja manchada com a lama da corrupção assim como de ideologias e aproximações com o mundo do crime organizado. Não podemos, nesta hora tão crítica, nos omitirmos ao deixar a nossa pátria em mãos sujas de homens e mulheres desclassificados.
Todos nós tínhamos 14 anos de idade quando vimos, na simplicidade dos nossos lares, nossos pais abrirem as gavetas e de lá tirarem o pouco ouro que pertencia às poucas joias de suas mulheres. E assim, de mãos dadas com eles, fomos às praças das nossas cidades para doar OURO PARA O BEM DO BRASIL!
Que orgulho, mesmo ainda muito jovens, nós sentimos! Pois aquele ato deu lastro financeiro para SALVAR O BRASIL DO REGIME COMUNISTA.
Décadas se passaram e a repetição cruel da HISTÓRIA novamente clama por nós.
Desta forma, meus amigos, meus colegas, participo a todos que não aceito um Estado, uma nação, aparelhada para todo e qualquer tipo de crime. Meu juramento, nosso juramento a nossa bandeira em 22 de dezembro de 1971 nunca poderá ser apagado e de mão espalmada entregamos a vida ao Brasil.
Assim sendo, meus irmãos de farda, eu tracei o meu destino e todos vocês me conhecem muito bem, assim como os motivos que me levaram a tal.
Participo que interinamente assumi a Presidência de um governo paralelo no Brasil.
Como todos nós, carrego o legado da verdade e da honestidade.
Que Deus nos abençoe.
Forte abraço a todos, extensivos às famílias.
UM 2015 COM MUITA SAÚDE E MUITA PAZ
SERGIO LUIZ DA MOTTA ZOROVICH
CAPITÃO DE MAR E GUERRA ( RR1 )
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Sou contra qualquer tipo de golpe militar, simplesmente porque é ilegal.
Entendo que uma intervenção militar só seria legal se fosse formalmente solicitada pelo Poder Legislativo ou pelo Poder Judiciário. No entanto, o Congresso está submisso ao Poder Executivo, seja qual for o motivo, inclusive por ter sido comprado. Isto já desrespeita a Constituição que consagra o princípio da independência dos três poderes da república como clausula pétrea (“Art. 2º: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.). Por sua vez, depois de 12 anos de governo do PT, os juízes do STF já foram, quase todos eles, indicados pela Presidência da República. Foram escolhidos “a dedo” e submetidos ao Congresso submisso. A impressão que temos é que tanto o Poder Legislativo como o Judiciário, não têm independência para abrir um processo de impeachment contra o Poder Executivo. Logo, por maior e mais repugnante que seja a corrupção no âmbito governamental, não se terá qualquer reação institucional contra o Poder Executivo. O Brasil está desamparado, indefeso. Creio que é isto o que caracteriza uma ditadura.
Uma intervenção militar também tem seus riscos! Não dá para esquecer que as forças armadas nos traíram, especialmente após 1968, quando transformaram a intervenção militar em uma ditadura, ao contrário do que se esperava, ou seja, uma intervenção com permanência mínima no poder, somente o tempo necessário para se formar um novo governo (a exemplo do que ocorrera em 1930, 1945 e 1954), de modo que, passado o período de "maior risco institucional", houvesse um rápido retorno à democracia, com retorno do poder aos civis.
O fato é que o problema está na própria Constituição da República de 1988, que não engendrou adequadamente a relação entre os poderes de modo a garantir tanto a independência, no que se refere aos poderes, como a harmonia, no que se refere à operacionalidade. Na raiz do problema está o fato da Assembleia Constituinte (1987-1988) não ter sido exclusiva. Isto é, não houve convocação de eleições ad hoc, para os cidadãos escolherem representantes com o fim único de elaborar uma nova constituição. Ela foi composta pelos próprios parlamentares que exerciam o poder à época e que continuariam a exercê-lo. Obviamente a nossa Constituição nasceu viciada, porque foi feita pelos próprios políticos que deveriam se submeter a ela.
E agora? Como não há no governo, qualquer político capaz de um ato de grandeza, a situação nacional tente a piorar até que haja uma revolta popular. Não há “jeitinho brasileiro” que resolva este imbróglio. Quem sabe uma alta mobilização popular crie condições para que surja um mago tipo Tacredo Neves capaz de fazer uma articulação redentora. Só uma magia deste tipo pode nos salvar de uma guerra civil.
As Forças Armadas estarão, de qualquer modo, no centro do furacão. Depoimentos dramáticos de militares, pelas redes sociais, já mostram a frustração com a carreira, com a corrupção e com a situação da Petrobras. Veja aqui.
Não dá mais para esconder o drama nacional, que já se espraiou pelo mundo.
Um dos jornais mais influentes e respeitados do mundo – The New York Times, destacou a incompetência gerencial e, sobretudo, os escândalos de corrupção da maior empresa brasileira, a Petrobras, hoje está atolada em corrupção e dívidas.
O editorial compara a atual situação da empresa com a realidade da economia brasileira: “Agora a Petrobras simboliza algo totalmente diferente: a desordem que aflige o Brasil de economia lenta e a reavaliação das perspectivas de crescimento em mercados emergentes em todo o mundo.”
The New York Times, lembra, além da lama de corrupção, da dependência da Petrobras de empréstimos estrangeiros, que faz com que a empresa decaia permanentemente em dívidas maiores e descomunais, que: “A Petrobras encontra-se atolada em investigações de corrupção e reclamações de incompetência gerencial. E a sua carga de dívida está explodindo: a Petrobras, agora classificada como empresa mais endividada do mundo, dependente, nos Estados Unidos, de fundos de investimento para financiar seus planos de investimento ambiciosos.”
O editorial cita também uma análise do analista de mercado Fábio Fuzetti, sócio da empresa de investimentos Antares Capital Management. Segundo Fábio, “o declínio da Petrobras tem sido impressionante, rápido e doloroso”, e "esta é a empresa de energia que serviu de modelo para outros países em desenvolvimento”, disse ele, “e agora é o exemplo de exatamente o que não fazer.”
A matéria na íntegra (em inglês) aqui.
O Petrolão não será o ultimo escândalo. Outros virão, ainda maiores. O BNDESão, por exemplo. O PT continuará apoiando Dilma, ou abandonará o barco logo, logo?
Parece-me que estamos num momento muito perigoso.
Para encerrar, brindo os leitores com meu mais recente poema tipo pé quebrado e linkado.
2014 Brasiu
a seleção ruiu,
até vaca tossiu e
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Contrariando seu discurso, presidente corta R$ 7 bilhões da educação
A presidente Dilma Rousseff inicia seu segundo mandato com contradições. Estão aí os chamados "cortes provisórios" e ai se constata que, diferentemente do que prometeu (transformar o Brasil, o país da educação, sob o slogan “Brasil. Pátria educadora”), ela determinou cortes que atingem de forma intensa justamente esta área. A Educação foi o ministério que mais perdeu. A perda para a educação foi de R$ 7 bilhões. O Bom Dia Brasil, da TV Globo, destacou o tema.
O corte nas verbas de todos os ministérios é de R$ 22,7 bilhões no ano, que dá por mês, R$ 1,9 bilhões.
Depois da Educação, a área mais atingida foi a Defesa, com R$ 1,9 bilhões, seguida pelo Ministério das Cidades com R$ 1,7 bilhões, Desenvolvimento Social R$ 1,7 bilhões e Ciência e Tecnologia, com R$ 1,5 bilhões.
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Vejam também:
Clique sobre o título para acessar o artigo.
- ACORDA, BRASIL!
- MAR DE LAMA E IMPEACHMENT
- O ASSALTO AO ESTADO CONTINUARÁ
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- UMA NOITE EM HAUNTINGLAND
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