Amigos, amigas!
Apresento aqui uma crônica (endereço está abaixo), mas antes gostaria de fazer um breve comentário. Alguns vão achá-lo óbvio e desnecessário, mas outros não vão gostar e, talvez até me critiquem.
O Brasil é um país onde a maioria da população padece de analfabetismo funcional. Somos um povo que não valoriza o esforço e o mérito. Isto é um fato irrefutável, apesar de alguns mal informados, quer seja devido à ignorância inocente (falta de conhecimento) ou pela ignorância induzida (maliciosa, proveniente de informações errôneas e tendenciosas), preferirem acreditar no contrário. O povo brasileiro é presa fácil de pseudociências, superstições, mitos e utopias.
O que alimenta a criação e difusão de mitos e pseudociências é a preguiça mental e o conforto psicológico. Muitos preferem isso em vez da busca árdua pela verdade. A escolha da fé, por exemplo, em detrimento de explicações científicas, dá-se pela escolha do caminho mais fácil, devido a convenoências de vários tipos, desde o financeiro até o psicicológico. Há quem se aproveite disto para alcançar um objetivo ilícito, mas há também quem embarque inocentemente nesta "canoa furada".
O respeito do homem pelo conhecimento é uma das suas características mais desejadas. A palavra latina para conhecimento é scientia. Ciência tornou-se a designação da mais respeitável forma de conhecimento. Mas, o que distingue o conhecimento da superstição, ideologia ou pseudociência?
De fato, o traço distintivo do comportamento científico é um forte ceticismo em relação a todas as teorias, especialmente às próprias teorias científicas, por mais acalentadas que sejam. A adesão cega a uma teoria não é uma virtude intelectual, mas sim uma atitude condenável.
Assim, uma afirmação pode ser pseudocientífica mesmo que seja eminentemente “plausível” e todos acreditem nela; e pode ser de grande valor científico mesmo que seja inverossímil e ninguém acredite nela. Uma teoria pode até ter um valor científico extremo mesmo que ninguém a compreenda ou ninguém acredite nela.
O valor cognitivo de uma teoria nada tem a ver com a sua influência sobre a mente das pessoas. A crença, a adesão e a compreensão são estados da mente humana. Mas o valor científico e objetivo de uma teoria é independente da mente humana que a concebe ou a compreende. O seu valor científico depende apenas do suporte objetivo que essas conjecturas encontrem nos fatos.
Todos sabem, mas muitos convenientemente esquecem, que o método científico apoia-se em dois pilares. O primeiro é a reprodutibilidade, ou seja, a capacidade de repetir uma determinada experiência, em qualquer lugar e por qualquer pessoa. Por isso é de extrema importância a comunicação e a publicidade dos resultados das pesquisas. O segundo pilar é a refutabilidade, ou seja, que cada declaração científica deve ser verificável e contestável, objetável. Leia um texto qualquer, se não atenta a estes princípios, então só pode conter sofisma e ilusão.
O princípio da refutabilidade é importante em todas as áreas da vida, principalmente em política. Aquela famosa frase falsamente atribuída a Voltaire ("Eu não concordo com uma palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las"), expressa justamente o desejo de que a contestação seja livre e seja um inalienável direito.
Pseudociências, superstições, mitos e utopias são perniciosas, perigosas e cobram caro de seus seguidores. Primeiro, porque estes são doutrinados, em geral desde tenra idade, quando são mais vulneráveis. A doutrinação aprisiona o cérebro, que precisa fazer malabarismos para se manter fiel às suas crenças, devidos aos conflitos diários destas com os fatos. O fanatismo é doença mental muito grave. Até erros crassos de lógica elementar são cometidos sem que o cérebro doente seja capaz de perceber. As crenças levam amiúde a atos desonestos e ao cometimento de injustiças.
É o que mostra o texto abaixo:
Espero que vocês leiam com interesse.
Almir
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NOTA:
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