terça-feira, 12 de setembro de 2017

Brasileiros X OrCrim e a Guerra de Propaganda

Por Almir M. Quites


Todos os políticos que dominaram o Estado brasileiro formam, com alguns empresários, uma grande Organização Criminosa (OrCrim) suprapartidária, a qual possui o total controle do processo político, inclusive o eleitoral. Afinal, são os atuais caciques partidários que escolhem os candidatos e são eles que detém os recursos de campanha. Além disso, a apuração eleitoral é secreta e controlada pelos programadores do TSE. 

Rodrigo Janot foi nomeado para o cargo de Procurador Geral da República, em 2013, por uma integrante desta mesma Organização Criminosa (OrCrim), a qual se apoderou do Estado brasileiro há muito tempo (no mínimo, desde 2003) e levou tanto Dilma Rousseff quanto Michel Temer à Presidência da República. Na época da nomeação de Janot, a presidente Dilma Rousseff não teve escolha porque não se dispunha a enfrentar o pessoal do Ministério Público. Rodrigo Janot tinha vencido a eleição interna da Procuradoria em 2013. Em agosto de 2015, para ser reconduzido à função, Janot teve mais de 300 votos de vantagem sobre o segundo colocado.

O tempo passou e hoje se observa nitidamente que há uma gigantesca propaganda de guerra do governo Temer contra Rodrigo Janot. Fabulosos recursos públicos devem estar sendo desviados para esta guerra. Nela, os combatentes de Temer acusam Janot de tudo que podem, até de ter feito todas as acusações contra o Presidente no último mês de seu mandato (de Janot), como se isto fosse por puro desvario! Ora, que crime ou erro há nisso? Claro que se trata de uma estratégia correta e normal de quem tem um prazo de mandato. Trata-se de ampliar o prazo das investigações e fazer as denúncias formais no final, até porque assim evita-se que as elas sejam dificultadas.

Janot também está sendo "acusado" de ter se encontrado "clandestinamente" num bar com o advogado de Joesley Batista, Pierpaolo Bottini, conforme foto divulgada por O Antagonista. Ora, nada proíbe que as partes em litígio conversem entre si, seja onde for. Só há ilícito nisto se as partes tramarem algo ilegal, o que vale para qualquer conversa entre quem quer que seja. Neste caso, se uma das partes tiver interesse, pode levar o caso a Justiça e comprovar a ilicitude. Esclareço ainda, que, no caso em foco, trata-se de um diálogo entre as duas partes previstas no Instituto da Colaboração Premiada. Este Instituto, diferentemente do Direito tradicional, faz com que as partes conversem e negociem. As duas partes (no caso, Janot, pelo Ministério Público, e Joesley Batista, como colaborador) negociam e submetem o acordo ao Ministro Edson Fachin, como representante da Suprema Corte. Que há de errado nisto? Pois então, até isto tem sido usado pela propaganda de guerra e muitos inocentes, por não entenderem o que se passa na política, acabam jogando contra, repassando estas tolices e ajudando o bandido.

A verdade é que, até aqui e até onde posso ver, Janot tem cumprido fielmente o seu papel, conforme prescreve a Constituição Federal. É exatamente isto que a Procuradoria Geral da República (PGR) deve fazer.

A Procuradoria Geral da República é órgão de defesa da sociedade, não de seus governantes. É o procurador-geral da República quem tem a função de promover Ações Diretas de Inconstitucionalidade e Ações Penais para denunciar qualquer autoridade do governo, inclusive deputado federal, senador, ministro de Estado, presidente e vice-presidente da República.

Acusar Janot de "perseguir Temer" é exatamente o que faz Lula em relação ao Juiz Sérgio Moro. Ambos, Moro e Janot, estão cumprindo suas respectivas funções.

Não nos cabe julgar as motivações pessoais de Janot, de Moro ou de Temer, que podem ser mesquinhas ou nobres, tanto faz. O que importa é saber quem está cumprindo as suas funções constitucionais e quem não está!

O fato é que Rodrigo Janot e Sérgio Moro estão enfrentando a poderosa Orcrim, ao contrário de Temer. Toda a artilharia da OrCrim está apontada para estes eles.

Para ler mais sobre este assunto, indico este artigo, de 10 de agosto deste ano:


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