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sábado, 30 de junho de 2018

Eleições no México, 2018

Almir M Quites



Amanhã, domingo (01/07/2018), haverá eleições no México. 

Você verá, na TV, que os mexicanos não adotam o voto eletrônico. Eles usam voto de papel e apuração manual. As urnas são caixas de papelão reforçado e plástico transparente (foto acima). Em apenas 4 horas após o encerramento da votação, a apuração (escrutínio) estará completa, mas, como a apuração é transparente (é fiscalizada), os mexicanos têm o direito de contestar os resultados e impugnar urnas. Este direito, que foi surrupiado dos brasileiros, faz com que muitas urnas tenham que ser recontadas 

O México já  usou "urnas eletrônicas" tipo DRE (iguais às usadas no Brasil), que não permitem a fiscalização da contagem de votos (nelas a apuração eleitoral é  secreta). Depois o México abandonou estas urnas e implantou o sistema de Voto Impresso. No entanto, depois dessas experiências, convenceu-se que o processo mais adequado para a apuração eleitoral é o uso de urnas comuns, cédulas de papel e apuração manual. Em outras palavras, os mexicanos se convenceram que nunca deveriam ter abandonado este sistema! 

O Brasil é  o mais atrasado país do mundo em matéria de apuração eleitoral e não consegue fazer a necessária mudança porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é exageradamente poderoso e impede a evolução. O TSE é um trágico legado do Estado Novo de Getúlio Vargas. Por sua vez, o congênere mexicano, o Instituto Nacional Eleitoral, (INE) é muito mais adequado às suas finalidades e mais flexível.

Não pensem que o México seja um país atrasado! Não é! É igual ao Brasil, inclusive quanto ao alto nível de criminalidade e de corrupção na política. O México é um país da América do Norte, com uma área quatro vezes menor que a do Brasil e com metade da população. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH = 0,76) é igual ao do Brasil.

No México, a apuração eleitoral é feita no local da votação, após o fechamento das urnas, por escrutinadores credenciados. Os cidadãos que desejarem podem solicitar o registro IFE, de observador eleitoral. Da mesma forma, os partidos políticos podem credenciar fiscais nos conselhos distritais correspondentes. Estes podem impetrar recurso eleitoral (impugnação do resultados das urnas). A presença do cidadão e dos fiscais partidários é incentivada como muito importante para assegurar a conferência do processo eleitoral. 

Os recursos eleitorais são julgados por juízes. Na eleição de amanhã, são 145 mil urnas. Na última eleição, cerca da metade das urnas precisou ser recontada por conta da fiscalização com seu direito de impugnação. Por esta nobre razão, espera-se que o resultado oficial demorará alguns dias para ser anunciado. Afinal, a confiabilidade do resultado do pleito é muito mais importante que o tempo de apuração. 

Aqui, no Brasil, os cidadãos perderam o direito de fiscalizar a apuração eleitoral. Por isto, não há impugnação de resultado de urnas. Nem há urna, nem voto. O que chamamos de urna eleitoral é um computador. O que chamamos de voto é algo imaginário para o eleitor e virtual para os programadores do computador. Não há votos lá dentro que possam ser recontados para conferência. 

A nossa apuração eleitoral é secreta, feita por meio de softwares secretos. Softwares são comandos humanos escritos em linguagem de máquina. Ninguém sabe quem faz os softwares de apuração eleitoral. A junta apuradora das eleições brasileiras é formada pelas pessoas desconhecidas que têm os códigos de acesso aos softwares. Ninguém pode saber se a apuração é honesta, se os softwares são honestos. Por isso, a urna eletrônica brasileira é inconstitucional, não respeita o princípio da transparência do ato público. Esta inconstitucionalidade flagrante não é reconhecida pelos irmãos siameses TSE & STF.

Leia aqui sobre o grande engodo  das eleições brasileiras.
A CADA ELEIÇÃO, UM VEXAME NACIONAL
http://almirquites.blogspot.com/2018/06/a-cada-eleicao-um-vexame-nacional.html
(
Uma nação que se sinta envergonhada também pode extrair daí a energia necessária para refazer-se. Os brasileiros ainda tem a chance de se sentir envergonhados partir daí para um futuro melhor).
Donald Trump, atual presidente dos EUA, com sua política externa, conseguiu unir todos os candidatos à presidência do México contra ele. Além disso, o candidato com mais chances de vencer é o candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, um perigoso populista típico, tal qual o próprio Trump. 

Se eleito, López Obrador será o primeiro presidente de esquerda do México em décadas, rompendo o controle do partido governista, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), e de seus aliados.

𝓐𝓵𝓶𝓲𝓻 𝓠𝓾𝓲𝓽𝓮𝓼
Almir Quites
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Para ler artigos sobre as urnas eletrônicas brasileiras

Para mais artigos deste blogue ("weblog")
Clique sobre o título.
  1. A cada eleição, um vexame nacional
  2. Você ainda acredita em urnas eletrônicas?
  3. O golpe do TSE&STF se confirmou
  4. Da criação da Justiça Eleitoral à fraude das urnas eletrônicas
  5. Teste público das urnas eletrônicas
  6. Bolsonaro como imagem invertida de Lula
  7. Manual do Protesto do Joãozinho
  8. Junta apuradora de votos inexistentes
  9. Desilusão é só para iludidos
  10. Teste Oficial de Segurança das Urnas Eletrônicas
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2 comentários:

  1. Toda eleição no Mexico a suspeitas de fraude; basta pesquisar na NET, isso de urna em cedulas manuais evita fraude, é maior balela

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    1. Suspeitas de fraude sempre pode haver, mas na votação com cédulas de papel e apuração manual a fiscalização é feita. No entanto, com voto virtual em urna eletrônica a fiscalização da apuração é impossível. Se não há fiscalização, há corrupção. A fiscalização da apuração eleitoral é um direito do povo. A apuração eleitoral secreta viola o princípio da "transparência do ato público", especificsmente expresso na Constituição Federal. Finalmente, a fraude eletrônica feita através do próprio software é fraude de atacado, enquanto que a fraude, que por desventura ocorra, na apuração manual é fraude de varejo. Espero ter explicado que não se trata de suspeita, mas da certeza de sua possibilidade em grande escala, além da certeza de que a impossibilidade de fiscalização é crime por si mesma. Nada disso é balela!

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