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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DESONESTIDADES DE ANO ELEITORAL

15/08/2014
Ano eleitoral e a prática da desonestidade


Em época eleitoral, a verdade é a primeira a ser abatida!

Tenho recebido e-mails que afirmam que, quando Lula recebeu o governo de FHC, a inflação era de 12,53% ao ano e que Lula foi o santo que fez o milagre de baixá-la aos civilizados 6%. 


O seguinte gráfico é apresentado:




Esta é uma afirmação e o gráfico são desonestos, porque apresentam apenas uma parte da realidade, a que começa em 2002. Todos os anos de administração petista, estão sendo comparados somente com o ano de 2002. Esta informação é propalada em sites e blogues financiados por estatais e pelo Fundo Partidário recebido pelo PT. Logo, trata-se de recursos públicos, usados por corruptos para financiar a desinformação.

A verdade é a seguinte (ver tabela que se segue):

  1. Durante a chamada “Era FHC” a inflação, medida pelo IPCA, caiu de 2477% para 1,6% e depois, no ano eleitoral, subiu até  em 2002, quando chegou a 12,53%.
  2. Durante a “Era PT” a inflação desceu mais um pouco (enquanto foi mantido o tripé macroeconômico) e depois oscilou entre 4,3 e 6,0%, estando hoje em 6,4%.
  3. Pouco a pouco, o PT deixou de respeitar os princípios fixados no chamado tripé da macroeconomia. No governo Dilma isto se acentuou muito. O câmbio não é mais flutuante, no Brasil, e sim administrado, ao mesmo tempo em que as metas fiscais (objetivo de economia para pagar juros da dívida pública) e de inflação não mais "ancoram" as expectativas do mercado. Ou seja, ninguém acredita mais que elas sejam cumpridas. A inflação está represada e a pressão está aumentando, podendo rebentar a barragem.


ANO
IGP-DI
IGP-M
IPA
IPCA
INPC
IPC
1993
2708,2
2567,5
2639,3
2477,1
2489,1
2491
1994
1093,9
1246,6
1029,4
916,4
929,3
941,2
1995
14,8
15,2
6,4
22,4
22
23,2
1996
9,3
9,2
8,1
9,6
9,1
10
1997
7,5
7,7
7,8
5,2
4,3
4,8
1998
1,7
1,8
1,5
1,6
2,5
-1,8
1999
20
20,1
28,9
8,9
8,4
8,6
2000
9,8
9,9
12,1
6
5,3
4,4
2001
10,4
10,4
11,9
7,7
9,4
7,1
2002
26,4
25,3
35,4
12,5
14,7
9,9
2003
7,7
8,7
6,3
9,3
10,4
8,2
2004
12,1
12,4
14,7
9,3
6,1
6,6
2005
1,2
1,2
-1
7,6
5
4,5
2006
3,8
3,8
4,3
5,7
2,8
2,6
2007
7,9
7,8
9,4
4,5
5,2
4,4
2008
9,1
9,8
9,8
5,9
6,4
6,2
2009
-1,4
-1,7
-4,1
4,3
4,1
4,6
FONTE: FGV, IBGE, FIPE
O pico mensal de 3,02%, em dezembro de 2002 (12,53% anual em 2012), foi devido à eleição de Lula, que colocou o Mercado em polvorosa. Foi por isso que Lula escreveu (ou melhor, escreveram para ele) a famosa “Carta aos Brasileiros”, na qual ele se comprometia a rasgar o discurso petista de 20 anos e a manter os fundamentos do Plano Real de FHC. Além disso, para dar mais credibilidade à sua carta, Lula convidou Henrique Meireles, ex CEO do BankBoston Corporation (heresia petista), para ser presidente do Banco Central. A partir daí, o IPCA começou a decrescer e acomodar-se ao que impunha o Plano Real de FHC.

Em resumo, o grande feito do governo FHC foi a derrota definitiva da hiperinflação (além de ter dado credibilidade à moeda nacional). Essa foi a grande marca do 1º mandato do presidente tucano e lhe valeu a reeleição. 

O período anterior ao de FHC (1980-1994) foi caracterizado por taxas de inflação anuais, quase sempre na casa dos três dígitos. O último ano do presidente Sarney, 1989, a inflação chegou a 1.972%. Em 1993, já com o presidente Itamar, o IPCA bateu recorde: 2.477%. No ano seguinte, quando o Plano Real foi lançado no 2º semestre, a taxa caiu drasticamente, para 916%. Quando FHC deixou o governo, a inflação que já tinha estado em 6,0% subiu para 12,5 % (foi o chamado "efeito Lula".




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