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domingo, 16 de outubro de 2022

QUEM É THE INTERCEPT?

 Por Almir M. Quites      Para compartilhar, toque aqui

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The Intercept x Lava-Jato
Gleen Greenwald
x Sérgio Moro


Nota inicial: neste texto aparecem as fontes das informações entre colchetes, assim: [fonte]
.  

Você sabe quem são Edward Joseph Snowden e Glenn Greenwald? Você conhece toda a história que envolve estes personagens e a empresa que divulgou o material denunciando a Lava-Jato do Brasil?

Se não conhece, leia este resumo, a seguir.

The Intercept é uma publicação, na forma de jornal on-line independente, criada em 2014, nos EUA, e financiada por Pierre Omidyar, fundador da e-Bay. O conhecido jornalista norteamericano Glenn Greenwald foi um dos fundadores da The Intercept dos EUA e também da The Intercept do Brasil. Ele morou no Rio de Janeiro.

The Intercept Brasil, é "spin-off" da original The Intercept dos EUA. "Spin-off" é o lançamento de um negócio ou produto similar a outro já existente.

The Intercept, a de lá é a de cá, se envolveram em casos de sensacionalismo irresponsáveis. Atuaram com dados coletados do submundo da WEB, os quais podem ser manipulados criminosamente sem deixar rastros do crime.

Edward Joseph Snowden, um jovem de 29 anos, que era analista de sistemas, ex-agente de espionagem, ex-administrador de sistemas da CIA e contratado da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (a NSA), copiou enorme quantidade de informações gravadas em bits (em documentos eletrônicos) da Agência onde trabalhava. Para ele toda aquela quantidade de informação era material recolhido ilegalmente. Ele estava ciente de que, o que fizera, era crime gravíssimo nos EUA, mas, mesmo assim teve audácia e muita coragem para, arriscando a própria vida, fazer o que, segundo ele, era seu dever como cidadão: copiou toda essa informação e foi atrás de pessoas a quem confiaria esse perigoso mas também valioso tesouro! A única garantia que ele dava a respeito da integridade dos dados era sua própria palavra, de que os dados não tinham sido alterados em nada!

Snowden encontrou Laura Poitras, diretora de filmes de documentários, e Glenn Greenwald da The Intercept. Estes dois receberam, em junho de 2013, em Hong Kong, os documentos contendo a vasta dimensão do sistema de Vigilância Global americano ["Entenda o caso de Edward Snowden, que revelou espionagem dos EUA". G1. 2 de julho de 2013]. Ambos garantiram que os arquivos estavam seguros, em boas mãos! Logo, mais duas possíveis fontes de adulteração e mais duas garantias pessoais se somaram. Mais tarde, Glenn Greenwald garantiu ao público em geral que todo o material seria entregue a uma biblioteca pública. Mas os donos das mãos podem ser comprados! E, por isso, as garantias de integridade são frágeis demais, apesar da possível boa intenção de Snowden!

Menos de meio ano depois, Greenwald se demitiu do jornal The Guardian, onde trabalhava, e foi a embora com todo aquele material. Ele foi trabalhar para o bilionário Pierre Omidyar, fundador acionista da e-Bay e sócio da PayPal, justamente a parceira do governo norte-americano na própria espionagem que Snowden considerava ilegal. Pierre Omidyar era figura importantíssima nos bastidores da política norte-americana. De 2009 a 2013, durante o governo de Barack Obama, ele visitou a Casa Branca mais vezes do que Eric Schmidt (do Google), Mark Zuckerberg (do Facebook) e Jeff Bezos (da Amazon).

Greenwald traiu o público americano e mundial, traiu Snowden e sua própria parceira Laura Poitras, a mesma que em 2015 subiu com ele ao palco para receber um Oscar pelo documentário “Citizenfour”. Pior do que isso, depois que seu passe foi comprado por Omidyar, os arquivos foram definitivamente fechados ao público, sem que Poitras ou Snowden tivessem sido consultados.

Nunca mais se saberá o que os documentos continham sobre os detalhes de vários programas que constituíam o sistema de vigilância global da NSA. Isto importa pouco, afinal, como os originais estavam gravados em bits, sua integridade não poderia mesmo ser determinada. Gravações em bits são facilmente alteráveis ou perdíveis. Não deixam rastros que possam comprovar alterações indevidas. Em outras palavras, era mesmo impossível separar o que era verdade do que poderia ser falso, mas Snowden poderia colaborar e outras provas físicas, não virtuais, poderiam ser encontradas e adicionadas.

Contudo, o fato é que, com a contratação de Greenwald, o arquivo deixou de ser publicado, e ninguém sabe o que tem sido feito com ele no submundo do crime. Pode estar servindo para chantagens, informações privilegiadas, competições ilegais, fraudes licitatórias, enfim, todo o tipo de corrupção. Será que os US$ 250 milhões que Omidyar investiu não lhe garantem vantagens ilícitas em outros negócios?

Snowden foi acusado pelo Governo dos Estados Unidos de roubo de propriedade do governo, de divulgação não autorizada de informações da defesa nacional e de informações falsas.

Os envolvidos nesta história receberam honrarias.

As reportagens sobre a NSA, pelo jornal The Guardian, receberam o Prêmio Pulitzer de 2014 na categoria Serviço Público.

Em 2015, o filme Citizenfour, foi o ganhador do Oscar na categoria de melhor documentário. Foi dirigido por Laura Poitras.

Mas há muito mais de matéria inconfessável por baixo de tudo isso!

A The Intercept dos EUA sempre esteve no foco com notícias sensacionalistas advindas de fontes na "Dark Web", a parte clandestina da Web, onde se encontram conteúdos e atividades muito perigosos e onde a guerra cibernética se trava. Todos os grandes negócios do submundo do crime são feitos aí. A "Dark Web" só pode ser acessada com equipamentos especiais e uma tecnologia muito mais sofisticada.

Em janeiro de 2015, Benjamin Wittes, editor-chefe da Lawfare [
https://www.lawfareblog.com/] declarou que, essencialmente, a The Intercept estava convidando indivíduos e organizações a roubar documentos e divulgá-los na The Intercept ("lawfare" é o uso indevido de leis e do judiciário em guerras políticas). The Intercept publicava um guia entitulado "How to Leak to the Intercept" ("Como Vazar para a The Intercept").[Wittes, Benjamin (29 de janeiro de 2015). «The Intercept's Invitation to Criminality—and to Intelligence Agencies». Lawfare. Consultado em 2 de agosto de 2019]. Wittes escreveu: "Se eu fosse uma agência de inteligência estrangeira, eu estaria vendo isso como uma ótima maneira de enviar documentos atraentes, talvez até mesmo reais, que contivessem alguns pedaços bacanas de código executável que oferecessem visibilidade para mim sobre as atividades de pessoas com acesso aos materiais de Snowden, pessoas que estão conversando e recrutando outros vazadores. Ou talvez eu deixasse cair alguns arquivos de "pote de mel", alguns arquivos que balizam sua localização. Ou talvez eu apenas usasse a oportunidade de deixar desinformações sobre jornalistas que mostraram que acreditarão em qualquer coisa bastando ser um desprestígio para inteligência dos Estados Unidos."

Vários casos de notícias fabricadas pesam sobre The Intercept. O mais conhecido nos EUA foi o Escândalo de Juan M. Thompson, no inicio de 2016. O site teve que se retratar em reportagens de Juan M. Thompson sobre o atirador da igreja de Charleston, Dylann Roof, escrito no ano anterior, envolvendo a comunidade afro-americana. Em uma nota, o editor Betsy Reed declarou que Thompson havia sido demitido depois que seus editores descobriram que ele havia "fabricado várias citações em suas histórias e criado contas de e-mail falsas que ele usou para representar pessoas, uma das quais era uma conta do Gmail em meu nome"[frase de Betsy Reed].

No início de 2017, uma onda de mais de 2.000 ameaças de bomba foi feita contra Centros Comunitários Judaicos nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Austrália, Nova Zelândia, Noruega e Dinamarca. Duas prisões e duas condenações foram feitas. Juan M. Thompson , ex-jornalista do The Intercept, foi acusado de responsabilidade por, pelo menos, oito dos incidentes.

No início de junho de 2017, o The Intercept publicou um documento da National Security Agency (NSA), que afirmava que a inteligência russa havia "hackeado", com sucesso, uma empresa americana de registro de eleitores e pesquisas de software, e que tinha utilizado informações colhidas para praticar crime cibernético ("phishing") contra autoridades eleitorais norteamericanas. Uma hora após a publicação, um jovem veterano da Força Aérea, de 25 anos, chamado Matthew Cole, que trabalhava na Geórgia para a Pluribus International Corporation, uma contratada da NSA, foi preso pelo Federal Bureau of Investigation e enquadrado na Lei de "Espionage Act". No entanto, as investigações do FBI sobre Matthew, concluíram que as acusações não passavam de "afirmações e especulações não comprovadas, destinadas a servir à agenda do governo" e, como tal, o jovem preso deveria ser imediatamente liberado [«Statement on Justice Department Allegations». 6 de junho de 2017]. Em 11 de julho de 2017, o The Intercept anunciou que sua empresa controladora, a First Look Media, forneceria US $ 50.000 para apoiar a defesa legal do jovem Matthew Cole, além de contratar uma segunda firma de advocacia para auxiliar os seus principais advogados.

O jornalista Glenn Greenwald (um dos fundadores do The Intercept) também interferiu na política brasileira, quando publicou o material, vindo do submundo da WEB, que acusava o Juiz Sérgio Moro e outros procuradores da República. Os celulares de autoridades brasileiras foram "hackeados" por meio de invasão no aplicativo Telegram Web, a partir da "Dark Web".

O material coletado, cuja integridade não pode ser comprovada, foi publicada no site da The Intercept Brasil, mesmo sabendo-se de sua origem ilegal (invasão de privacidade) e de sua conspurcabilidade (de integridade duvidosa). Em 2020, o jornalista Glenn Greenwald, da The Intercept foi denunciado pelo Ministério Público (MPF) de Brasília e mais seis pessoas por crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras no âmbito da Operação Spoofing. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, imediatamente saiu em defesa de Glenn Greenwald, nas redes sociais.

A ligação da The Intercept Brasil com o Partido dos Trabalhadores é evidente. Basta entrar no site para ver as reportagens nada isentas.

Glenn Greenwald deixou a The Intercept dos EUA, em outubro de 2020, após sua matéria contra Joe Biden, então candidato à presidência dos EUA pelo Partido Democrata, não ter sido aceita [Revista Isto É. Publicado em 29 de outubro de 2020] pelo próprio jornal que ele ajudara a fundar. 
A equipe editorial do Intercept afirmou que a a recusa do artigo foi para garantir "a justeza e a precisão, por que o texto tentava reciclar as afirmações questionáveis da equipe de campanha de Trump e transformá-las em jornalismo". Segundo The Intercept, "foi Glenn que perdeu suas raízes jornalísticas". 

Quanta gente é prejudicada por um jornalismo espúrio e irresponsável. O ex-Juiz Sérgio Moro foi uma das vítimas

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