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domingo, 27 de fevereiro de 2022

Por um mundo sem guerras e sem ditaduras

Por Almir M. Quites              Para compartilhar, toque aqui

Tal Hitler, tal Putin!

Assim que a Rússia desencadeou seu poderoso ataque à Ucrânia, alguns líderes mais evoluídos e seus assessores, que há alguns anos já alertavam sobre o risco planetário de uma guerra nuclear, passaram a declarar que estava na hora de se testar as teorias de como vencer uma guerra contra uma grande potência sem usar o armamento militar! Se o teste for positivo, uma visão otimista do futuro ainda é possível!
Para muitos isto parece impossível e, mesmo sem testes, era teoria descartada. No entanto, os líderes da Ucrânia, atacada pela Rússia, a segunda potência militar do mundo, até mesmo por não terem alternativa, apostaram nisso! Liderados por Volodymyr O. Zelensky, Presidente da Ucrânia, eles apelaram a todos os países para se unirem para ajudar o país agredido, num novo tipo de guerra, que não conduzisse ao fim do mundo, numa guerra nuclear.

Rapidamente as nações democráticas passaram a organizar formas não militares de derrotar a Rússia! A UE, os EUA e a aliança ocidental passaram a debater e a articular urgentes sanções na mesma medida em que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenava tropas a avançarem nas regiões separatistas de Donetskand e Luhansk, no leste da Ucrânia, já no rumo de Kiev.

Essas medidas não militares continuaram amplamente questionadas, por vários analistas, como sendo incapazes de ter qualquer impacto significativo na Rússia, mas eles estavam errados!

À medida que a escala da guerra de Putin aumentava, os aliados ocidentais anunciavam novas e mais pesadas sanções econômicas, qualificadas como "maciças" e "devastadoras". Em uma transmissão ao vivo, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o conjunto de medidas, "imporia custos severos à economia russa, tanto imediatamente quanto a longo prazo".

Hoje, a Rússia já sente a asfixia.

De acordo com o Tesouro dos EUA, 80% das transações cambiais diárias das instituições financeiras russas de US$ 46 bilhões (€ 41 bilhões) são realizadas em dólares.

Primeiro, a onda de sanções atingiu os dois maiores bancos da Rússia: Sberbank e VTB Bank, ambos estatais. O Sberbank detém cerca de um terço do total de ativos bancários russos, enquanto o VTB Bank detém cerca de 16% dos ativos bancários russos. Seus ativos foram totalmente congelados pelas "sanções de bloqueio total". Assim, cerca de metade das transações cambiais russas foram bloqueadas.

Depois, outras três grandes instituições financeiras russas – Otkritie, Novikom e Sovcom – foram atingidas, bem como cerca de 100 subsidiárias de instituições financeiras de todo o mundo conectadas aos bancos sancionados.

As instituições financeiras russas já não podem mais se beneficiar do notável alcance, eficiência e segurança do sistema financeiro internacional. Estas ações podem ter um efeito profundo e duradouro na economia e no sistema financeiro russo.

Os líderes da UE, reunidos em Bruxelas, em nome de 27 Estados membros, aprovaram as sanções no setor financeiro. O mesmo fez o Reino Unido, que impôs congelamentos de ativos e cortou bancos russos das bolsas de libras esterlinas.

Ao mesmo tempo, está decidido que todos os países democráticos do mundo vão trabalhar unidos para não mais depender energia proveniente do gás natural e do petróleo. A Europa vai se tornar independente de gás e de petróleo e o mundo vai migrar mais rapidamente para o uso de energias limpas, renováveis e não poluentes.

No entanto, o mais importante é que as armas e as soluções militares sejam superadas, principalmente as armas nucleares.

Os países autocráticos, onde o líder se julga dono do país, aprenderão que dependem dos demais países e que as autocracias já não terão lugar neste novo mundo. Uma nova ordem democrática parece ter chance de emergir no mundo, com um direito internacional com maior poder coercitivo. Os povos aprenderão a dar muito mais importância à sua própria educação, como também à honestidade e ao nível cultural de seus líderes!

É óbvio que falo de um futuro possível, mas nem tento fazer previsões. Sei muito bem que não se pode prever as ações de líderes irresponsáveis e/ou psicopatas. Putin, o líder russo, pode até destruir Kiev, a qualquer momento! Parece-me certo que a Ucránia já foi abandonada à sua sorte. A ajuda externa que recebe é insuficiente. Porém, parece-me que a união internacional contra Putin aumentará e o próprio povo russo poderá acordar, após grande noite de ditadura, e derrubá-lo.

É obvio que não será fácil. As sanções econômicas à Rússia também têm implicações nocivas nos próprios países que as aplicam, especialmente na Alemanha. A própria Rússia anunciou sua intenção de eliminar progressivamente suas importações das nações democráticas do ocidente. Haverá medidas restritivas recíprocas (sanções e contra sanções). Logo, haverá danos aos interesses de todas as partes envolvidas no processo. Assim, as nações democráticas terão que aceitar pagar um preço elevado pela implantação desta nova ordem mundial para reduzir a militarização dos países e redirecionar a economia no sentido da maior sustentabilidade.

É de se esperar que muitos países e muitas grandes organizações comerciais não queiram se submeter a estas novas condições. Na Europa ocidental, por exemplo, muitas empresas internacionalmente poderosas tentarão proteger seus interesses nas duas maiores exportações da Rússia: a energia proveniente do gás natural e a do petróleo! Nestes itens, as sanções podem causar tanto sofrimento para a UE quanto causaria à Rússia. Este é um preço a pagar!

As autoridades ocidentais também discordaram sobre a proibição de acesso dos bancos russos ao SWIFT, o sistema de pagamentos que sustenta as finanças internacionais. Essa medida também reduz capacidade da Europa de comprar energia da Rússia e deve enfraquecer o papel do dólar como moeda de reserva global. Este também é um preço a pagar!

Sim, há um preço a pagar, sem o qual as sanções não serão suficientes para bloquear as transações mais importantes da Rússia, a ponto de impedir o uso do poderio militar, inclusive atômico, para a ampliação territorial do império de Putin.

Contudo, a mais longo prazo, a Guerra da Ucrânia, pode produzir um importante aprendizado. 
Estas sanções devem ser bem regulamentadas e baseadas no Direito Internacional.

Tomara que o mundo aproveite para se livrar dos muitos males atuais da humanidade.

Talvez estejamos abrindo as porteiras para um mundo melhor! Tudo vai depender não do resultado da guerra — que só pode ser a derrota da Ucrânia — mas da capacidade dos países democráticos de manter um boicote bem estruturado sobre as ditaduras do mundo ao longo do tempo

O risco é o de, passada a guerra, as sanções econômicas não se sustentem no tempo.

Se não for assim, a humanidade vai se auto destruir!


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