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terça-feira, 23 de maio de 2017

O escândalo é muito maior

Por Almir M. Quites


O escândalo é muito maior do que parecia!

Há muitos anos, especialmente a partir de 2013, ouço boatos de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria participação na JBS e que seu filho, Lulinha (o Fenômeno), seria sócio da empresa. 

A JBS sempre teve forte atuação no campo político. Um de seus donos, Joesley Batista, até pretendeu ser candidato a governador de Goiás. Diziam que a JBS haviam doado R$ 20 milhões para campanhas eleitorais no Brasil, com forte predileção para o PT.

Nunca dei muita importância a este "diz-que-diz-que", mas hoje percebo que há muito o que investigar aí, mas muito, muito mesmo! Há coisas muito, muito mais graves do se pode imaginar!

Depois das delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batista (donos da JBS), no âmbito da Operação Lava-Jato, estão aflorando falcatruas inimagináveis.

Os irmãos Batista foram inteligentes. Eles trataram de salvar as empresas deles. Decidiram negociar uma delação com antecedência, ainda em total liberdade (sem que ninguém da empresa tivesse qualquer condenação), coisa que o Marcelo Odebrecht não fez ou não pode. Ao contrário do que espalham os defensores de Temer, eles não fizeram isso para ajudar o ex-presidente Lula

O fato é que Lula, Dilma e o PT também vão se lascar, juntamente com Temer e mais 1829 candidatos eleitos nas eleições de 2014. 

Sim, os donos da JBS eram "unha e carne" com Lula, mas também com Temer. Antes de assumir o Ministério da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles esteve ligado ao Grupo J&F, controlador da JBS. Meirelles ocupou cargos de destaque na companhia entre os anos de 2012 e 2016. Ele chegou à empresa em 2012, após ocupar o cargo de presidente do Banco Central nos dois mandatos do presidente Lula (2003-2010).

Assim, está ficando claro o porquê do presidente Temer não ter aberto a caixa pretíssima do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Parece que tem rabo preso aí!

No começo deste ano, os irmãos Joesley e Wesley Batista foram à Procuradoria-Geral da República com uma proposta: queriam fazer uma delação premiada. A oferta era irrecusável. Os donos da JBS detinham segredos sobre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer e que envolveriam numerosos outros políticos importantes. Os segredos mais tenebrosos e nebulosos referiam-se a uma linha de investigação muito desejada pelos investigadores da operação Lava-Jato: o BNDES, a grande caixa-forte de investimentos do governo, protegida sob um manto de legislação que impedia que policiais e órgãos de controle examinassem suas entranhas.

Os irmãos Batista, ao contrário dos empresários da Odebrecht, anteciparam-se às investigações para negociar a delação premiada com mais vantagens. Os irmãos obtiveram a garantia dos procuradores de que não seriam presos, sequer usariam tornozeleira eletrônica e suas empresas sofreriam o mínimo dano possível. Joesley Batista recebeu, inclusive, a garantia de poder continuar morando nos Estados Unidos. Ainda garantiram que a única penalidade que eles sofreriam seria o pagamento de uma multa de R$ 225 milhões, o que é nada comparado ao que receberam do BNDES. Conscientes do estrago que as divulgações causariam no mercado (principalmente na cotação do dólar) trataram de especular na Bolsa de Mercadorias e de Futuros, a BM&F. Eles também fizeram acordo com autoridades norte-americanas, onde também se comprometeram a fazer um acordo de leniência entregando todo o esquema de corrupção com autoridades brasileiras. Em troca, eles poderão continuar operando suas empresas nos Estados Unidos.

O acordo de colaboração (delação premiada) dos irmãos Joesley e Wesley Batista ainda não está fechado e pode ser reformado pelo STF (segunda turma). Por outro lado, há outros crimes pelos quais eles ainda podem ser condenados e que ficaram de fora do atual acordo (como a especulação na Bolsa de Mercadorias e de Futuros).

Não é mais um simples mexerico, falatório. Hoje se sabe que as doações são verdadeiras e que o montante pago em forma de propina a políticos é muito maior do que os boatos alardeavam (algo maior que R$ 600 milhões). Apesar da JBS ser devedora do Fisco e apesar de os irmãos Batista já estarem sob investigação pela operação Bullish (da Polícia Federal), especialmente a respeito da suspeitosíssima compra da americana Swift Foods, em 2007, e pela operação Greenfield, que investiga prejuízos sofridos por fundos de pensão (entre eles a Funcef, da Caixa Econômica Federal, e a Petros, da Petrobras), apesar disso, repito, nada foi óbice para que o BNDES entregasse o total de R$ 12,8 bilhões para as empresas controladas pela J&F Participações (holding controladora da JBS), entre empréstimos e participações acionárias, segundo levantamento da ONG Contas Abertas

O BNDES participa com cerca de 25% do capital da empresa, ou seja, o BNDES, que tanto dinheiro recebe do Tesouro Nacional, participa de uma empresa que é devedora deste mesmo Tesouro! Extraordinário! São bizarrices que só podem acontecer num lugar fantástico, povoado por criaturas dementes, que agregam à História um capítulo que merece o título de Petista no País das Maravilhas. Viva o país petista! Viva o país peemedebista! Viva qualquer partido, que todos são lavanderias de dinheiro sujo! Viva a JBNDES! 

Hoje, 80% da operação da JBS está fora do Brasil. Isto significa que, desde 2005, o BNDES despejava uma dinheirama em um grupo cujos negócios não seriam desenvolvidos no Brasil, não gerariam nem empregos nem renda aqui.

Ah, tem mais! Agora se descobre que a JBS tem um sócio fantasma: a Blessed Holding, uma sociedade incorporada em Delaware, nos EUA, onde há menos exigências legais para a abertura de empresas. Ela aparece como dona de 13% do capital da JBS. Coincidência,  o 13 do PT!

Afinal, quem é o dono da Blessed? Será que é o Não Sei de Nada da Silva? Será o filho dele?

Aguardemos os próximos capítulos...

Enquanto isso, continue lendo aqui:
O MAU ESTADO DA CONSCIÊNCIA POLÍTICA
http://almirquites.blogspot.com.br/2017/05/mau-estado-de-consciencia-politica-e.html


`°•○●□♢《 AMQ 》♢□●○•°`

Churrasco contra a Lava Jato 
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1) A que se presta um ministro de nossa Corte Suprema!
https://oglobo.globo.com/brasil/a-ligacao-telefonica-entre-aecio-gilmar-mendes-21369411?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar

2) A senadora do Rio Grande do Norte, que berrava incansavelmente "É gopi, é gopi...", recebeu R$ 1,2 milhão da JBS.
http://www.diariodobrasil.org/senadora-que-berrava-e-gopi-e-gopi-durante-impeachment-de-dilma-recebeu-r-12-milhao-da-jbs/


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