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sábado, 12 de março de 2016

Caso sério: a urna eletrônica brasileira

Por Almir Quites - 12/03/2016

Este não é assunto para brincadeiras. É muito sério. Todo um povo está sendo iludido por não entender nada do assunto. As eleições brasileiras são inconstitucionais por ferirem o princípio da transparência do ato público.

Você vê a foto do seu candidato na tela da urna e aperta o fatídico botão CONFIRMA. Depois disso, sabe-se lá o que acontece! Ninguém pode conferir a contagem!

No Brasil, todas as etapas da apuração eleitoral são secretas e feitas por computadores (na urna, no armazenamento de dados, na transmissão, na totalização etc.). Os computadores são operados por pessoas através dos códigos de programação. Estes códigos podem ser acessados e alterados, a qualquer tempo, por aqueles que possuem as chaves de acesso ao sistema. Quem e quantas são estas pessoas? Não dá para saber. Aqueles que possuem chaves de acesso podem fraudar eleições sem deixar qualquer rastro que possa ser auditado.

Estas pessoas podem escolher, em nome dos eleitores, quem vai dispor dos R$ 2.000.000.000.000,00 que anualmente os brasileiros pagam de impostos. Enquanto isso, o TSE finge que a única possibilidade de fraude eleitoral é a feita por eleitores! Chega a investir uma fortuna na urna biométrica, a qual é desnecessária. A urna eletrônica está completamente blindada para o eleitor, mas é completamente aberta àqueles que, de dentro do TSE, podem manipular os códigos de programação.

Para entender melhor o assunto, você pode começar por aqui, por este vídeo:
http://almirquites.blogspot.com.br/2014/11/eleicoes-na-kredulandia.html

Agora recebemos notícias da farsa do Teste Público de Segurança realizado nesta semana pelo TSE. Na verdade, este Teste Público tem pouca importância, porque nada pode garantir que o software do teste (antes da eleição) funcione exatamente da mesma maneira durante as eleições verdadeiras. Por outro lado, são impostas limitações de tempo e de recursos aos especialistas que se propõem a testar a urna encontrando falhas que permitam a fraude, o que não deveria acontecer. Finalmente, cabe salientar que a fraude eleitoral pode acontecer em qualquer etapa da apuração, não apenas na urna eletrônica, mas também na transmissão de dados e na totalização.

No entanto, mesmo em condições adversas, sempre há especialistas que se inscrevem para demonstrar, no Teste Público, a fragilidade do sistema. E eles têm descoberto falhas e fragilidades, cuja importância o TSE tenta minimizar ao máximo perante a mídia, como aconteceu em 2012, quando pesquisadores da Universidade de Brasília, sob orientação do Prof. Diego Aranha, chegaram a identificar a autoria de cada voto. Na época, o TSE divulgou o fato de forma bem distorcida, afirmando que não teria havido violação do sigilo de voto e que a falha detectada seria prontamente corrigida.

Afirmou o professor Diego Aranha, à época:
— "No teste, o TSE abriu o código de programação do software da urna e nos deu cinco horas para analisar mais de 10 milhões de linhas de programação. Em menos de uma hora descobrimos a equação usada pelas urnas para embaralhar os votos que ela registra e, para provar isso, simulamos uma eleição com 475 votos e, em seguida, ordenamos os votos que foram registrados nela. Resumindo: achamos um erro banal do sistema".  

Ordenando os votos, pode-se saber quem votou em quem!

Neste ano, 2016, o TSE selecionou 13 especialistas para realizar os ataques ás urnas no Teste de 2016. Os fatos relatados são ainda controversos. 

Consta que, nesta semana, algo similar a 2012 aconteceu. No Teste Público de Segurança deste ano, além da possibilidade burlar a transmissão de dados, o teste feito pelos especialistas no TSE teria revelado que os votos podem ser trocados entre candidatos. Parece que a falha é uma daquelas que já tinham sido percebidas e apontadas por Diego Aranha em 2012. 

Novamente, a imprensa falada, escrita e televisiva não deu a merecida importância ao fato. No entanto, há uma entrevista do presidente Tóffoli que se refere dissimuladamente à ocorrência de sucesso no ataque à urna feito pelos especialistas. Tóffoli tentou minimizar a importância do fato e o misturou com outros realmente irrelevantes, como a referência ao som da urna para surdos. Ele se expressou como se todos os ataques bem sucedidos fossem "insignificantes", que não alterariam o resultado eleitoral e ainda garantiu que serão prontamente corrigidos antes da eleição de outubro. Será? Vão corrigir o problema ou escondê-lo melhor? ... e as eleições anteriores? 

No Portal do TSE, o resultado do Teste Público foi publicado assim:
O ministro Toffoli informou que alguns testes obtiveram descobertas de vulnerabilidades, e que as devidas soluções já estão sendo providenciadas pela equipe técnica do TSE. “Em nenhum desses [testes] há uma possibilidade de desvio de voto ou fraude, seja na votação, seja na totalização, o que nos deixa bastante tranquilos, bastante seguros do sistema da urna eletrônica”, afirmou”.

Em quem acreditar?

A entrevista do ministro Tóffoli está aqui:
http://arquivos.tse.jus.br/portalje/radio/radio0.mp3

Agora, veja aqui a entrevista de 2012 do Eng. Amílcar Brunazzo sobre urnas eletrônicas brasileiras!

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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), desde 2006, não oferece mais a outros países a tecnologia das urnas eletrônicas brasileiras. Na América Latina, Equador e Costa Rica rejeitaram a urna brasileira. O Paraguai utilizou parcialmente por um tempo, a partir da eleição de 2008, mas, depois, por falta de segurança, o uso da urna eletrônica foi proibido no país. 

A impressão do voto aumentaria muito a transparência e confiança, agregada à auditabilidade, no sistema brasileiro de urnas eletrônicas. Porém, mesmo tendo sido aprovado três vezes pelo Congresso, em diferentes anos, o TSE sempre se negou a implantá-lo.

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LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ ! !
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"Quem ousar desconfiar do TSE ou da Urna Eletrônica, será condenado por litigância de ma fé", quem disse isso foi o atual presidente do TSE, Ministro Ricardo Lewandovsky, em 08/04/2010 no plenário do TSE, no julgamento do pedido de perícia para esclarecer a suspeita de fraude nas eleições de 2006 em Alagoas.


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